tag:blogger.com,1999:blog-50805764890050345152024-02-07T11:03:36.167-03:00Lonesome PumpkinRenatahttp://www.blogger.com/profile/08352266757838057451noreply@blogger.comBlogger297125tag:blogger.com,1999:blog-5080576489005034515.post-68002504287471478522015-02-04T17:47:00.001-02:002015-02-07T15:08:01.296-02:00Da superficialidade da astúcia<div class="mobile-photo">
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Dia desses eu fui no show do Foo Fighters. Eu não podia deixar de escrever sobre isso, e não vou deixar mesmo. </div>
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Vou começar dizendo que eu não passei a noite na fila, porque isso eu nunca fiz mesmo. Também não passei o dia na fila, porque isso eu realmente não tenho mais idade de fazer mesmo. Aliás, depois daquela briga com o cara no show do Bon Jovi eu meio que perdi o tesão de ir em show no meio da muvuca. Dessa vez eu cheguei quase 19h, três horas depois de o portão ter aberto, fui na pista normal mesmo (e não na VIP como há alguns anos), e fiquei lá atrás. Vi Dave pequenininho, paciência. Mas nada paga o meu sossego.</div>
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Aos 35 anos na cara, a vibe foi ir sozinha (ir em show de rock sozinha não tem preço!), ficar lá atrás, de boa, em um lugar que eu conseguia ver muito bem o telão e ouvir muito bem a voz do cara. Ah, o meu amor por homens que gritam. Cheguei quietinha, no meio da multidão, andando pelo meio das pessoas e procurando onde estaria esse bom lugar. Dei uma olhada geral, daqui e dali, e o lugar escolhido foi encostada em uma das grades que circundam aquelas grandes coisas que ficam bem no meio dos estádios em ocasião de shows. E aí é onde começa o que eu realmente quero falar nesse post.</div>
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Eu não faço a menor ideia do que são aquelas grandes coisas. É claro que caixas de som e iluminação é meio óbvio, mas de uns tempos pra cá há vários cercados com grandes coisas no meio. Sei lá, caixas d'água. Pra que ter caixas d'água no meio de um estádio em um show? Pra onde vai essa água? No show do Foo Fighters, bem na frente do palco e bem no meio do gramado, havia TENDAS com teto e laterais cobertos de lona branca. Fiquei sabendo lá que eram câmeras de televisão, porque o show ia passar, sei lá, no Multishow. Vocês conseguiram processar a conclusão do que eu disse? Tendas com lona em cima e nas laterais bem na frente do palco, ou seja, NINGUÉM CONSEGUIA FICAR ATRÁS DESSES TROÇOS E ENXERGAR O PALCO. Gente. No meio do estádio, sabe? Eu paguei caro por esse show. E não consegui assisti-lo porque tinha tendas com câmera de televisão na minha frente. Conclusão: neste show, ou você era VIP e ficava muvucado apanhando das pessoas no gargarejo, ali bem pertinho do palco, ou você era um simples filho da puta do inferno, que tinha que assistir o show nas laterais do campo, perto dos banheiros, com visão ínfima e torcendo por aquele momento em que o vocalista da banda chega na lateral do palco e diz "oi para o lado direito/esquerdo da arquibancada do estádio!" (Dave traduziu bem isso em inglês e com o literal "fucking whatever" muito bem colocado em suas frases). </div>
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Fudido. É tudo isso aí o que a gente é. Paguei caro, porque eu amo a banda e acho que eles merecem demais o meu dinheiro para se sustentar. Mas quase a metade de tudo o que eu paguei foi pra essa gente que bota uma taxa de conveniência equivalente ao diâmetro da circunferência anal de cada um deles. Pra que eu paguei isso? Pra assistir um show vendo metade da metade da metade de um palco, onde o cara vocalista da banda, que é foda, parecia uma reles pulga, tamanha a distância que todo mundo foi obrigado a ficar do palco, por conta que, aqueles mesmos caras da circunferência anal, já não bastando ganharem muito do meu dinheiro, ainda precisavam filmar o show pra ganhar sei lá como e sei lá porquê a audiência de uma galera que nem pagou nada (além do preço absurdo de uma tv paga), mas que talvez assistisse pela tv.</div>
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Isso é o que? É gente bosta oferecendo serviço de bosta a preço de ouro e às custas de alguém que oferece um serviço ouro. O problema é, sabe o que? O intermediário. Exemplo: eu faço compras no Ceagesp. Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo. Mas esse negócio, caso você não saiba, tem em toda cidade. Se não com esse nome, com algum outro nome parecido. O que é isso: um grande centro de distribuição de comida fresca. Ou seja, uma grande feira. Acontece que o produtor, sei lá, digamos que ele tenha um sítio simpático e plante batata. Planta batata em uma escala considerável e resolve vender no atacado. E então ele precisa de um lugar para estocar a batata dele e vender para feiras de rua e mercados. E então ele aluga um box, no Ceagesp, onde vende as batatas dele para varejistas. Ta tudo muito bom, ta tudo muito bem, mas pode melhorar: o Ceagesp, três vezes por semana, vende no varejo. E é aí que entra a Renata, com seu carrinho de feira, podendo comprar dois quilos de batata pra fazer assada com requeijão, direto do produtor. Aquela batata simpática, redondinha, saborosa e barata. Porque o cara que está ali na barraca me vendendo é o mesmo que colheu essa batata no início daquela semana.</div>
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Essa é a vida linda de se ver. É a vida da Renata, que preza pela comida bem feita e pela boa batata a preço justo. Que tem tempo, paciência e carro, pra poder ir lá no Ceagesp de tempos em tempos, fazer a feira, porque por acaso, por milagre de Deus e hábito familiar, o Ceagesp fica relativamente perto da minha casa. Mas essa não é a vida de quase todo o resto da população. Quase todo o resto da população pode ser encontrado no Extra, quase na esquina da minha casa, no meio dia do primeiro sábado do mês, logo depois do pagamento. Naquele demonstrativo do inferno, das enormes filas no caixa, das crianças gritando, das senhoras enfiando o carrinho nos calcanhares alheios, e o locutor do Extra informando no microfone que "agora começou a promoção da televisão e quem chegar agora aqui no corredor do eletrônico leva". </div>
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Lá, na fila do Extra na esquina de casa, ao meio dia do primeiro sábado do mês e logo após o pagamento, os carrinhos estão cheios de batata. Da batata comprada no mercado, que é a mesma batata comprada em qualquer mercado, grande ou pequeno, na feira de rua ou na quitanda. Essa batata é a mesma que está lá à venda há 1 mês. Essa batata saiu do mesmo Ceagesp que a Renata faz compras, só que antes de chegar na mesa da dona Terezinha, mãe da Priscila, passou por uma meia dúzia de caras que carregaram e revenderam a pobre da batata. Essa batata, em uma mesma curva, superfaturou e despencou de qualidade em sabor e durabilidade. Ou seja, a dona Terezinha, mãe da Priscila, vai comprar a batata, pagar o olho da cara, carregar até em casa morro acima, e em uma semana essa batata estará podre. Por causa de quem? Dos intermediários, claro.</div>
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Os intermediários do show do Foo Fighters (e de todos os outros shows internacionais no Brasil) são grandes filhos da puta. E já sabendo disso, eu, ali encostadinha na grade de alguma grande coisa que algum grande filho da puta resolveu colocar no meio do estádio, me consolei ao ver o Dave só pelo telão. Aquela barba. Aquele cabelo. Aquele humor. Aqueles diálogos incríveis. Aquela inteligência, que fez com que, de repente, ele aparecesse atrás das barracas de lona dos filhos da puta da tv. Ou seja, ali, bem pertinho de mim. E aqui vai o meu salve para os produtores do show, que colocaram uma passarela para o cara andar além do palco, mesmo nesse país de filhos da puta.</div>
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Vai dar piti pela minha última frase, porque você é brasileiro e não desiste de ser filho da puta nunca? Pois eu ainda não acabei o meu post: eu lá, na grade, me consolei por ver um show por um telão, lá longe, de boa, curtindo minha música, dançando e cantando sozinha. Eu, na minha bolha de paz. Sabia cantar todas as músicas do show, até as menos famosas. No lugar que escolhi pra ficar permaneci até o fim do show. Do lado do bombeiro, camarada de boa. E o mundo seria um lugar bem melhor se todo mundo estivesse se comportando igual eu e ele. MAS NÃO. As pessoas andam o show inteiro. Se você não está lá no gargarejo, no meio da muvuca, morrendo de sede, com o braço suado e enrolando nos cabelos da menina que está na sua frente que insiste em deixá-los soltos, encostando nos outros braços suados das pessoas que estão dos seus lados, sentindo a pessoa de trás te encoxando e sendo levada pra todos os lados e torcendo apenas pra não cair e não ser pisoteada, você está lá atrás. E se está lá atrás, tem gente andando pra lá e pra cá, o tempo todo, em todas as direções aos seus lados e, pode parecer incrível, mas a sensação é a de que você está sempre no caminho de todo mundo.</div>
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Agora me fala: pra que, inferno? PRA QUE? Por que vocês não fazem igual à pobre infeliz aqui, que escolhe um lugar pra ficar E FICA até o show acabar? Por que? Você tem incontinência urinária? Passou o dia na fila e precisa ir ao banheiro? Quantas vezes você vai ao banheiro por show? Ah, precisa comer? Porra, mas não passou o dia inteiro na fila fazendo nada além de comer? É bebida o que você quer? Não tem as tiazinhas passando no meio da multidão com aquele isopor bem na minha cara logo quando eu consegui um espaço ridículo entre duas cabeçonas pra enxergar o show?</div>
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Fica aquele bando de gente, andando pra lá e pra cá, sem prestar o mínimo de atenção no show, atrapalhando quem pagou e quer VER a banda tocar. Só isso que eu quero, gente. Ver e ouvir o cara cantar. E então, quando a pessoa abstrai porque não dá pra colar Super Bonder na cadeira igual faziam na escola e resolve que não, não é um bando de baratas tontas passando em todas as direções que vai estragar o meu show, de repente a pessoa que está na sua frente vai lá e LEVANTA A MÃO COM CELULAR PRA FILMAR O SHOW BEM NA SUA CARA E TAMPA TODA A SUA VISÃO.</div>
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Sério. O povo paga um show internacional pra ficar zanzando pra lá e pra cá. Paga pra ficar filmando. Paga pra não dançar nem cantar porque... será que eles sabem? Ou será que alguém falou "pô, cara, vou no show do Foo Fighters" e o cara pensou "Full Faiters, não sei o que é isso, mas se é o point vou também". A impressão que eu tenho é que todo mundo vai em tudo, sabe de tudo, passa horas na madrugada pra ver o Castelo Rá-Tim-Bum ou debaixo de sol pra ver as esculturas lá de cabeção, mas sem prestar atenção em nada, sem pensar sobre nada, nem se gostam ou não. A impressão que eu tenho é que todo mundo vai em tudo, paga tudo, fica na fila de tudo... pra tirar selfie. Pra postar no Facebook. Pra dar check-in e dizer pra todo mundo que foi. Ah, você foi em tudo, meu filho? Foi na maior exposição do momento, foi no show do ano, foi no melhor restaurante e assistiu ao filme mais falado? E sobre o que era o filme mais falado? O que você achou do prato que experimentou no melhor restaurante? O que foi que Dave Grohl falou entre suas músicas? E quais músicas cantou, além de Everlong, Best of you e Learn to Fly? Até Dave, o melhor capricorniano que conheço além de babybrother, tirou sarro da galera que só sabia cantar o ôôô de Best of you. E você, reparou que o cara tava tirando sarro da sua cara? Ou você estava ocupado tirando uma selfie bem na cara da Renata, que foi ao show somente, olha que absurdo, pra ver e ouvir o cara cantar?</div>
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Os intermediários são sim filhos da puta. Mas o resto da população também é. E aí eu penso, minha gente, que apesar da dona Terezinha, mãe da Priscila, comprar a batata semi-podre no Extra no sábado na hora do almoço primeiro do mês e logo depois do pagamento, não ir ao show do Foo Fighters, tem muita gente que faz a feira do mês no Extra e vai ao show. E pra esse povo, a batata semi-podre é mais que o suficiente.</div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiz8Nt9Gu1pj34EKU7cN9_tV7LSMfXTN83dBl-MxJoWdsDUUdNPq9E0Xy4MThKL-QGNh2xVcvsgwpbUkc3SB7dY6f3oEnrwjSYEbUgFVxYChgezr8L8H0XV0LTTnSFdNRA-_9i-C8H2MbY/s1600/dave-763707.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiz8Nt9Gu1pj34EKU7cN9_tV7LSMfXTN83dBl-MxJoWdsDUUdNPq9E0Xy4MThKL-QGNh2xVcvsgwpbUkc3SB7dY6f3oEnrwjSYEbUgFVxYChgezr8L8H0XV0LTTnSFdNRA-_9i-C8H2MbY/s320/dave-763707.jpg" height="227" id="BLOGGER_PHOTO_ID_6112078902281625170" width="400" /></a></div>
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Renatahttp://www.blogger.com/profile/08352266757838057451noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5080576489005034515.post-51035843696330595132015-01-29T16:26:00.001-02:002015-02-07T13:29:18.448-02:00Nuvens dançam sob meus pés<div class="mobile-photo">
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Quando a gente entrou naquela loja do shopping, eu não imaginei o que viria tão depois. Sei que as meninas enlouqueceram com os vidrinhos de perfume de bolsa, cada uma pegou um, de "siga aquela flor amarela", passando por "quem vai pegar o buquê lilás" e "pra onde levam esses olhos castanhos". Eu, que nunca tinha comprado um perfume na minha vida, olhava outras coisas enquanto esperava, até que uma delas correu para o meu lado e disse "achamos o seu, achamos o seu! É a sua cara!". Eu, em meio a elas, fui ver o tal perfume que era a minha cara.</div>
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O mais discreto de todos, com a embalagem branquinha, era o "nuvens dançam sob meus pés". Eu, que nunca tinha comprado um perfume na minha vida, analisei nome tão sugestivo e duvidei que compraria, até sentir o cheirinho suave, nem muito doce nem muito amadeirado, nem forte nem fraco, nem isso nem aquilo. Simples, como eu. E eu comprei, levada pela animação delas, pelo momento e pelo compartilhar o fato de cada uma ter um perfume da loja. Combinamos de escrever posts, cada uma com seu nome de perfume. Isso, há mais de 2 anos. Quase todas escreveram, mas eu nunca escrevi. Talvez porque estivesse esperando a hora certa.</div>
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Eu, que antes desse nunca tinha comprado um perfume na minha vida, semana passada fui ao shopping pra comprar o vidro grande dele, porque desde então eu só renovava a minha versão de bolsa. E no caminho para a loja pensava no assunto. Ele virou o meu perfume. O cheiro que me caracteriza. É por causa dele também que alguém me diz que eu sou cheirosa.</div>
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Alguém-me-diz-que-eu-sou-cheirosa. E não é uma amiga, tipo a Anna Vitória, que foi a primeira coisa que me disse quando me conheceu pessoalmente. Não é uma tia, não é minha avó. Alguém me diz que eu sou cheirosa. E é sempre. É passando o perfume ou não. É estando realmente cheirosa ou não. Alguém me diz que eu sou cheirosa como complemento de "você é linda". Alguém me diz que eu sou cheirosa entre os beijos apaixonados, entre os abraços de urso, entre as corridas de mãos dadas na chuva, entre os encontros escondidos Avenida Paulista afora em horários improváveis. Alguém me diz que eu sou cheirosa enquanto saio apressada e descabelada, mas mesmo assim pronta pra mais um dia, independente da programação.</div>
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Alguém me disse que eu sou cheirosa e era véspera de Natal, à lá Bridget Jones. Alguém me diz que eu sou cheirosa mesmo se eu estiver usando calcinha bege. Alguém me diz que eu sou cheirosa enquanto me olha nos olhos com aquele olhar tão azul, cheios de cumplicidade, e pergunta se eu quero casar e enquanto me pede um filho.</div>
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Renatahttp://www.blogger.com/profile/08352266757838057451noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-5080576489005034515.post-74766890093756922562014-03-23T14:38:00.000-03:002014-03-23T15:03:47.440-03:00Sobre o heavy metal na minha vida<div style="text-align: justify;">
Eu era uma criança paulistana comum. Com pais que trabalhavam, eu ia pra escola e voltava, fazia a lição de casa, brincava com minhas bonecas, ouvia as músicas da Angélica. Era filha única. Eu tinha oito anos. Meu pai nessa época tinha um açougue e às vezes eu ia lá comer um Polenguinho. Com ele trabalhava um rapaz vizinho, o Claude.</div>
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Claude tinha 16 anos, exatamente o dobro da minha idade. Até hoje quando nos encontramos na rua e eu o vejo com os mesmos olhos verdes e o cabelo castanho cacheado e comprido (agora ele tem alguns quilos a mais) eu lembro de quando ele passava na rua com as roupas pretas e acessórios com tachas. Claude trabalhava e conversava sobre música com o meu pai, que tinha 30 anos na época. Era 1988 e o Guns N' Roses começava a estourar. Claude emprestava LPs para o meu pai, que me acordava todos os dias tocando cada dia um rock diferente no último volume e me dizendo que um dia eu ia gostar.</div>
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Meu pai não estava errado, mas Claude nem deve sonhar que ele influenciou não só o meu gosto musical, como também o gosto do meu irmão, que nem sonhava em nascer naquela época. Pois Claude apresentou todas as "novas" bandas de rock e metal (porque o meu pai sempre foi roqueiro de Queen a Black Sabbath) e meu pai passou a ouvi-las tanto que hoje meu irmão tem 24 anos mas a banda preferida dele é o Guns.</div>
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Eu, ontem, no caminho para o show do Metallica, quando levantei no ônibus para descer no ponto mais perto do estádio, e junto comigo levantaram mais uma meia dúzia de tatuados e vestindo preto, sorri internamente. Pelos olhares amedrontados das "pessoas normais" que também estavam no mesmo ônibus. Por fazer parte da galera de preto. Pelo olhar de orgulho que recebi dos colegas de preto. Por estar vestindo pela primeira vez uma camiseta de caveira na vida. Por andar até o estádio ouvindo não as conversas fúteis que ouço as pessoas falando nos shows onde o público é mais novo. O público do Metallica comenta de política, de filmes, de tecnologia. Por ver pessoas reclamando de dor na perna, assim como eu, e me sentir inserida. Esse é o meu mundo, esse é o meu clube (e haja tatuados e cabeludos!). E, chegando lá, passado o medo inicial por ver 65 mil pessoas, em sua grande maioria homens muito maiores que eu (e olha que eu nem sou pequenininha), ver que eles pediam licença ao passar e tentavam ser educados. Por ver que eles respeitam as mulheres. Por, apesar da empolgação, ver que ninguém encostou em mim. Ninguém brigou perto de mim. E, apesar da maconha rolando solta, eu não ouvi um palavrão.
