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sábado, 21 de setembro de 2013

Da melancolia da música

Rock in Rio 2013. Sexta feira, 20 de setembro. Bon Jovi cantou com apenas metade da banda. E foi muito triste.

Eu, aqui, mesmo sabendo que isso aconteceria, estava animada. Apesar do sono incrível depois de estar quase virada por ter visto Metallica na noite anterior. Mesmo assim, Bon Jovi é Bon Jovi. É tudo o que envolve a trilha sonora da minha vida.

E então começaram as notícias a respeito de ele não querer dar entrevista para o Multishow. De estar mal humorado. De não olhar para os lados e demonstrar irritação. E foi só quando ele pisou no palco que eu entendi todas essas atitudes anormais quando vindas dele, sempre tão simpático e galanteador. Jon está triste.


Eu, na minha adolescência despreocupada, sempre amei música, mas nunca fui muito de me prender a detalhes. Nunca fui esse tipo de pessoa inteligente que só gosta da música se prestar atenção na letra e gostar. Eu nunca prestei atenção nas letras de músicas internacionais. Pra mim a melodia e voz do cantor sempre bastaram. E as poucas vezes que eu tentava ouvir a letra sempre me decepcionava com o conteúdo da música tão amada. Ossos do ofício de ter odiado inglês durante mais da metade da minha vida até hoje. Ou do resquício "este Romeu está chorando mas você não consegue ver esse choro".

Pra mim Bon Jovi sempre foi só Jon Bon Jovi e suas caras e bocas. Até que eu saísse da adolescência e me aprofundasse de maneira mais madura em tudo o que eu gosto. Capricornianos são velhos em corpos de jovens, já diz a astrologia. E eu sempre acho agora que tudo o que eu gosto tem que ser baseado em alguma coisa profunda e intensa.

Faz poucos anos que eu passei a me interessar pelos outros integrantes das bandas que eu gosto nessa vida. E me distanciei da origem de Bon Jovi ser somente Jon. De Aerosmith ser somente Steven Tyler. De Foo Fighters ser somente Dave Growl. De Guns ser somente Axl. De Queen ser somente Freddie. E isso se deu principalmente depois que eu passei a baladar nos shows e casas de rock da vida. Passei a acompanhar a virilidade dos bateristas. O charme dos guitarristas. A deselegância discreta dos baixistas. A sensibilidade dos tecladistas. Tudo o que uma banda precisa ter além da paixão de um vocalista.

Já faz tempo que ficou claro pra mim que uma banda é sempre uma composição de pessoas focadas em um comum. Mas foi só ontem que eu reparei a real falta que um desfalque faz. Só ontem eu entendi o que é a falta de um membro do grupo. E, se antes eu achava que um real desfalque em uma banda era percebido somente com a ausência de um vocalista, todo esse pensamento caiu por terra.


Richie Sambora sempre foi um nome pouco interessante na minha vida. Incomparável com Joe Perry, por exemplo. Muito menos incomparável com Slash ou Robert Trujillo também. Richie pra mim sempre foi um mero coadjuvante. Até que eu fosse no meu primeiro show do Bon Jovi da vida, em 2010. E, sem saber, ficasse ali posicionada na grade exatamente na frente de Richie. Por conta das amizades que eu fiz na fila, fãs dele, e que sabiam exatamente qual era o lugar dele no palco. Eu, fui na onda, e quando Jon entrou fiquei meio decepcionada por não ter ficado exatamente ali na frente dele. Mas foi só por alguns instantes. Foi só até Richie se mostrar o integrante mais interativo da banda. Simpático como poucos, passou o show inteiro brincando e sorrindo e conversando conosco, ali pertinho dele. Richie também se mostrou incrível com suas lindas guitarras, em especial a épica com dois braços. Richie me provou o quão importante é pra Bon Jovi. Mas eu só senti o que isso significa ontem.


Entre tantos shows, quase todos com integrantes "trabalhados no pó" loucamente, Rock in Rio se destacou pra mim como artistas com loucura insana. Desde Rogério Flausino não se contentando em somente cantar as músicas de Cazuza, mas querendo imitar também a opção sexual do outro, passando por Dinho Ouro Preto cara que coisa linda cara e daí velho não sei cantar minhas músicas cara, cantem vocês aí cara e chegando no absurdo de Bebel Gilberto e sua "vibe" vestido branco colado, até ontem eu pensei que a única banda que eu não senti estar completamente drogada, por incrível que pareça, foi Metallica. Mas isso foi até Jon Bon Jovi entrar pra cantar.

Eu senti daqui a tristeza de Jon. O esforço em cantar músicas onde o solo era feito desde sempre por Richie Sambora. A escolha de cantar somente as atuais, porque as antigas possuem os emblemáticos gritinhos agudos de Richie, que sempre deram o toque especial em tudo. Jon mostrou irritação quando a platéia morta gritou "volta, Richie", somente agradecendo. E, apesar de ter canalizado toda a culpa de sua dificuldade em Tico Torres, internado após duas cirurgias, eu sempre soube, Jon. Você está triste sim pela ausência de Tico. Mas está muito mais pela ausência de Richie.

Em tantos anos tão envolvida no mundo musical e integrante de uma família roqueira, eu sempre fui da opinião que bandas de música devem ter um relacionamento muito mais intenso entre seus integrantes do que cada um deles deve ter com sua própria esposa. Deve ser uma relação amizade-trabalho absurda de tão íntima. É aquela coisa de passar anos convivendo com aquelas pessoas inicialmente somente amigas 24 horas por dia. Viajando junto. Sabe, eu que sou uma reles mortal já penso que é complicado viajar com alguém que não é da sua família pra passar um Carnaval junto que seja, imagine esses caras. Eles são mais que colegas de trabalho. São mais que amigos. São irmãos. E cada um deles deve se sentir muito mais à vontade em viajar com os outros do que viajar com sua própria família. É a convivência que faz a vida.


Ontem Jon Bon Jovi sentiu na alma a falta do irmão de tantos anos. Ali, do ladinho, gritando junto. Dividindo o mesmo microfone. O "incrível Richie Sambora", como ele já disse tantas vezes nos shows. Irmãos. Que brigam, como a gente briga com nossos irmãos. Eu lembro bem que a única vez na vida que briguei com meu irmão eu quase morri de tristeza. E é exatamente isso que Jon está sentindo, por trás de toda a obrigação comercial de ter que fazer um show.

Richie foi demitido do Bon Jovi por "estar com problemas pessoais" vulgo alcoolismo. E Jon Bon Jovi, apesar de provavelmente já ter passado por essa experiência durante alguns anos, não gostou que Richie não parou na reabilitação. Richie, por sua vez, não aprovou a exposição que Jon fez dele ao divulgar ao público qual era a situação do cara. Jon então informou que Richie não é importante para a banda. E Richie foi demitido. Jon quis provar a sua capacidade de enfrentar um estádio sem Richie ao lado e vestiu a carapuça da irritação. Não deu certo, Jon. O Brasil inteiro reparou.

Por trás daqueles lindos olhos azuis, da pele branquinha e perfeita, do corpo ainda tão em forma, e das reboladinhas e biquinhos, está toda a tristeza perceptível e clara em cada canção. Que ele, esperto, desfocou chamando uma baranga da plateia e beijando na boca. Ah, Jon, Tão profissional. Tão homem de negócios. E tão fugitivo de seus próprios sentimentos.


Amanhã a essa hora eu estarei lá na fila na porta do estádio. Conversando com as outras fãs indignadas com a ausência de Richie. E pensando nas relações pessoais, tão complicadas mesmo nas vidas das pessoas que a gente acha "supermans". Amanhã o show vai sim ser lindo, com todas as músicas que eu sempre amei, com toda a beleza do cinquentão mais lindo do mundo todo. Mas não estará completo. 

Amanhã toda música cantada terá som de melancolia. O que, pensando bem, sempre tiveram as músicas do Bon Jovi na minha vida. O momento meu comigo mesma, pensando na vida com ar de tristeza. Amanhã o Bon Jovi será pra mim mais uma intensidade do que sempre foi. Phil X se esforçando ao máximo pra substituir Richie. Rich Scannella não chegando nem aos pés de Tico. David intermediando tudo e dando o seu melhor, como sempre. A platéia paulistana, felizmente e muito provavelmente bem mais animada que a carioca, fatalmente fará manifestações pela falta de ambos. E Jon tentando esconder seus tristes desfalques.

E o que seria a música, senão uma grande expressão de melancolia?

Please, não demorem uma eternidade pra voltarem a ser fofos e felizes assim.

sábado, 28 de abril de 2012

Das quatro coisas

Daí que alguém aí do mundo blogueiro (e mafioso) lindo (deve ter sido aquela bonita da Rafaela - gente, vocês precisavam ver como ela faz a palavra "merda" ficar bonita com aquele sotaque capixaba lindo que ela tem) resolveu fazer um meme pra dizer das quatro coisas que todo mundo gosta menos a gente, e né? Não agora que eu estou meio ausente, mas tudo o que eu mais fiz na vida desse blog foi criticar coisas que todo mundo gosta e eu não, então não foi nada fácil inovar nas reclamações (apesar de eu ser boa em reclamar). Enfim, mesmo meio atrasada no negócio de memes, eu vim aqui dizer quais são as coisas que eu reclamo e as pessoas olham pra minha cara como se eu fosse um ET.



1. Sol

Antes que vocês comecem a bater a cabeça na parede de desespero, eu explico: eu gosto de sol sim. Ele lá e eu aqui. Ele ali, na varanda, na janela, embelezando o mundo lá fora. E eu aqui. Não que eu já não tenha tomado muito sol nessa vida, já tomei. Já torrei. Já saí milhares de vezes da praia como se tivesse enfiado a cara na frigideira. Já passei Cenoura e Bronze no sol de 42 º na Bahia pra depois ficar uma semana sem conseguir mexer o pescoço e criar sardas pra sempre. Já fiquei milhares de vezes ardendo de chorar ao virar na cama no meio da noite. Já. Já deu. Um belo dia eu descobri que ser branca é mais saudável (e mais bonito, com essa onda de vampiros). Já descobri que tendo essa cor de apartamento que não bate sol (porque na escolha do meu apartamento a ordem dos fatores foi 1) numerologia, 2) andar alto, 3) abrir a janela e não dar de cara com o vizinho, 4) ventilação, 5) sol) eu vou demorar mais ainda a ter rugas na cara. E descobri que depois dos 30 anos se você passa meia hora debaixo do sol já cria sardas e ainda passa mal depois. Enfim, eu sou uma pessoa que preza pelo dia nublado. 



