domingo, 26 de dezembro de 2010

31



Porque eu aposto que vou passar por isso hoje. E é exatamente assim que eu me sinto.

sábado, 25 de dezembro de 2010

O melhor

Todo mundo passou o mês todo fazendo retrospectivas do ano. O que fez, o que sentiu, o que achou. Eu venho por meio deste dizer que não sou dada a coisas do tipo e passei o mês todo fugindo dos blogs que quiseram relembrar. Afinal, cada um tem seu direito e eu não sou ninguém pra perder meu tempo pra criticar. Mas chegou a minha vez. De fazer retrospectiva não só do ano, mas de toda uma vida. E para os que como eu não nasceram pra isso, aviso que serei sucinta. Rápida, direta e precisa. Porque quase nada é tão digno de repetição nesse espaço de lembranças tão meu. QUASE.




Então que nesse Natal fatídico eu vim aqui só pra lembrar. Dos 10 melhores segundos de todos os meus quase 31 anos de vida.


E eu espero não precisar passar por mais 31 anos de vida pra viver mais 10 segundos tão lindos...

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Verônica

Era meu primeiro ou segundo ano escolar. Levando em consideração que eu entrei na escola aos 4 anos, eu tinha de 4 a 6. Algo entre Jardim 1 e Jardim 2. Era assim que se chamavam as séries que vinham depois do "maternal" e precediam o pré-primário naquela época. Lá nos idos de 1984, 1985. Eu sei, vocês ainda não tinham nascido.

Naquela época a ordem não era tanto ensinar matérias escolares pra nós. Mas eu já sabia ler, aprendi sozinha e em casa. Eu e um gibi da Mônica, um gibi da Mônica e eu. E sabia contar até 30. Sensacional para uma criança de 4 anos. Mas a ordem do negócio era exercer atividades de socialização. Como diz meu relatório de rendimento escolar, guardado até hoje. Lembro de ter que participar frequentemente de brincadeiras em grupos que as professoras que não tinham o que fazer inventavam. E agora aqui pensando nisso concluo que eu não gostava não.

Um dia tia Rose decidiu que tínhamos que formar uma banda. 'Fulano fica com o tambor. Ciclano com a sanfona. Beltrano com a corneta. Renata, escolha um instrumento.' Eu olhei assim em volta e decidi que não queria nenhum. 'Como não, criança? Olha aqui o reco-reco, que bacana!'. Blé. Coisa chata. Coisa sem graça. Rec-rec-rec. Não. 'Pegue aqui os pratos então, olha que legal'. Bló. Coisa chata, nem nota musical faz. Vou tocar isso e vai dar só eu. Não. E então, depois de muito insistir, tia Rose perguntava até dos instrumentos que outras crianças já haviam escolhido e eu pensava se ela teria mesmo a coragem de tirar o brinquedo dos outros pra dar pra mim. Uma hora olhei no fundo do baú e decidi. Eu ia tocar sino.

Na banda. E daí?

Toquei. Tava lá no dia da apresentação, todo mundo fazendo aquela zoeira quando de repente ficava um silêncio total e então era a minha vez. DOM-DOM.

Pronto. Ninguém podia dizer que eu não tinha participado da maravilhosa banda sensacional de atividade de socialização maravilhosa.


Um belo dia era perto do Natal e então algum girico inventou que íamos montar um presépio. Nós seríamos os personagens. E eu, do alto de meus 5 anos pensava. Eu já pensava bastante nessa época. Pensava que com a sorte que eu tinha, ia acabar sendo a vaca. O burro. Mal sabia eu que vinte e tantos anos depois eu gargalharia horrores em saber que alguém escolheu ser o peixe do presépio de Jesus que por acaso resolveu nascer numa manjedoura no meio do deserto. Porque presta atenção que naquela Jerusalém só tem pedra. Enfim.

Tia Vera lá separando os papéis e a primeira a ser escolhida foi a Verônica. Virgem Maria, claro. Porque ela tinha uma cara branca e comprida. Tinha cabelos loiros e lisos. E eu cá com meus pensamentos. Eu que não vou ser a mula. Se me botarem de galinha eu não vou, hein. E então fiquei feliz em ver que sempre tinha um louco ou outro coleguinha meu que dizia 'puxa, vou ser o burro?? que sensacional!'. E aí foi indo, de um em um e eu pensando qual papel naquele circo todo que ia sobrar pra mim, já que todos estavam ocupados. Vão criar personagens novos, pensei. Vai que tinha girafa e eu nem sabia. E então que de repente a tia Silvia, diretora da escola (que quando me vê hoje na rua me trata como se eu tivesse 3 anos - e eu juro que nunca vi mais gorda na vida) olhou bem pra mim e gritou "RENATINHA VAI SER O ANJO!"