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
No palco, uma banda de cinquentões do heavy metal, mas cheios de simpatia. Cheios de humildade e interação. Eles têm aquele olhar de banda que sabe que está ali por causa da galera. Têm a ternura de uma banda que toca na chuva com as pessoas. Têm a sensibilidade de fazer um show cujo público escolheu TODAS as músicas do repertório. E eles tocaram com emoção, apesar de cada uma já ter sido tocada milhares de vezes em suas vidas. Têm a segurança em saber que, ao receber um fã no palco, não precisa necessariamente sair beijando na boca dele pra dar ibope (aprenda, Mr. Jon Bon Jovi).</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Foi um dos melhores shows que eu já vi em toda a minha vida. E meu pai suspeitou que eu estava lá (eu só contei que ia num show, não contei de quem), minha mãe torceu pra eu não bater em ninguém (até parece que eu sou louca de bater em alguém no show do Metallica - eu só bato em gente que acha que é homem no show do Bon Jovi), minha avó nem sonhou que eu estava lá (vestindo camiseta de caveira ainda, imagina) e Claude... se ele soubesse não ia acreditar!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://perolas.com/wp-content/uploads/2013/02/heavy-metal-x-jesus.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://perolas.com/wp-content/uploads/2013/02/heavy-metal-x-jesus.jpg" height="361" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<!--3--></div>
Renatahttp://www.blogger.com/profile/08352266757838057451noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-5080576489005034515.post-468277733276936152014-03-08T10:11:00.000-03:002014-03-08T10:54:21.119-03:00E olha que eu nem bebi<div style="text-align: justify;">
Um dia de semana normal. Vida normal. Eu, feliz, acordei de madrugada como sempre, tomei café como sempre, dirigi até o estacionamento como sempre, peguei metrô como sempre. Meu caminho para o trabalho de todos os dias, como sempre. Eu amo a minha rotina. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sempre achei que é no caminho para o trabalho que as coisas mais inusitadas acontecem. Desde a época em que o "trabalho" era a escola, era no ônibus que eu ouvia as conversas do tipo "ô, Cleidê, então, o José Ricardo, minina, arteiro que só, pois engravidou a Juliana Carla, filha da Neide, cê acredita?". Ah como eu me divertia com as conversas que ouvia no ônibus. Até hoje, em dias que eu preciso correr Avenida Paulista afora, por causa de manifestações. Assim é a vida de aventuras no espaço de tempo que estou entre casa-trabalho e vice-versa. No metrô, mesmo menos interessante que um ônibus, já que acaba sendo um tempo mais rápido e com pessoas mais apressadas, há menos causos e histórias alheias pra ouvir. Mas nem por isso há menos emoção. Pois a amiga até arrumou um romance em 10 minutos que fica dentro de um metrô!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Enfim, estava eu em um dia de semana normal, indo para o trabalho normalmente, sentei no lugar do metrô e aguardei a chegada na estação que eu desço. Na estação seguinte, como sempre, entraram mais várias pessoas, dentre elas um homem de meia idade com uma enorme mala preta e sentou no lugar perpendicular na minha frente. Metrô, né. Sabe como é. A gente não tem nada pra olhar por além das janelas (já que a linha que eu pego passa todo o percurso por baixo da terra) e começa a reparar nas pessoas. Eu, pessoa que odeia cruzar olhares com desconhecidos, costumo reparar em sapatos. Tenho curiosidade pra saber que livros as pessoas estão lendo. Reparo em modelos de bolsas. Nesse dia, reparei na mala do homem. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Simples, preta, de tecido mais resistente, daqueles que geralmente as pessoas usam pra fazer mochilas. Porém grande, daquele tamanho maior de malas. Quase um metro de mala, se duvidar. E o homem era mestiço com japonês. "Vai fazer baldeação e descer na estação Liberdade", pensei. E absorta em meus pensamentos, fui me distraindo até ouvir piados de passarinhos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Em volume bem baixo, eu ouvia vários passarinhos piando. A princípio esse som entrou na minha mente imperceptível, mas depois passei a reparar e a pensar a respeito. Eu, no metrô. Ouvindo passarinhos. Que por mais que estivessem entrado no subterrâneo, seria impossível ouvi-los com o barulho do próprio metrô. Meus ouvidos. Talvez fosse hora de visitar um otorrino, já que meu trabalho usando fones de ouvido constantemente pode ter começado a prejudicar a minha audição. Mas daí eu deveria ouvir apitos, e não passarinhos. Foi então que eu reparei novamente no homem. E em sua grande mala preta. E descobri, incrédula, que os piados dos passarinhos vinham da mala. Baixinho, porém muito perceptível. E então eu arregalei os olhos e fiquei muito assustada com o que eu estava presenciando ali.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Passei a olhar para as outras pessoas no metrô, como quem está no meio da multidão e NÃO ACREDITA que ninguém mais percebeu o que está acontecendo. Sabe gente que reclama? Do governo? Da fila do banco? Gente que começa em tom de voz mais alto com "é um absurdo"? Então. Eu, relativamente menos barraqueira que a maioria da humanidade, tive minha expressão corporal igual às dessas pessoas, mas sem falar nada. Passei a me mexer loucamente no banco, olhando para os lados, olhando pra trás, com olhar indagador de MAS É UM ABSURDO QUE VOCÊS NÃO ESTÃO VENDO ISSO. Ali, bem na minha frente, dentro do metrô, em plena São Paulo, em horário de pico... havia um contrabando de pássaros. Em uma mala enorme e preta sendo carregada por um japonês. Assim, diante do nariz de todo mundo. Loucura. Absurdo. ALGUÉM LINCHE ESSE HOMEM QUE ESTÁ AQUI NA MINHA FRENTE, peloamordedeus. Ao mesmo tempo em que eu olhava nos olhos das pessoas e esperava uma viva alma que levantasse a voz pra dizer SEU BANDIDO SAFADO CONTRABANDEADOR DE PASSARINHOS eu pensava nos pobres passarinhos. Ali, dentro daquela mala preta e enorme. Sem ar. Enfiados uns em cima dos outros, em condições precárias, em jaulas sem água e sem comida. Perdendo as penas, os coitadinhos. Com certeza a grande maioria morrerá até chegar em seu destino. Esse homem deve ter colocado um forro de papelão entre suas gaiolas e a mala, a fim de abafar o som de seus piados agonizantes. Mas eu tenho uma audição perfeita. Ainda mais agora trabalhando com fones de ouvido. Eu ouço tudo, maravilhosamente. Meus ouvidos apuraram minha audição, devido ao uso. Quase como O Demolidor. E mesmo com toda a sua estratégia de abafar o som dos passarinhos, seu desumano, eu consigo ouvi-los. Consigo mensurar sua dor. Seu sufocamento. Tomara que esse homem morra antes de chegar na estação Liberdade. Porque aqui nesse metrô todo mundo é surdo, mas a justiça divina nunca falha. E quando ele levantar desse banco e tiver um infarto bem aqui no meio da população....</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
.... e então o homem abriu um bolso daqueles menores do lado de fora da mala. E tirou o celular. E desligou o alarme. E o barulho de passarinhos cantando parou.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E eu levantei na minha estação e fui trabalhar com a maior cara de tacho desse mundo.</div>
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/_QFL-9aHGKOE/TFMZYSLaWQI/AAAAAAAAFxc/Df-Zbs0BNFs/passaros.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/_QFL-9aHGKOE/TFMZYSLaWQI/AAAAAAAAFxc/Df-Zbs0BNFs/passaros.gif" height="130" width="320" /></a></div>
<br />
<br />
<br />Renatahttp://www.blogger.com/profile/08352266757838057451noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5080576489005034515.post-64576630460803201492014-01-01T11:06:00.000-02:002014-01-01T11:27:55.673-02:00<div style="text-align: justify;">
"É só mais um dia. Passados os fogos, minutos depois, tudo o que acontece é que é um dia comum. Como qualquer outro."</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- funcionário do estacionamento 24 horas cujo qual deixamos o carro neste Réveillon. Ele trabalhou na virada, sentado em um banco, em um cubículo, sozinho e sem tv. Aproximadamente 2:30h da manhã.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E eu bem acho que ele tem razão.</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://zuados.com.br/wp-content/uploads/2013/12/Feliz_Ano_novo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="237" src="http://zuados.com.br/wp-content/uploads/2013/12/Feliz_Ano_novo.jpg" width="400" /></a></div>
<br />Renatahttp://www.blogger.com/profile/08352266757838057451noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5080576489005034515.post-16575626914388803912013-11-09T10:44:00.000-02:002013-11-09T10:44:11.152-02:00Sobre pertencer. Ou não.<div style="text-align: justify;">
Novembro. Eu sempre gostei desse mês. Não pelo mês em si nem por todos os escorpianos que ele traz, nem pelo calor de quase verão (que felizmente ainda não demonstrou as caras esse ano) nem pelo final do ano que se aproxima e lá vem aquele povo botar aqueles pisca-piscas HORROROSOS azuis nas sacadas do apartamento e que eu sou obrigada a ver quando olho das minhas janelas. Eu gosto do final do ano, mas especificamente da última semana de dezembro, e só. Odeio os preparativos, odeio as ruas cheias de gente, odeio esse povo gastando o dinheiro que não tem pra dar presente para os outros e odeio a muvuca toda. Odeio, inclusive, o amigo secreto do trabalho que nunca teve desde que eu entrei mas que agora eu já prevejo que tenha só por conta dos caciques novos que entraram e são, teoricamente, "festeiros" (mentira, eles querem só se enturmar pra conhecer as pessoas com intenções duvidosas). </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu gosto de novembro pela sonoridade da palavra. Acho novembro um mês pomposo. Chique. Menos coxinha que dezembro. Menos preguiçoso que fevereiro. Menos absorto que julho. Novembro é um mês, mas se fosse uma pessoa seria daquelas pessoas altas e magras. Mulher de cabelo joãozinho e que usa vestido estampado longo ou macacão de malha esvoaçante. Novembro é um mês longilíneo. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E eu aqui, em novembro, do alto da minha vida cheia de afazeres e com o pensamento de gente velha que diz que precisava de um dia com umas 50 horas, mulher de futuros 34 anos, no sofá da minha casa iluminada e tranquila, com meu notebook e minha caneca de café. Tudo o que eu sempre imaginei ser quando tinha por volta de 10 anos. Estou aqui, vida. Como eu sempre soube que estaria um dia. Cansada, com a casa "extremamente organizada porque, para compensar, meus pensamentos são extremamente bagunçados". Aparentemente tranquila, mas absorta em minhas próprias paranóias e teorias da conspiração (att. Anna Vitória).</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Dia desses fui pega pela tia, a me hipnotizar questionando coisas e descobrindo através de minhas respostas questões íntimas minhas que quase sempre não quero mostrar. Em uma delas, descobri mais palpavelmente que ainda não cheguei nem perto de tudo o que eu quero fazer na vida. E então passei a planejar fazer. Pra isso, nem preciso do feng chui pra saber que, se eu quero comprar roupas novas, eu preciso me livrar de algumas que eu já tenho no armário e não uso tanto assim, pra poder sobrar lugar pra guardar as novas. Preciso me livrar dos livros antigos da minha estante, mas sem antes reler as histórias que eu não lembro para então saber com certeza quais livros ocupam meu espaço por estarem esquecidos e quais ocupam por fazerem parte da minha vida de alguma forma e eu só não lembro exatamente como. Da mesma forma, preciso me livrar dos pensamentos que só ocupam espaço no meu cérebro e me fazem mal lembrar, pra sobrar espaço para novos e felizes pensamentos. Preciso limpar os armários. A mente. A vida.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Em uma conversa com a amiga, ela também me fez pensar nos grupos dos quais faço parte. Os que me fazem bem e são interessantes e valem a pena o meu esforço para mantê-los. E os que não. Os que não são uma via de mão dupla, não no sentido de "se eu te dou um presente, você me devolve o presente", mas no sentido de: será que essa pessoa que eu dedico atenção tem o mesmo afeto por mim? Talvez eu conclua que não. Será que eu pertenço mesmo a este ou a aquele grupo, ou será que neste tempo dedicado por mim a eles não seria melhor se eu estivesse cuidando de mim mesma? Pertenço ou não pertenço a esta situação, a este momento, a esta discussão ou a esta festa?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Se não me convidaram pra essa festa pobre talvez seja porque eu nem sou pobre nem gosto de festas. E aí eles têm mesmo total razão em não ter me convidado.</div>
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://www.vestibulandoweb.com.br/matematica/teoria/conjuntos-9.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://www.vestibulandoweb.com.br/matematica/teoria/conjuntos-9.jpg" /></a> <a href="http://www.vestibulandoweb.com.br/matematica/teoria/conjuntos-10.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://www.vestibulandoweb.com.br/matematica/teoria/conjuntos-10.jpg" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<br />Renatahttp://www.blogger.com/profile/08352266757838057451noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5080576489005034515.post-37294186759527830352013-09-25T19:39:00.001-03:002013-09-25T19:39:31.443-03:00A magia da cultura<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Eu estava na minha vidinha normal de pegar o metrô de São
Paulo todos os dias para ir e voltar do trabalho. Ah, linha amarela. Aquela que
tem barreira de acrílico na catraca. Aquela que a gente pega 25 escadas pra
descer e pra subir todos os dias. Por isso, a linha mais perto do inferno que
existe. Mas é a melhor da cidade. E, se o metrô de São Paulo é o melhor do
mundo, então a linha amarela do Metrô é a melhor do mundo. E eu até concordo.
Tirando o cheiro de cachorro molhado por causa dos assentos de tecido e tirando
essa coisa de parecer que vai cair a bunda da galera se todo mundo não entrar
atropelando quem está saindo e correr desesperadamente como uma dança das
cadeiras para sentar nem que seja apenas por 4 minutos, que é o tempo que dura
de uma estação à outra. Tirando isso, e tirando o coreano que deixa o nariz
escorrer até a jaqueta de couro, formando aquele horroroso fio de catarro bem
na minha frente sem nem ao menos se mexer tentando disfarçar, e tirando o
casalzinho chinês, que no caminho para o cursinho, todos os dias, vai se
melando de maneira bem indecente todos os dias no metrô. Tirando todos esses
poréns, o metrô da linha amarela de São Paulo é mesmo bem boa.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p></o:p>Enquanto estamos nas dependências da linha amarela, sempre
ouvimos gravações a respeito de segurança. E, nas exatas seis horas da manhã,
todos os dias, enquanto eu espero o metrô e penso na vida, a moça da gravação
faz ares de som de fundo:<i> “A faixa amarela é sua segurança, só a ultrapasse
quando o trem abrir as portas. Se não puder embarcar aguarde o trem seguinte.”</i>
É, hoje eu tenho uma reunião às 14h. <i>“Atenção: nas escadas rolantes utilize
sempre o corrimão e deixe o lado esquerdo livre para circulação.”</i> Ai que sono.
<i>“Fique atento aos seus pertences. Leve bolsas, mochilas e sacolas à frente do
corpo, assim você protege o que é seu e não incomoda os outros usuários.”</i> Acho
que vou passar na Bella Paulista e comprar pão francês pra tomar café. <i>“Evite
acidentes. Ao embarcar e desembarcar, cuidado com o vão entre o trem e a
plataforma.”</i> Tomara que hoje a fofoca da área esteja controlada pra eu
conseguir trabalhar em silêncio. <i>“Evite acidentes. Ao som da campainha, não
entre nem saia do trem.” </i>Ai que bolsa pesada, eu acho que já estou carregando
toda a casa aqui dentro. <i>“Atenção. Não impeça o fechamento das portas, isso
atrasa a circulação dos trens e prejudica todos os passageiros.” </i>Talvez hoje
não dê tempo de ir para a natação. <i>“Os assentos indicados são de uso
preferencial para idosos, gestantes, pessoas com deficiência ou pessoas com
crianças de colo. Respeite esse direito. Ausentes pessoas nessas condições, o
uso dos assentos é livre.” </i><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
E então, em meio a meus pensamentos, de repente eu penso
estar na escotilha. Aquela, em que o Desmond esteve durante tanto tempo. Que
não podia sair pois era preciso colocar um código todos os dias quando a sirene
começava a tocar. E então agora meu plano de som ao fundo se resume a Make your
own kind of music, sing your own special song na voz da incrível Mama Cass. E
os sussurros dOs Outros. E Sawyer. Ô lá em casa. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Ah é. Eu estou no metrô. Indo trabalhar. E não no Lost.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Chegou o metrô. E tomara que o coreano do catarro não sente
perto de mim, que senão dessa vez eu vou mesmo vomitar. E as mesmas pessoas. A
mesma turminha de alunos do Liceu. A mesma dupla de mãe e filha que eu sempre
imagino estarem indo ao médico. O mesmo cara que há 15 anos atrás eu acharia
bonitinho, mas agora como eu já cresci e sou mulher sei que ele é só o tipo de
cara que é bonito por fora e vazio por dentro – e que, daquele livro do cursinho
que ele está lendo, deve estar absorvendo menos de 5% porque quando ele chegar
lá vai ter alguma menina apaixonada burra que vai tentar ensiná-lo a matéria em
vão. E a mesma menina estudante do Mackenzie, com aquele mesmo estereótipo de
cara de burra porém calça agarrada, igual à tantas outras. E então, esperando
chegar na minha estação, eu canso de olhar para os rostos das pessoas e passo a
olhar os pés. É sempre divertido olhar os sapatos das pessoas no metrô. Aquele
ali de plástico. E aquele lá com o tênis rasgado. A mulher de bico fino e salto
alto, que do alto da pose só quem já sentiu na pele é que sabe o tamanho da dor
que ela sente nos pés. E um par de coturnos. Pretos, sujos. Um amarrado, outro
não. Um dobrado ao meio, outro não. Um com a barra da calça pra dentro, outro
não. Um com os cadarços desalinhados, outro não. E eu, em meio à distração, de
repente fiquei curiosa pra saber o rosto do dono de algo tão surreal e
desalinhado nos pés. E quando meu olhar subiu do corpo dele ao rosto, dei de
cara com alguém que me encarava. E aí eu quase tive um treco. Porque ele tinha
cara de assassino. Daqueles que prendem a gente na mesa cheia de plástico. E
que antes disso já sabem exatamente quem a gente é, porque passou um tempo se
dedicando a conhecer suas vítimas. Ah é. Isso aqui não é Dexter. É só o metrô.
Mas quem me garante, que ali em meio a tantas pessoas, enquanto a gente está no
vuco-vuco da hora do pico no transporte público, quem te garante que aquela
pessoa que escorrega a mão pelo ferro do metrô até encostar na sua mão, não é
um assassino? Quem te garante que aquela criatura que espirra na mão pra logo
em seguida segurar no ferro, não acabou de esquartejar alguém, colocar num saco
de lixo e jogar em alto mar? Em meio a tantas pessoas, com certeza há, ali na
vida cotidiana, algum psicopata? Com certeza há.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Mas a minha estação chegou, e enquanto eu pego minha meia
dúzia de bolsas e saio andando com pressa em meio às pessoas, enquanto tento
desviar de velhinhas, crianças e gente louca que sai correndo pra entrar na
porta em que você precisa sair, porque o limite é o apito das portas, um rapaz
relativamente grande empaca no meu caminho até a escada rolante. Um rapaz alto.
E grande. E que usa uma blusa também maior que ele. Andando desengonçadamente.
Tanto, que eu não consigo ultrapassá-lo. E então, por trás dele, começo a
pensar que ele não tem um jeito bem peculiar. Tanto, que chego a pensar que,
caso haja alguma vida não humana entre nós aqui na Terra, se houver outro tipo
de vida tentando se disfarçar de humano.... talvez aquele rapaz não esteja
conseguindo fazer isso tão bem. Mas ele não tem jeito de ET. Ele está mais para
um Ciclope. Feito Tyson, o meio irmão de Percy Jackson. Tyson, chamando
centauros de pôneis. Colocando nome de Arco-Íris em cavalos marinhos. E
chamando Donuts com açúcar no mato.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Queria chegar logo em casa pra continuar a ler meu livro.
Mas agora eu ainda estou no metrô indo para o trabalho.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Ah, o metrô de São Paulo. Sempre tão cheio. Todo mundo
sempre com tanta pressa. Multidão de gente, todo mundo correndo pra lá e pra
cá, como formigas quando a gente pisa sem querer num formigueiro. Todo mundo
andando na mesma direção, mas sempre tem uma barata tonta no meio do caminho.
Gente pra lá e pra cá, levando com a maré qualquer desavisado indeciso que
estiver no meio. Gente. Muita gente. E então eu passo a imaginar como seria se
toda essa multidão de gente fosse zumbi. Milhares de zumbis, pelos túneis do
metrô. Cadê meu taco de beisebol? Eu preciso realmente comprar um taco de beisebol
para o caso em que um dia todo mundo vire zumbi nos metrôs de São Paulo. Porque
sabem como é: não dá pra atirar em zumbis, porque os outros escutam e isso os
chama pra perto de você. Tacos de beisebol são silenciosos. Mas são milhares de
zumbis. Muitos, vindos dos corredores. E o metrô tem muitos corredores
subterrâneos. Ai Deus, como eu vou sair daqui, do meio desse Walking Dead?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Finalmente, eu no trabalho. Reunião de diretoria. Presidente
da empresa vai falar. E eu, enquanto entendo um indiano falando inglês, penso
que ele parece alguém que eu conheço. Que ele se chama Goku, mas não é com o
das esferas do dragão que ele parece. Não. Ele me parece meio tímido. Um
indiano presidente de uma empresa, porém tímido. E, enquanto ele faz piadas
tentando interagir com os funcionários brasileiros, enquanto ele sorri com a
bochecha rosada apesar da pele morena, eu lembro com quem ele se parece. Rajesh
Koothrappali. Que bebe pra conseguir conversar com mulheres. E que, em meio a
frases inteligentes e dignas de seu cargo de doutor, fala inocentemente
absurdos mal compreendidos por quem os ouve. Ah, Raj. Acabe logo de falar e
chame Sheldon, meu grande ídolo de The Big Bang Theory.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Do meu lado, a colega de trabalho tem o rosto todo vermelho
por algum tipo de reação alérgica que ninguém sabe o que causou. A cada dia, a
pele dela está mais inchada. Os médicos se limitam a dizer que ela está
horrível. Mas eu não. Em conversas casuais, tento entender o que causou toda
essa alergia absurda. Pergunto com quais tipos de produto ela está fazendo
faxina em casa. Analiso momentos em que ela pode estar estressada no trabalho,
e a chamo em meio a eles pra ver se a vermelhidão do rosto dela melhora ou
piora. Pergunto o que ela vem comendo nos últimos dias e sugiro coisas que ela
deveria parar de comer por uns tempos. Pergunto da família dela, se há algo
parecido em alguém. Me certifico de não ser sarcoidose. Nem lúpus. Dr. House
com certeza me contrataria.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
</div>
<center>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div style="text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="360" src="//www.youtube.com/embed/qDQxuUEMiV8" width="480"></iframe></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
</div>
</center>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<br />
<br />
<br /></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: right;">
Eu quero uma casa no campo<o:p></o:p></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: right;">
Do tamanho ideal, pau-a-pique e sapé<o:p></o:p></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: right;">
Onde eu possa plantar meus amigos<o:p></o:p><br />
Meus discos e livros (e e filmes e séries) e nada mais.</div>
Renatahttp://www.blogger.com/profile/08352266757838057451noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5080576489005034515.post-3400937949983617332013-09-23T21:19:00.000-03:002013-09-23T21:38:30.575-03:0022 de setembro de 2013<div style="text-align: justify;">
Eu perdi o Rock in Rio do Bruce Springsteen pra dormir, mas tudo o que veio depois compensou isso. Coloquei o celular pra despertar às 4h da manhã e quando contei isso para as pessoas todo mundo me achou meio maluca. Mas eu não sei porque eu posso ser maluca ao acordar 4h pra fazer alguma coisa que eu vou gostar muito, mas não sou maluca quando acordo 4h da manhã pra trabalhar todos os dias, o que é fato. Ah, esse povo não sabe de nada. Calem suas bocas.</div>
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Acordei 4h da manhã feliz da vida, mas diferente do que foi da outra vez. Em 2010 eu não estava cabendo em mim em pensar no sonho que realizaria naquele dia. Mas ontem foi uma alegria mais contida, mais sã. Estava feliz, mas não estava ansiosa. Tomei meu café, escovei meus dentes, coloquei minha camiseta que tinha cortado no dia anterior e fui ao banheiro sabendo que essa seria a última vez por horas que eu podia fazer isso naquele dia.</div>
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Saí ainda com o céu escuro. Desci a rua como quem não pensa em nada além do vento no rosto e na ilusão de despreocupação. Peguei o ônibus, desci, andei pela rua deserta. E cheguei na fila que eu já sabia me esperar. Dessa vez mesmo tendo chegado mais cedo a fila estava maior que em 2010. E ainda ficaria muito mais. Concluo que o poder aquisitivo do brasileiro cresceu em 3 anos, porque a quantidade de pessoas na fila da pista premium do show era bem umas 3 vezes maior agora do que era antes. E é por isso que as pessoas pagam o absurdo de quase mil reais por um show. Porque pagam. E quem ganha com taxas de conveniência... ah como esse dinheiro chega fácil.</div>