2. Paris

É agora que as meninotas me deserdam, mas gente. Eu até que queria conhecer Paris, só que depois que já tivesse conhecido todas as outras cidades que planejo. É que Paris é a capital da moda, né. E eu no Brás me divirto horrores, nunca liguei pra isso. Eu não tenho o corpo de acordo com os padrões mundiais e sou mais a cara de Roma. De sentar na mesinha na calçada e enfiar a cara na massa. Eu nem sou fã de croissant, sabe? Já pensou sentar na mesinha e enfiar a cara no escargot? Não. Eu tenho vontade de visitar cidades nas quais a presença da história seja mais marcante. Antes de conhecer Paris, eu vou querer abraçar umas múmias lá no Cairo, sabe? E botar a mão naquela água azulzinha lá na Grécia, pra ver se é gelada ou se dá pra dar um mergulho. Paris pra mim tem sabor de modernidade, de tudo acontecer primeiro lá, e eu nunca fui muito adepta dessas coisas muito novas. Eu gosto de coisa velha. E ah, mesmo gostando de estruturas metálicas (tem um monte de ferro aqui na minha casa) eu acho que a Torre Eiffel é um tanto desengonçada. Eu até que queria sim, subi-la até lá em cima, porque eu gosto de altura, mas eu aposto que metade das pessoas que sobem lá gritam VAI CURÍNTIA de lá do alto. Porque né. Brasileiro, sabe como é. É igual carrapato, tem em tudo quanto é lugar. Então, sabe? Dispenso Paris. 



3. Futebol

Na verdade eu não gosto de esporte nenhum, mas se tratando do país no qual eu vivo, futebol é o mais gritante no caso de não gostar. Eu não gosto. Eu acho a maior perda de tempo um bando de marmanjo correndo atrás de uma bola. Acho mais perda de tempo ainda mais um monte de marmanjos assistindo isso na tv. E acho completamente surreal e extremamente irracional todo mundo sair se matando depois e quebrando tudo porque de repente seu time perdeu. Acho ridículo. Acho retardado. Acho imbecis as discussões sobre futebol. Horas cheias de agressões físicas e morais por uma inutilidade na qual o cara que é pago pra ficar uma hora e meia em campo dois dias por mês ganha milhares de reais e está pouco se lixando pra alguma coisa além disso. Enquanto pessoal que ganha um salário mínimo sai se agredindo porque o cara lá que tinha que fazer um gol naquele dia simplesmente não estava a fim. Futebol é ridículo. E quem segue isso fielmente é mais ainda.



4. Festa de aniversário

Se for minha eu até que curto (vocês já sabem do meu trauma de fazer aniversário depois do Natal), mas se não fosse isso, com certeza eu seria dessas pessoas que preferem passar despercebidas no próprio aniversário. Porque eu acho um saco. Aniversário alheio então, meudeus. Eu nunca quero ir no de ninguém. Eu acho um saco chegar lá e sair cumprimentando todo mundo. Eu era criancinha e já achava isso um porre. Chega, tem que dar beijinho nas pessoas presentes. Sai, tem que dar beijinho nas pessoas presentes. Até hoje, na saída dos aniversários, quando eu vejo que está na hora de ir embora eu dou tchau pro aniversariante e olhe lá. Quando alguém dá pela minha falta eu já estou lá dentro do carro. Festa de criança. Um porre. Uma gritaria, um corre-corre. De repente alguém cai e daí começa aquele berreiro. Cara cheia de brigadeiro que muito provavelmente quem os enrolou nem lavou as mãos. Gente que cospe no bolo na hora de apagar a vela. O parabéns pra você ridículo que todo mundo canta como um mantra e sem nem pensar no que está dizendo. Aquela tia que sempre te enfia uma maionese goela abaixo porque acha que você está comendo pouco e parece desnutrida. E você tem que socializar com aqueles convidados que não conhece, ou pior: que conhece e odeia. Que passa o ano todo fugindo de encontrá-los, mas pelo bem do aniversariante naquele dia você vai mesmo tendo que ver aquele bando de gente chata. Aniversário é a maior obrigação de encheção de saco que existe. E eu odeio. 

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Sobre Zumbis

Eu gosto de zumbis. Sei que para o mundo sair da onda dos vampiros deu-se mais ênfase aos zumbis em 2010, mas foi exatamente ontem que eu estive pensando no assunto. Pensando em zumbis. E eu vou com a cara deles, sabe? Nem é uma coisa assim recente que eu estou na modinha nem nada. E assim como meu gosto por vampiros vem desde a época de Entrevista com Vampiro (muuuuito anterior a Crepúsculo e The Vampire Diaries e True Blood), meu gosto por zumbis vem de tempos já. E eu acho bom gostar de zumbis. Tipo que não sinto aquela vergonha alheia que sinto sempre que assisto filmes com ETs. Aquela decepção fora do comum que eu senti quando assisti Independence Day. E em Contatos Imediatos de Terceiro Grau. E em 2001: Uma Odisséia no Espaço. E sei lá, O Milagre Veio do Espaço e Cocoon são belezinhas porque são clássicos de Sessão da Tarde dos anos 80 e E.T. é de Spielberg, mas eu tenho cá comigo a opinião de que talvez tenha feito sucesso só pela excelente atriz que Drew Barrymore já era, apesar de não ser dela a célebre semi-frase "et-telefone-minha-casa", então não consigo considerar como sensacionais esses três filmes sobre extraterrestres. Assim como MIB, não são filmes sérios sobre o assunto. E eu ainda não assisti Distrito 9, mas por toda a minha experiência em Guerra dos Mundos (o filme só foi bom porque no cinema eu estava fazendo algo melhor do que assisti-lo) e, meodeus, Sinais (100% de decepção depois que aparece o et), devo dizer que sempre vou achar filmes com extraterrestres ridículos. Porque eu acho, sabe? E esse é só o grande motivo pelo qual eu nunca na minha vida assisti um episódio sequer de The X-Files, apesar de saber que todo mundo ama. Eu ODEIO filmes de extraterrestres. Mas ok, toda regra tem sua exceção: toda a trilogia (ou quadrilogia) de Aliens está no topo da minha lista de melhores filmes de todos os tempos. Tia Sigourney Weaver arrasa (e está no topo da minha lista de melhores atrizes). E bom.. Star Wars é um filme sobre extraterrestres também, não? (Sou fã do Chewbacca e do Jar Jar, precisava falar deles! xD).

Mas esse post é sobre zumbis. E eu devo dizer pra vocês que, na minha opinião, um dos melhores filmes de terror de todos os tempos é Madrugada dos Mortos (claro, depois de Poltergeist, em uma época em que Carol Anne já morria de verdade enquanto Samara ainda fazia curso de teletransporte poço-televisão). Sei que eu penso muito, muito mesmo, sobre como seria se o mundo acabasse em zumbis e eu ficasse presa em um shopping. Acho sensacional a sensação de pensar que tem que ser um shopping que tenha um mercado (de preferência Pão de Açúcar - porque lá tem ketchup Heiz) e uma livraria tipo Cultura ou Saraiva. E tá, que uma loja de colchões também é importante. E aí ôpa que eu resolvi procurar aqui agora no Google qual seria o shopping mais simpático para minha estadia caso o mundo acabe em zumbis e achei: Shopping Villa Lobos. Com Pão de Açúcar e super Livraria Cultura, cujos dvds eu poderia muito bem assistir lá no Cinemark, e ainda de frente para o Rio Pinheiros, para os dias que eu quiser treinar tiro-ao-zumbi-no-rio sentada no telhado do shopping.

Daí que eu estava ontem lendo o post dele e me lembrei de outro filme sensacional no quesito "o mundo acabou em zumbis e só sobrou você": Eu Sou a Lenda. Claro, com zumbis ridículos e o ridículo efeito computadorizado, mas mesmo assim a idéia geral é bacana. Mas sei lá, pra mim essa coisa de ficar em casa com o cachorro ouvindo Three Little Birds e poder sair na rua mas correr o risco de encontrar um zumbi de computação gráfica a cada sombrinha talvez seja meio que depressivo demais. Viver perigosamente não é comigo, eu ainda ficava com o conforto do shopping center. E eu não sei exatamente porque nunca assisti os clássicos A Noite dos Mortos Vivos, A Volta dos Mortos Vivos e Despertar dos Mortos, e apesar de [REC] ter deixado muito a desejar no quesito 'filmes bons de zumbis', Resident Evil é um filme muito legal com zumbis muito legais - mesmo sendo baseado em um jogo (porque filmes baseados em jogos são ridículos e vice-versa).





E se nunca na minha vida eu assisti um episódio de The X-Files, devo dizer pra vocês que assisti o primeiro episódio de The Walking Dead assim que saiu a legenda em português pra baixar. E que apesar de ter tido só 6 episódios na primeira temporada, assisti cada um semana após semana e não vejo a hora de começar a segunda. Claro que, em matéria de séries nada supera a minha paixão por Lost (salve-salve!), mas espero muito-muito-muito mesmo que The Walking Dead cresça no quesito trama e qualidade tanto quanto. Não que precise de muito: os primeiros minutos do primeiro episódio da primeira temporada foram os melhores e fundamentais para que eu quisesse assistir a série. Tanto, que a vi em casa, sozinha, no computador, à noite e de costas para a porta. E gente, mudando de pato pra ganso mas ainda me mantendo no assunto séries de tv: e o episódio SENSACIONAL da sétima temporada de House com seus companheiros zumbis??? Desculpaí pípou que minhas séries preferidas passam longe de tramas cotidianos sobre relacionamentos pessoais. Na próxima encarnação prometo vir meiga. ;)

E o que dizer de meus aplicativos de iPhone? O primeiro que eu baixei foi ZombieBooth, que transforma fotos normais em zumbis, que rosnam e se mexem e mordem seu dedo quando você coloca na tela. Daí que a primeira foto tirada no meu iPhone foi minha. E fui transformada em zumbi, linda-linda. E o plus: é possível transformar todas as fotos de todos os contatos do telefone em zumbis. Sensacional. E seguindo meu gosto por zumbis, o primeiro joguinho que baixei no iPhone se chama Angry Zombies, em cujo qual eu já transformei toda a população do mundo todo, dividida por países, em zumbis. E devo dizer: o Brasil foi o mais fácil.





