Daí que alguém aí do mundo blogueiro (e mafioso) lindo (deve ter sido aquela bonita da
Rafaela - gente, vocês precisavam ver como ela faz a palavra "merda" ficar bonita com aquele sotaque capixaba lindo que ela tem) resolveu fazer um meme pra dizer das quatro coisas que todo mundo gosta menos a gente, e né? Não agora que eu estou meio ausente, mas tudo o que eu mais fiz na vida desse blog foi criticar coisas que todo mundo gosta e eu não, então não foi nada fácil inovar nas reclamações (apesar de eu ser boa em reclamar). Enfim, mesmo meio atrasada no negócio de memes, eu vim aqui dizer quais são as coisas que eu reclamo e as pessoas olham pra minha cara como se eu fosse um ET.
1. Sol
Antes que vocês comecem a bater a cabeça na parede de desespero, eu explico: eu gosto de sol sim. Ele lá e eu aqui. Ele ali, na varanda, na janela, embelezando o mundo lá fora. E eu aqui. Não que eu já não tenha tomado muito sol nessa vida, já tomei. Já torrei. Já saí milhares de vezes da praia como se tivesse enfiado a cara na frigideira. Já passei Cenoura e Bronze no sol de 42 º na Bahia pra depois ficar uma semana sem conseguir mexer o pescoço e criar sardas pra sempre. Já fiquei milhares de vezes ardendo de chorar ao virar na cama no meio da noite. Já. Já deu. Um belo dia eu descobri que ser branca é mais saudável (e mais bonito, com essa onda de vampiros). Já descobri que tendo essa cor de apartamento que não bate sol (porque na escolha do meu apartamento a ordem dos fatores foi 1) numerologia, 2) andar alto, 3) abrir a janela e não dar de cara com o vizinho, 4) ventilação, 5) sol) eu vou demorar mais ainda a ter rugas na cara. E descobri que depois dos 30 anos se você passa meia hora debaixo do sol já cria sardas e ainda passa mal depois. Enfim, eu sou uma pessoa que preza pelo dia nublado.
2. Paris
É agora que as meninotas me deserdam, mas gente. Eu até que queria conhecer Paris, só que depois que já tivesse conhecido todas as outras cidades que planejo. É que Paris é a capital da moda, né. E eu no Brás me divirto horrores, nunca liguei pra isso. Eu não tenho o corpo de acordo com os padrões mundiais e sou mais a cara de Roma. De sentar na mesinha na calçada e enfiar a cara na massa. Eu nem sou fã de croissant, sabe? Já pensou sentar na mesinha e enfiar a cara no escargot? Não. Eu tenho vontade de visitar cidades nas quais a presença da história seja mais marcante. Antes de conhecer Paris, eu vou querer abraçar umas múmias lá no Cairo, sabe? E botar a mão naquela água azulzinha lá na Grécia, pra ver se é gelada ou se dá pra dar um mergulho. Paris pra mim tem sabor de modernidade, de tudo acontecer primeiro lá, e eu nunca fui muito adepta dessas coisas muito novas. Eu gosto de coisa velha. E ah, mesmo gostando de estruturas metálicas (tem um monte de ferro aqui na minha casa) eu acho que a Torre Eiffel é um tanto desengonçada. Eu até que queria sim, subi-la até lá em cima, porque eu gosto de altura, mas eu aposto que metade das pessoas que sobem lá gritam VAI CURÍNTIA de lá do alto. Porque né. Brasileiro, sabe como é. É igual carrapato, tem em tudo quanto é lugar. Então, sabe? Dispenso Paris.
3. Futebol
Na verdade eu não gosto de esporte nenhum, mas se tratando do país no qual eu vivo, futebol é o mais gritante no caso de não gostar. Eu não gosto. Eu acho a maior perda de tempo um bando de marmanjo correndo atrás de uma bola. Acho mais perda de tempo ainda mais um monte de marmanjos assistindo isso na tv. E acho completamente surreal e extremamente irracional todo mundo sair se matando depois e quebrando tudo porque de repente seu time perdeu. Acho ridículo. Acho retardado. Acho imbecis as discussões sobre futebol. Horas cheias de agressões físicas e morais por uma inutilidade na qual o cara que é pago pra ficar uma hora e meia em campo dois dias por mês ganha milhares de reais e está pouco se lixando pra alguma coisa além disso. Enquanto pessoal que ganha um salário mínimo sai se agredindo porque o cara lá que tinha que fazer um gol naquele dia simplesmente não estava a fim. Futebol é ridículo. E quem segue isso fielmente é mais ainda.
4. Festa de aniversário
Se for minha eu até que curto (vocês já sabem do meu trauma de fazer aniversário depois do Natal), mas se não fosse isso, com certeza eu seria dessas pessoas que preferem passar despercebidas no próprio aniversário. Porque eu acho um saco. Aniversário alheio então, meudeus. Eu nunca quero ir no de ninguém. Eu acho um saco chegar lá e sair cumprimentando todo mundo. Eu era criancinha e já achava isso um porre. Chega, tem que dar beijinho nas pessoas presentes. Sai, tem que dar beijinho nas pessoas presentes. Até hoje, na saída dos aniversários, quando eu vejo que está na hora de ir embora eu dou tchau pro aniversariante e olhe lá. Quando alguém dá pela minha falta eu já estou lá dentro do carro. Festa de criança. Um porre. Uma gritaria, um corre-corre. De repente alguém cai e daí começa aquele berreiro. Cara cheia de brigadeiro que muito provavelmente quem os enrolou nem lavou as mãos. Gente que cospe no bolo na hora de apagar a vela. O parabéns pra você ridículo que todo mundo canta como um mantra e sem nem pensar no que está dizendo. Aquela tia que sempre te enfia uma maionese goela abaixo porque acha que você está comendo pouco e parece desnutrida. E você tem que socializar com aqueles convidados que não conhece, ou pior: que conhece e odeia. Que passa o ano todo fugindo de encontrá-los, mas pelo bem do aniversariante naquele dia você vai mesmo tendo que ver aquele bando de gente chata. Aniversário é a maior obrigação de encheção de saco que existe. E eu odeio.