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Já cheguei puxando assunto e sendo simpática com as meninas que estavam no fim da fila, porque é assim que a gente tem que ser quando sabe que vai passar o resto do dia ao lado daquela pessoa que antes era desconhecida. E o mesmo fez quem chegou depois de mim. E em menos de 10 minutos já éramos amigas de longos anos. E então, na alegria e na tristeza, na riqueza e na pobreza, na dificuldade e na necessidade, no fim das contas já estava todo mundo dividindo seus lanches, suas garrafas de água e a minha maçã, enquanto filosofávamos loucamente sobre as vidas dos integrantes da nossa paixão em comum, compartilhávamos experiências e conhecimento e a opinião sobre a beleza do namorado de uma, sobre a profissão da outra e sobre como o pai de alguém parecia o Patrick Swayze. Isso sem contar a amizade que a gente fez com o menino que estava organizando a nossa fila (que era bem bonitinho, mas quando perguntamos se ele pegava muita mulher com essa profissão de organizador de eventos ele respondeu que "elas só se aproximam de mim por interesse". Own, fofo.) e as VÁRIAS vezes que falamos mal da mulher que Jon beijou na boca no Rock in Rio. Rosana, vulgo Maria Bethânea (apelido que todas as fãs de Bon Jovi deram a ela) estava lá, claro, passeando pra lá e pra cá e aproveitando de ter se tornado uma sub-sub-sub-celebridade. A nós restava, além do recalque e da zoeira cada vez que ela passava (eu gritei pra ela ir arrumar o que fazer e lavar uma louça) as especulações de quem seria a próxima felizarda a subir no palco e o que jogaríamos em Bethânea caso Jon a chamasse de novo.</div>
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Após 10 horas de muita dor na bunda por termos passado tanto tempo sentadas (dor essa que permanece mesmo eu estando agora sentada no meu sofazinho confortável), 2 reais a menos que eu paguei pra ir no banheiro, um São Pedro hipocondríaco que brincava conosco mandando chuva ou sol ou chuva e sol de 5 em 5 minutos (e a gente fez um exercício danado no esquema abre e fecha e abre guardachuvas), chegou nossa hora de ver os portões do estádio se abrirem e o nosso desespero de entrar correndo loucamente por um bom lugar. Achado isso, mais algumas horas sentada (dessa vez naquelas placas de plástico com furinhos que colocam pra proteger a grama do estádio - juro que minha bunda ficou com calo, mas isso são ossos do ofício que todo fã de shows sabe que é necessário passar. Uma vez em pé, nunca mais na vida você vai conseguir sentar).</div>
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De repente todo mundo que estava sentado levantou e eu quase fui pisoteada porque demorei um pouco mais pra entender o que estava acontecendo. Todo mundo correu pra chegar na grade. E aí, mano. Mano. MANO. Não deu pra respirar. Eu nunca fiquei naquela situação na vida. Nunca. NUNCA. Da outra vez o negócio foi que a gente não conseguia levantar ou abaixar os braços, mas dessa vez ficou BEM pior. Porque as pessoas não conseguiam respirar, sabe? E então, Deus, eu agradeci. Agradeci todos os meus 1,72m de altura que quando eu estava na adolescência odiava. É lindo ser alta. É divino. É lindo poder conseguir respirar no meio da multidão enquanto alguém enfia a barriga quase dentro da sua bunda de tão encostado e a criatura da frente enfia os cabelos na sua cara. Mas a gente consegue respirar. Nossa, que máximo.</div>
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Assim ficamos, em uma luta sem fim com quem empurrava de um lado para outro e para frente. Uma multidão de pessoas, como um mar infinito. E eu lá, uma reles gota d'água. Enquanto esperávamos o início do show tocou Welcome to the Jungle, Guns 'n Roses. E então eu eu achei a música bem propícia para o momento. Conversas daqui, brigas dali, quase não demorou pro Nickelback entrar e dar um show. Nem sou fã da banda, mas gosto de algumas músicas. E todo mundo amou, porque até os holdies são bonitos, gente. Que gente linda. E aquele guitarrista de meu Deus? Enfim: Nickelback é uma banda que antes eu achava bonitinha, mas agora assistindo o cara cantar ao vivo, a tamanha empolgação não só de quem é da banda mas também do pessoal da organização e a vontade de fazer uma coisa bacana imperou e me surpreendeu bastante para o lado bom. E agora eu vou gostar mais deles ainda. "Vocês estão bem? Vocês estão curtindo a nossa música? Mentira, vai. Vocês vieram aqui pra ver o Bon Jovi!". Ô dó.</div>
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Depois de músicas lindas, um show de simpatia e disposição e uma performance incrível de Ryan Peake (eu sou esperta, já procurei o belezinha), quando Nickelback acabou de cantar só restou a nós a reclamação pelo espaço que ainda estava difícil até de respirar. Mas não demorou muito para o mais lindo de todos os lindos da face da terra entrar no palco.</div>
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E nossa, como está lindo. Como continua lindo. E felizmente dessa vez, apesar do aperto e do empurra-empurra eu pude ficar novamente bem de pertinho. Que olhos azuis. Que pele branquinha. Que biquinho. Coisa linda. Ele entrou cantando as mesmas músicas que cantou no Rock in Rio, mas depois de três ou quatro músicas ele parou. E contemplou. E amou. Todo mundo juntinho batendo palmas e balançando as mãos como ele pedia. Todo mundo participando e gritando e cantando e levando bexigas e confete e vários cartazes com escritos do tipo "eu sei cantar as músicas" com referência à Bethânea, tão nossa conhecida, que subiu no palco mas não soube cantar a música que Jon tocava no momento. Então Jon comentou que isso sim é o que ele queria. Que São Paulo é melhor que o Rio. E aí pronto. Morumbi veio abaixo e a alegria toda foi mútua. Jon se transformou na criatura agradável e participativa que é na maioria dos shows e cantou feliz e animado e LINDO todas as músicas do set list.</div>
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Lindeza à parte, nem tudo foram flores. Estava eu aos pés de Jon, tremendo empurra-empurra e com dificuldade de respirar, já disse. Do meu lado, um cara com a mulher. Que de repente resolveu que ia me bater.</div>
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O retardado resolveu brigar porque estava todo mundo empurrando. Mas não resolveu brigar com todo mundo, ele quis brigar COMIGO por isso. Porque segundo ele eu estava deixando as pessoas passarem pra frente, o que tirava ele e seus pés de gay do lugar onde ele gostaria de ficar. E me empurrava de um lado, enquanto uma mina franzina tentava se enfiar EM MIM pelo outro lado. Mas com gente franzina eu já estou acostumada e nem me preocupo. Elas são tipo igual mosca rodeando sopa, você tampa a sopa pra ela não pular e pronto. Mas ficou um de cada lado me empurrando até o momento que eu me enchi e virei O Incrível Hulk e com cada braço eu empurrei os dois um pra cada lado gritando pra que deixassem de ser retardados e parassem com isso. E o cara, com ar de deboche: "eu estou morrendo de medo dos seus gritos" para o qual eu respondi "mas da minha mão na sua cara você está, né?" E então foi nessa hora ou pouco depois que ele disse que ia acabar com o meu show e eu levei uma cotovelada na costela. O cara me empurrou absurdamente como se eu fosse a prostituta da mãe dele. E aí, mundo, não prestou. Do mesmo jeito que ele me empurrou eu fiz exatamente a mesma coisa com ele. Só que com o agravante de eu ter descoberto nesse momento que sou mais forte que aquele cara. Ah, o que um babybrother de 2 metros de altura e que pesa 100 kg não faz? Anos de treino! Eu empurrei o cara e junto com ele foram a mulher e as vagabundas todas que estavam com ele. E então eu olhei bem pra cara dele e falei que ele deveria ir no show do Metallica, porque é um covarde que vai no show do Bon Jovi pra bater em mulher. E a mulherada ao meu redor começou a se manifestar e a gritar e chamamos a segurança que mandou ele sair. A vaca da mulher dele defendeu o imbecil e eu olhei bem pra cara dela dizendo que o cara tinha me dado uma cotovelada na costela, questionei se foi mesmo com esse covarde que ela resolveu casar e se ele faz isso com ela em casa também. E então eu, as meninas ao meu redor e a segurança calamos a boca do casal esdrúxulo, que se afastou de nós e agora espero que estejam se fodendo na puta que os pariram. (desculpem pelo absurdo de palavreado desse parágrafo, mas eu estou realmente revoltada até agora com essa situação).</div>
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Sabe. Quando eu era pequena e minha mãe ia me buscar na escola ela sempre me ensinou que se alguém me batesse era pra eu revidar. Que não era pra passar de boba. E que se chegasse em casa machucada ainda ia apanhar. E eu a agradeço por isso. Eu posso ser rabugenta e briguenta, mas pra eu sair na mão com alguém tem que ter alguma coisa muito extrema. Mas é só alguém mexer comigo pra eu entrar na porrada e não sair mais até ter matado o energúmeno ignorante. Aquele cara ouviu tanto, porque eu gritei pro estádio inteiro ouvir que ele era um covarde imbecil que bate em mulher porque estava nervosinho pelo empurra que se ele tiver o mínimo de consciência e tiver prestado atenção no que eu falei não deve nem ter dormido à noite. E depois que acabou o show eu saí gritando e apontando pra ele e dizendo pra todo mundo que passava que aquilo ali era covarde que batia em mulher. Mas mesmo assim toda a raiva que eu senti por esse idiota ainda está aqui tão presente que eu tenho até vontade de stalkear todo mundo que comenta no facebook sobre o show só pra achar onde o cara mora e esperar ele na rua pra esfregar a cara do filho da puta no asfalto. Porque eu fiquei puta. Eu bati na mesma proporção, mas se eu tivesse uma arma era ali e nele que eu ia usar. Não tenham dúvidas.</div>
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Mas ódio doentio pelo imbecil à parte, devo dizer que o show foi lindo. Que os fãs paulistas tiveram a decência de não questionar a falta de Richie na banda enquanto Jon se apresentava, e pra ele isso aliado à toda a participação e alegria do público teve muito valor. Jon abusou de sorrisos e gracinhas e comentou várias vezes o quanto estava feliz com tudo. Agora ele pode finalmente provar a Richie que ele, Jon, consegue sim, sozinho, sustentar um estádio de mais de 60 mil pessoas. Mesmo no subdesenvolvimento e desorganização brasileiras.</div>
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O show foi lindo e extremamente emocionante, mesmo que dessa vez eu não tenha chorado. Jon continuou cantando só as músicas mais novas, acredito mesmo que pela falta de Richie em fazer os solos e a segunda voz que é mais presente nas canções antigas. David, bonzinho como sempre, em seus ótimos teclados e sustentando felizinho todas as decisões de Jon.</div>
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Livin 'on a Prayer, a última música tocada na noite, foi regada a um temporal que caiu sobre nossas cabeças e nos ensopou de tal forma que eu não sabia se conseguiria chegar em casa sem um barco. E na imensidão do estádio do Morumbi andamos ainda todos juntos e sem fôlego, mas agora com capas de chuva rasgadas e vestidas porcamente rumo à saída.</div>
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Conclusões da noite:</div>
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1 - Bon Jovi é e sempre será uma das bandas favoritas da minha vida.</div>
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2 - Jon Bon Jovi sempre será meu modelo número 1 de beleza masculina, não importa qual idade e corte de cabelo ele tenha.</div>
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3 - O show foi lindo, mas não emocionante. O que prova que talvez os melhores dias da vida da gente só existam uma única vez. Não dá mesmo pra tentar repetir, nada nunca vai sair tão perfeito como da primeira vez.</div>
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4 - O Brasil é lindo e eu sou super patriota, mas os brasileiros são uma população de merda. Nunca terão educação. Nunca poderão se comparar aos europeus ou americanos no quesito respeito com o próximo.</div>
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5 - Talvez esse seja meu último show visto tão de perto. E talvez tenha sido a última vez que eu tenha visto Jon Bon Jovi pessoalmente. :~</div>
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Em tempo: nem tudo aqui nesse fim de post é melancolia. Das amizades que eu fiz na fila, uma das meninas me avisou pra procurar um certo vídeo no youtube. Eu procurei, encontrei, e achei tão bonitinho que decidi compartilhar com vocês. Assistam! O vídeo é de outubro de 2007 e diz muita coisa sobre o meu ídolo tão antigo e tão amado.</div>
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<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="360" src="//www.youtube.com/embed/B0HTmxA7dIQ" width="480"></iframe></center>
<br />Renatahttp://www.blogger.com/profile/08352266757838057451noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5080576489005034515.post-17177174493114442372013-09-21T11:55:00.000-03:002013-09-21T11:55:36.288-03:00Da melancolia da música<div style="text-align: justify;">
Rock in Rio 2013. Sexta feira, 20 de setembro. Bon Jovi cantou com apenas metade da banda. E foi muito triste.</div>
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Eu, aqui, mesmo sabendo que isso aconteceria, estava animada. Apesar do sono incrível depois de estar quase virada por ter visto Metallica na noite anterior. Mesmo assim, Bon Jovi é Bon Jovi. É tudo o que envolve a trilha sonora da minha vida.</div>
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E então começaram as notícias a respeito de ele não querer dar entrevista para o Multishow. De estar mal humorado. De não olhar para os lados e demonstrar irritação. E foi só quando ele pisou no palco que eu entendi todas essas atitudes anormais quando vindas dele, sempre tão simpático e galanteador. Jon está triste.</div>
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Eu, na minha adolescência despreocupada, sempre amei música, mas nunca fui muito de me prender a detalhes. Nunca fui esse tipo de pessoa inteligente que só gosta da música se prestar atenção na letra e gostar. Eu nunca prestei atenção nas letras de músicas internacionais. Pra mim a melodia e voz do cantor sempre bastaram. E as poucas vezes que eu tentava ouvir a letra sempre me decepcionava com o conteúdo da música tão amada. Ossos do ofício de ter odiado inglês durante mais da metade da minha vida até hoje. Ou do resquício "este Romeu está chorando mas você não consegue ver esse choro".</div>
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Pra mim Bon Jovi sempre foi só Jon Bon Jovi e suas caras e bocas. Até que eu saísse da adolescência e me aprofundasse de maneira mais madura em tudo o que eu gosto. Capricornianos são velhos em corpos de jovens, já diz a astrologia. E eu sempre acho agora que tudo o que eu gosto tem que ser baseado em alguma coisa profunda e intensa.</div>
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Faz poucos anos que eu passei a me interessar pelos outros integrantes das bandas que eu gosto nessa vida. E me distanciei da origem de Bon Jovi ser somente Jon. De Aerosmith ser somente Steven Tyler. De Foo Fighters ser somente Dave Growl. De Guns ser somente Axl. De Queen ser somente Freddie. E isso se deu principalmente depois que eu passei a baladar nos shows e casas de rock da vida. Passei a acompanhar a virilidade dos bateristas. O charme dos guitarristas. A deselegância discreta dos baixistas. A sensibilidade dos tecladistas. Tudo o que uma banda precisa ter além da paixão de um vocalista.</div>
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Já faz tempo que ficou claro pra mim que uma banda é sempre uma composição de pessoas focadas em um comum. Mas foi só ontem que eu reparei a real falta que um desfalque faz. Só ontem eu entendi o que é a falta de um membro do grupo. E, se antes eu achava que um real desfalque em uma banda era percebido somente com a ausência de um vocalista, todo esse pensamento caiu por terra.</div>
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Richie Sambora sempre foi um nome pouco interessante na minha vida. Incomparável com Joe Perry, por exemplo. Muito menos incomparável com Slash ou Robert Trujillo também. Richie pra mim sempre foi um mero coadjuvante. Até que eu fosse no meu primeiro show do Bon Jovi da vida, em 2010. E, sem saber, ficasse ali posicionada na grade exatamente na frente de Richie. Por conta das amizades que eu fiz na fila, fãs dele, e que sabiam exatamente qual era o lugar dele no palco. Eu, fui na onda, e quando Jon entrou fiquei meio decepcionada por não ter ficado exatamente ali na frente dele. Mas foi só por alguns instantes. Foi só até Richie se mostrar o integrante mais interativo da banda. Simpático como poucos, passou o show inteiro brincando e sorrindo e conversando conosco, ali pertinho dele. Richie também se mostrou incrível com suas lindas guitarras, em especial a épica com dois braços. Richie me provou o quão importante é pra Bon Jovi. Mas eu só senti o que isso significa ontem.</div>
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Entre tantos shows, quase todos com integrantes "trabalhados no pó" loucamente, Rock in Rio se destacou pra mim como artistas com loucura insana. Desde Rogério Flausino não se contentando em somente cantar as músicas de Cazuza, mas querendo imitar também a opção sexual do outro, passando por Dinho Ouro Preto cara que coisa linda cara e daí velho não sei cantar minhas músicas cara, cantem vocês aí cara e chegando no absurdo de Bebel Gilberto e sua "vibe" vestido branco colado, até ontem eu pensei que a única banda que eu não senti estar completamente drogada, por incrível que pareça, foi Metallica. Mas isso foi até Jon Bon Jovi entrar pra cantar.</div>
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Eu senti daqui a tristeza de Jon. O esforço em cantar músicas onde o solo era feito desde sempre por Richie Sambora. A escolha de cantar somente as atuais, porque as antigas possuem os emblemáticos gritinhos agudos de Richie, que sempre deram o toque especial em tudo. Jon mostrou irritação quando a platéia morta gritou "volta, Richie", somente agradecendo. E, apesar de ter canalizado toda a culpa de sua dificuldade em Tico Torres, internado após duas cirurgias, eu sempre soube, Jon. Você está triste sim pela ausência de Tico. Mas está muito mais pela ausência de Richie.</div>
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Em tantos anos tão envolvida no mundo musical e integrante de uma família roqueira, eu sempre fui da opinião que bandas de música devem ter um relacionamento muito mais intenso entre seus integrantes do que cada um deles deve ter com sua própria esposa. Deve ser uma relação amizade-trabalho absurda de tão íntima. É aquela coisa de passar anos convivendo com aquelas pessoas inicialmente somente amigas 24 horas por dia. Viajando junto. Sabe, eu que sou uma reles mortal já penso que é complicado viajar com alguém que não é da sua família pra passar um Carnaval junto que seja, imagine esses caras. Eles são mais que colegas de trabalho. São mais que amigos. São irmãos. E cada um deles deve se sentir muito mais à vontade em viajar com os outros do que viajar com sua própria família. É a convivência que faz a vida.</div>
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Ontem Jon Bon Jovi sentiu na alma a falta do irmão de tantos anos. Ali, do ladinho, gritando junto. Dividindo o mesmo microfone. O "incrível Richie Sambora", como ele já disse tantas vezes nos shows. Irmãos. Que brigam, como a gente briga com nossos irmãos. Eu lembro bem que a única vez na vida que briguei com meu irmão eu quase morri de tristeza. E é exatamente isso que Jon está sentindo, por trás de toda a obrigação comercial de ter que fazer um show.</div>
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Richie foi demitido do Bon Jovi por "estar com problemas pessoais" vulgo alcoolismo. E Jon Bon Jovi, apesar de provavelmente já ter passado por essa experiência durante alguns anos, não gostou que Richie não parou na reabilitação. Richie, por sua vez, não aprovou a exposição que Jon fez dele ao divulgar ao público qual era a situação do cara. Jon então informou que Richie não é importante para a banda. E Richie foi demitido. Jon quis provar a sua capacidade de enfrentar um estádio sem Richie ao lado e vestiu a carapuça da irritação. Não deu certo, Jon. O Brasil inteiro reparou.</div>
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Por trás daqueles lindos olhos azuis, da pele branquinha e perfeita, do corpo ainda tão em forma, e das reboladinhas e biquinhos, está toda a tristeza perceptível e clara em cada canção. Que ele, esperto, desfocou chamando uma baranga da plateia e beijando na boca. Ah, Jon, Tão profissional. Tão homem de negócios. E tão fugitivo de seus próprios sentimentos.</div>
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Amanhã a essa hora eu estarei lá na fila na porta do estádio. Conversando com as outras fãs indignadas com a ausência de Richie. E pensando nas relações pessoais, tão complicadas mesmo nas vidas das pessoas que a gente acha "supermans". Amanhã o show vai sim ser lindo, com todas as músicas que eu sempre amei, com toda a beleza do cinquentão mais lindo do mundo todo. Mas não estará completo. </div>
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Amanhã toda música cantada terá som de melancolia. O que, pensando bem, sempre tiveram as músicas do Bon Jovi na minha vida. O momento meu comigo mesma, pensando na vida com ar de tristeza. Amanhã o Bon Jovi será pra mim mais uma intensidade do que sempre foi. Phil X se esforçando ao máximo pra substituir Richie. Rich Scannella não chegando nem aos pés de Tico. David intermediando tudo e dando o seu melhor, como sempre. A platéia paulistana, felizmente e muito provavelmente bem mais animada que a carioca, fatalmente fará manifestações pela falta de ambos. E Jon tentando esconder seus tristes desfalques.</div>
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E o que seria a música, senão uma grande expressão de melancolia?</div>
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<a href="http://s.revista.cifras.com.br/arquivos/noticias/7/6259.346218.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="275" src="http://s.revista.cifras.com.br/arquivos/noticias/7/6259.346218.jpg" width="400" /></a></div>
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<span style="font-size: x-small;">Please, não demorem uma eternidade pra voltarem a ser fofos e felizes assim.</span></div>
Renatahttp://www.blogger.com/profile/08352266757838057451noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5080576489005034515.post-67750476931642414352013-09-19T19:03:00.000-03:002013-09-19T19:11:10.533-03:00Sobre ele. Sobre nós. Sobre mim.<div style="text-align: justify;">
Hoje eu vim aqui contar pra vocês que no próximo domingo eu vou ao show do Bon Jovi. Na pista premium, como da outra vez. E pra quem já me conhece, já sabe que no primeiro show que eu fui, foi o melhor dia da minha vida. Foi o dia que eu vivi pra mim. Pra fazer só o que eu mesma queria. Sem pensar em nada nem em ninguém. E foi lindo.</div>
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A diferença daquela vez pra essa, além da economia de posts (daquela vez eu fiz uns 20 posts e uma amiga - né, <a href="http://mvcee.blogspot.com.br/">Analu</a>?) é a sensação de tranquilidade. Eu já o conheço. Ele já me conhece. Já cantou música e fez coração pra mim e tudo. Já sei da imensidão de 65 mil pessoas cantando Always junto. Já sei que nas horas que eu passarei na fila pra ficar na grade, farei grandes amigos com os mesmos gostos que eu. E com muito mais histeria. Já sei que eu vou comprar tudo o que quiserem me vender. Já sei que tenho que separar mais de 100 reais pra comprar outra camiseta oficial. Já sei que vou ter que ir no banheiro das casas dos arredores do estádio. E já sei que não consigo fazer xixi em lugar que não tiver porta.</div>
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Sei também que a emoção da hora que ele entrar e enquanto eu estiver ali serão iguais, porém diferentes. Porque serão únicas. Sei que eu vou achar lindo cada biquinho que ele fizer. E vou achar fofa cada reboladinha que ele der. Vou chorar quando tocar Bed of Roses, Blaze of Glory e Wanted Dead or Alive. E, se duvidar, chorarei de novo em todas as outras também. Sei que ele continuará sem nenhuma ruga, perfeito pra mim como sempre foi. Perfeito como a imensidão daqueles lindos olhos azuis. Sei também que a perfeição dele deve parar ali, no palco de um show. E que, depois dali, ele deve ser uma pessoa normal, cheio de defeitos e de manias. E é por isso que a minha admiração e meu fanatismo param exatamente ali. Na hora em que acaba o show.</div>
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Sei que ele vai continuar sendo único na minha vida. Vai continuar simbolizando tudo o que já passou e tudo que ainda virá. Vai continuar sendo uma viagem por dentro de mim a cada vez que eu ouvir certas músicas. Ele vai continuar simbolizando a mim. Sei que, por mais que eu já o tenha visto assim tão de pertinho, e apesar de isso não ser a novidade da noite, enquanto eu estiver lá vai parecer tudo um sonho, como da primeira vez. Sei que enquanto eu estiver lá todo mundo que me conhece vai saber que eu estou em mais um dos melhores momentos da minha vida. E que eu estarei completamente feliz.</div>
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Sei que apesar de ser tudo igual, vai ser tudo diferente. Apesar de eu ainda ser eu, sairei de lá outra pessoa. Apesar de ficar cansada, suada, sem voz, dor até pra respirar, eu estarei feliz. Como nunca. Como sempre. E sei que, apesar da minha banda preferida atual não ser mais essa, apesar da falta enorme que Richie fará, apesar da recuperação da cirurgia em que Tico estará. Meu coração será sempre seu, Jon.</div>
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<br /></div>
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Always.</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://img2.timeinc.net/people/i/2010/specials/sma/mag/jon-bon-jovi.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="http://img2.timeinc.net/people/i/2010/specials/sma/mag/jon-bon-jovi.jpg" width="480" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: x-small;">não me olha assim que senão eu não resisto.</span></div>
Renatahttp://www.blogger.com/profile/08352266757838057451noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5080576489005034515.post-35902698261761847422013-09-08T17:48:00.000-03:002013-09-08T17:48:56.031-03:00Sobre o fim da MTV Brasil<span style="text-align: justify;">Então. Quem me conhece até já sabe o que eu vou falar sobre.