E, como esquecer: dia desses a amiga comentou que queria que tocasse Don't Stop Me Now, do Queen, em seu velório. E eu, LÓGICO, comecei a pensar qual música queria no meu. Rá, adivinhe. Qual mais teria feito tanto parte da minha vida e, em meu velório, seria tão legal por ser tão real? Não demorei a dizer. No meu velório vai tocar Thriller, galera. Vão treinando a coreografia pra me acompanhar!


Michael, querido. Agora que tava bom pra levantar do túmulo e fazer dancinha, hein?




Em tempo: eu não hesitaria em fantasiar meus filhos desse jeito (a primeira é a melhor).

E mais: isso deve ser pecado. Mas eu tinha que compartilhar.





Tão fofo o meu blog, né? xD


PS: Preciso URGENTE de uma festa pra ir fantasiada de zumbi.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Manifestação sobre manifestações

O assunto da semana é o dia do orgulho hetero. Han.

Oi, eu sou uma pessoa heterossexual (e não tenho dúvidas disso) e não tenho nada a ver com qual sexo todas as outras pessoas do mundo se relacionam. Eu já disse aqui que só acho que aquele amasso forte língua-a-língua dado no meio da rua pra quem quer que seja passar e ver é desagradável. Tanto para homossexuais, quanto para heteros. Mas enfim.

Daí que alguém lá (que eu não quero saber quem porque não me interessa) inventou que tem que ter o dia do orgulho hetero. E eu não concordo nem discordo. Eu acho que assim como há dia das mulheres há muitos anos (e todas ganham uma flor no trabalho), esse ano inventaram o dia dos homens (se preparem, ano que vem receberão um cacto!). Assim como há Caminhada do Medida Certa do Fantástico para incentivar a boa forma, há campeonatos de quem come mais hambúrguer em menos tempo. E assim como há a Parada Gay.... porque não, ter a Parada Hetero? Mas daí é o seguinte: é preconceito ter dia do orgulho hetero. Sei. Por que? Não se pode ter orgulho do que você é? Não se pode ter orgulho de ser bonita, como a Rafa twittou? Não se pode ter orgulho de ter saído debaixo do edredon de manhã cedo com sensação térmica de -3º C em Curitiba, como disse a Analu? Não se pode ter orgulho de colocar na agenda em todos os dias para o resto da vida uma hora e meia de academia e conseguir cumprir a meta, como eu penso a respeito de mim mesma? Por que não se ter orgulho de ser hetero, tanto quanto os gays têm orgulho em serem gays? Por que usar uma camiseta escrito "100% branco" é discriminação racial, quando usar uma "100% negro" é orgulho?

Eu explico: hoje em dia há manifestação pra tudo. Manifestação dos sem terra. Dos que têm terra invadidas pelos sem terra. Dos deficientes que necessitam de mais acessibilidade. Dos pedreiros que são migrantes de outros estados e vivem em condições sub-humanas por um trabalho quase escravo. Dos que querem legalizar maconha. Dos que querem melhor educação. Dos presidiários que vivem em regime de superlotação. Dos motoristas de ônibus. Dos motoqueiros. Dos bombeiros. Dos médicos. Das empregadas domésticas. Dos comerciantes. TUDO hoje em dia é razão pra manifestação. Não há mais um foco, como foi por exemplo na época da ditadura ou quando houve o impeachment do Collor. Não há mais essa coisa de todo mundo se juntar para uma causa maior. Todo mundo tem uma indignação em coisa diferente pra querer fazer manifestação, e jajá eu vou estar lá fora levantando cartazes a favor da volta da moda das polainas porque hoje fez 6 graus aqui em São Paulo e eu tive frio na canela. Sabe foco? Ninguém tem mais. A liberdade de expressão fez com que fosse possível se dizer tudo o que pensa e isso foi ótimo, mas eu já acho que as pessoas estão indo ALÉM e inventando coisas pra protestar, quaisquer que sejam, só para não ficar pra trás daquele ali que resolveu sair a favor dos direitos do que quer que seja. Hoje a coisa é uma tremenda competição de quem manifesta mais e jajá eu tou vendo sair na rua ladrão e assassino manifestando por seus direitos de roubar em paz e matar pai de família quando impede que ele faça o trabalho. E eu vi ontem em um pedaço de uma novela qualquer por aí que um dia o filho vai chegar para o pai apreensivo de levar bronca e dizer gaguejando "pai, sou hetero", e o pai vai reclamar. Era uma cena de comédia na tv. Mas eu concordei que do jeito que o mundo anda, é bem capaz.

Tá fora de moda ficar quieto. Viver sua vida. Não se manifestar. Você é uma pessoa que se isola se fizer isso. Você tem é que sair comentando absurdamente quando fica sabendo que a Sandy deu os fundos, e não importa muito se você está contra ou a favor - o que importa é comentar. Brigar, xingar, erguer plaquinhas "o fundo é da Sandy e ela dá se quiser" ou "Sandy entrou mesmo no papel de devassa". Não dá mais pra ser imparcial.

Pra mim, o ideal seria tudo preto no branco (e sem metáforas). É orgulho ser 100% preto, assim como é orgulho ser 100% branco, 100% amarelo, 100% vermelho, 100% azul, 100% verde ou 100% misturado. É orgulho ter cabelo loiro, preto, ruivo, grisalho, liso, enrolado, ondulado. É orgulho ser gay, é orgulho ser hetero. Porque a gente tem que ter orgulho de quem a gente é, independente de como seja. Independente do que a gente gosta. Pra mim tinha que acabar essa coisa de SUPER-ORGULHAR alguma coisa. Porque é isso que me parece quando negros dizem que é preconceito sair com a camisa 100% branco, ou quando gays dizem que é preconceito ter orgulho hetero. E a partir do momento que você se acha superior a algo ou a alguém, está diretamente menosprezando quem é diferente. Brancos têm preconceito com negros e heteros têm preconceito com gays. Mas negros também menosprezam brancos e gays também menosprezam heteros.

E não, eu não estou dizendo que eu acho certo a camisa 100% branco ou o dia do orgulho hetero não. Eu só acho que NÃO DEVERIA ter a camisa 100% negro e o dia do orgulho gay. Porque se as pessoas são iguais, se os direitos são iguais, ou temos tudo ou não temos nada. E se eu já disse ali em cima que estou achando o mundo uma bagunça de manifestações desenfreadas... sou a favor que cada um fique na sua. Não precisa sair esfregando na cara do outro que você é melhor ou pior no que quer que seja. Não precisa parar uma avenida principal inteira, em um dia inteiro, carregando balões coloridos pra esfregar na cara do outro ali que você é gay e tem muito orgulho disso. E não precisa parar MAIS UM DIA inteiro a mesma avenida inteira carregando balões sem cor pra esfregar na cara de alguém ali que você é hetero (tou prevendo a Parada do Dia do Orgulho Hetero no ano que vem) e tem muito orgulho disso. Não precisa sair dando cotas para negros em universidades, já que o requisito para entrar em toda e qualquer faculdade é passar no vestibular e isso não tem nada a ver com cor de pele. Não precisa pegar a senha de portador de necessidades especiais se você tem Síndrome de Down e até onde eu sei isso não é uma doença que te impeça de esperar na fila como os demais - e tá cheio de gente por aí dizendo que portadores de necessidades especiais são pessoas comuns que devem trabalhar e viver normalmente como qualquer outra pessoa. Por que senha especial então, porra?

Não entendo, sabe? O mundo se contradiz. As pessoas se contradizem. E na ânsia de querer mostrar ser melhor, o orgulho escorre pelos dedos. E então chegamos somente em Rafinha Bastos, uma pessoa inteligente, mas que na vontade de inovar e manifestar a respeito do exagero da vida politicamente correta, tornou-se apenas uma pessoa que invade a privacidade alheia com muito desrespeito e falta de educação.

terça-feira, 14 de junho de 2011

O que os homens falam

Daí que não é segredo pra ninguém (mas nem por isso eu saio contando sobre isso, porque antes eu achava um porre quem contava pra mim), faz um tempo que estou fazendo academia. E se você acha que eu tenho toda essa disposição pra arrumar malinha, sair de casa, pegar trânsito, chegar em academia, suar horrores, pegar malinha, trocar de roupa, chegar no carro, pegar trânsito, chegar em casa... está enganado. Porque tudo bem que eu fazia tudo isso quando ia pra natação, mas natação eu gostava então eram outros quinhentos. Eu nunca tinha feito academia antes e meu treinador achou o cúmulo quando eu falei isso. Acontece que é a academia do condomínio. E eu só tenho que vestir a roupa e descer, que o elevador me deixa lá na porta. Simples assim. Porque se fosse mais complicado que isso, certamente eu não iria. Pra ser mais precisa, se eu morasse no bloco A eu não iria na academia que fica no bloco B. Ah, frio pra caramba sair lá fora e tals. Enfim. Eu, diferente do resto da população do mundo (e talvez por ser de capricórnio com ascendente em virgem), tudo que me comprometo a fazer, eu faço. Regularmente, se for o caso. Então essa coisa que o mundo inteiro sai falando "ah, porque eu faço academia!" e se você for lá ver, a pessoa somente PAGA a academia, ir que é bom não vai - não funciona comigo. Eu acho mesmo que as academias só têm nome e enriquecem seus donos por conta dessas pessoas que pagam aquele valor absurdo e não vão. Na verdade eu tenho certeza disso. Porque era assim quando eu fazia natação. Trocentos neguinhos matriculados no mesmo horário que eu, chegava lá e só tinha eu na piscina inteira. Mas daí um belo dia, fazia aquele calor de 40 graus, chegava lá e tinha disputa a tapas por uma reles metade de raia. Muitas vezes eu dividi uma raia com mais 3 pessoas. Os visitantes. Os que pagavam uma fortuna de natação e não iam nunca. Um belo dia, puf. Todo mundo lá feito piscinão de Ramos em uma reles piscina semi-olímpica. Não era fácil não. Fato é que eu acho que os donos de academia acham desperdício ter aquele número de quantidade limite de alunos matriculados ali. Porque mais de 80%, só pagam, não vão. Então, tamanho tempo ocioso de equipamentos, resolve extrapolar o número de alunos limite. Mais dinheiro no bolso. Até o dia que vai todo mundo e pronto.