Gentem, prestenção. Eu lá toda olhando pra Verônica e pensando que virgem maria dos infernos, que pegou o papel principal que eu queria mesmo sendo tímida, quando de repente fui escalada pra ser o anjo. O anjo! E hoje eu estou aqui pra falar pra vocês que eu já fui o anjo do presépio nessa vida. Com uma túnica de cetim branco e lindas asas enormes eu juntava as mãozinhas durante a apresentação e olhava angelicalmente pra Verônica pensando 'vai, fulana! olha eu aqui toda linda de anjo e você aí toda esfarrapada e ainda tem que ficar de joelhos pra sempre!'

Então que puxando aqui na memória penso que a Joyce também era anjo. Mas como ela tinha uma cara de quem comeu e não gostou e era metade do meu tamanho e ficava no canto do palco e com túnica cor de rosa, não conta. Esses dias eu encontrei com ela na fila da eleição. E não lembrei de onde a conhecia. Claro, não estava com a túnica cor de rosa. Mas a cara de quem comeu e não gostou continua igualzinha.

Verônica morou naquela rua por algum tempo. E se mudou depois. Mesmo assim, dia desses quando deu uma baita chuva e desbarrancou a rua toda e tiveram que fechar pra sempre, lembrei que ela morava ali. Vingança, Verônica. Até São Pedro concorda comigo.

Ah, o sentimento natalino...

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Sobre adesivos de carros

Eu nunca gostei de adesivos em carros. Sempre achei baiano (explicando para os não-paulistanos: a gente acha "baiano" tudo que é meio feio por aqui. Mas é cultural, automático e sem preconceito - acho). Então que eu tenho percebido que tá na moda colocar adesivos na traseira dos carros demonstrando a família. E tudo começou com menininhos e menininhas de mãos dadas. Alguns maiores, pra demonstrar pai e mãe, alguns menores, para demonstrar os filhos. E aí imagine eu, parada no farol, analisando o adesivo do carro da frente. Às vezes o pessoal tem cabelo liso, às vezes enrolado. Às vezes são duas crianças, às vezes três. E então eu já cheguei a querer ter uma família, só pra colocar na traseira do carro toda a galera em adesivos. Então pensei que talvez seja perigoso mostrar pra todo mundo qual a sua situação. A minha, por exemplo. Só eu assim, na multidão. Melhor não ser adesivada então. Deixemos isso pra quem tem grandes proles. Mas já vi adesivos com só um casal e um coração no meio. Já vi adesivo com só uma mulher e um gato. Já vi adesivo com o pai fazendo churrasco, mãe, cinco filhos, cachorro, gato, papagaio e peixe. E dei graças a Deus por esse pessoal não morar no apto em cima do meu. Daí ontem eu acho que cheguei no extremo da demonstração familiar de adesivos de carro. Estava eu dirigindo tranquilamente quando bati o olho num adesivo desse tipo. Não consegui identificar de longe, parecia tudo mulher. Daí acelerei pra chegar mais perto (pra você ver como a pessoa presta atenção no trânsito) e concluir que haviam 7 pessoas no adesivo. Três mulheres pra cá, três pra lá. E um homem no meio.

Brasileiros. Alguns inventam moda, outros avacalham. E assim segue-se a vida.


terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Sobre Cogumelos

Eu sempre achei que cogumelos eram bonitinhos. Por mais que eu tenha visto no Discovery que são fungos, que nascem a partir de madeira morta, que se alimentam de decomposição, que blablabla... pra mim é bonito. Eu acho meigo, simpático. Vários chapeuzinhos coloridos no meio do mato. Não sei se é meu sentimento Alice no País das Maravilhas de viver, não sei se é por isso que eu sempre escolho o Toad no Mario Kart, não sei se é porque eu sou apaixonada por champignons. A minha mãe sempre gritava 'larga isso que é sujo!', mas eu insistia. Que amor.


Vim contar que nasceu um cogumelo no rodo de madeira do meu banheiro. E o nome dele é Rogério.




Não. Nunca tomei chá de cogumelos.