Quem me lê há tempos também sabe que eu sou saudosa de tudo e de todos. Que eu
tenho saudade até </span><i style="text-align: justify;">de tudo que eu ainda
não vi.</i><br />
<i style="text-align: justify;"><br /></i>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Eu acho triste. Bem triste mesmo. A MTV fez parte da minha
vida mesmo antes de existir. Fez parte da minha vida quando eu era ainda bem
criancinha, 5, 6 anos. Quando eu assistia clipes de música com o meu pai.
Naquela época a MTV ainda nem existia. A gente assistia alguns programas
específicos nos poucos canais da tv que existiam. Clip Trip. Mas um programa de clipe de música em um canal aleatório no
tempo em que Michael Jackson lançou Thriller com certeza fez existir o que foi
a MTV alguns anos depois.<br />
<br />
Eu conheci a MTV na casa da minha avó. Que assistia Beavis
and Butt-Head com meu tio, que deveria ter uns 8 anos na época. Eu, uns 12. Era
lá por 1992. De lá pra cá a MTV fez muita parte da minha vida.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Eu sou da época da Astrid. Da primeira temporada de
Thunderbird. Mas também sou da época que a gente só tinha uma tv em casa, com
13 canais e que só funcionavam os tradicionais 2 (Cultura), 4 (SBT), 5 (Globo),
7 (Record), 9 (Manchete, que morreu e depois virou Rede TV!), 11 (Gazeta) e 13 (Bandeirantes). Pra assistir a MTV a gente botava no canal 12 e mudava a estação de VHS pra UHS. E até hoje eu não faço ideia da diferença entre os dois. E também sou da época que as tvs não tinham controle remoto. Ou seja, a criança
de toda casa era o controle e meus pais sempre diziam a frase célebre "Rê, muda
lá pra gente". <o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Daí eu não pude assistir muito a MTV nessa época, porque
meus pais, mesmo moderninhos e roqueiros, queriam assistir o jornal ou o que
quer que seja. A mim restava apenas os programas da Cultura, época de
Rá-Tim-Bum e afins, porque meu irmão era ainda um bebê. Mas eu sempre soube a
respeito da MTV, principalmente por causa dos amigos da escola. <o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Demorou um bom tempo pra que eu tivesse uma tv no meu quarto,
mesmo porque eu não queria. ~arrependimento~. Eu, no auge da adolescência, me
trancava no meu quarto e preferia muito mais meu aparelho de som e vibrava ao
som do “dance” da época. Nem parava pra pensar que se eu tivesse uma tv poderia
ainda acompanhar a música da moda e com o plus de conhecer seus clipes. Mas ok.
Minha tv chegou no meu quarto aos 18 aos e, mesmo já tendo saído da
adolescência, adivinha qual foi o canal que eu mais assisti na tv desde então? MTV,
claro.<o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Foi também a exata época que eu comecei a namorar e por
causa do namorado meu gosto musical se expandiu além das músicas internacionais
que eu tanto gostava desde o início da vida. E aí também entrou a MTV. Ah, MTV e seu Piores Clipes do
Mundo, o melhor programa que eu já assisti na tv. Que saudade. O auge do Marcos
Mion. E eu nunca vou esquecer das performances dele imitando perfeitamente os
clipes mais famosos da vida. E os erros de
gravação dos clipes do Michael Jackson, que eu tanto amava. Só Marcos Mion "acabou”
com tudo que eu curtia, mas foi com todo o estilo e eu amei. E a reboladinha
i-gual-zi-nha à de Axl Rose em Patience? Amor.<o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Mas não foi só Marcos Mion que brilhou na minha admiração
assistindo MTV. Penélope Nova e seu incrível Ponto Pê foi histórico. E eu nunca
vou esquecer de algumas histórias hilárias que ouvi lá. Eu, no início da minha
vida sexual. Penélope foi por muitos anos a minha VJ preferida. Porque tudo o
que ela respondia quando as pessoas perguntavam absurdos era tudo o que eu
diria se estivesse no lugar dela. Amo Penélope pra sempre. E esse será o nome
da minha próxima gata, só por causa dela.<o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
E João Gordo, tão incrivelmente falando tudo o que pensa. E
Cazé Peçanha, que eu encontrei na Av. Paulista um dia, tão inteligente. E
Marina Person e Top Top, um dos programas da MTV que eu mais gostei na vida.
Morro de saudades quando escuto a voz dela no rádio hoje em dia, num programa
que ela faz sobre músicas de cinema, copiado descaradamente do Movie MTV.
Fernanda Lima no Fica Comigo, em uma época que eu nem sabia que um dia seria
apaixonada pelo marido dela todo lindo cozinhando lindamente na GNT. Até de
Cicarelli em Beija Sapo eu tenho saudade. Marimoon, a única pessoa do mundo que
tem os cabelos coloridos mas que permanecem lindos, falando de internet e sentada
toda linda naquela cadeira de plástico que vende em uma loja de móveis lá na
Rua Augusta e custa R$ 1500,00 e eu namoro toda vez que passo na frente. E Dani
Calabresa e Bento Ribeiro, gente? Melhor jornal que o Furo MTV não tinha. E eu
assistia todas as noites. PC Siqueira, estreando essa coisa tão na moda agora
de trazer pra tv programas que eram feitos inicialmente na internet. Até Bia e
Branca, em programas tão xoxinhos, eu curtia só porque elas eram alegres e
bonitinhas. E Cidão. E Chuck. E Sabrina (cuja qual eu quase morri quando Jon Bon
Jovi se convidou descaradamente pra ficar na casa dela quando viesse ao Brasil).
E Cuca. E Chris Couto. E Kika. E Kid Vinil, vindo diretamente de Clip Trip,
citado no início desse texto. E Edgard. E Max Fivelinha, histórico. Paulo Bonfá
e Marco Bianchi, totalmente excelentes.<o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Fudêncio que só se fode nessa merda, melhor desenho da tv.
E Funérea, a animação que eu queria que fosse minha amiga, no Infortúnio, o melhor programa
de entrevista que eu já vi. Me fez pensar até no que eu
gostaria que estivesse escrito na minha lápide. Massacration, a banda de rock
mais bizarra. Jackass, o programa mais absurdo. VMB, que eu não só
assisti, mas votei e torci várias vezes. E o que dizer de todos os Acústicos,
que eu amo e estou colecionando os DVDs (e quem quiser me dar algum eu vou
amar, tá? Só pra constar eu já tenho Lobão, Gal Costa e Capital Inicial. E
ainda quero Cássia Eller, Kid Abelha, Nenhum de Nós, Engenheiros do Hawaii,
Barão Vermelho, Legião Urbana, Gilberto Gil, Titãs, Rita Lee, Paralamas, Roberto
Carlos, Ultraje a Rigor e O Rappa)<o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
MTV sempre foi o melhor canal da tv aberta. E quando eu não
tinha tv à cabo na casa nova, era tudo o que eu assistia, o dia inteiro. Agora
só torço pra minha Sky não cair. Do contrário não terei mais nada pra assistir. Agora ninguém nunca mais vai ver Caetano gritar “vamo botá essa porra pra funcionar”.
Ninguém nunca mais vai ver João Gordo dar marretada na mesa por uma briga com Dado
Dolabella. Ninguém mais vai falar da “puta falta de sacanagem”. Não passarei
mais minhas tardes de domingo assistindo Rockgol, o seu único campeonato de
futebol que eu curtia assistir.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Hoje eu posso dizer que, quando assisto o Saia Justa na GNT,
minhas pessoas preferidas são Monica Martelli e Barbara Gancia. Mas eu tenho um
carinho pela Astrid, só por ela já ter sido vj um dia. E fico feliz em
assistir aquele programa fofo da Sara que ela entrevista artistas bacanas e até
chorou quando entrevistou Rita Lee. E Mariana Weickert no programa também
bacana sobre estilo que eu também não perco. Também sou feliz quando assisto
aquele programa legal do Multishow e vejo que a Didi anda viajando bastante. E
o que dizer da guinada meteórica de Tatá Werneck diretamente para a novela das
oito da Globo? E mesmo Marcelo Adnet fazendo descaradamente uma cópia ridícula
dos Micons de Marcos Mion no Fantástico, mas ok. Fico feliz em saber que ele está
bem. Melhor está, sem dúvida, Dani Calabresa no CQC que eu ainda não vi, mas mesmo
não sendo a melhor fase do programa fico feliz em saber que ela foi trabalhar
num programa tão legal quanto os que trabalhava na MTV. E Paulo Tifenthaler, que
pesquisando aqui, eu acabo de descobrir já ter sido vj. E agora eu o amo muito
mais, além do Larica Total, o melhor programa de culinária atual da tv. Mas fico
meio decepcionada quando vejo no que a Soninha se tornou. Fiquei querendo bater
a cabeça na parede quando vi o João Gordo sendo um reles jurado num programa
tipo Astros qualquer (certeza que foi Miranda quem levou, mas ele merece muito
mais que isso). Mas, no mesmo programa, já acho ok assistir André Vasco. E o
Legendários, gente? Vergonha alheia. Saudades do que Marcos Mion já foi um dia. <o:p></o:p><br />
<br />
MTV Brasil, sentirei saudades. :~<br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<center>
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="360" src="//www.youtube.com/embed/VZooplgdOD4" width="480"></iframe></center>
</div>
Renatahttp://www.blogger.com/profile/08352266757838057451noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-5080576489005034515.post-44249214154100735712013-06-08T12:23:00.000-03:002013-06-08T12:23:38.770-03:00O dia em que eu resolvi dar aula<div style="text-align: justify;">
Um dia normal. Eu acordei normalmente. Andei até o banheiro cambaleando normalmente como faço todos os dias. Escovei os dentes, troquei de roupa, passei maquiagem, tomei café e fui trabalhar. Peguei o metrô, andei alguns quarteirões, passei o crachá na catraca, chamei o elevador, abri a porta, sentei na minha cadeira e liguei a tela do computador pra ler meus e-mails. Como faço todos os dias. E então eu abri o e-mail que mudaria totalmente o meu conceito sobre dar aulas na vida.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu nunca quis dar aulas. Nem pra alunos, nem pra amigos, nem pra ninguém. Quem me conhece (e tem uma pessoa perdida no mundo que me conhece MUITO nesse sentido) sabe que eu pra explicar alguma coisa pra alguém sou a maior lástima da face da Terra. Mas tem um motivo: eu nunca tive dificuldade na escola. Eu sempre fui bem em todas as matérias. Meu boletim era todo azulzinho e as minhas menores notas, aquelas em que eu ia mal mal MAL mesmo (tipo Geografia e História) eram 6 ou C. E eu nunca fiquei de recuperação nem de DP na minha vida. Ou seja: eu sempre entendia as matérias. Os conteúdos. Eu entendia quando os professores explicavam. Minha matéria preferida era matemática e eu sempre achei fascinante como era lindo a gente fazer páginas e mais páginas de uma única conta e no fim, adivinha: o resultado era o certo. Tudo muito bom, tudo muito bem. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu nunca tive dificuldade em aprender nada (até hoje eu aprendo as coisas com facilidade e muitas vezes sozinha) e por isso mesmo nunca entendi as pessoas que têm. Esse povo que pergunta milhares de vezes a mesma coisa. Aqueles que o professor explica tudo cinco vezes e a pessoa ainda vai mal na prova. Gente que tem dificuldade mesmo, mas quando eu estava na escola achava que era só burrice. E talvez eu ainda ache. Não sei. Sei que eu, que nunca tive dificuldade, também nunca tive paciência com quem tem. E quem estudou comigo sabe muito bem que eu entendia tudo da matéria e até tentava explicar para os colegas que não entendiam. E eu explicava uma vez. Duas. Três. E se a pessoa ainda não tinha entendido, a minha reação era sempre "dá aí que eu faço pra você". Eu não tenho paciência pra explicar nada. Eu entendo tudo lindamente, mas na hora de tentar fazer alguém entender também eu sou capaz de bater pra ver se a pessoa fica mais esperta e entende. Eu tenho a delicadeza de um elefante na hora de explicar alguma coisa pra alguém.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Talvez por isso eu sempre achei lindas as pessoas que ensinam. Talvez por isso eu lembre até hoje das primeiras professoras que eu tive, lá no Jardim I. E de todas as que se seguiram depois. Talvez por isso eu lembre da admiração que eu tinha pela professora de matemática mais incrível dessa vida. E da de português, que era a simpatia em pessoa. E da professora de história que parecia ser amiga de Dom Pedro. E da de ciências que contou pra minha mãe que eu estava cabulando aula. E da de educação física que pegava horrores no meu pé. Todas, boas ou ruins, incríveis e enormemente importantes em toda a minha vida. Todas me ajudaram a ser o que eu sou hoje. E se eu me orgulho do que sou hoje, eu devo grande parte disso a todas elas. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Na hora que eu abri meu e-mail, meu coração palpitou. Em um e-mail de atitude social da empresa, estava o convite para participar de uma ação de voluntariado para dar aulas de ética em uma escola pública. E, em meio a erros no nome da escola que eu quase liguei para o RH pra pedir pra corrigirem, estava lá: a MINHA escola. O nome que por tantos anos estampou a camiseta do meu uniforme. E as minhas provas. E estampa até hoje o meu histórico escolar. O meu currículo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas, mais importante que isso, estampa também o meu coração. Estampa a melhor fase da minha vida. Estampa o melhor ano da minha vida. Estampa tudo o que eu aprendi lá além das aulas e das matérias. Estampa as tantas fugidas da aula. Os tantos namoricos. As tantas vezes que eu briguei e fiz as pazes com amigos e primeiros namorados. Estampa o tão falado "atrás da escola", onde tudo acontecia. Estampa meu desenvolvimento humano, pessoal. Meu relacionamento com tudo e com todos. Meus primeiros medos, minhas primeiras responsabilidades e também minhas primeiras irresponsabilidades. Meus pensamentos a respeito de que tipo de pessoa eu queria e que tipo de pessoa eu não queria ser. E cada cantinho daquele terreno que fará pra sempre parte da minha vida e da minha história. Cada vez que eu sentava na escadinha ouvindo meu Bon Jovi no meu walkman e à espera de tudo o que ainda viria na minha vida. Tantas coisas. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Saudade. Saudade de tudo. Saudade de todos. Saudade daquela escola. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Uma vez alguém disse (deve ter sido a <a href="http://docesrodopios.blogspot.com.br/">Tary</a>) que acha legal em mim que eu gosto de tudo o que é meu. E é mesmo verdade. Eu gosto da minha vida, das minhas coisas, das minhas pessoas, do meu país, da minha comida, da minha história. E não trocaria nada do que eu tenho por nada do que as outras pessoas têm. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu estudei em algumas escolas na vida e todas têm o seu espaço no meu coração e minha respectiva saudade. Mas duas delas são mais importantes por eu ter passado mais tempo da vida (e consequentemente aconteceram mais mudanças em mim mesma enquanto eu as frequentava). Uma delas é essa em que eu fiz o colegial (chamava assim na minha época, mas hoje até já mudou o nome pra "ensino médio").</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Estudei lá dos 15 aos 17 anos. Primeiro, segundo e terceiro colegial, os melhores anos da minha vida. Eu passei, naquele prédio e debaixo daquelas árvores e correndo da professora de educação física naquelas quadras e cantando pagode com as amigas naquele pátio, a minha adolescência incrível. Faz tanto tempo que até parece que foi em outra vida. Mas é tanta saudade que às vezes eu até sonho que estou lá. Naquela época. Naquele lugar.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu sou muito-muito-muito grata à minha mãe por ter me colocado pra estudar em escolas públicas nessa vida. Não sei se hoje é a melhor opção, mas naquela época eu tive até que fazer prova pra entrar nas minhas escolas, porque não era qualquer um que entrava. Tinha maracutaia, precisei de um endereço falso. Minha mãe ficou na fila da vaga da escola de madrugada e eu tive a sorte de ser sorteada (sorteio mesmo, tipo bingo, com comemoração e tudo) pra estudar lá. Era uma época em que as escolas públicas eram muito melhores que as particulares e conseguir uma vaga em algumas era semelhante a passar na Fuvest. Eu consegui. E além de ter podido estudar nas melhores e mais famosas escolas da época (todo mundo da região conhece até hoje a fama das melhores escolas públicas de todos os tempos), eu aprendi também a lidar com o mundo. Porque é sim uma escola pública, mas é no Morumbi. Ou seja, tinha alunos desde os mauricinhos e cheios da grana do Morumbi, até o pessoal mais humilde do Capão Redondo. Nas minhas escolas da vida eu aprendi não só as matérias, mas também a lidar com todo tipo de pessoas. E foi lindo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu não tive dúvidas quando cliquei em "aceitar" no meu e-mail de voluntariado pra dar aula na MINHA escola. E essa semana eu darei aulas pra adolescentes de 15, 16 e 17 anos, exatamente as idades que eu tinha quando vivi os melhores anos da minha vida, em 1995, 1996 e 1997. E então, pensando nisso, me dei conta de que, enquanto eu estava lá na minha escola vivendo tudo aquilo que foi tão bom e tão memorável, havia pessoas nascendo. Pessoas nascendo, naqueles anos tão mágicos da minha vida. E adivinha: são exatamente para essas pessoas que nasceram naqueles anos, que eu vou dar aulas. Eles têm exatamente a metade da minha idade. E estão nos anos mais memoráveis das vidas deles. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu vou chegar lá, com roupa social e sapato de salto, ser olhada e questionada por olhos curiosos e cheios de perguntas. Olhos de moletom e camiseta branca. Olhos que eu tinha enquanto estava na idade deles. E então, quando eu paro aqui pra pensar se vou ter medo ou não de dar aulas para adolescentes, lembro como eu era, há exatos 16, 17 anos, quando chegava alguém de social e salto alto na escola. Eu tinha curiosidade. Tinha medo. Fazia cochichos de "nossa, quem será que é e o que veio fazer aqui?"</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Estou ansiosa pra poder dizer pra eles que eu sei como é. Que sei o que é. Que conheço cada um daqueles cantinhos daquele que não é um simples prédio. E que, lá fora, naquela árvore, ainda está escrito o meu nome, que eu cavei com uma caneta pra deixar marcado no caule. Que eu estudei lá, conheci a diretora mais famosa da história da escola e que ela era fazia sim uma escola inteira e milhares de adolescentes andarem na linha. Porque ela conhecia todos eles pelo nome.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Quero dizer pra eles que estudar lá foi uma das coisas mais importantes que eu fiz na vida. E que me trouxe mais tantas outras coisas importantes que tive na vida. E hoje eu sou o que sou também porque estive lá enquanto eles estavam nascendo. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg8FnXDVShH9JLkmqN5Ba_hKjBaWuhWwIczS806o-jbd9amP3edybCd-SXrbWyF_TyP3GJL8x4Q8xDczlb9mFQX7uOTTmbDnwHBTulCl2p92qhX-_cExzQ-N05crMAulTT3nobnT66CRAY/s320/professora1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg8FnXDVShH9JLkmqN5Ba_hKjBaWuhWwIczS806o-jbd9amP3edybCd-SXrbWyF_TyP3GJL8x4Q8xDczlb9mFQX7uOTTmbDnwHBTulCl2p92qhX-_cExzQ-N05crMAulTT3nobnT66CRAY/s320/professora1.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Renatahttp://www.blogger.com/profile/08352266757838057451noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-5080576489005034515.post-62389838574627934842013-06-01T11:41:00.000-03:002013-06-01T11:43:03.807-03:00Enjoadinha<div style="text-align: justify;">
A vida tem muitos momentos. Em quase todos, estamos ali escolhendo nossas preferências. Nosso querer. O que é que faz a gente feliz (né, Pão de Açúcar? Nem tão feliz assim porque o pessoal do meu trabalho já cansou de achar larvas nos sanduíches naturais, tá?). Feliz daquele que consegue escolher, em cada minutinho da vida, o que quer fazer. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu sou uma pessoa feliz (fazendo compras no Carrefour, que além de mais barato, tem produtos com melhor procedência que o Pão de Açúcar) porque posso dizer que absolutamente tudo na vida eu faço porque eu quero. Tudo bem que toda regra tem sua exceção (tipo o creme de leite fresco Fazenda, que eu sou obrigada a ir no Pão de Açúcar pra comprar sempre que eu quero fazer chantilly porque no Carrefour não vende) e às vezes, raramente, eu preciso sair de meus planos e fazer alguma coisa que eu não queria tanto assim. Mas é raro.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu acordo 4:45h da manhã porque eu quero. Eu não sou maluca. Eu acordo essa hora porque eu quero morar em São Paulo, porque gosto daqui, gosto do clima, gosto da vida, gosto que tem tudo e que é o centro de todo um país, mas tem um trânsito infernal, então eu gosto de acordar 4:45h da manhã pra sair do trânsito. E, se eu pudesse e se meu estacionamento abrisse antes, eu com certeza acordaria mais cedo. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu trabalho na empresa que eu quero, no horário que eu quero, tiro folgas quando quero, trabalho quando quero e quando eu não quero, não trabalho e passo o dia conversando. Na minha gaveta tem todas as guloseimas que eu quero, eu levo comida pra almoçar porque eu quero, e quando eu não quero eu também almoço em restaurante pra comer o que eu quiser. Eu visto roupa social e sapatilha porque eu quero, saio de casa maquiada porque eu quero, faço o tempo de almoço que eu quero e vou até passear na rua 25 de Março durante o almoço se eu quiser. E, depois de um dia, eu vou pra casa se eu quiser, vou na acupuntura se quiser, se não quiser eu vou fazer curso de jardinagem ou qualquer outra coisa que eu quiser. Chegando em casa, se eu quiser lavo a louça, se não quiser não lavo. Se quiser, eu vou fazer faxina, se não quiser eu não vou nem tomar banho. E nos feriados e finais de semana então, eu vou fazer até o que Deus duvidar. Mas só se eu quiser. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E de tantos quereres, de repente, me vejo aqui na frente da tela do meu computador, com o mundo da internet a meus pés pra fazer o que eu quiser. Mas acontece que eu não quero. Acontece que, de tudo que eu já pude fazer aqui nessa tela um dia, quase nada que eu quisesse me restou. Eu quero a vida. Quero o sol lá fora, quero o mundo de coisas na minha casa e fora dela pra fazer. Quero abraços reais das amiguinhas lindas que eu fiz aqui. Quero o ar fresco, o vinho, a boa comida, a música, a festa do pijama, a balada, a patinha da minha gata, o beijo na boca e o amor. Eu quero tudo o que por tantos anos deixei de querer. Eu enjoei de internet e agora eu quero mais é ser feliz.</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://abramep.com.br/site/wp-content/uploads/2011/11/felicidade-e-a-certeza-q-nossa-vida-nao-esta-se-passando-inutilmente-erico-verissiompo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="254" src="http://abramep.com.br/site/wp-content/uploads/2011/11/felicidade-e-a-certeza-q-nossa-vida-nao-esta-se-passando-inutilmente-erico-verissiompo.jpg" width="320" /></a></div>
<br />Renatahttp://www.blogger.com/profile/08352266757838057451noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-5080576489005034515.post-23871535639910881892013-04-23T06:51:00.001-03:002013-04-28T15:05:10.481-03:00Meu pé de laranja lima<div class="mobile-photo">
</div>
<div style="-webkit-composition-fill-color: rgba(175, 192, 227, 0.230469); -webkit-composition-frame-color: rgba(77, 128, 180, 0.230469); -webkit-tap-highlight-color: rgba(26, 26, 26, 0.296875); font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: arial,sans-serif; font-size: 13px;">Eu devia ter bem uns 10 anos. Me lembro vagamente que foi da minha avó e madrinha que eu ouvi falar sobre esse livro. Ela tinha, entre outros do mesmo autor, um livro encapado com contact de estampa de madeira. Ou seja, o primeiro livro pelo qual eu me apaixonei na vida não tinha uma capa. Engraçado pensar que eu quase sempre escolho um livro pela capa, mas o meu primeiro livro não tinha uma. </span></div>