Daí que eu sou administradora e acabo levando o assunto pra outro lado sendo que não era isso que eu estava falando. Eu dizia que eu sou uma pessoa que faz o que se submete a fazer. E se alguém pretende viver do meu dinheiro gratuito sem fazer o que se propôs desde o início, caiu do cavalo. Eu não falto. No que quer que seja que eu esteja pagando.

No caso da academia, é levemente diferente. Porque eu pago 8 reais. Embutidos no meu boleto de pagamento do condomínio, eu frequentando a academia ou não. Oito reais. E eu nem me cadastrei pra isso. Oito reais. Reles oito reais, que somados entre todos os condôminos, dá uma boa grana. Oito reais. Na minha conta pra pagar. Um belo dia eu cansei de só ver os oito reais na conta e decidi ir atrás do que era meu. São oito reais, oras! E foi assim que eu resolvi fazer a academia. Mas também não era sobre isso que eu queria falar.

Eu dizia que agora eu vou na academia. Todos os dias. Às 6 horas da manhã. É, eu sou uma vencedora.

Acontece que mulher nenhuma consegue levantar 6 horas da manhã pra ir para a academia. Eu vejo sim, várias, indo trabalhar nesse horário. Mas academia, em todo esse tempo nessa indústria vital que estou frequentando academia....... nenhuma. Só tem eu de mulher lá. E eu confesso que isso foi premeditado. Porque quando eu saía pra trabalhar de manhã, sempre via o pessoal do bíceps lá fazendo pose. E quando chegava à tarde, sempre via as tiazinhas gordas sofrendo na esteira. Eu não sou boba nem nada, vai. Imagina que eu ia escolher o grupo da tarde. Pois bem.

Daí que eu vou pra academia todo dia 6 horas da manhã e fico lá na minha fazendo meus exercícios. Prestando atenção no meu tempo. Analisando minha força. Respirando corretamente. E ouvindo o que os caras falam. Porque eu não sou surda nem nada.


Então eu resolvi contar pra vocês que eles não falam de futebol. Não falam da gostosa que passou ali. Não falam de problema no trabalho. Não falam nem sobre a malhação em si. Eles falam que na briga de ontem com a mulher, jogaram um pacote de algodão nela. E que ontem a mulher chegou e não estacionou o carro direito e por isso agora ele tem que se incomodar em arrumar. E que a mulher ontem não fez a janta e o cara saiu pra comer fora e depois ela falou na orelha dele 3 horas antes de dormir. E que aquela fdp da mulher resolveu comprar um poodle e agora o cara tem que sair pra passear com aquilo. E que no fim de semana a mulher pegou o cartão de crédito e comprou tudo e agora o cara aguarda o absurdo da compra que ela fez de vingança só porque tinham brigado antes. Falam que a mulher enche o saco. Fala demais. Gasta muito. Não sabe cozinhar. E enche o saco. E não param de falar. E não sabem dirigir. E enchem o saco.

Eu acho que eles esquecem da minha presença. Na verdade não, porque eles começam a falar baixo. Mas depois, no calor do momento, aumentam a voz. E sinceramente esperava mais que isso dos homens. Eu realmente esperava que eles falassem sobre qualquer dessas coisas sem importância que eu comentei no início do parágrafo anterior. Mas não. Eles continuam falando sobre coisas sem importância, mas desta vez, feito mulheres. Feito mulheres que comentam que ontem o Zé Carlos, aquele cretino, chegou da rua e nem tomou banho, foi se esfregar sem cueca no sofá branco.


Enfim, eles estão se depilando. Fazendo as unhas. Usando cosméticos. Tirando a sobrancelha. Reclamando que pegaram a mina e ela bagunçou o cabelo dele. E que 'não aperta muito senão vai amassar a minha roupa'. Que mais eu podia esperar das conversas que eles têm enquanto não estamos perto?


terça-feira, 22 de março de 2011

O Caso do Macarrão

Feriado. Babybrother fazia o almoço. Cheguei pra comer. Ele empolgado lá nas panelas. Eu sentei pra ver tv. Ele me chamou pra olhar o macarrão com argumentos de "está desmanchando". Eu fui conferir. Estava mesmo. Cru e desmanchando em pequenos pedacinhos, como se fosse um macarrão de arroz. Não ia dar pra comer aquilo. E eu sou uma pessoa que não desperdiça molhos de tomate nessa vida. Foi um gênio quem inventou o molho de tomate.

Eu sou uma irmã legal, sabe. Sabendo da veia gastronômica de babybrother, sempre incentivei que ele cozinhasse. E quase tudo que ele se propõe a fazer fica realmente bom. E o incentivo nem é por folga nem nada, porque eu também gosto de cozinhar. Mas porque eu acho bacana incentivar quem quer que seja a fazer o que quer que queira. É sempre legal saber que alguém torce por nós, não é?

Voltando à cena: ele, inseguro, me olhando com receio que eu dissesse algo do tipo "claro que está desmanchando, você não fez direito!". Eu, sabendo disso, perguntei há quanto tempo estava cozinhando, pra dar um toque de interesse à situação. Ele respondeu, eu vi que realmente não tinha cabimento o macarrão desmanchar ali. Eu podia ter dito simplesmente 'tá, vamos comer assim mesmo', mas além de estragar o molho ia acabar com qualquer glamour que qualquer babybrother metido a chef pudesse ter. Aparência do prato é tudo nessa vida. Eu também podia simplesmente ter dito 'tá, vamos jogar fora então, faz outro'. Que foi o que eu disse. Mas não só isso, resolvi completar. Batendo o olho no pacote do macarrão, estava lá: Renata. E então, além do fato de querer levantar a bandeira de 'absurdo o macarrão que o babybrother super chef supimpa fez ficar assim feio', ainda virou questão de honra. Era o MEU macarrão.

Peguei o pacote de macarrão do lixo, tirei foto do macarrão quebradiço. Alguns dias depois, mandei um e-mail para o SAC:

"Boa tarde

Comprei um pacote de macarrão tipo gravata Renata com lote/validade 19/jan/2013 4.6 e gostaria de demonstrar minha insatisfação com o produto, pois apesar de estar no prazo de validade e ter sido bem acondicionado, durante o processo de cozimento - nos primeiros minutos, antes mesmo que ficasse cozido (ou al-dente) - o macarrão começou a quebrar. Em pedaços pequenos, como se fosse um macarrão de arroz, completamente impróprio para consumo. Foi para o lixo o pacote inteiro do macarrão, porque se eu esperasse cozinhar com certeza viraria uma papa. Antes tirei uma foto para anexá-la neste e-mail, como comprovação do ocorrido.

Acredito que tenha sido uma exceção do fabricante, visto que sempre fui cliente fiel à marca e é a primeira vez do ocorrido. No entanto, tive o prejuízo do pacote inteiro jogado no lixo e felizmente eu tinha na hora outro pacote de macarrão, de outra marca, o que me poupou de um maior constrangimento em um jantar com amigos. Espero com esse e-mail alertá-los para qualquer correção ou verificação de qualidade no processo de fabricação, visando e acreditando que o que ocorreu comigo tenha sido um ato isolado e com a confiança de que eu possa continuar sendo uma cliente fiel à marca, confiando que o ocorrido da situação anterior não se repita.

Afinal, a marca do macarrão leva o meu nome. E eu espero que seja um produto de ótima qualidade.

Guardei a embalagem para o caso de qualquer verificação.

Atenciosamente,"


Veja bem: apesar do macarrão ter MESMO se quebrado durante o cozimento, antes mesmo de ficar pronto, e apesar da minha vontade de satisfazer o babybrother dizendo que 'não, a culpa não foi sua, foi o negócio que veio com defeito mesmo', ninguém ia levar a sério se eu dissesse 'foi meu irmão mais novo que cozinhou'. Por isso a mudança no contexto, afinal de contas eu sou uma pessoa séria, com um nome sério e acredito na seriedade do meu irmão, coisa que o pessoal do macarrão poderia muito bem fazer como faz a seguradora do meu carro dizendo "não importa o quão bom motorista ele seja, não pode ter condutor menor de 24 anos, seu irmão está proibido de dirigir o seu carro". Enfim.

Apesar de séria, fiz a reclamação mais por brincadeira, pra contentar ele mesmo, mas fiquei pensando. Um pacote de macarrão custa 3 reais. Míseros 3 reais. Não custava nada (custa, 3 reais, mais a gasolina, mais o estacionamento, mais o tempo gasto, mais a depreciação do motor do meu carro e pneus mais o risco de alguém bater em mim!) eu ir ali no mercado e comprar outro, como sempre fiz até hoje. Mas sabe. Com esses míseros 3 reais eu podia pegar um ônibus. Aliás, o novo valor da passagem de ônibus - que agora custa 3 reais - é motivo de passeata e protestos em São Paulo todos os dias. Tudo isso por 3 reais. Pra mim, felizmente, 3 reais não é nada. Mas pra muita gente é. Por outro lado eu sei muito bem que de grão em grão a galinha enche o papo. Papai me ensinou. E de 3 em 3 reais eu compro um sofá pra minha casa, que nem tv à cabo não tem ainda e eu não pude ver o Red Carpet do Oscar e tenho que assistir BBB). Então assim: por que não reclamar? É um direito meu. Apesar de ser constrangedor (minha mente ressoava 'que miséria, reclamar por 3 reais'), muita gente faz isso todos os dias. Já ouvi história de gente que reclamou do pão de forma porque veio com um buraco no meio. E aí recebeu outro pacote. Que veio com buraco no meio de novo. E então reclamou de novo. E então ganhou outro.