</div>
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<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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<div style="-webkit-composition-fill-color: rgba(175, 192, 227, 0.230469); -webkit-composition-frame-color: rgba(77, 128, 180, 0.230469); -webkit-tap-highlight-color: rgba(26, 26, 26, 0.296875); font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px;">
<div style="text-align: justify;">
Algum pouco tempo depois me lembro de meus pais dizendo que eu podia escolher um livro pra levar pra mim. Devia ser em uma livraria, mas eu não lembro. Lembro que vi, em um livro pequenininho, o desenho de um menino sentado em uma árvore. E reconheci nesse livro aquele nome que tinha ouvido a minha avó falar sobre: Meu pé de laranja lima. Peguei esse e meus pais me elogiaram dizendo que eu não poderia ter escolhido um livro melhor, apesar de tão pesado para a minha idade. Mas que eu ia gostar.</div>
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<br /></div>
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Eu sou hoje uma pessoa que se acaba na estante de livros estrangeiros em uma livraria, mas que fique claro que meu primeiro livro de verdade foi um livro de um autor brasileiro. José Mauro de Vasconcelos tem um sobrenome igual ao meu. E é claro que aos 10 anos eu já sabia que de um Vasconcelos sempre pode sair uma coisa bacana. Quando a gente quer.</div>
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Eu tinha uns 10 anos mas me lembro de ter lido as mais de 100 páginas sem figuras quase que de uma vez. E em meio a uma história tão infantil, mas tão carregada de densidade, eu me identifiquei em algumas passagens. E chorei. Meu pé de laranja lima se tornou ali o meu primeiro livro preferido da vida. Foi Meu pé de laranja lima que despertou em mim o gosto pela leitura. Gosto esse que se aprofundaria tanto que poucos anos depois eu teria lido todos os livros da biblioteca da escola.</div>
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Meu pé de laranja lima é uma história ao mesmo tempo inocente e complexa. História mesmo, porque José Mauro de Vasconcelos se baseou em sua própria infância pra escrever o livro. Carregada de pequenas alegrias e tristezas. Tão do tamanho dos 7 anos de Zezé. E eu, tendo tido aos 10 anos esse como meu primeiro livro favorito da vida, o que mais poderia se esperar de mim senão todo gosto pela melancolia que eu tenho hoje?</div>
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<br /></div>
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<div style="-webkit-composition-fill-color: rgba(175, 192, 227, 0.230469); -webkit-composition-frame-color: rgba(77, 128, 180, 0.230469); -webkit-tap-highlight-color: rgba(26, 26, 26, 0.296875); font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px;">
<div style="text-align: justify;">
Li Meu pé de laranja lima bem umas 10 vezes nessa vida. E chorei em todas elas. Bem eu, que não costumo chorar, me debulhei em lágrimas. Bons livros são os que me fazem chorar.</div>
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<br /></div>
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<div style="-webkit-composition-fill-color: rgba(175, 192, 227, 0.230469); -webkit-composition-frame-color: rgba(77, 128, 180, 0.230469); -webkit-tap-highlight-color: rgba(26, 26, 26, 0.296875); font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px;">
<div style="text-align: justify;">
Mais de 20 anos depois de ter lido meu primeiro livro favorito da vida, resolveram fazer um filme. E lá fui eu assisti-lo. Sozinha, pra chorar o quando eu quisesse. E assim foi. Começou o filme e logo depois da apresentação do patrocínio da Petrobrás, começou a musiquinha e o letreiro com os nomes dos autores. E então minha gente, já foi ali que eu comecei a chorar. E assim foi durante todo o tempo do filme, que eu nem sei quanto durou porque eu estava ocupada chorando. E eu levei uma coca cola e uns salgadinhos na bolsa pra comer ao invés de chorar, mas de nada adiantou. Cinco minutos de filme e eu lá soluçando cheia de salgadinho e aquela coca cola nunca esteve tão salgada. Estava vendo a hora que a outra meia dúzia de pessoas que estava vendo o filme comigo ia vir perguntar se eu estava tendo algum problema. </div>
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<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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<div style="text-align: justify;">
Saí com a gola da blusa molhada. O rímel borrado. O nariz vermelho. A calça caindo. O cabelo despenteado. O ápice da falta de sensualidade da mulher brasileira. Mas cheia de consciência do meu estado deplorável, saí do cinema de cabeça baixa e corri pro estacionamento pagar e ir embora. No caminho de casa, fiquei pensando na vida. Nas dores da vida. Nas tristezas da vida. Na densidade da vida. E tudo isso aliado a alguma música melancólica que estava tocando no rádio, chorei de novo. E então a luz do painel piscou. Gasolina. Ok, carro, vamos abastecer. </div>
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<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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<div style="-webkit-composition-fill-color: rgba(175, 192, 227, 0.230469); -webkit-composition-frame-color: rgba(77, 128, 180, 0.230469); -webkit-tap-highlight-color: rgba(26, 26, 26, 0.296875); font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px;">
<div style="text-align: justify;">
Cheguei no posto com a cara vermelha, descabelada, rímel borrado. E eu não sei porque os flanelinhas precisam olhar pra gente pra saber o que a gente quer "moçooo snif boa noitee snif bota cinqüenta reais de gasolina comum snif". </div>
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<div style="text-align: justify;">
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<div style="text-align: justify;">
Foi a gasolina mais cheia de compaixão que meu carro já recebeu na vida. </div>
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<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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<div class="mobile-photo">
<div style="text-align: center;">
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<div class="mobile-photo">
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O MEU pé de laranja lima</div>
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<div style="-webkit-composition-fill-color: rgba(175, 192, 227, 0.230469); -webkit-composition-frame-color: rgba(77, 128, 180, 0.230469); -webkit-tap-highlight-color: rgba(26, 26, 26, 0.296875); font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px;">
<div style="text-align: justify;">
Obs. 1: Se você tem ou ainda vai ter um exemplar de Meu pé de laranja lima dado por mim, saiba que o que eu te dei não é só um livro simples e cheio de ternura. É também um pedaço da minha história e do meu coração.</div>
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<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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<div style="-webkit-composition-fill-color: rgba(175, 192, 227, 0.230469); -webkit-composition-frame-color: rgba(77, 128, 180, 0.230469); -webkit-tap-highlight-color: rgba(26, 26, 26, 0.296875); font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px;">
<div style="text-align: justify;">
Obs. 2: José de Abreu, eu sempre te achei bem mais ou menos. Mas agora, depois de interpretar o Portuga, talvez o meu personagem preferido da literatura, você vai ter minha admiração pra sempre.<!--3--><!--3--><!--3--></div>
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<div dir="ltr">
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Renatahttp://www.blogger.com/profile/08352266757838057451noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-5080576489005034515.post-90805788529955163692013-03-03T00:07:00.003-03:002013-03-03T00:07:50.688-03:00ConvidadaNão sei se alguma vez na vida eu fui convidada a escrever no blog de alguém, mas aos 33 anos de vida, se isso nunca aconteceu antes, agora foi o momento.<br />
<br />
Hoje tem post meu no <a href="http://www.tudonovohoje.blogspot.be/2013/03/a-primeira-vez-que-eu-enfiei-mao-na.html?m=1">Gaiola das Loucas</a>.Renatahttp://www.blogger.com/profile/08352266757838057451noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5080576489005034515.post-33277410043428753502013-02-26T08:50:00.001-03:002013-03-02T06:38:13.864-03:00Não sentem perto de mim<div dir="ltr">
<div style="text-align: justify;">
Ah, a vida social. Tão difícil de viver. Amar cinema, mas ter problemas em frequentá-lo aos finais de semana. Porque sexta, sábado e domingo (e quarta-feira, que é meia entrada!) são os piores dias possíveis para ir ao cinema. São aqueles dias em que as pessoas fazem questão de se amontoar umas em cima das outras. São os dias em que os pais separados levam seus filhos de pais separados para passear. Porque é um dia que eles TÊM que passear. Tipo, um momento que deveria ser leve e feliz e intuitivo se transforma NA OBRIGAÇÃO de ter que levar os filhos para passear. Mas é uma obrigação velada. Imagina. É ótimo levar os filhos pra passear. Foi tudo o que eles sempre quiseram. Babar o ovo do filho só pra tentar ser melhor que a mãe em dois míseros dias. E olha aqui a pipoca, meu filhote. E o refrigerante. E a bala. Blusa. Chiclete. Brinquedo! Vamos no cinema, garotão? Vamos. Que que a gente vai assistir? Ah, sei lá, chegando lá a gente ver. VAMOS VER AQUELE FILME QUE A RENATA QUER VER. E DAÍ A GENTE APROVEITA E SENTA DO LADO DELA, NÃO É SUPIMPA? Então. Essa é a sensação que eu tenho quando vou ao cinema aos finais de semana. Que o mundo inteiro quis sentar ao meu lado. Atrás de mim, a mãe dedicada que lê a legenda do filme para o filho "retardado" que enquanto isso chuta o assento da minha cadeira. Enquanto de um lado a criatura quase derruba o refrigerante em mim, do outro a pessoa não sabe onde botar a blusa que de repente fez o maior calor e, adivinha, sobrou pra ficar no meu colo! E na frente? Na frente sempre senta alguém que DEVE TER DOR DE BARRIGA, ou hemorróida, ou algo do tipo, porque nunca, NUNCA é alguém que para quieto na poltrona. </div>
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<div style="text-align: justify;">
Ah, a vida em sociedade. Passear na rua nas tardes de domingo. Aquela paz, aquela calmaria. E todos os carrinhos de bebês do mundo que atravessam ensandecidamente na minha frente bem naquela hora que não dá mais pra brecar. E os cachorros. E as crianças. E os patinetes. Mas quem é que quer passear nas tardes de domingo? Não, melhor coisa é ir no mercado.</div>
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<br /></div>
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<div style="text-align: justify;">
Eu e a população mundial. No mercado. Não importa a hora do dia, se não for de manhã cedinho 8h da manhã assim que abre, se eu não vou na hora das velhinhas, adivinha. O mundo todo resolve ir comigo. E aí é um tal de JUNIOR, PEGA ALI O REQUEIJÃO, JUSTO AQUELE QUE A RENATA ESTÁ PEGANDO AGORA que meudeus. O mundo resolve ir comigo, de corredor em corredor, como uma grande canção dos <i>Beatles Love, Love me do. You know, I love you. </i>E então vamos todos juntos, lata de milho a vidro de maionese, cantando e dando as mãos. Às vezes eu tenho mesmo a impressão de que as pessoas fazem uma roda ao meu redor, tipo ciranda-cirandinha. É toda uma emoção.</div>
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Mas imagina, eu sou uma moça solteira. Tenho que ir pra balada pra aproveitar a vida. ATÁ. Às vezes eu tenho que me convencer disso. Daí eu vou. Chego no lugar e, danças do acasalamento à parte (em toda balada SEMPRE tem danças do acasalamento), é toda aquela emoção. Sensação de que todo mundo olha pra você porque, naquele momento, você é o frango da padaria que sai dançandinho no meio de um monte de cachorros vira latas, tipo desenho do Pica Pau. Ah, a balada. Ah, a socialização.</div>
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<div style="text-align: justify;">
Ah, a família. Coisa bonita de se ver. Todo mundo parecido, falando no mesmo tom de voz e com toda a personalidade parecida (imaginem um monte de Renatas falando tudo junto). Família é uma coisa divertida. Aquilo ali de você ver qual será o seu futuro, tudo ali bem diante do seu nariz. É simples, só juntar toda a sua família, bater no liquidificador e voilá. Seu futuro. Aquela bunda caída que a sua tia tem, você também terá. Aquela coisa que a tia avó diz, que os pelos das partes baixas estão brancos, os seus também ficarão. Aquela gastrite/esporão/burcite que você também terá, claro. Tá preocupada com as varizes? Olha a perna da sua avó. Porque a sua também ficará igual. Ah, família. Aquele povo que te diz NOSSA RENATA COMO VOCÊ ENGORDOU/ENVELHECEU/EMPELANCOU desde a última vez que eu te vi! Você viu que sua prima viajou/casou/empirigou/botou silicone na bunda? E você ficou lá limpando a casa enquanto isso? E o trabalho/a casa/os amigos E QUE COISA QUE VOCÊ NUNCA ARRUMA UM NAMORADO! Ah, a família. Gente da gente. </div>
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É por isso que, via de regra, eu prefiro o meu lar. Ah, a tranquilidade da vida. Ah, o meu pequeno sofá fielmente localizado na melhor parede da sala, porque me dá visão ampla de tudo, desde a tv, o céu da varanda e todos os outros cômodos, para o caso de eu assistir The Walking Dead e não ser pega desprevenida por zumbis que queiram adentrar no meu apartamento. Meus quadros fielmente localizados no ângulo perfeito de cada parede, assim como minhas plantas e flores, cujas quais eu já contei quantas argolinhas da corrente que os pendura no teto devem ter, já que elas formam um padrão. Meus discos, meus livros, meus filmes. Todos arrumadinhos em uma harmonia perfeita que dá gosto de olhar (e cujo quarto eu fecho a porta quando recebo visitas, já que esse povo não tem total noção de que não deve pedir NADA meu emprestado - já que, via de regra, é tudo sempre igual: ou não volta mais, ou volta em estado de lixo). Ah, meus armários. Com tudo fielmente arrumado para minha satisfação ao abrir as portas. Como é lindo viver. Sheldon Cooper me entenderia perfeitamente. Mas não só ele.</div>
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Em todos esses 33 anos nessa indústria vital, eu achei que fosse única. Achei que minhas neuroses e manias fossem únicas. Mas um dia eu achei alguém igual. MUITO IGUAL. </div>
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Há exatos 19 anos existe uma mineira de Berlândia que consegue ter exatamente os mesmos pensamentos que eu. E as mesmas atitudes. O mesmo pensamento de arrumar desculpas infinitas para os amigos só pra não ter que sair de casa e poder ficar assistindo séries de pijama no sofá. Alguém que prefere viver a party hard da vida no mundinho de um apartamento, assim como eu. ♥ Gente que tem os móveis todos bem dimensionados com relação ao tamanho do quarto. ♥ Gente que tem os livros organizados por cor. ♥ Gente que anda pela rua e não cumprimenta ninguém não porque seja metida, é que ela só vê borrões ao invés de pessoas. ♥ Gente que tem milhares de caixinhas pra guardar não interessa muito bem o que, porque o que importa é ter caixinhas para guardá-los. ♥ Gente que anda pela casa rumo à cozinha com o telefone na mão pra beber água e de repente se vê com a geladeira aberta, sem o telefone que você provavelmente colocou no congelador, tirando a carne pra fazer o almoço mas encontrando a escova de cabelo que perdeu semana passada dentro da panela. ♥ Gente que tem vontade de botar na bio do twitter "pareço gostar de acelga mas sou legal. ♥ ♥ ♥ Gente que, apesar do brilhantismo, é daquele povo que é capaz de andar divamente rua afora até tropeçar fenomenalmente em um buraco e sair caindo em câmera lenta pra todo mundo que estiver passando assistir comendo pipoca. ♥ Gente que as pessoas sempre acharam ser metida porque tem cara de quem comeu e não gostou. ♥ Gente que fica desesperada quando esquece se tomou o remédio ou não - porque isso com certeza é Alzheimer. ♥ Gente que as pessoas nunca imaginam que faça alguma porquice ou mistura gastronômica considerada errada. ♥ Gente que tem aflição com bolinhas (eu não tenho, mas acho extremamente divertido praticar bullying com essas pessoas). ♥ Gente que tem um lugar preferido em algum lugar comum só porque o lugar em si tem particularidades que só a gente percebe e ama - e fica absurdamente nervosa quando algum desavisado o ocupa. ♥ Gente que nunca sabe dizer se o copo está meio cheio ou meio vazio. ♥ Gente que se preocupa em puxar assunto com alguém e estar incomodando. ♥ Gente que tem amigos mas não sabe bem o real motivo de tê-los (eu sei, eles vão lá em casa pra comer). ♥ Gente que passa o dia lembrando de algo pra não esquecer e, no fim do dia, não faz ideia de que precisava lembrar de, inclusive, anotar aquela coisa que esqueceu na agenda, coisa que também esqueceu de fazer. ♥ Gente que não sabe conversar com pessoas (eu por exemplo atravesso a rua e mudo de calçada e vou olhando para o outro lado pelo simples motivo de não saber como conversar com aquele colega de escola que vem andando na minha direção lá longe - é ótimo ter a visão perfeita). ♥ Alguém que as pessoas têm medo de chegar perto, mas que, em todos esses anos da minha vida de blog, é a única que permaneceu na minha vida desde quase o início - e melhor, há vários meses ela faz parte da minha vida pessoalmente também - porque ela existe! ♥ Gente que eu não vou esquecer que eu não fui a primeira a abraçar, mas quando eu consegui foi a sensação linda de reconhecer alguém que há muitos anos eu já conhecia - e admirava absurdamente. E em vez de ela dizer algo comum do tipo "prazer em te conhecer", ela disse "como seu cabelo é cheiroso!" ♥ ♥ ♥</div>
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Anna Vitória, essa linda, tem futuro. Não é minha parente de sangue (mas é de coração, porque eu adotei virtualmente como a filha perfeita que eu gostaria de ter), mas eu já consigo prever como ela será só analisando a minha própria vida e vendo como somos parecidas. Anna Vitória, assim como eu, se um dia tiver a pretensão de dirigir (porque eu também não tinha, mas meu patriarca achou que devia ser assim e eu não quis decepcioná-lo) vai estacionar o carro sempre nos mesmos lugares do shopping para não perdê-lo. Anna Vitória um dia terá sua própria casa, cuja qual terá uma harmonia perfeita em sua decoração frufru e cool ao mesmo tempo (aquela coisa de sofá florido com o poster de algum filme foda tipo Pulp Fiction pendurado na parede logo em cima). Anna Vitória terá um guardarroupa com as roupas arrumadinhas por cor (porque tem uma hora da vida que a gente descobre que a gente quer ser uma mulher diva e bem vestida - e arruma todas as roupas estampadas seguindo a cor base de cada estampa), mas que a porta logo ali do lado, a dos papéis, será sempre aquela zona que a gente não consegue organizar (e ao abrir a porta do armário cai tudo em cima da gente). Anna Vitória continuará tendo seus amigos (quanto mais malucos melhor), mas a união perfeita será sempre com o seu animal de estimação (Pandora no meu caso, Chico no dela). </div>
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<br /></div>
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Mas Anna é ainda melhor que eu. Anna é a personificação do que é saber perfeitamente TUDO o que acontece no mundo relacionado à cultura. Anna é ler todos os melhores livros, é assistir todos os melhores filmes, é escrever desde sobre a sorveteria da esquina até um texto sobre o Oscar que poderia perfeitamente ser publicado na melhor revista sobre o assunto. Anna é a pessoa que assiste quase todas as séries e que, se não assiste, sabe do que se trata. Anna tem a pretensão de viajar e de conhecer e de saber ainda mais do que toda a bagagem que já sabe em seus poucos 19 anos de vida que completa hoje.</div>
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Muitas felicidades, minha filha virtual mais admirada e querida do mundo! Te amo infinitamente e te quero pra sempre na minha vida, real e virtual, floreando meus dias, dançando forró, comentando os melhores filmes e as melhores séries e aprendendo com você tudo o mais que eu quero ser de linda nessa vida. </div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOrCaHasBfO1xseuZLYB7KYrcnzQ7wYPlloZlXbGEi70o3yKZUoWu8ISWfrvWUTm7_Q3cDU4RkXwwFTD3otbRuETKu9GHYI6ZdmwNKgXMD1mQKu052aF0IWPJwbic7xo-3w0JA6BFF_bI/s1600/foto-755660.JPG"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5849227725454139842" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOrCaHasBfO1xseuZLYB7KYrcnzQ7wYPlloZlXbGEi70o3yKZUoWu8ISWfrvWUTm7_Q3cDU4RkXwwFTD3otbRuETKu9GHYI6ZdmwNKgXMD1mQKu052aF0IWPJwbic7xo-3w0JA6BFF_bI/s320/foto-755660.JPG" /></a></div>
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Renatahttp://www.blogger.com/profile/08352266757838057451noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-5080576489005034515.post-61235973635323740322013-02-16T08:47:00.001-02:002013-02-16T11:11:37.681-02:00Um chá da tarde fora de série<div dir="ltr">
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<a href="http://elarafaela.blogspot.com.br/">Rafaela</a>, aquela linda da voz de mulherão e adepta a foie grass e carpaccio, teve uma ideia aí de vídeo falando a respeito de juntar os personagens literários preferidos pra jantar. <a href="http://mvcee.blogspot.com.br/">Analu</a>, sempre ela, me indicou para tal empreitada e, diga-se de passagem, eu não estava presente no momento da ideia do meme porque, né, eu sou uma pessoa idosa e que precisa dormir cedo (e as ideias mirabolantes sempre acontecem de madrugada enquanto eu estou nos braços de Morfeu). </div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSaGlhlUDA_RVvC2BG73uIN8r5KhRtP897l_PvyCvMOKshq6ejNAAqklCKx1FuPUTZODopYB0jv60-RTf6kEduGfEjS6zBOcFQLEfAT3IMD5NyLck8ZnHK7GoPSJn6opBkV6wuEf1tvwU/s1600/Nos+bra%C3%A7os+de+morfeu.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="262" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSaGlhlUDA_RVvC2BG73uIN8r5KhRtP897l_PvyCvMOKshq6ejNAAqklCKx1FuPUTZODopYB0jv60-RTf6kEduGfEjS6zBOcFQLEfAT3IMD5NyLck8ZnHK7GoPSJn6opBkV6wuEf1tvwU/s400/Nos+bra%C3%A7os+de+morfeu.jpg" width="400" /></a></div>
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<span style="font-size: x-small;">(magro esse Morfeu)</span></div>
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Conhecido tal fato, venho por meio deste informar que, já que Rafaela é a integrante mais neném da Máfia e eu, terceira idade que sou, não sou a mais velha mas de comportamento eu ganho de qualquer um na velhice, estou no meu total direito de modificar o meme (e a chefe-afilhada-filhaadotivavirtualnúmeroquatro Analu me deu aval para tal).</div>
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Então. Não, vocês não vão ver a minha fuça em vídeo. Sabem como é, hoje eu acordei meio descabelada (é verdade). E não, eu não vou imaginar um jantar com meus personagens literários preferidos. Eu vou é fazer um chá. Porque chá é chique, vocês sabem. E como meus personagens literários preferidos são sempre vampiros/bruxas/seres mitológicos e afins e como eu estou um pouco afastada do mundo literário no momento (gente, essa Guerra dos Tronos não acaba nunca, meudeus, eu durmo a cada meia página lida, a história é muito boa mas eu tenho sono, tá difícil) então.... eu vou é fazer um chá. Com meus personagens preferidos DE SÉRIES, beijos. Porque né, eu estou a louca da série (e em séries eu não durmo, yes!).</div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhy6UuLa1Na1SXQ8Du42k5ysD-zByxD-p8F94TUSPwQdd217h1zc5-Nt5sDaqtWf9C801djdE4T3dtBurGiYjw11wx3j7PAUIG_OHFkg4Zc96sKm6OGsdY-BS2ckr2HP5RzSUoaY99sAXc/s1600/aliceinwonderland-cha-766394.jpg"><img alt="" border="0" height="197" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5845500595264491874" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhy6UuLa1Na1SXQ8Du42k5ysD-zByxD-p8F94TUSPwQdd217h1zc5-Nt5sDaqtWf9C801djdE4T3dtBurGiYjw11wx3j7PAUIG_OHFkg4Zc96sKm6OGsdY-BS2ckr2HP5RzSUoaY99sAXc/s400/aliceinwonderland-cha-766394.jpg" width="400" /></a></div>
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Então. Dá licença que o chá é meu e eu convido quem eu quiser.<br />
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Meu primeiro e mais ilustre convidado com certeza seria o primeiro porque ele tem TOC e precisaria sentar em um lugar feito especialmente pra ele. E como eu me identifico muito, sei como é esse tipo de coisa. Sheldon Cooper, em uma cadeira com estofado de couro marrom e almofada listrada colorida, ele precisa ficar em um lugar estrategicamente planejado e que tenha a distância perfeita entre o bule de chá e a cesta de torradas, mas que seja igualmente bem localizada para que a brisa que vem da janela seja direcionada em sua direção, porém não o sol que o incomodaria.<br />
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Ali, bem do ladinho do Sheldon, sentaria George Costanza. George com certeza trocaria com Sheldon altos papos a respeito de como se demitir por fúria do trabalho em um dia e depois voltar no outro como se nada tivesse acontecido. George também pode contar para Sheldon como foi aquele dia em que ele resolveu correr pelado no meio do campo de beisebol, mas como ficou com vergonha, comprou uma cinta modeladora inteiriça e coladinha da cor da pele.</div>
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Bem do meu lado na mesa se sentaria nada mais nada menos que Monica Geller. E a seu lado seu brilhante marido Chandler Bing. Chandler ficaria bem ao lado de George (porque Sheldon precisa ficar estrategicamente sentado na ponta da mesa para ser mais fácil de chegar e de sair em caso de qualquer eventualidade e ter menos riscos de levar uma cotovelada já que só tem vizinho de um lado). Chandler trocaria ideias incríveis sobre seu trabalho que ninguém sabe exatamente o que ele faz com George e Sheldon e, enquanto isso, eu poderia trocar figurinhas com Monica sobre como arrumar melhor meus armários e minha grande teoria de como é relaxante lavar o banheiro às 3h da manhã de um sábado. Não há motivos para que eu e Monica não sejamos grandes amigas, já que eu entendo perfeitamente que os castiçais dela precisem ser exatamente em par e estar posicionados exatamente na mesma direção e ocupando o mesmo espaço em cima da estante. Eu e Monica, melhores amigas para sempre.<br />
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Do meu outro lado, brincando de casalzinho comigo assim como Chandler e Monica fazem um casal perfeito, estaria simplesmente o melhor oncologista do mundo: James Wilson. O melhor amigo que alguém poderia ter, principalmente porque não importa se o melhor amigo em questão é o maior safado de todos os tempos. Wilson com certeza me amaria como sou, com minhas manias e rabugices e mau humor característico que eu tenho quando me dá na telha, além do fato de eu ter a certeza que Wilson faria de tudo para satisfazer todas as minhas vontades, por mais absurdas que fossem. Wilson seria com certeza o melhor pai, melhor confidente, melhor pulador de janelas pra invadir a casa de alguém suspeito e melhor companheiro para o resto da vida. E eu me casaria com ele fácil.<br />
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Na minha frente na mesa, imaginem se eu ia deixar passar, o salve-salve James Sawyer (repare que já é o segundo James da minha vida). Porque entre minhas idas e vindas entre meus personagens preferidos das séries mais incríveis do mundo, eu não o abandono como lugar número 1 nunca. E, sabem como é, mulher de médico, oncologista ainda, às vezes chega em casa depressivo. Wilson tem a maior cara de não dar conta do recado. E pra isso existe o Sawyer. Sentadinho bem na minha frente na mesa, pra eu mergulhar em seus olhos azuis e suas covinhas sempre que possível. Pra roçar as pernas por debaixo da mesa. Sawyer, com aquele olhar de safado e atitude de cafajeste me olharia de canto de olho e daí eu ia enfiar a cara no bule de chá e puf. Aiai. Ah é, o resto da mesa:</div>
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Quero como convidados Dexter e Debra Morgan, mesmo que eu ainda não tenha engolido essa história de eles serem irmãos mas Deb ser apaixonada por Dex. Assunto esse que não viria à mesa, porque Dex é muito introspectivo. </div>
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<span style="font-size: x-small;">(Glenn promete tomar banho antes de se sentar à minha mesa)</span></div>
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Fato é que enquanto eu e Monica tentássemos convencer Deb que manter uma casa cuidadosamente bem arrumada e com a cama cuidadosamente forrada com lençóis milimetricamente retos, Dex trocaria meias ideias (porque Dexter é um cara quieto) com Glenn Rhee. Ideias muito em comum, aliás, já que matar humanos que merecem e matar zumbis cheios de vida pode ser relativamente parecido. Mas Dex também pode conversar comigo e com Monica, já que, com certeza, o cara é virginiano e mesmo sendo um homem sozinho tem o apartamento arrumado e brilhando.<br />
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Então Sawyer de repente olhou para alguém que não era eu na mesa e me lembrei de outro ilustre integrante: Damon Salvatore. Que deixou de ser Boone em Lost para arrumar um novo emprego como vampiro em The Vampire Diaries. Sawyer não gosta dele por ter simplesmente se deixado morrer pra fugir de todo o trabalho duro na ilha. Sawyer não gosta de quem faz corpo mole. Por isso Damon ficará na outra extremidade da mesa. </div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiumMyEjzC000NUCe6SZWno6OSF5JrA7d1QSv4LRbAY6zhBCcFwCW_tdDPXCxe7IHwDmXOjhS2V71a47hIAhmeTTuQ9sacFwZtHiS11dQ2glg_jeZNtZYM8bZlzRcuyFSyv8_VZvnFtybc/s1600/lafayette.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiumMyEjzC000NUCe6SZWno6OSF5JrA7d1QSv4LRbAY6zhBCcFwCW_tdDPXCxe7IHwDmXOjhS2V71a47hIAhmeTTuQ9sacFwZtHiS11dQ2glg_jeZNtZYM8bZlzRcuyFSyv8_VZvnFtybc/s400/lafayette.jpg" width="265" /></a></div>
<br /></div>
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À frente de Glenn, quase esqueci mas não contem pra ele: Lafayette Reynolds, porque tem que ter algum gay nessa mesa. Com Lafayette eu trocaria altos truques sobre culinária e moda. Lafayette é o amigo gay e boca suja que todo mundo deveria ter e por isso se daria muito bem com a Deb, mas eu já sei que ele não iria gostar de se sentar logo à frente de Damon, um vampiro. Mas as atitudes de Lafayette são muito mais divertidas quando há um vampiro por perto, por isso é assim mesmo que a minha mesa ficaria.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgoy9IUm6Cglcs2ygvGJtv-T0nCGrRx-i7-C3Im7m2ifpMOiIJ5Nh1uwyC9kU-F6coc_eNghcQyky-JmDkhlWl0gTmSGR1bfL4hq_ovr47Pcgpn7OSD8khpMeppt2zVvPWoGM7onhSHtHw/s1600/miranda.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgoy9IUm6Cglcs2ygvGJtv-T0nCGrRx-i7-C3Im7m2ifpMOiIJ5Nh1uwyC9kU-F6coc_eNghcQyky-JmDkhlWl0gTmSGR1bfL4hq_ovr47Pcgpn7OSD8khpMeppt2zVvPWoGM7onhSHtHw/s400/miranda.jpg" width="303" /></a></div>
<br /></div>
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Do outro lado do Sawyer (porque veja bem que eu confio bastante nas amigas para deixá-lo no meio de várias mulheres - mentira, é só porque eu sei que Sawyer se daria bem com Deb somente no quesito melhores palavrões e expressões de sarcasmo) sentaria Miranda Hobbes, que com certeza trocaria informações peculiares comigo sobre como ser a pessoa mais atrapalhada do grupo de amigos, como colocar o trabalho em primeiro lugar e relativamente muito acima dos relacionamentos interpessoais e como sobreviver a um mês de abstinência de sexo com um bolo de chocolate inteiro comido de uma única vez. Apesar disso tudo, Miranda com certeza é a única de Sex and the City que habitaria meu coração restrito de amizades, já que é a única que pensa racionalmente em tudo o que é relacionado a homens - e é por isso que eu confio plenamente em deixá-la sentar na mesa ao lado de Sawyer.<br />
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Ao lado de Miranda, imagina se eu não ia ter nenhuma vilã na mesa, se sentaria Regina Mills, porque além de bruxa (eu adoro as bruxas) ela é incrivelmente a personagem mais rica e inteligente (enfeitiçou TODOS os contos de fada de uma só vez!) e chique e linda (a mais bela!) e a menos mimimi de toda Storybrooke. E eu nunca escolheria uma princesa no lugar dela.<br />
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Quem melhor pra sentar à frente de Sheldon, que Chloe Sullivan? Chloe, que sabe se defender muito bem de qualquer que seja a ameaça, mas sabe muito mais de todos os sistemas relacionados a tudo, conversaria no mesmo nível com Sheldon, principalmente a respeito de seu amor platônico por Clark Kent, o lento, já que Chloe levou dez temporadas de uma série nas costas sozinha enquanto o "superman" só levou fama. Chloe, extremamente usada e injustamente eliminada da vida de Clark Kent porque ele preferiu a banana da Lana Lang. Sheldon com certeza se apaixonaria por Chloe a ponto de deixar qualquer Amy Farrah Fowler morrendo de ciúmes.</div>
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Na outra ponta da mesa e exatamente ao extremo de Sheldon e Chloe, as integrantes que também são exatamente o oposto dos dois: Rochelle Rock e Janet Kyle, que já foram vizinhas em Everybody Hates Chris, até Janet conhecer Michael Kyle e se tornar uma incrível mãe de família em My Wife and Kids. Uma em frente à outra e ambas logo ao lado de Lafayette. Pra todo mundo trocar figurinhas a respeito da vida dos outros, claro. </div>
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E, do outro lado de Lafayette, uma linda ilustre presença: Kat Von D (porque a mesa do chá é minha e eu convido pessoas do tipo de séries que eu quiser). Kat é necessária não só pra embelezar a mesa (bem longe de Sawyer), mas também para a troca de figurinhas no quesito tatuagem. Talvez dê algum problema aí com o Dexter, já que Kat tem um quê de ser parecida com Lila, a namorada que ele encontrou no Narcóticos Anônimos. </div>
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Mas Kat com certeza seria ofuscada pela presença de um de meus convidados mais ilustres (e mais gordos): Hugo Reyes, meu Hurley querido e maior amigo de Sawyer. Porque a gente tem que convidar o melhor amigo do amante pra tomar chá, né? E porque Hugo foi o meu segundo personagem preferido em Lost, e com certeza voltará para a minha vida, já que eu fiquei sabendo agora a pouco que ele está presente na segunda temporada de Once Upon a Time, que eu assistirei no final de semana (é, eu sou dessas que assiste uma temporada inteira de série em um fim de semana). Hurley será agora um gigante (Google spoiler fail) e eu AMO gigantes (qual conto de fada que tem um gigante, minha gente?)</div>
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Finalmente, sobrou um lugar na minha imensa mesa de 20 lugares. Bem ali, entre a Regina e a Chloe. Um lugar ilustre para uma pessoa ilustre, no canto dos nerds e bem de frente para George, o fanfarrão. E então, já que a mesa é minha e eu convido quem eu quiser da série de tv que eu quiser, bem pensei eu em convidar o Quico. É, o do Chaves. Mas o Quico com certeza atrapalharia os pensamentos mirabolantes de Chloe. Quico tiraria Sheldon do sério na primeira palavra que ousasse manifestar e, imagine, Regina, a bruxa má da Branca de Neve, ao lado do Quico! Ia rolar maçã envenenada na certa. Então decidi que Quico é criança demais pra ocupar uma mesa com bruxas, vampiros e serial killers. E então, veja bem, eu convido quem eu quiser, e tive uma ideia brilhante de alguém que ocupe com louvor esse lugar ilustre: Jamie Oliver (ele também é um James, repare!). Porque se eu convido Kat Von D, com certeza também posso convidar o Jamie. Assim, lindo-lindo e cozinheiro. Jamie não trocaria figurinhas com o também cozinheiro Lafayette, mesmo porque esse estará do outro lado da mesa e também porque Lafayette não suportaria algum mauricinho almofadinha e lindo-lindo dando palpite em suas panelas. Jamie ficaria perfeitamente bem instalado ao lado de Chloe. Porque eles combinam. Porque Chloe precisa esquecer Clark Kent. E ela é tão lindinha que eu até liberaria o Jamie nesse caso. E Jamie do lado de Regina não teria o menor problema: Jamie nunca comeria uma maçã crua e mal feita oferecida pela bruxa, por mais bonita que ela seja. Só Jamie na mesa, porque o cheff Gordon Ramsay estaria na cozinha coordenando o cardápio e a execução dos pratos servidos no meu chá, claro.</div>
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Quase findada a lista de convidados do meu chá, esqueci de ocupar as pontas da mesa (porque uma bela mesa tradicional tem que ter 22 lugares). E então decidi que na ponta perto de Rochelle e Janet o lugar seria perfeito para meu personagem preferido de The Fresh Prince of Bel-Air: Carlton Banks. E eu com certeza escaparia de meu lugar no meio da mesa toda hora pra fazer parte da conversa da ponta dessa mesa.</div>
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E, na ponta da mesa do outro lado, perto de Sheldon e Chloe, ficará um lugar vazio, para a alegria de Sheldon. Mas é por pouco tempo: só o tempo de eu terminar de ler o primeiro livro de Guerra dos Tronos (faltam só 100 páginas das quase mil gente, eu consigo) porque então começarei a assistir Game of Thrones, cuja ponta da minha mesa de chá será ocupada posteriormente por meu personagem preferido dessa série. Lendo o livro sei que esse lugar pode ser ocupado por Eddard Stark, Jon Snow ou Daenerys Targaryen, mas assistindo a série meus personagens preferidos podem mudar. Aguardemos.</div>
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</div>
</div>
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<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: x-small;">Esse negócio de ter integrantes importantes ao redor de uma mesa é muito importante. Já diria Jesus Cristo</span>. </div>
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Quem já teve o prazer de comer a minha pizza diria que eu devia servi-la aos meus convidados, ao invés de chá. Imagine Jesus Cristo servindo pizza aos apóstolos ao invés de pão e peixe. Aposto que até Judas teria curtido.<br />
<br />
<br /></div>
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<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgR_Vdode_CNEfygFXNW4yC6lI5XClUlteEa_IvwHI4OUQk4awwXFrU6Rgu133X51yP1zc94tdltAoFu3wwbwj8qIB9PUqBM0CfPooLp5Ieu8kcJWhAOwHYa8xduquQwNShdh5LnY6frQg/s1600/t%C3%A1vola+redonda.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="275" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgR_Vdode_CNEfygFXNW4yC6lI5XClUlteEa_IvwHI4OUQk4awwXFrU6Rgu133X51yP1zc94tdltAoFu3wwbwj8qIB9PUqBM0CfPooLp5Ieu8kcJWhAOwHYa8xduquQwNShdh5LnY6frQg/s320/t%C3%A1vola+redonda.jpg" width="320" /></a></div>
</div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: x-small;">(aposto que o Rei Arthur serviu pizza aos cavaleiros da Távola Redonda)</span><br />
<span style="font-size: x-small;"><br /></span>
<span style="font-size: x-small;"><br /></span>
<span style="font-size: x-small;"><br /></span>
<br />
Finalmente, a dinâmica da minha mesa de chá:<br />
<span style="font-size: x-small;"><br /></span>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyk454k62LrnJ7Dm2PrEKGAOXqr3vPvmk0dSrZtlfivrsRlJCAiaNbM4Nm016TlcxGKBl_P9MDyeizuQKUL2O1VkEf3a3MYLTyaJLi-bN08y-kUBcyvSCvDOc5U95wYjk-d1ASlUdp-TE/s1600/mesa.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="162" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyk454k62LrnJ7Dm2PrEKGAOXqr3vPvmk0dSrZtlfivrsRlJCAiaNbM4Nm016TlcxGKBl_P9MDyeizuQKUL2O1VkEf3a3MYLTyaJLi-bN08y-kUBcyvSCvDOc5U95wYjk-d1ASlUdp-TE/s400/mesa.JPG" width="400" /></a></div>
<span style="font-size: x-small;"><br /></span></div>
</div>
</div>
Renatahttp://www.blogger.com/profile/08352266757838057451noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-5080576489005034515.post-69275511292436637352013-02-08T00:00:00.000-02:002013-02-08T00:00:04.177-02:00Sobre nomes<div style="text-align: justify;">
Todo mundo se preocupa com o nome que dará aos futuros filhos. Muitas meninas já quase nascem sabendo os nomes que seus filhos terão. A gente brinca de boneca, pequenininhas, já colocando em cada uma os nomes de nossos filhos. E eu também já conheci homens que queriam colocar nomes nos filhos. Homens que sonham com os nomes de suas filhas. Acho bonitinho. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Se o bebê já vai nascer e os pais não têm a mínima ideia de qual nome colocar, já entram em cena os clássicos livros de nome. As buscas na internet. Os significados dos nomes. A Bíblia, como sugestão de nomes de seus personagens. Um nome. Coisa tão importante, que vai determinar a personalidade de alguém a partir dali (e eu acredito bastante nisso). Um nome, cujo qual pode vir logo de cara associado a bullyings na escola e traumas de infância. Nomear alguém é muito complexo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
... mas por que raios as pessoas não se preocupam com os nomes que dão aos seus animais?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sério, gente, nomear animal também é importante. Só por não ter registro, por poder ser mais variável e por não ser alguém que vá reclamar com o dono a respeito do nome lhe dado, não quer dizer que o animal será feliz com o nome que deram a ele. Você tem um mundo de possibilidades de nomes para dar ao seu animal. Pode abusar da sua criatividade. Mas as pessoas fazem o que?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu aposto que os Totós estão cheios de terem um nome tão comum.Os Bidus.Os Costelinhas. Faísca. Kiara. Lady. Myke. Pingo. Quico. Rico. Sacha. Xuxa. Snoopy. Kitty. Thor (acredite, esse é um nome de cachorro bem rodado). E ah, gente, presta atenção. Olha quanto nome que a gente vê de monte nos cachorros e gatos por aí. E que falta de originalidade. Todos referentes ou a cachorros da televisão ou a personalidades ridículas. E sempre, SEMPRE são nomes dissílabos. Ah não.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu sou a favor de nomes bem pensados para os animais de estimação. Principalmente porque eu julgo pessoas pelos nomes que elas dão aos seus animais. Há alguns dias atrás Anna Vitória me mostrou no whatsapp que a casa em que ela estava tinha uma gata. Linda, era o nome dela. Eu prontamente respondi que "ai que nome mais sem originalidade". E então ela explicou que o nome da gata anteriormente era Lindinha. Porque quando ela chegou na casa havia uma criança que colocou esse nome. E que havia ainda uma outra gata na casa, que hoje se chama Doce, mas que antigamente chamava Docinho. Meninas Superpoderosas era a referência. E aí depois de toda a explicação e o plus de os nomes terem saído do diminutivo... até aceitei os nomes das gatas. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu até acho criativos os nomes de pessoas em animais, mas eu curto mesmo é o cachorro da Anna. Chico, inspirado no Buarque. Curto o gato da Silvia: Elvis. Curto o cachorro do Edgar: John. Que pode ser do Lennon, de Elton John ou de até Jon Bon Jovi. E uma vez eu fiquei amiga de uma moça só porque o cachorro dela chamava Ozzy. Assim como teve uma novela aí em que os filhos de alguém se chamavam Led e Alanis. E também tem a cachorra da amiga: Polly. E então você me diz "quem é essa cantora?" e eu respondo: não é cantora, é só uma das músicas mais famosas do Nirvana. Ah, o mundo da música é fascinante, mas eu tenho uma colega de trabalho que tem um cachorro com o nome incrível: Valente. E eu acho incrível não por causa da ânsia dela que o cachorro fosse valente, mas sim porque é o nome de um dos Ursinhos Carinhosos!</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Pandora se chama Pandora porque além de ter sido encontrada na caixa do motor e além de ela amar uma caixa de papelão, eu curto mitologia (meus pais já tiveram cachorros que se chamavam Sansão e Dalila e minha avó teve um cachorro que se chamava Faraó. Todos filas brasileiros, eram lindos! - tivemos também uma sucessão de Leão, Ursa, Paquinha, Rosinha, Paco Totó e Sasha também, mas deixa pra lá). Mas talvez eu não siga a mesma linha de raciocínio quando tiver meu próximo gato, porque já está estipulado. A próxima gata será a Penélope. É, vou fazer um esquema língua do P. Mas pensando no exemplo que a Anna me contou das gatas que têm seu nome como referência de As Meninas Superpoderosas, eu até que teria animais com a mesma linha de raciocínio. Panthro, Tygra, Cheetara, Wili Kyt, Wili Kat, Snarf e Lion. Todos gatos, claro. E com referência à Thundercats com louvor. (guardarei a referência para o dia em que eu tiver 7 gatos de uma vez). E ah, eu reclamei dos nomes de cachorros que as pessoas colocam de acordo com os cachorros famosos da tv, mas um dia eu ainda terei um gato chamado Satanás!</div>
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://fabiovalerios.files.wordpress.com/2012/05/bruxa-setenta-e-um-71-dona-clotilde-satanas-computador-reiniciando-sozinho-550x360.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="http://fabiovalerios.files.wordpress.com/2012/05/bruxa-setenta-e-um-71-dona-clotilde-satanas-computador-reiniciando-sozinho-550x360.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
A propósito: pensando em nomes de animais, achei um site com sugestão de <a href="http://www.redevet.com.br/nomes/nomes.htm">nomes específicos para os animais</a>. Andei dando uma olhada e achei alguns bem bacanas. Segue meu teste para a sonoridade de alguns (tem até o Janjão da Tary lá):</div>
<br />
- <b>Bem-Hur</b>, venha cá!<br />
- <b>Bionicão</b>, senta!<br />
- <b>Careca</b>, vamos tomar banho!<br />
- <b>Cheiroso</b>, larga o meu sapato!<br />
- <b>Coruja</b>, desce daí!<br />
- <b>Cashemira</b>, vamos passear!<br />
- <b>D'artagnan</b>, desce da cortina!<br />
- <b>Godines</b>, fica quieto aqui!<br />
- <b>Kruguer</b>, volta aqui com esse bife!<br />
- <b>Looping</b>, cale a boca!<br />
- <b>Menudo</b>, desde da minha calça!<br />
- <b>Rambo</b>, para de morder o tapete!<br />
- <b>Shakesperare</b>, vai deitar!Renatahttp://www.blogger.com/profile/08352266757838057451noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-5080576489005034515.post-55540485037740798182013-02-07T00:00:00.000-02:002013-02-07T00:00:02.124-02:00Sobre iguais<div style="text-align: justify;">