Hoje, rindo e contando do acontecido pra amiga (com ares de 'olha que absurdo o que eu fiz'), ouvi que ela já reclamou que a barra de cereal veio com bicho. E que o bico do desodorante emperrou. Em todas as situações, recebeu novos produtos. E então agora, no fim da história, já estou pensando que preciso prestar mais atenção nas coisas que consumo. Naquela embalagem de óleo de cozinha que vaza. Naquele feijão que veio meio duro. Porque não é possível que só eu pense que é constrangedor reclamar, enquanto as outras pessoas no mundo correm atrás de seus direitos. Outros, ainda, até se aproveitam disso. Reclamando de coisas não necessárias e sendo aí, sustentados por produtos ganhados em reclamações não procedentes.

O macarrão, aquele safado!

A conclusão do negócio (porque talvez vocês estejam interessados tanto quanto os colegas de faculdade do babybrother - estudantes de nutrição da USP, mas eu aposto que o interesse é muito mais pra rir da coisa do que pra estudar o que deu errado na composição de um simples pacote de macarrão) é que eu mandei o e-mail e a resposta quase que automática veio perguntando meu telefone para contato. Eu dei, rindo, pensando que não conseguiria me manter séria durante um contato a respeito de um pacote de macarrão que custou apenas 3 reais. Hoje a moça do SAC me ligou. Eu, depois de muito pensar e já achando que não era tão perda de tempo assim reclamar por 3 reais, respondi perfeitamente todas as perguntas e ouvi que o lote seria analisado, o controle de qualidade ia agir e blablabla. Além dos dados que eu já tinha informado no e-mail, ela me perguntou onde comprei e se era "Renata normal ou Renata com ovos". "Não sei, moça", respondi me imaginando cheia de ovos na cabeça. E ela: "era Renata da embalagem azul?" "Sim!" "Então era Renata com ovos!" No fim, acrescentou: "e no prazo de 15 dias a senhora estará recebendo um novo pacote de macarrão em sua residência".

Eu pensei nos meus porteiros. Aqueles mesmo, que me vêem chegar meia noite dando 'bom dia'. E que eu ligo pra reclamar que acabou a água, mas depois descubro que eu tava era limpando a torneira do registro e fechei o bagulho sem querer. Eles, que sobem debaixo de chuva pra bater na porta da minha casa, eu ocupada, atender "quié?" e o coitado me dizer que minha lanterna do carro ficou ligada. Eles, que ligam desesperadamente para a manutenção do elevador porque eu estou chorando na portaria dizendo que minha chave caiu no vão. Eles, que atendem meus visitantes loucos querendo ir em andares desconhecidos e pedindo para me ligarem loucamente de seus telefones particulares para meu celular pra dizer que 'o fulano esteve aqui pra visitar a senhora'. Eles, que brigam comigo pelo fato do carro estar estacionado fora do lugar porque não tem vaga suficiente naquela p#rra e ouvirem de mim, nervosa, que eu também fico "intranquila" por deixar o carro em qualquer lugar e no caminho desse pessoal que não sabe manobrar.

Sabe. Meus porteiros vão receber um pacote de macarrão. Pra mim.

domingo, 20 de março de 2011

Eu, terceira idade

Domingo. 9h da manhã. Eu aqui arrumando o guardarroupa (babybrother diria: OUTRA VEZ?) e, como toda mulher, fazendo mais de uma coisa de uma vez. Estou arrumando minhas mp3 do computador enquanto isso. E aí estou aqui. Ouvindo Dalva de Oliveira. Oi? É.

Se meu irmão já acha o cúmulo eu gostar de música brasileira dos anos 80 (é a minha época, pô! Eu danço loucamente ao som de RPM até hoje!) fico aqui pensando o que ele diria se me visse ouvindo Dalva de Oliveira. Aliás, fico pensando o que diria meu pai. O indivíduo influenciador de nosso gosto musical (roqueiro e internacional) lá de casa. Mais ainda, fico pensando o que diriam minhas avós se me vissem ouvindo Dalva de Oliveira. Minha avó paterna eu não sei bem, porque nunca fui muito próxima dela, assim no sentido pessoal da coisa. Ela não sabe meu gosto musical (talvez saiba pela extensão de seus filhos e netos - todo mundo gosta do mesmo rock internacional da vida), mas eu, assim, cheia das peculiaridades, não. Ela não sabe meus gostos musicais. Nem eu os dela, enfim. Mas a minha avó materna sim. Minha avó materna gosta de todas as músicas bem brasileiras mesmo. Bem da terrinha. Afinal, mineira (e eu acho que os mineiros são mais brasileiros que o resto da população) e filha de índio. Minha avó é muito mais brasileira que eu, devo dizer. Mesmo assim eu poderia ouvir um MINHA FILHA, MAS QUE MÚSICA É ESSA QUE VOCÊ ESTÁ OUVINDO PELAMORDEDEUS? E então chego a rir sozinha só em imaginar. Porque no gosto Leandro e Leonardo e Sérgio Reis dela, acho mesmo que Dalva de Oliveira vai um pouco mais além de toda a coisa. E eu acho engraçado e fico aqui rindo sozinha não só porque eu tenho alguns genes da minha mãe (pessoa que gosta de ser do contra) mas porque eu realmente gosto de umas coisas estranhas (achei um cd do É o Tchan na minha arrumação - abafa). E conforme passa o tempo eu vou descobrindo mais.

Meu gosto por Dalva de Oliveira veio das breves assistidas da série da Globo, Dalva e Herivelto. Que eu assisti quase nada mesmo, talvez só o último capítulo. Mas queria muito ver tudo. Na verdade eu queria mesmo era o dvd. Já achei aqui pra comprar e devo fazer isso em breve. Não só porque gosto de Adriana Esteves e Fábio Assunção (mesmo prestes a engolir pilhas), mas porque meu gosto cinéfilo tem uma peculiaridade - eu ADORO filmes de artistas musicais. Prestenção: eu odeio filmes musicais. Mas adoro os que são SOBRE cantores e cantoras. Não indo muito longe na história, quem leu o post que eu escrevi sobre enriquecer o gordinho da locadora talvez não tenha entendido que eu AMEI Johnny e June. Adorei ver a história do cara que eu nem sabia quem era. Adorei ver o suposto Elvis nos bastidores. "Um cara qualquer ali". Acho mesmo que a minha paixão para música se junta com minha veia cinéfila e daí sempre dá um casamento perfeito. Porque eu acho linda a junção da vida da pessoa com a carreira musical e daí a história de cada música casada com a vida da pessoa sabe. Gente, HISTÓRIA de cada música! Se eu adoro músicas, acho fantástico saber o que aconteceu na vida da pessoa pra ela fazer aquela música falando sobre aquele acontecido, sabe? Sensacional. E quando o filme é assim tipo show, como foi o This is it então! Eu me sinto no show, só que no cinema. No show sentada! Isso é tudo que eu pedi a Deus (eu cantei loucamente quando fui assistir Cazuza no cinema. Não tinha nenhum conhecido no mesmo ambiente - acho).

Estou aqui ouvindo Dalva de Oliveira. Que com músicas como Palhaço, Calúnia, Tudo Acabado e Sem Ti, além da famosa Bandeira Branca, se a gente deixar de lado o chiado característico de música originalmente gravada em LPs e fitas K7, têm toda uma história de amor e ódio com Herivelto, o marido. E depois de ter assistido mesmo que pouco a série, acho sensacional a minha capacidade de não só ouvir a música mas imaginar a vida de tapas e beijos, tão comum na vida de qualquer mulher com qualquer homem, mesmo naquela época e que Dalva teve o desprendimento de passar todo o sentimento (e as reais brigas) para a música e fez com que sua carreira de sucessos fosse tão simplesmente sobre sua vida.

Eu, aqui. 31 anos, apaixonada por Dalva de Oliveira. Domingo, 9h da manhã. Me interna.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Procrastinando

Na falta do que fazer (ou na procrastinação), a gente faz meme infantil que lê por aí nos blogs da vida...

Ah é, esqueci: em negrito, as verdades no momento. ;)

É noite agora.