Faz um tempo já que venho pensando nas coisas que me atraem nas pessoas. Nem tanto só em homens, mas também nas mulheres. Não, eu não sou lésbica. Só penso a respeito do que faz com que eu queira me relacionar com alguém. Namorar, ser amiga, estar perto, que seja. Porque isso pode ser automático e sem pensar nas outras pessoas, mas quando as coisas se referem a mim e a quem eu quero perto de mim, tudo muda de figura.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu escolho pessoas. Escolho quem eu quero deixar que, ao menos, tenha alguma atenção minha. Escolho a dedo cada amiga. Namorado então, gente. Mais difícil que passar em concurso público. Eu escolho totalmente e nem me sinto cometendo um crime por isso. Eu não sou uma universidade, não sou um órgão público. Não tenho cotas. Tenho pessoas de diversos tipos, diversas classes sociais, diversos pensamentos, mas que se relacionam comigo porque eu permiti. Porque alguma coisa em cada uma dessas pessoas me chamou a atenção a ponto de eu querer que ela participasse da minha vida. São pessoas especiais. Que eu julguei especiais. Não são perfeitas, porque ninguém é. Mas suas imperfeições são facilmente eliminadas perante à qualidade que eu identifiquei em cada uma delas e que fez com que eu tivesse suas amizades. Gente pelo qual valeu a pena eu ser tão presente em suas vidas a ponto de quase anular as outras amizades que elas pessoas tinham. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A qualidade mais marcante e mais presente em todas as pessoas com as quais me relaciono: inteligência. Está escrito até no meu mapa astral que eu só me aproximo de quem é inteligente. Quem sabe raciocinar. Quem não foge da raia. Quem discute e quem defende seu próprio ponto de vista. Quem me faz enxergar o que eu ainda não vi. Nossa, como é legal descobrir a inteligência das pessoas. Como é legal descobrir pensamentos e atitudes novas, que me ensinam e modificam meu pensamento perante a tudo.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Como é legal descobrir pessoas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Dentre todas essas, sempre tem aquela que um dia você conhece e acaba se identificando. Alguém que nem conviveu com você durante a vida. Alguém que nem sabe de onde você é. Mas que, de repente, puf. A pessoa é igual a você. E aí no começo é legal, sabe? A pessoa tem o mesmo pensamento que você. As mesmas manias. Os mesmos medos. Toma as mesmas atitudes que você perante as mesmas situações. A pessoa se veste como você, tem o corpo parecido com o seu, o mesmo corte de cabelo. Tem gente que de repente você conhece que já é assim e tem gente que se tornou assim com a convivência com você. E aí, em ambas as situações, uma hora você percebe que a pessoa é tão igual a você que chega até a saber seus pensamentos, porque afinal de contas a pessoa pensa as mesmas coisas que você.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ai, cara, que chato. BORING. Daí aquela pessoa que antes era "nossa, que legal, nós somos tão parecidas!" de repente muda pra "porra, que saco, para de ser tão parecida comigo!". Caramba! Para de me imitar! PARA DE PEGAR AS MESMAS ROUPAS QUE EU NA LOJA! Sabe? Sabe o que é você estar na loja de roupas com a pessoa e enquanto você vê uma roupa a pessoa vai lá e pega A MESMA? Não, ela não pegou uma roupa igual à que eu peguei. Ela pegou A MESMA. Mano. Para de pensar igual a mim. Para de dizer que é igualzinha. Para de querer controlar o que eu como porque se você tem toc eu também tenho que ter. Para de comprar o mesmo sapato que eu. PARA de querer ir onde eu vou e de querer ter a vida igual à minha. PARA DE QUERER ME ARRUMAR MARIDO SÓ PRA EU TER UMA VIDA BUNDA IGUAL À SUA. Para, porra. PARA!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
É aí, minha gente, que acaba uma amizade. Com uma pessoa igual ou querendo ser igual a mim. Porque o que eu mais gosto nas pessoas é o novo, é descobrir coisas novas e pensamentos novos. E então de repente quando eu descubro que a pessoa é ou se tornou exatamente igual a mim... qual é o novo? Não tem novo. Eu vejo só alguém querendo ser eu. Querendo ter a minha vida, ou querendo que eu tenha uma vida igual à dela. Vejo alguém sem personalidade, alguém querendo roubar a minha personalidade. Alguém querendo ~entrar~ em mim. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E é aí que mora o meu desprezo. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Nasci sozinha. Vivo sozinha. Moro sozinha. Eu quis um irmão HOMEM, pra não mexer nas minhas coisas nem querer ser o que eu sou. Babybrother faz bem esse papel. O de ser ele mesmo. E eu até gosto de ser exemplo pra alguém, como fui por muitos anos para a prima 9 anos mais nova. Mas ser exemplo não é a mesma coisas de ser a própria pessoa. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu nunca suportaria ter uma irmã gêmea. </div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://g1.globo.com/Noticias/Cinema/foto/0,,21459362-EX,00.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="250" src="http://g1.globo.com/Noticias/Cinema/foto/0,,21459362-EX,00.jpg" width="400" /></a></div>
<br />Renatahttp://www.blogger.com/profile/08352266757838057451noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5080576489005034515.post-75297170835506614342013-02-06T00:00:00.000-02:002013-02-11T07:40:46.220-02:00Meme<div style="text-align: justify;">
Um meme! Tanto tempo faz que eu não respondo um meme (mas tenho vários que foram indicados a mim que eu não esqueci tá, gente? Postarei todos com o passar do tempo, não desistam de mim)! Esse foi indicado pela <a href="http://docesrodopios.blogspot.com.br/">Tary</a> e tem tudo a ver com o blog, o que é legal para os novos leitores me conhecerem mais e para os antigos leitores lembrarem das minhas proezas da vida. Porque eu tenho uns leitores bem há quase 10 anos! Vamos lá:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>1- Como escolheu o nome do seu blog?</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Já diz o perfil do mesmo: "<span font-family: arial; font-size: 13px; line-height: 18.1875px;"><i>Lonesome: retirado, arredio. Pumpkin de abóbora. Primitiva, da derivada abobrinha. Doce ou salgada, depende só do chef. De Halloween à carruagem de Cinderela - e é exatamente por isso que tudo faz tanto sentido. - Abóbora Selvagem, como disse a amiga. E não, isso não é um filme pornô</i>." Eu estava em um momento mais introspectivo da minha vida, somado à palavra "pumpkin" que eu sempre achei de sonoridade bacana. Eu gosto de Smashing Pumpkins. Mas faz um tempo já que eu estou achando que não é mais a minha cara. Talvez eu mude daqui um tempo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>2- Há quanto tempo tem o seu blog?</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Esse blog tem postagens desde 2007, mas ele é sucessor de um blog antigo que eu tinha desde meados de 2000. Tenho saudades dos meus posts antigos, da época que eu tinha 20 anos e escrevia tudo bem florzinha. Apaguei esses posts. Sabe como é, um dia deu um surto. Pena.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>3- Como você divulga o seu blog?</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Não divulgo. Eu sou contra a divulgação do meu blog. Sou contra divulgação de blogs no geral, porque eu acho uma coisa muito íntima. Poucas amigas reais têm o endereço do meu blog e as duas vezes que mudei de blog foi justamente para despistar pessoas. O meu blog é, depois do twitter, o único lugar desse mundo que eu posso ser eu mesma e compartilhar com as pessoas os meus pensamentos mais malucos. E não quero ver ninguém na rua me apontando o dedo e me julgando por isso. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>4- Quais assuntos têm mais visualização no seu blog?</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Ah, só assuntos malucos, que de tão estranhos eu nem lembro pra citar. No momento, de acordo com as estatísticas do blog, as pessoas chegam aqui pesquisando por "fim do mundo", "lugar de poltronas", "atriz do filme exorcista", "axl nariz perfeito", "como renovar meu sofá", "era venenosa", "meme o homem polvo", "como fazer para um bebê de verdade", "gato cor de marmelada", "homem mais lindo do mundo pelado" e "nuvens a deitar chuva". Bem característico assim. Eu falei que é só maluco que frenquenta esse lugar.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>5- O que motivou você a criar um blog?</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu sou dos tempos antigos, da era em que não existia computador. Sou do tempo do diário, das várias folhas trancadas à cadeado e da ânsia absurda de ler o diário alheio (eu era dessas). Mas, já que eu era das que roubavam o diário dos outros pra ler, nunca fui tonta o suficiente para ter os meus ou deixá-los à mercê de qualquer um. Na internet eu vi uma forma de poder dizer o que eu penso e sem deixar pessoas conhecidas lerem, mas com um plus: sabendo a opinião dos desconhecidos. Curti.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>6- Onde você mora?</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Na minha casa. Hahaha. Em São Paulo, capital.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>7- Quais são os objetivos do seu blog?</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Poder dizer o que eu penso sem reprimendas e sem ter que pensar que vou agredir alguém. É um lugar de lazer.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>8- Quais blogs você visita frequentemente?</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="http://sooo-contagious.blogspot.com.br/">So-contagious</a>, <a href="http://mvcee.blogspot.com.br/">Minha vida como ela é</a>, <a href="http://verdademalcontada.blogspot.com.br/">Verdade mal contada</a>, <a href="http://elarafaela.blogspot.com.br/">Ela Rafaela</a>, <a href="http://docesrodopios.blogspot.com.br/">Doces Rodopios</a>, <a href="http://tantoscliches.blogspot.com.br/">Tantos Clichês</a>, <a href="http://eunaotenhoconserto.blogspot.com.br/">Eu não tenho conserto</a> e <a href="http://oblogdoedgar.blogspot.com.br/">Edgariando</a>. E todos os meus outros links, aleatoriamente de acordo com a minha vontade ou com meu tempo ou com meu interesse relacionado aos títulos dos posts que as pessoas escrevem.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>9- O que te inspira na hora de criar os posts?</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Minha vida, a vida alheia, alguma coisa que eu ouvi no trabalho, na rua, no metrô. Ou os pensamentos malucos que passam pela minha cabeça.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>10- Qual é a sua idade?</b></div>
<div style="text-align: justify;">
33. E, a propósito, eu amo ter essa idade.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>11- Além do blog, tem alguma outra ocupação? Se sim, qual?</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Ah, é bom, né? Ainda mais na terceira idade em que eu estou. Trabalho, cuido da casa, alimento a filha, mantenho a proximidade das amigas, presencio os almoços de família, pratico jardinagem, culinária, tricô, crochê, bordado, corte e costura, pintura a óleo, academia, aula de dança e natação. Pretendo voltar para o meu curso de idiomas, estou pesquisando outra pós graduação e busco liquidar toda a minha lista de livros a ler, filmes e séries a assistir e shows de rock a presenciar. Quero viajar. E ah é: eu voltei pra acupuntura.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>12- O que mais gosta de fazer nos finais de semana?</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Todos os itens da lista anterior, tudo junto e misturado, menos trabalhar. Frequentemente também eu coloco na lista o item "arrumar o armário". Eu curto. É relaxante.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>13- Gosta de café?</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu gosto somente de manhã ao acordar. Café passado, sem ser solúvel nem de cafeteira. E achei essa pergunta super aleatória.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>14- Pretende fazer algo em 2013?</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Ah, eu pretendo. Além de continuar em todo o meu ritmo citado nos dois itens anteriores, pretendo me dedicar mais a esse blog e aos blogs favoritos. As pessoas que gostam de ler as insanidades que eu penso e escrevo e as pessoas que gostam de meus comentários em seus blogs agradecem.</div>
Renatahttp://www.blogger.com/profile/08352266757838057451noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5080576489005034515.post-61152026003143680212013-02-05T00:00:00.000-02:002013-02-05T00:00:04.449-02:00Sobre monitoria<div style="text-align: justify;">
Eu, saindo do metrô na semana passada, já bem longe da empresa e mais perto de casa, estava na escada rolante ouvindo uma mulher atrás de mim falava ao telefone:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- Não, mas eu fui zerada na monitoria! Eu tinha uma ligação toda ferrada em que fiz várias merdas e a monitoria não pegou. Pegou a outra, que eu fiz tudo certinho, e me zerou! E aí agora é menos 10% do meu salário esse mês. Não, eu já nem estava a fim de trabalhar direito, agora muito menos!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
... é o meu trabalho ferrando com a vida das pessoas ao redor do mundo (porque me pareceu que ela era de algum tipo de empresa que não uma operadora de telefonia - portanto não era da mesma empresa que eu. Mas, mesmo assim, monitoria existe em toda empresa que tem serviço de atendimento ao cliente, certo? Senão, devia existir)</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
É uma coisa tipo Dexter: a gente zera quem faz merda. Seu salário vai diminuir, mas porque você é um merda. Você não vai poder prestar processos seletivos internos pra melhorar seu cargo e seu salário, mas porque você fez merda. Ou seja, mereceu. Dexter mata pessoas que merecem. Eu zero pessoas que merecem. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Simples assim.</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://www.mahir.nl/wp-content/uploads/2013/01/dexter-14965-1920x1080.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="225" src="http://www.mahir.nl/wp-content/uploads/2013/01/dexter-14965-1920x1080.jpg" width="400" /></a></div>
<br />Renatahttp://www.blogger.com/profile/08352266757838057451noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5080576489005034515.post-71455561708916792692013-02-03T09:14:00.000-02:002013-02-03T09:14:18.032-02:00Talent Management<div style="text-align: justify;">
Daí que lá na empresa tem esse bagulho. Quem já estudou em alguma área administrativa ou quem já trabalhou em uma empresa grande sabe mais ou menos o que é. É um bagulho aí que como vários outros tem um nome bonito só pra ocultar o real significado: é a hora que alguém vai dizer o que acha de você.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sabe jogo da verdade? Então, isso aí. Só que sem a garrafa. E sem a roda de amigos. E sem você poder questionar o que estão te dizendo, sem brigas, sem risada, sem enfiar a mão na cara de ninguém. Porque quem estará falando as verdades a seu respeito é seu chefe. E você tem que ouvir e sorrir.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Pois é, teve esse negócio aí essa semana. Lá na empresa. E acontece com todo mundo, não dá simplesmente pra sair pelos fundos e dizer "amanhã eu faço". Não. Tem hora marcada. Tem sala marcada. E aí vai um por um, cada um na sua vez. E você fica nervoso esperando a sua vez chegar. Eu fiquei.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Chegou a minha vez e eu sentei lá na cadeirinha de frente pra chefe e no canto da sala que eu não sei se tinha temperatura de 5 graus negativos ou se eu tremia era de nervoso mesmo. Mas tava um frio do caramba. Talvez fora, talvez dentro de mim. E foram duas horas seguidas que eu conversei com a chefe sem nem reparar em quem passava por trás da parede de vidro, lá fora. Me concentrei de tal maneira que tudo ao meu redor meio que sumiu.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Conversa vai, conversa vem (mais da parte dela do que da minha, claro), a chefe é canceriana e, de acordo com a amiga, esse é o signo que por estar exatamente no oposto ao meu no mapa astral, é o que me completa. Talvez por isso essa chefe goste de mim. Talvez seja só porque todos as chefes mulheres que eu tive até hoje gostavam de mim, por mais carrascas que fossem. Chefes homens não. Eu não suporto homem mandando em mim. Mas a chefe falou muitas coisas bem bonitinhas a meu respeito. Muitas mesmo. Me senti muito envaidecida com tudo. Entre tantas, ela me comparou com a diretora da nossa área da empresa. Bem legal.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas né, nada no mundo é perfeito e a minha imperfeição faz com que eu me apegue mais às críticas que aos elogios. E no decorrer de duas horas de conversa eu só tive duas críticas. Só duas, em milhares de itens avaliados. E são elas: </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
1) "Você tem paciência e espera as pessoas falarem sem fazer cara de desdém, mesmo que não concorde com a opinião que elas dão, mas ao dizer a sua opinião você REPRIME as pessoas à sua volta, que se sentem obrigadas a seguir o que você diz."</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
2) "A linha entre seu autocontrole e sua explosão é muito tênue."</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Então. Oi. xD</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ai, gente, sério. O segundo item eu concordo plenamente que talvez seja desfavorável à minha pessoa, sabe, porque ela associou isso a uma situação específica: uma reunião em que uma pessoa específica questionava a qualidade do meu trabalho, já que eu sou a funcionária mais produtiva da área em grau absurdamente mais elevado que os demais. Daí, a criatura falava na reunião em tom de desprezo e sem mencionar em nenhum momento o meu nome, mas ÓBVIO que era pra mim, que "tem que ver a qualidade do trabalho dessa pessoa que faz muito mais que os demais, porque isso é impossível". Eu, queimando por dentro (porque você pode me xingar, mas questionar a qualidade do meu trabalho pode dar em morte), fiquei quieta. Quase botei um silver tape na boca pra me obrigar a ficar quieta. E a chefe percebeu, claro, porque eu fiquei quieta, mas sou tão transparente que estava escrito na minha testa que eu queria voar no pescoço da pessoa e esfregar a cara dela no asfalto. Mas eu me contive. A duras penas, mas me contive. Mas realmente: foi por pouco. Foi por muito pouco MESMO. Enfim, depois desse episódio eu já conversei não só com a chefe, mas com outras pessoas que me deram uma luz e me fizeram enxergar que eu tenho que reagir a certas situações de maneira diferente porque provavelmente o real objetivo da pessoa era o de justamente me tirar do sério e mostrar exatamente aí o fato de que eu não sou melhor que os outros, muito pelo contrário. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas o primeiro item, gente. O primeiro item, sabe? Oi, mundo, eu sou mandona. Minha família é mandona. O sangue italiano que corre por entre minhas veias é mandão. E nem é de propósito, eu nem falo tanto no sentido de mandar assim em alguém. Falo no sentido de tentar convencer. Só que eu quero convencer no grito. Hoje nós vamos almoçar em tal lugar, e ponto final. Daí todo mundo vai. Mas sabe, minha mãe que me ensinou a ser assim. Ela mencionou milhares de vezes durante a minha vida uma situação específica que aconteceu quando eu era criança:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Um dia, em uma festa de família, uma tia colocava os refrigerantes para as crianças e olhou pra mim: "Renata, você quer Coca Cola ou guaraná?" eu respondi "Tanto faz, tia.". E pronto. Minha mãe estava bem ali ao meu lado no momento e aquela foi uma situação que ela fez com que eu nunca mais esquecesse na vida, tantas foram as vezes que ela repetiu na minha mente o acontecido (e ainda repete se precisar). O argumento da minha mãe é que eu não posso ser uma pessoa do "tanto faz". "Que tanto faz? QUE TANTO FAZ, RENATA? Você tem que ter uma decisão na vida, sempre! Você tem SEMPRE que optar por um ou por outro, mesmo que tanto faça dentro de você. Você nunca pode ser uma pessoa indecisa, alguém que os outros pensem 'ah, pra Renata tanto faz, qualquer coisa pra ela está bom'. Não, você não será uma pessoa do tanto faz. Você será uma pessoa da Coca Cola ou do guaraná. Será sempre uma pessoa de opinião." E daí é por isso que eu tenho opinião sobre tudo nessa vida.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Meu trabalho trata-se de um setor em que tudo é questionado constantemente. A necessidade das coisas, o porquê dos processos. Tudo. E por isso é que eu me identifiquei tanto com tudo lá. Mas em uma equipe de quase 40 pessoas existe gente de tudo quanto é tipo e os mandões nem são a maioria. Tem muita gente omissa. Do tipo que tem opinião, mas que fala baixinho. Sabe? "ah, eu acho que talvez quem sabe um dia se...". E não, gente, não. Ou você é Coca Cola, ou você é guaraná. E eu espero todo mundo falar, a gente faz reuniões absurdas que todo mundo quase sai no tapa, mas quando a discussão não chega em um meio termo, eu sempre digo a minha opinião assim no finalzinho e junto com ela eu já digo todos os prós e contras e tudo o que pode dar de certo e errado caso adotarmos a minha opinião sobre o assunto. E então milagrosamente a discussão cessa. Gente, tem que ser Coca Cola, porque ela é viciante, porque depois de comermos o sanduíche de mortadela do Mercadão nada mais pode ser tão seguro e libertador do que a Coca Cola que vai ajudar a acomodar melhor a gordura da mortadela no organismo e trazer melhor saciedade e a sensação desengordurante de que tudo foi perfeito. Guaraná é doce demais, leve demais, gasoso demais, tem maior probabilidade de te deixar enjoado depois e a propaganda do guaraná com a pizza pode nem ter sido tão perfeita assim, visto que a propaganda da Coca Cola com os ursos polares e o caminhão do Papai Noel vem tornando há anos a marca muito mais rentável apesar de seu poder viciante e que as más línguas digam que é um ótimo desentupidor de pia. Ou seja, faz mal mas mesmo assim o mundo inteiro ama. E fim.</div>
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E então todo mundo bebe a Coca Cola feliz e certo de que foi a melhor escolha. E gente, desculpa. Se ainda tinha alguém que pensou que o guaraná era melhor e não continuou defendendo a sua opinião, é bunda. É, porque foi omisso. Porque só porque eu falei melhor e mais alto, ficou com medo. Ah, gente. Veja se isso é jeito de viver! Deixando as coisas pra lá e pensando no tanto faz! Não. Eu sou a favor de gente que discute, que leva suas opiniões a diante, que tem opiniões. Porque se a pessoa fizesse isso, talvez me convenceria mais pra frente que não, guaraná é um produto nacional, mais saudável, mais barato, mais bonito e com poderes medicinais, que fosse. Eu falo melhor e mais alto, mas nem por isso sou do tipo que não muda de opinião. Eu mudo sim, basta me convencer de que o seu ponto de vista é melhor.</div>
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Brigada mãe, desculpa chefe. Eu sou uma pessoa de opinião e acho que quem enfia o rabinho entre as pernas e aceita a opinião dos outros mesmo sem achar que é a melhor merece morrer.</div>
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<a href="http://bimg2.mlstatic.com/placas-decorativas-coca-cola-red-pinup-have-coke-vermelha_MLB-F-223132359_9765.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="http://bimg2.mlstatic.com/placas-decorativas-coca-cola-red-pinup-have-coke-vermelha_MLB-F-223132359_9765.jpg" width="256" /></a></div>
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Os Menudos apoiariam minha dica pra vida: não se reprima.Renatahttp://www.blogger.com/profile/08352266757838057451noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-5080576489005034515.post-26098742034192361872013-01-30T07:00:00.000-02:002013-01-30T07:00:08.285-02:00O filme em que eu gostaria de morar*<div style="text-align: justify;">