Tem alguma coisa que você deveria estar fazendo agora. (nossa, nem tem conto o tanto de coisas)
Você comeu carne hoje. (só porque botei ketchup em cima)
Há uma televisão próxima a você.
Você se dá bem com seus vizinhos. (dizer bom dia e eles responderem e vice-versa é se dar bem, vai)
Você está com fome agora. (tou gorda e não pretendo ter fome pelos próximos 24 meses)
Você trabalhou hoje.
Você tem um emprego.
Seus pais ainda estão juntos. (há quase 32 longos anos)
Você acordou antes das 11:00 hoje. (antes das 7:00h, como TODOS os dias)
Gatos são melhores que cachorros. (são melhores justamente porque são piores. tendeu?)
Crepúsculo é uma saga horrível. (ah, é adolescente mas é bonitinho, vai)
Harry Potter é uma saga horrível. (ah, da primeira vez que eu vi o filme quis estar lá)
Seu celular está perto de você. (e ele anda hipocondríaco)
Sua cor preferida é azul ou roxo. (roxo yes!)
Seu cabelo é curto. (debaixo dos caracóis dos meus longos cabelos...)
Você está sozinho agora. (em partes, sim)
A última coisa que você bebeu foi água. (foi e eu ainda tenho sede)
Seu cabelo é da cor natural. (virgem!)
Você não bebe refrigerante. (eu evito, mas bebo)
Você tem pelo menos 50 reais na sua carteira. (42,50 eu contei.)
Você leu pelo menos 5 livros esse ano. (o ano acabou de começar, dá licença? só li um até agora)
Você conhece alguém que está no hospital agora. (graças a Deus, não.)
Você tomou banho hoje. (talvez eu ainda tome, não sei)
Você conhece alguém que venceu o câncer. (graças a Deus, sim!!!)
Você prefere usar tênis. (conforto rulez!)
Chocolate é melhor que baunilha.
Você é alérgico a amendoim.
Você nunca foi a Londres. (mas eu vou hein?!)
Você quer ir a Europa. (ôpa!)
Você está usando um notebook agora.
Cirurgia plástica é uma boa idéia. (sem ser por motivos de saúde, não!)
Seus amigos usam drogas.
Você está usando algum esmalte agora.
Você já fez uma dieta.
Você está usando meias agora. (porque tênis sem meia dá chulé)
Você cortou seu cabelo no último mês.
Seu aniversário é nos próximos 3 meses.
Filmes de comédia são melhores que de ação.
Você é horrível em matemática. (eu sou uma menina de exatas, mano!)
Você é fluente em mais de uma língua.
Você adora salada. (e dou prejuízo na churrascaria por isso)
Você tem 3 ou mais travesseiros na sua cama.
Você vive com seus pais.
Você está feliz agora. (talvez o copo esteja só meio cheio no momento)
Você já se formou no colégio. (e faz anos hein. nem lembro mais quase)
Você tem um animal de estimação. (ainda não. mas terei)
Você tem olhos claros. (na maior parte do tempo, não)
Seu nome tem mais de 5 letras.
Você está em um relacionamento.
Você consegue contar até 50 em outra língua. (essa pergunta é pra retardado, né?)
Você já dirigiu um carro.
Você vive fora do Brasil.
Você tem mais de 18 anos.
Você tem algum parente no exército.
Você é filho único.
Você é vegetariano.
Você já foi nos Estados Unidos.
Você tem uma tatuagem. (linda, linda, linda!)
Você tem um piercing.
Você usa aparelho.
Você usa óculos ou lentes.
Você tem cabelo cacheado. (às vezes. depende da vontade dele. hoje, não.)
Você saiu para comer na última semana. (foi. no aniversário do babybrother)
Você esteve bêbado alguma vez no último mês. (eu nunca fiquei bêbada na vida)
Você é bissexual ou homossexual.
Você foi ao cinema no último mês. (fui, ver o Nárnia 3)
Você se interessa em política. (ah não. coisa chata!)
Você beijou 2 ou mais pessoas esse ano. (tou me sentindo pressionada)
Você beijou alguém no último mês. (não deu tempo ainda)
Você foi abraçado hoje. (ninguém me ama)
Você já pagou mais de 250 reais em alguma roupa. (vestido de festa ainda é roupa, né?)
Você gosta de Lady Gaga.
Você ama rock.
Você ama música eletrônica.
Você ama rap ou hip hop.
Você ama MPB.
Você ama música antiga.
Você já tirou fotos de si mesmo só porque estava entediado. (olha minha cara de foto com biquinho no espelho ¬¬)
Você conhecia alguém com menos de 10 anos que faleceu.
Você já esteve em um acidente de carro.
Você já fumou cigarro.
Você já experimentou algum tipo de droga.
Você acredita em horas iguais. (hein?)
Você já ficou com alguém 5 anos mais novo que você. (haha! e foi bem bom!)
Você já ficou com alguém 10 anos mais velho que você. (credo-credo-credo)
Você já terminou com alguém para ficar com outra pessoa.
Alguém já terminou com outra pessoa para ficar com você.
Você já teve o coração partido.
Você já partiu o coração de alguém.
Você é cristão.
Você é espírita.
Você já passou 48 horas acordado.
Você está sentindo saudades de alguém agora.
Você ficou triste recentemente.
Você já traiu alguém.
Você já foi traído.
Você tem um coração partido nesse momento.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Verônica

Era meu primeiro ou segundo ano escolar. Levando em consideração que eu entrei na escola aos 4 anos, eu tinha de 4 a 6. Algo entre Jardim 1 e Jardim 2. Era assim que se chamavam as séries que vinham depois do "maternal" e precediam o pré-primário naquela época. Lá nos idos de 1984, 1985. Eu sei, vocês ainda não tinham nascido.

Naquela época a ordem não era tanto ensinar matérias escolares pra nós. Mas eu já sabia ler, aprendi sozinha e em casa. Eu e um gibi da Mônica, um gibi da Mônica e eu. E sabia contar até 30. Sensacional para uma criança de 4 anos. Mas a ordem do negócio era exercer atividades de socialização. Como diz meu relatório de rendimento escolar, guardado até hoje. Lembro de ter que participar frequentemente de brincadeiras em grupos que as professoras que não tinham o que fazer inventavam. E agora aqui pensando nisso concluo que eu não gostava não.

Um dia tia Rose decidiu que tínhamos que formar uma banda. 'Fulano fica com o tambor. Ciclano com a sanfona. Beltrano com a corneta. Renata, escolha um instrumento.' Eu olhei assim em volta e decidi que não queria nenhum. 'Como não, criança? Olha aqui o reco-reco, que bacana!'. Blé. Coisa chata. Coisa sem graça. Rec-rec-rec. Não. 'Pegue aqui os pratos então, olha que legal'. Bló. Coisa chata, nem nota musical faz. Vou tocar isso e vai dar só eu. Não. E então, depois de muito insistir, tia Rose perguntava até dos instrumentos que outras crianças já haviam escolhido e eu pensava se ela teria mesmo a coragem de tirar o brinquedo dos outros pra dar pra mim. Uma hora olhei no fundo do baú e decidi. Eu ia tocar sino.

Na banda. E daí?

Toquei. Tava lá no dia da apresentação, todo mundo fazendo aquela zoeira quando de repente ficava um silêncio total e então era a minha vez. DOM-DOM.

Pronto. Ninguém podia dizer que eu não tinha participado da maravilhosa banda sensacional de atividade de socialização maravilhosa.


Um belo dia era perto do Natal e então algum girico inventou que íamos montar um presépio. Nós seríamos os personagens. E eu, do alto de meus 5 anos pensava. Eu já pensava bastante nessa época. Pensava que com a sorte que eu tinha, ia acabar sendo a vaca. O burro. Mal sabia eu que vinte e tantos anos depois eu gargalharia horrores em saber que alguém escolheu ser o peixe do presépio de Jesus que por acaso resolveu nascer numa manjedoura no meio do deserto. Porque presta atenção que naquela Jerusalém só tem pedra. Enfim.

Tia Vera lá separando os papéis e a primeira a ser escolhida foi a Verônica. Virgem Maria, claro. Porque ela tinha uma cara branca e comprida. Tinha cabelos loiros e lisos. E eu cá com meus pensamentos. Eu que não vou ser a mula. Se me botarem de galinha eu não vou, hein. E então fiquei feliz em ver que sempre tinha um louco ou outro coleguinha meu que dizia 'puxa, vou ser o burro?? que sensacional!'. E aí foi indo, de um em um e eu pensando qual papel naquele circo todo que ia sobrar pra mim, já que todos estavam ocupados. Vão criar personagens novos, pensei. Vai que tinha girafa e eu nem sabia. E então que de repente a tia Silvia, diretora da escola (que quando me vê hoje na rua me trata como se eu tivesse 3 anos - e eu juro que nunca vi mais gorda na vida) olhou bem pra mim e gritou "RENATINHA VAI SER O ANJO!"

Gentem, prestenção. Eu lá toda olhando pra Verônica e pensando que virgem maria dos infernos, que pegou o papel principal que eu queria mesmo sendo tímida, quando de repente fui escalada pra ser o anjo. O anjo! E hoje eu estou aqui pra falar pra vocês que eu já fui o anjo do presépio nessa vida. Com uma túnica de cetim branco e lindas asas enormes eu juntava as mãozinhas durante a apresentação e olhava angelicalmente pra Verônica pensando 'vai, fulana! olha eu aqui toda linda de anjo e você aí toda esfarrapada e ainda tem que ficar de joelhos pra sempre!'

Então que puxando aqui na memória penso que a Joyce também era anjo. Mas como ela tinha uma cara de quem comeu e não gostou e era metade do meu tamanho e ficava no canto do palco e com túnica cor de rosa, não conta. Esses dias eu encontrei com ela na fila da eleição. E não lembrei de onde a conhecia. Claro, não estava com a túnica cor de rosa. Mas a cara de quem comeu e não gostou continua igualzinha.

Verônica morou naquela rua por algum tempo. E se mudou depois. Mesmo assim, dia desses quando deu uma baita chuva e desbarrancou a rua toda e tiveram que fechar pra sempre, lembrei que ela morava ali. Vingança, Verônica. Até São Pedro concorda comigo.

Ah, o sentimento natalino...

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

101 coisas sobre mim

Eu vi por aí em algum blog e achei interessante. Porque às vezes é legal saber mais de quem está do outro lado da tela. E ah, sei lá, hoje eu acordei com vontade de contar mais coisas a meu respeito pra vocês. Tentei não ser tão impessoal e não dizer coisas tão óbvias quanto as que eu li nos blogs que fizeram esse meme. Enfim, eu tenho o dom de escrever coisas extensas, vocês sabem. Tentei ser o mais inédita possível nas informações, mas é claro que quem me lê há tempos ou conversa comigo todo dia vai ler muita coisa que já sabe a meu respeito. Enfim, tentei ser amor. Admitam.

1 - Eu leio muito blog por aí e não comento. E se você está ali na minha lista de links eu te digo que provavelmente leio TODOS os seus posts desde coloquei seu blog ali. E às vezes não comento simplesmente por não ter nada relevante pra dizer. Eu gosto de comentar só quando realmente quero. Não faz meu estilo comentários do tipo 'passa lá no meu blog, beijo'.

2 - Muito blogueiro faz o esquema básico de retribuir todos os comentários. Tipo assim, comentam no blog dele e no post seguinte que ele escrever, vai entrar nos comentários do post anterior e comentar todo mundo, para que as pessoas façam o mesmo e comentem seu novo post tudo de novo. Não faz meu estilo. Eu leio quem eu quero, na hora que quero. Sem vínculos empregatícios nem obrigatórios. E pra mim tá bom assim.

3 - Eu tenho blog há, sei lá... 10 anos. Fiz um grande intervalo entre os primeiros posts e os de estilo atual, por meus motivos. Me arrependo de ter apagado os posts de meu primeiro blog. Mas se vocês lessem, provavelmente se surpreenderiam com a minha mudança de personalidade.

4 - Eu tenho um arquivo com todos os blogs de todas as pessoas que já comentaram aqui (e no meu blog anterior). E quando resolvo revê-lo chego sempre à conclusão que hoje tenho os melhores leitores, desde sempre.