* Uma ideia de <a href="http://docesrodopios.blogspot.com.br/2013/01/o-filme-em-que-eu-gostaria-de-morar.html">Taryne</a>, que quis morar em <i>Um bom ano</i>. Que passou pra <a href="http://sooo-contagious.blogspot.com.br/2013/01/cinderela-em-paris.html">Anna Vitória</a> que quis morar em <i>Cinderela em Paris</i> e então pra <a href="http://mvcee.blogspot.com.br/2013/01/onde-o-som-da-musica-desperta-as.html">Ana Luísa</a>, que quis morar OBVIAMENTE em <i>A Noviça Rebelde</i>. E agora é a minha vez.</div>
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Eu nunca pensei, na verdade, em qual filme gostaria de morar. E isso é muito peculiar, já que eu sempre penso em tudo. Eu sempre planejo tudo e sempre tenho algo a dizer sobre tudo. E então quando a Tary escreveu sobre o filme que gostaria de morar eu meio que fiquei com <i>tilt</i>. Gente, como assim que eu nunca pensei em qual filme queria morar?</div>
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<a href="http://cdn-images.hollywood.com/site/dirty-dancing-remake-delay-casting.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="211" src="http://cdn-images.hollywood.com/site/dirty-dancing-remake-delay-casting.jpg" width="320" /></a></div>
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Então eu olhei pra minha estante de filmes e passei a pensar. Analu me perguntou via whatsapp se, seguindo a linha de raciocínio dela, eu gostaria de morar em meu filme preferido, o Dirty Dancing. Gostaria, será? Ah, o Patrick Swayze. Me olhando assim com aqueles olhos apertadinhos e sussurrando <i>I've had the time of my life. No I never felt this way before, yes I swear It's the truth and I owe it all to you</i>. Aiai, Patrick Swayze. Belos antebraços. Belo peitoral. E aquele clima todo de anos 80 e a dança e a música. Seria supimpa. Mas junto com tudo isso também vinha a filha com educação rígida e super proteção. E o culto à família, independente dos problemas que tinham. Negócio era jogar tudo pra debaixo do tapete e sorrir. Ah, não. Isso daí não ia dar.</div>
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<a href="http://i.dailymail.co.uk/i/pix/2012/03/02/article-2109071-02E5DDD20000044D-817_964x591.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="196" src="http://i.dailymail.co.uk/i/pix/2012/03/02/article-2109071-02E5DDD20000044D-817_964x591.jpg" width="320" /></a></div>
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Ainda seguindo a linha de raciocínio da Analu, ela cogitou morar em Harry Potter. E ah, eu também pensei nisso. Que belezinha. Tudo funcionando do jeitinho que eu quiser, basta dizer umas palavrinhas. Um mundo mágico e secreto, logo ali atrás de uma simples estação de trem. A escolha da casa. E as fotos que se movem. E UMA PENSEIRA! Uma penseira era tudo o que eu queria nessa vida! Mas ah. E o Voldemort, hein? Que canseira! E o pessoal lá é meio histérico e hipocondríaco, sei lá. E esse negócio de quadribol, eu mal suporto o futebol! E sei lá, eu acho que não teria muito jeito pra andar de vassoura e esse negócio de ter ratos como animais de estimação meio que me dá nos nervos. E todos aqueles animais estranhos e as aulas nojentas e... é. Não.</div>
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<a href="http://blogdoheu.files.wordpress.com/2011/04/1-amor-alem-da-vida.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="172" src="http://blogdoheu.files.wordpress.com/2011/04/1-amor-alem-da-vida.jpg" width="320" /></a></div>
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Pensei também em Amor Além da Vida. Um dos filmes com a fotografia mais linda que eu já vi. Em que o além é pintado em óleo sobre tela, com referência exata no quadro que quem ainda está vivo pinta. Eu devo ter várias gentes nas dimensões dos muitos quadros que eu já pintei na vida. E o campo de flores de tinta, a oportunidade de ter a aparência que você quer. Lindo. Mas triste. Amor Além da Vida é também um dos filmes mais tristes que eu já vi. E não.</div>
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<a href="http://perlbal.hi-pi.com/blog-images/801740/gd/130625683221/10-coisas-que-eu-odeio-em-Voce.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="179" src="http://perlbal.hi-pi.com/blog-images/801740/gd/130625683221/10-coisas-que-eu-odeio-em-Voce.jpg" width="320" /></a></div>
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Ah, 10 Coisas que eu odeio em você. Heath Ledger cantando <i>You're just too good to be true can't take my eyes off of you</i> (reparem que eu tenho um fraco por quem canta pra mim - todos atores que já morreram, vejam bem) e todo aquele cabelo bagunçado e aquele ar de mau (socorro, preciso morar num filme que tenha o Thor!). Mas né. Aquela pegada de escola e pai que não deixa sair e a sociedade e o baile (graças a Deus que aqui no Brasil não tem esse negócio de baile, senão eu tava ferrada) e aquelas meninas que são da torcida organizada com pomponzinho e BLÉ. Não.</div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhyHbPqryQA48rDYmICvLSd-ThAAn-6vOucnVVrFD4wOVnj6vgs3sGXjwL9bMp-nydXWf7iKGJ1vdz8cFv4lueLxEKbnfQraHZrEgYaPq_3ydbi21M-sU-aq1rf7eN_shZRFfE0SjA6reo/s400/amanhecer-bella-swan-breaking-dawn-crepusculo-edward-cullen-Favim.com-247786.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="182" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhyHbPqryQA48rDYmICvLSd-ThAAn-6vOucnVVrFD4wOVnj6vgs3sGXjwL9bMp-nydXWf7iKGJ1vdz8cFv4lueLxEKbnfQraHZrEgYaPq_3ydbi21M-sU-aq1rf7eN_shZRFfE0SjA6reo/s320/amanhecer-bella-swan-breaking-dawn-crepusculo-edward-cullen-Favim.com-247786.jpg" width="320" /></a></div>
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Crepúsculo. O vampiro dos sonhos de qualquer mulher. Ser vampira. Viver pra sempre. Eu já quis isso na vida, quando eu era pré-adolescente e meu filme preferido era Entrevista com o Vampiro. Eu acho supimpa essa coisa de estar acima do bem e do mal. E nossa, com Edward. Te olhando assim e dizendo que te quer mas não pode te machucar. A história de cu doce mais perturbadora da história. Ah, eu queria um Edward. Ser vampira e correr pelas montanhas. E de repente não precisar mais ir ao cabeleireiro, nem à manicure, nem fazer maquiagem, nem regime. Aé, o regime. Ih, viver só de sangue deve ser chato. Vê uma pizza de sangue. Batata recheada com sangue. Sopa de sangue com ervilhas. Suco de três frutas e sangue. Bife à milanesa ao molho de sangue. Ai que monótono. É, não ia dar.</div>
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<br /></div>
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Então eu pensei em morar em vários outros filmes preferidos meus, tipo Kill Bill. Mas ai, que trabalhoso. Tem que sair matando todo mundo e ainda estar em forma para os rodopios e as eventualidades tipo sair de um caixão depois de ser enterrada viva. E ah, eu juro que enfiaria a mão na cara do Pai Mei. E gente, eu acho que não consigo arrancar o olho de ninguém. Pensei em morar em Amelie Poulain também, mas achei que ia ser meio parado e inocente demais. E, desculpem meninas, eu dispenso a França.</div>
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Cheguei à conclusão de que eu precisava morar em um romance. Sem ser comédia romântica, porque se eu morasse em um filme tipo Antes só do que mal casado eu acho que ia matar alguém de ódio. Só romance. Um filme de romance em que as pessoas vivessem bem, vivessem levemente. E então eu pensei em um filme que me senti bem ao assistir.</div>
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<br /></div>
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<a href="http://www.cinepop.com.br/fotos2/cartasparajulieta_1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="189" src="http://www.cinepop.com.br/fotos2/cartasparajulieta_1.jpg" width="320" /></a></div>
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<br /></div>
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Cartas para Julieta é um filme que nem é todo mundo que gosta, mas eu amei. Amei o sentimento de viver no presente a continuação de alguma coisa que aconteceu no passado, mas que poderia ter ficado quieto somente lá. Amei a esperança. O objetivo quase impossível de alcançar, mas que no fim dá tudo certo. Eu amo o "felizes para sempre". </div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjoxWUVNx7qbhVHWBrrhKn4t5_Yiwvs7HmYIy2OWPhK48EEWf_RY52BU4Tgp2TLwYAIMV81BR6fQFMPxpe9pMwxJ4NE0Cw7qMTqKtdMuiZYgQPLEhL45tJ7TBt7HzxTORvFYLZ0OKNwbnI/s1600/julieta.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjoxWUVNx7qbhVHWBrrhKn4t5_Yiwvs7HmYIy2OWPhK48EEWf_RY52BU4Tgp2TLwYAIMV81BR6fQFMPxpe9pMwxJ4NE0Cw7qMTqKtdMuiZYgQPLEhL45tJ7TBt7HzxTORvFYLZ0OKNwbnI/s320/julieta.JPG" width="219" /></a></div>
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<br /></div>
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Amei a referência de Romeu e Julieta e o vestido LINDO que Sophie usa no fim do filme. Amei os desencontros que chegam no encontro e fazem tudo o que foi vivido anteriormente valer a pena. Amei o acaso de Sophie e Charlie. E o romantismo. Amei o fato de Claire ir atrás do grande amor da vida dela mesmo depois de tantos anos. E amei mais ainda quando ela encontrou Lorenzo. E, se não bastasse tanta fofura num filme só, o pano de fundo: a linda Itália. Eu queria passear de carro pelas cidades da Itália. As vinícolas. As enormes fazendas. O clima ameno. Os queijos. Macarrão da mama. As ruas de paralelepípedo de Verona. As mesinhas dos restaurantes na calçada tranquila. A história de amor mais clássica do mundo, nas cidades mais clássicas do mundo. </div>
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<a href="http://poderosa97.files.wordpress.com/2011/11/tumblr_lst52hn5td1qhs119o1_500_large.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="147" src="http://poderosa97.files.wordpress.com/2011/11/tumblr_lst52hn5td1qhs119o1_500_large.jpg" width="320" /></a></div>
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<br />
<div style="text-align: center;">
Eu queria morar em Cartas para Julieta. Romântico assim. Lindo assim. Clássico assim.</div>
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<a href="http://s3.favim.com/orig/39/cartas-para-julieta-film-legenda-love-Favim.com-327885.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="170" src="http://s3.favim.com/orig/39/cartas-para-julieta-film-legenda-love-Favim.com-327885.jpg" width="320" /></a></div>
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<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://amofilmes.files.wordpress.com/2012/07/cartas-para-julieta-56.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="165" src="http://amofilmes.files.wordpress.com/2012/07/cartas-para-julieta-56.jpg" width="320" /></a></div>
<br />Renatahttp://www.blogger.com/profile/08352266757838057451noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-5080576489005034515.post-59282191353028258852013-01-27T08:14:00.000-02:002013-01-27T20:42:10.116-02:00Uni duni tê<div style="text-align: justify;">
Cinco anos de vida. Era a idade que eu tinha quando ganhei esse disco. DISCO. LP. Esse bagulho antigo que hoje em dia você só acha em feiras de antiguidade e que mesmo que resolva comprar você não vai conseguir tocar a não ser que tenha uma VITROLA em casa. Coisa que não vende mais há bem uns 20 anos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Parece que eu ganhei foi adiantado, pelo meu aniversário de 6 anos. Aquele que meus pais resolveram sair pegando todas as crianças da rua pra participar. Não, não eram crianças DE rua. Eram as crianças da vizinhança. E eu lembro bem de estar dentro do carro, no banco da frente, no colo da minha mãe, porque lá no banco de trás devia ter bem umas 30 crianças enfurnadas umas nas outras. Meus pais resolveram naquele dia me compensar por fazer aniversário em 26 de dezembro. E foi a única vez na vida que eu tive mais de 30 pessoas que não eram parentes na minha festa. Eu não conhecia mais da metade e a outra metade só via de vista passando na rua. Porque eu não era uma criança que podia brincar na rua.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Engraçado pensar que eu tive uma festa de aniversário cheia de gente desconhecida. Eu, essa criatura seletiva que sou hoje. Meus pais então, que será que deu na cabeça deles pra fazerem isso? Quem conhece eles hoje nunca imaginaria que seriam capazes de ter um trabalhão desses. Mas tiveram. É a loucura dos 20 e poucos anos. Eles eram mais novos do que eu sou hoje quando eu estava fazendo 6 anos de idade.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Daí a minha festa foi superlegal, eu nem me importei que a maioria dos neguinhos eu nem conhecia. Eu gostei foi de ter a festa cheia de crianças. E tenho fotos pra lembrar da minha avó sentada no meio deles ensinando todo mundo a brincar de corre-cotia. Ah, tempos remotos em que não existia video game. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E, no fundo de tal festa memorável, o disco que eu havia ganhado alguns dias antes. Trem da Alegria. O primeiro disco que eu ganhei na vida. A primeira demonstração de música que eu lembro de ter ouvido na vida (fora as musiquinhas tipo Atirei o Pau no Gato que eu aprendia na escola). E gente, como eu gostava! Sempre soube de cor todas as músicas do disco, porque eu passava boas horas cantando todas junto com o encarte (porque eu aprendi a ler aos 4 anos, beijo). </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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Meu pai tinha menos que 30 anos na época e costumava me acordar ao som de Guns 'N Roses, que eu odiava (minha mãe tava trabalhando nessa hora, então pai serve pra te zoar). Foi bem nessa época que eu aprendi a acordar de mau humor. Mas raramente, BEM raramente mesmo, às vezes ele botava lá o disco do Trem da Alegria pra eu acordar feliz. E nossa, são tantas vezes que eu me lembro de brincar no quintal com meu triciclo (eu tinha um igualzinho ao do Quico) cantando junto com o disco as músicas!</div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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Cresci. Agora Guns 'N Roses pra mim é totalmente audível. E minha infância ficou lá atrás, junto com meu repertório de músicas do Trem da Alegria. </div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas sexta feira eu fui no aniversário da <a href="http://cometogetherbylilica.blogspot.com.br/">Lilica</a>, em uma balada aqui em SP. E eu não sou muito adepta à diversão da Vila Madá, mas fui lá. Fui pela Lilica, mas também porque ela já tinha me dito quem ia tocar. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Luciano. Não vem ao caso qual é o sobrenome dele, mas não é o do Zezé di Camargo. Luciano pra mim é só Luciano desde sempre, desde quando era conhecido como o integrante mais bonitinho do Trem da Alegria. Todas as meninas amavam e diziam que era o namorado delas. Eu ainda não estava nessa pegada de "namorado", mas entendia bem que eram as rebeldes que curtiam o Luciano, já que a preferência geral da nação eram os Menudos. Luciano tinha os cabelos lisos e em formato de tigela mas eu, preferencialmente (e não mudei meu gosto desde então) sempre preferi o Juninho Bill. Mais feinho, porém mais divertido, mais animado e mais safado. Ah, meu gosto para homens.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Luciano, baixinho, barrigudinho e descabelado, entrou no palco e cantou umas músicas estranhas lá. Cantou Nirvana. Cantou Aerosmith, Maroon 5. Cantou Legião Urbana e Jota Quest. Lilica me contou que antes que eu chegasse ele cantou até Bon Jovi. Eu comentei que ainda bem que não estava lá, porque eu odeio todo e qualquer sósia do Bon Jovi. Pra mim tem que ser só o original. Tava tudo muito estranho naquele lugar. Até Luciano encerrar o show cantando Uni Duni Tê e He-Man.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Daí, minha gente, eu senti a emoção. Um integrante do meu primeiro grupo musical preferido. Ali, na minha frente. Cantando a música que eu cantei ao longo de tantos anos. Olhando pra mim. E ah, que saudades do Juninho Bill. E da Patrícia Marx. Mas não, eu não chorei. Nem descabelei. Nem gritei. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu senti foi o peso. O peso da idade nas costas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ai que coisa. É chato pensar em como o tempo passa, né?</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgVGqNalC9Vmt0xgeCkhSGEl61jlJkevks7xFwZDSR65bkHk2pJ4joZXMLxibc9LovOTW90jZImqP-z4jzuV0l8mDPTbJwJeTOAm8Ne_TlGLnkrtT6eIrZec45vRS359EJQxvZhvR920kQ/s1600/trem.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgVGqNalC9Vmt0xgeCkhSGEl61jlJkevks7xFwZDSR65bkHk2pJ4joZXMLxibc9LovOTW90jZImqP-z4jzuV0l8mDPTbJwJeTOAm8Ne_TlGLnkrtT6eIrZec45vRS359EJQxvZhvR920kQ/s400/trem.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: x-small;">Sim, "esse cara sou eu". </span><br />
<span style="font-size: x-small;">E sim, eu ainda tenho o LP do Trem da Alegria. É, aos 33 anos.</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: x-small;">O Luciano é aquele ali com o macacão azul e camiseta amarela.</span></div>
Renatahttp://www.blogger.com/profile/08352266757838057451noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-5080576489005034515.post-88205736207777161692013-01-25T11:20:00.001-02:002013-01-25T11:24:47.494-02:00Hellraiser<div style="text-align: justify;">
Daí que eu quarta feira passada eu voltei pra acupuntura. E acho engraçado dizer isso assim como quem diz "voltei pra academia". Ou "voltei para as aulas de inglês". Porque acupuntura tem a mesma linha de raciocínio de tarefa continuada para um resultado final. Acupuntura é mesmo um negócio muito louco.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Fui porque há alguns meses atrás a minha colega de trabalho sentia muitas dores de cabeça. E daí a gente ia passear na hora do almoço e ela não queria ir. E a gente ia fazer compras (porque quem trabalha na av. Paulista tem dessas na hora do almoço), e ela não queria ir. É. Chata pra caramba. Mas como todo mundo diz que ela parece comigo, resolvi ajudar. E aconselhei a acupuntura.</div>
<div style="text-align: justify;">
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Vocês se lembram que eu já fiz, né? Que eu fiz até um post sobre o pianinho que tocava enquanto eu ficava lá deitada? Então. Daí ela marcou e foi. E foi, e foi. E agora, dois meses depois, além de não ter mais dores de cabeça, ainda emagreceu 10 quilos. É, se você é mulher eu sei que o seu comentário agora foi algo do tipo NOSSASENHORAQUESUPIMPA. E eu juro pra vocês que é verdade. Eu mesma vi. E por mais que nesse período de tempo eu tenha feito aniversário e tudo, e tenha levado bolo de chocolate com cobertura de brigadeiro e tenhamos almoçado um dos melhores hambúrgueres com batata frita e milkshake da cidade, e eu ainda tenha levado pão com carne maluca pro lanche da tarde... ela comeu de tudo e ainda assim eu não consegui retardar o emagrecimento milagroso dela. </div>
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Ai que ódio.</div>
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E então eu achei o cúmulo. Como assim, eu que sugeri e ela que vai lá e perde 10 quilos em dois meses? Eu que fiz a boa ação, porra! Mas enquanto eu pensava aqui no que fazer de comida pra levar e tentar engordá-la novamente, percebi que minha enxaqueca voltou. Oi, enxaqueca amiga, quanto tempo! Cinco dias seguidos. Cinco dias que eu quis matar alguém e picar em pedacinhos exatamente como Dexter me ensinou. Mas eu me controlei (às vezes). E voltei pra acupuntura. Eu, e toda a galera do setor que ficou igualmente boquiaberta com a magreza repentina da colega. </div>
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Doutor Luís é um senhorzinho de quase 60 anos. Com a bolsa preta rasgada e um consultório humilde, se encontra no fim do corredor e exatamente do outro lado da sala de recepção cheia de cadeiras de cores e modelos diferentes e que nem tem uma televisão. Doutor Luís fica bem ali ao lado do prédio que há doze anos atrás eu trabalhei. E já naquela época eu precisava tanto de acupuntura e nem imaginava.</div>
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Doutor Luís te olha nos olhos com toda a calma do mundo e pergunta qual é o seu problema. Pergunta se você sente mais calor ou frio. Pergunta o que você come ao longo do dia. Pergunta se você levanta à noite pra ir ao banheiro e quantas vezes. Pergunta do seu cabelo (uma colega minha respondeu que está ressecado) e das suas unhas. Pergunta qual é seu grau de perfeccionismo (eu sei cada lugar de cada copo do armário da minha cozinha, doutor - respondi - mas teve gente que foi pior que eu: "eu chego em casa e vou procurar cada um dos quatro ratinhos coloridos e diferentes da minha gata, doutor" - outra colega respondeu). Doutor Luís pergunta como vai seu sono e seu apetite e se você sonha de noite e qual a intensidade dos seus sonhos. E então te manda mostrar a língua. E eu mostrei. </div>
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Fazendo pontinhos na língua desenhada no papel em que ele anotava a minha vida, meu diagnóstico: "você é fria (por isso sou fã do Dexter, será?). Você sente frio. Bate um ventinho e você coloca a meia." (como ele sabe que eu escolhi o chuveiro da minha casa só porque ele tem o nível "super quente" e todos os outros níveis de temperatura já queimaram e mesmo assim eu não me importo porque eu uso o super quente mesmo no verão?). E então, fazendo mais pontinhos na língua do papel: "mas a ponta da sua língua é muito vermelha e isso mostra que o seu coração é quente" (eu sei que vocês aí estão grunhindo algo do tipo HHHMMM). Mas ele explicou: "seu corpo é frio, mas seu coração é quente, e então você fica em desequilíbrio interiormente. É do seu coração que vem toda essa sua responsabilidade, perfeccionismo e ansiedade. Essa sua vontade de ser mais e melhor. Mas o seu corpo não aguenta, porque ele é frio, não acompanha o coração."</div>
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E foi com esse ensinamento (alguns furos ao redor do corpo e várias agulhas na orelha pra apertar cinco vezes por dia até que parem de doer) que eu saí daquela sessão. Doutor Luís me recomendou não comer salada na janta, porque eu preciso me aquecer para que meu organismo trabalhe bem. Recomendou-me ingerir mais comidas quentes para aquecer o corpo e acalmar o coração. Eu saí do prédio grogue da vida (porque a primeira sessão de acupuntura sempre dá nisso), pensando em como os prédios da Paulista são altos e como tem bastante gente no metrô que anda tão rápido. Quase vomitei no carro dirigindo pra casa, mas no dia seguinte já acordei melhor.</div>
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Moral da história: eu sempre soube que a medicina oriental chega a ser quase muito mais sábia que a ocidental. Se eu tivesse ido procurar um médico para todos os meus problemas com certeza teria que ir bem em uns 10 consultórios de médicos com especialidades diferentes. Mas doutor Luís, o santo, fez tudo de uma vez só. </div>
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Ah, a acupuntura. Ah, os minutos deitada na caminha na penumbra. Ah, a sensação de que cada agulha dói de cada vez. AH, O PIANINHO DO INFERNO. Voltei.</div>
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<a href="http://b.vimeocdn.com/ts/797/157/79715770_640.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="170" src="http://b.vimeocdn.com/ts/797/157/79715770_640.jpg" width="400" /></a></div>
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<span style="font-size: x-small;">Pai Mei aprova quem enfia agulhas no corpo para viver melhor.</span></div>
Renatahttp://www.blogger.com/profile/08352266757838057451noreply@blogger.com6