5 - Eu jogo Farmville (num esquema muito meu - com o objetivo de ganhar sempre mais dinheiro, e não de ter a fazenda mais frufru, como a maioria) mas me irrito ao entrar no Orkut e ler que o fulano precisa de tal item na Colheita Feliz. Pô, vontade de mandar ir lavar uma louça!

6 - Eu tenho picos de momentos reclamativos na vida e se você me acompanha já deve ter percebido. Mas algumas pessoas transformam suas vidas e de repente tudo o que dizem é reclamando ou sofrendo de tristeza imensa, sempre. Eu me canso. E alguns integrantes da minha lista de links perigam sair dali por isso.

7 - "Eu sei" é a frase que eu mais digo nessa vida. E pode crer... eu sempre sei.

8 - Eu tenho toc de arrumação. E isso pode ser desde com a minha casa e minhas roupas arrumadas por cores, até a quantidade de quadradinhos de followers do meu twitter. Sei lá, fica feio quando a linha não está completa. Mas fato: quem lê assim pensa que eu sou neurótica. E se você visse o tanto de sapatos que eu tenho espalhados por um canto lá da casa você ia saber que não é bem assim. ALGUNS DIAS eu levanto com inspiração pra arrumação. Nos outros, não.

9 - Eu não tenho certeza que quero casar nessa vida. Mas quero ter ao menos um filho. Candidatos à produção independente favor mandar currículo para o meu e-mail. Mas se você tem menos de 1,80m de altura, nem perca seu tempo.

10 - Eu ainda não trabalho com o que eu gosto. E apesar de me sentir meio frustrada pensando que tenho 30 e ainda não sou satisfeita no sentido profissional, penso que primeiro o trabalho, depois o lazer. Porque talvez o que eu queira fazer por prazer não me dê tanto lucro quanto o que eu não queira. Lembre-se que eu brinco de Farmville pensando em ganhar dinheiro. E não pensando que ó porquinho cuticuti vou te fazer um laguinho ali com o patinho.

11 - O babybrother é a pessoa mais importante da minha vida. E ainda bem que ele não lê meu blog, senão ia se aproveitar dessa informação. Fato é que quem quiser conviver comigo tem que gostar dele. Oi, eu preciso de um namorado que goste de video game.

12 - Eu não me acho uma pessoa difícil. Só não gosto de engolir sapos por aí. E espero que as pessoas me respeitem, como eu costumo respeitá-las. Não é tão difícil assim se você parar pra pensar.

13 - Não acho legal mulher que grita na torcida do futebol ou que desfila com latinha de cerveja por aí. Nem homem que passa base nas unhas ou chapinha no cabelo. Eu sou machista.

14 - Alcachofra, quindim, torta de palmito, pizza de cinco queijos, rabanada, couve-flor, morangos. São minhas comidas preferidas, não necessariamente nessa ordem. E quando as pessoas muito próximas de mim fazem ou compram, sempre me chamam pra comer.

15 - Se eu ganhasse na mega-sena dividiria o dinheiro em partes iguais entre meus pais e irmão.

16 - Antes de morrer eu quero ter oportunidade de conhecer/rever algumas pessoas. Se você se encaixa no perfil, sabe do que eu tou falando. Demore o tempo que demorar, nem que seja aos 80 anos e eu diga 'nossa, não te imaginava tão uva passa de pelancas assim'. É que algumas pessoas são importantes. E eu não as esqueço.

17 - Eu penso muitas coisas. Muitas mesmo. E por mais que eu tenha um blog, twitter, msn e o escambau... NINGUÉM sabe tudo o que eu penso ou faço. E nunca vai saber. Eu me reservo o direito de ser reservada, e acho isso muito bom. Pessoas do tipo 'livro aberto' talvez não sejam tão confiáveis.

18 - Eu tenho medo de hospital. Seja pela idéia em si, por medo de alguém que esteja lá ou de eu mesma ter que estar lá. E eu devo ter estado em um só quando eu nasci. De resto, eu me viro. Nunca quebrei nada nem levei pontos em lugar nenhum. E espero sinceramente continuar assim pra sempre e morrer de um mal súbito assim de repente, de uma hora pra outra. Sem ficar doente nem precisar que ninguém troque minhas fraldas. Quem morre de mal súbito morre feliz.

19 - Saudade de quando minha maior preocupação era chegar em casa antes das 13h da escola e estar atrasada e aflita no ônibus por ter ficado namorando depois da aula e a minha mãe ia me matar.

20 - A minha casa é o lugar mais lindo e feliz do mundo todo. E não é qualquer um que tem o direito de entrar. Se você foi convidado, sinta-se privilegiado. Você é alguém que eu gosto muito.

21 - Eu gosto de crianças e animais, desde que eles mereçam. Criança que faz escândalo no shopping me dá vontade de esfregar a cara no asfalto e poodles que pulam em cima de mim quando chego na casa dos outros fazem com que eu os imagine dentro do micro-ondas.

22 - Eu não converso com gente que não sabe escrever. Que escreva 'axim' ou que 'derrepente' não traduza a 'menssagem'. Sinto muito por quem diga que isso são só detalhes, mas pra mim é algo bem importante. Seja qual for a deficiência cerebral da pessoa, não pode fazer parte do meu mundo.

23 - Por outro lado, eu também tenho tios avós com seus 325 anos que não tiveram oportunidade de ir à escola por esse ou aquele motivo. Lá nos idos de 1800 era difícil a vida e tal. Mas piadas à parte, por esses sim eu tenho muito respeito. E quem não tem (sai daqui que você não vale o que come) ficaria surpreso pelo tanto de coisas que esse tipo de pessoa pode ensinar.

24 - Eu tenho preconceito com casais de idades muito diferentes. Não sei se a palavra no meu caso seria exatamente 'pré-conceito', porque todos os casais que vi nessas situações, eu realmente vi que um ou outro ou os dois se aproveitavam do fato da idade ser muito diferente. Em todo caso, cada um dá os fundos pra quem acha melhor e eu não tenho nada com isso. Acontece que o meu fundo é meu e eu não dou pra ninguém que tenha mais que 5 anos a mais que eu. Já falei que essa coisa de chupar pelanca pra mim não rola. Cinco anos pra baixo e pra cima é sempre o meu limite.

25 - Eu sempre fui de normal a gordinha, mas nunca fui obesa nem nada próximo disso. Quando eu estava no colegial foi o ápice da minha magreza, mas por nada nesse mundo eu usava mini blusa que mostrasse a barriga. É que eu acho que só a Shakira tem capacidade pra isso.

26 - Eu gosto de dirigir mas prefiro ir do lado olhando a paisagem. A vida é muito mais legal quando eu vou de passageiro. Nasci pra ser co-pilota.

27 - Sou primogênita e minha mãe sonhava que eu seria um menino. Tudo meu era azul, do colchão do berço às roupas, mas nem por isso a minha mãe era daquelas loucas que vestem meninos de meninas ou vice-versa. Eu estou sim toda menininha em todas as fotos de criança, cheia dos vestidinhos e babadinhos, só que tudo azul. Não me critiquem por minha cor favorita ser vermelho. Eu tenho motivos.

28 - Eu sou transparente. Sincera. Se tem alguma coisa nesse mundo que ninguém pode falar que eu sou é falsa. Sou do tipo que tá escrito sempre na testa o que eu estou pensando e sempre tive muita dificuldade de mentir. Felizmente a minha mãe faz milagres e hoje eu minto relativamente até que bem. Mas não com pessoas que me conheçam muito. Eu sou tipo o Chaves que diz sim com a cabeça mostrando que não.

29 - Gente que me deixa esperando talvez seja o que mais me tira do sério nessa vida. Claro que eu relevo quando o assunto é muito sério, se a mãe morrer e tal. Se não, não me deixe esperando. NUNCA. Vá. Vá atrasado, mas vá. Vá se arrastando, mas vá. Vá depois de morto. Mas vá.

30 - Eu tenho dentes perfeitos (todos os 32) e nunca usei aparelho pra isso. Uma vez um ortodontista fez um molde de gesso da minha arcada dentária pra eu guardar de presente. E enxergo tão longe que as pessoas duvidam que eu não estou inventando quando leio as coisas que estão distantes. Eu sou mesmo super :D, mas acho que não custa nada (custa, mas a recompensa é melhor) você que nasceu com os dentes tortos enfiar um aparelho nessa boca. Nem acho feio nem nada, até teve uma época que eu queria usar. Sair com os dentes tortos é que é horrível. E franzir os olhos pra enxergar também.

31 - Eu sempre quis aprender a tocar piano, mas a minha mãe sempre disse que em casa ou era eu, ou um piano. Mesmo assim, quando criança eu tive um daqueles de brinquedo, de madeira, Hering. O meu não era pequenininho não, era maior que eu. Só que eu tinha que tocar quando estava sozinha em casa. Meus pais sempre odiaram barulho e assistiriam tv no volume -3, se pudessem.

32 - Gosto de música e o melhor advento disponível na face da terra do meu celular é identificador de música. E eu tenho quase 25 GB de música (se você não sabe quanto é isso, é muito!) no meu pc. Invejável pra qualquer dj. E você se surpreenderia se visse.

33 - Tenho poucos amigos e tenho dificuldade em manter amizades. E não me arrependo. Mas meus poucos amigos eu defendo com unhas e dentes. É um por todos e todos por um. Claro, mantida a premissa principal de 'amigos, amigos, dinheiro à parte' (lembra do Farmville).

34 - Eu sou mais amiga das horas ruins do que boas. E não foi algo que eu planejei nem nada, acontece que eu sou muito solidária quando as coisas não estão dando certo. A maioria das pessoas preferem ser amigas nas horas das festas e baladas, mas eu vou te ligar e querer fazer com que você esteja bem quando o momento for difícil. Por isso as pessoas me procuram pra contar tragédias ou problemas. Eu queria que não fosse assim, porque me abalo como se fosse comigo. Mas é algo que não dá pra controlar.

35 - Eu odeio fofoca. Essa coisa do fulano que falou pro ciclano que contou pro beltrano me irrita. Do mesmo modo que eu não gosto de falar da minha vida, me incomoda saber da vida dos outros com ares de fofoca. E daí eu odeio igualmente revistas do tipo. Pra mim serve pra eu ler em sala de espera de consultório. E só. Se você COMPRA uma Caras, não me conte. Eu vou te achar a pessoa mais fútil do mundo se souber.

36 - Eu faço minhas próprias unhas e sempre foi assim. Porque quando eu vou na onda de alguém e faço no salão, eu não acho que fica tão bom. Mas só faço as minhas. Até parece que tenho cara de manicure... ¬¬

37 - Meu traje oficial é jeans e tênis. Porque o conforto e pés sem joanete são o que predominam pra mim. Mas claro que como toda mulher eu tenho sapatos lindos, com saltos finos maravilhosos e me sinto toda poderosa quando os uso.

38 - Eu falo pouco. E isso é uma virtude.

39 - Eu não choro. Claro, a não ser em casos tremendos, tipo se você terminar um namoro de 6 anos comigo eu vou chorar horrores e tal. Mas as raras vezes que choro, é de raiva. Mesmo assim, pouca gente me vê chorar. Dádiva que estou aprendendo atualmente: chorar em final de filme. Mesmo assim, só se eu estiver completamente sozinha, de cantinho, escondidinha.

40 - Eu tenho consciência que na próxima encarnação nascerei com cabelo sarará. É, porque eu vejo muita mulher mais bonita que eu por aí, mas com cabelo melhor que o meu é difícil. E então todo dia, quando eu olho no espelho e penso nisso... me vem a idéia que um dia eu serei castigada. Mas ó. Eu não faço nada de especial no cabelo não. Só lavo às vezes. E ah.. ele é virgem. Fato é que ele tem vontade própria. A diferença é que ele tem bom gosto. :)

41 - Eu já fiz aula de dança por 2 anos, natação por 11 anos, pintura por 1 ano, inglês até a hora que eu pude sair dizendo que tava na turma avançada. Aprendi com mamãe a fazer tricô, crochê, ponto cruz e a cozinhar. Agora estou experimentando a minha veia de jardinagem, mas fato é que eu tenho facilidades pra coisas do tipo. Artesanato e tudo que exija concentração, capricho e delicadeza. Eu sou supimpa.

42 - Gosto de mitologia, civilizações antigas, figurinos de época, arquitetura, arabescos, vampiros. Conclusão: nasci na época errada.

43 - Eu sou meiga. Gosto de florzinhas, lacinhos, fitinhas, babados, frufrus. Ai que merda.

44 - Gosto de flores, chocolates, roupa. Já passei da fase de bichos de pelúcia. Mas se alguém realmente me conhece, me dá livros de presente.

45 - Eu gosto muito de ganhar presentes e sempre tive mania de grandeza. O maior sempre era meu. Meu pai uma vez colocou uma correntinha de ouro numa caixa de bicicleta. Mas não teve problema. O maior ainda era meu. Gosto muito de dar presentes também. Dar uma coisa legal pra alguém que gosta muito do que ganha é compensador.

46 - Eu não pago mais de 100 reais numa calça e meu máximo de restaurante é Outback por 40 reais. Mas AQUELES 720 reais NAQUELE show foi a melhor coisa que eu fiz nessa vida.

47 - Eu não sou uma pessoa frutífera. Como frutas só quando sou obrigada. Exceção aos morangos. Mas babybrother, futuro nutricionista, me disse que pesquisas revelam que pessoas pós graduadas comem em média 2 porções de frutas por dia e são o melhor índice, pois aliam os anos de estudo ao conhecimento de necessidades para o organismo. Tipo assim, ele me deu uma indireta legal que eu devia fazer o mesmo porque pertenço ao grupo dos pós graduados. Como se ELE comesse ALGUMA fruta. Mas se eu for questionar ele vai dizer que a escolaridade dele por enquanto é só ensino médio completo. E que ele pode não comer fruta nenhuma nunca por isso. Eu estou tentando comer mais frutas. Juro. Tomate é fruta!

48 - Eu gosto muito de praia e sol e quem me diz o contrário eu pergunto se veio de Marte. Mas nunca fui de ficar torrando (praia pra mim é lá dentro da água) e as raras vezes que fiz isso me causaram muitas sardas. Mas não moraria na praia não. Eu gosto muito da água cheia de cloro de São Paulo e quando tomo banho em casas na praia sempre acho que não lavou direito.

49 - Eu não nasci pra morar no calor e só moraria em outro lugar se fosse de São Paulo pra baixo. Mas aqui pra mim tá bom demais. Não pretendo mudar nunca. Poluição e trânsito viciam.

50 - Eu coloco o arroz em cima do feijão, limpo a bunda sentada, coloco a camisa pra fora da calça e começo a tomar banho lavando a barriga. E quem me conhece sabe que tudo isso determina vários fatores da personalidade humana de acordo com as minhas teorias sobre o mundo.

51 - Eu tenho problemas com quedas. Já estatalei no meio da rua, já saí rolando na frente da escola, tenho cicatrizes nos joelhos das épocas de aprender a andar de bicicleta, já levei quedas astronômicas em todas as escadas imagináveis e quebrei meu dente de leite da frente por isso, já tomei vários caldos na praia e saí com o biquíni fora do lugar, já rolei na pista artificial de esqui e levei todo mundo junto pra bem depois de ter acabado a pista, já passaram em cima de mim carroça mais mulinha na praia paradisíaca lá em Galinhos, na minha viagem pra Natal. Meu pai só me deixou mudar para apartamento depois que colocou telas em todas as janelas e na varanda. Sabe como é, eu moro no vigésimo segundo andar.

52 - Já joguei Super Bonder no olho, já tirei rímel com acetona sem querer, já enfiei feijões no buraco do nariz, já fui mordida por meu próprio cachorro porque coloquei a mão na comida dele, já escorreguei de rolar de pedras na praia e quase morri. Tá, eu sou um desastre.

53 - Eu gosto de viajar, mas não gosto da viagem em si. Quando é na volta então, eu quero morrer. Se eu pudesse ter um poder seria o teletransporte.

54 - Eu sou perdida. Não, vocês não entenderam. EU SOU PERDIDA. Pedir informação pra mim é o caos porque quando alguém me fala que 'vira a direita e depois à esquerda', na terceira indicativa eu já esqueci a primeira e assim vai indo até que a pessoa termina de falar e pra mim foi a mesma coisa de ter dito blablabla whiskas sachê. Eu me perco no quarteirão da minha casa e quando saio de uma loja em shopping nunca sei em qual direção eu estava andando. Juro.

55 - Eu era sempre a penúltima (porque graças a Deus sempre tinha uma ou duas antas piores que eu) a ser escolhida para os times na escola e isso fez com que Educação Física fosse a pior das piores matérias da face da Terra ever. Eu fugia e cabulava até a professora do colegial sacar a minha e pegar no meu pé. Piorou. Eu odeio toda e qualquer atividade física em conjunto. Se tiver bola então, me esquece.

56 - Cinema, livros, dvds, séries e música são sempre meus passatempos preferidos e com os quais eu raramente penso se estou gastando muito com isso. Pra mim sempre vale a pena.

57 - Eu gosto de altura e me sinto bem com isso. Me sinto livre, feliz. E sempre gostei de ir em parques de diversão, com montanhas russas radicais e coisas do tipo.

58 - Eu não tenho medo de barata não. Tenho nojo de matar, mas medo histérico assim igual à mulherada toda, não. Mas tenho pavor de sapo.

59 - Você NUNCA vai me ver sem brincos. Nem se casar comigo.

60 - Eu gosto muito de anéis e brincos e correntes e afins. Mas me sinto estranha com colares exagerados, tenho alergia à bijuteria e não gosto de anéis que ocupam metade do dedo. Meu estilo é delicado e clássico - coisa fora da moda hoje em dia.

61 - Eu já bati meu carro no de um ex-namorado. E tenho vontade de socá-lo quando penso que ele deve sair contando isso pra todo mundo. Ficou traumatizado, coitado. Mas a culpa foi dele.

62 - A minha primeira transa foi péssima. E tocou 'tou de bem com a vida' da Xuxa ao fundo. Eu tinha 16 anos. E tem uma marca de sangue meu no rejunte do chão da cozinha da casa de alguém por aí...

63 - Eu tenho cócegas nas costas e massagem, que é uma coisa linda e relaxante pra todo mundo, pra mim é uma verdadeira tortura.

64 - Eu não ligo pra marcas de utensílios de uso pessoal. Nem de cosméticos, nem de cremes, nem de roupas. Claro que se eu for comprar uma maquiagem vai ser de alguma marca conhecida pois do contrário vai pipocar a minha cara e daí vai ficar bonito. Mas essa coisa de Victoria Secrets e blablabla pra mim é grego. Pra mim funciona assim: é de passar? Tem cheiro bom? Não foi fabricado na China? Então beleza.

65 - Eu não gosto de nada agridoce. Essa coisa de peru com abacaxi, farofa com banana, maionese com maçã. Pra mim as coisas têm que ser muito bem definidas, quando é doce é doce, quando é salgado é salgado. Isso não quer dizer que eu coma do jeito que mamãe manda, primeiro salgado depois o doce. Às vezes eu faço o contrário. Mas o que importa é que eu não gosto de nada misturado. Nem vitamina, nem salada de frutas.

66 - Eu nunca gostei de perder. Eu preferia roubar nos jogos quando era criança a perder. Fazia marquinhas nas cartas de jogo da memória pra ganhar de todo mundo e pronto. Hoje eu jogo direito. Mas continuo não gostando de perder.

67 - Eu não como nada de frutos do mar. Peixe pra mim é só frito, grelhado ou assado. Nem polvo, nem lula, nem mariscos, nem pato, nem comida japonesa, nem nada estranho. Me vê um prato de arroz com feijão e não se fala mais nisso.

68 - Eu não sou carnívora e dou prejuízo feio na churrascaria. Mas gosto de ir porque eu acho lindo o buffet de saladas. Sou coelha. Só não viro vegetariana porque no Big Mac tem hamburguer. Mas que fique claro que é só por isso.

69 - Me interesso pelas pessoas infinitamente mais pela inteligência do que pela beleza delas. Já namorei bastante gente feia.

70 - Tenho fraco por pessoas cool. Sabe, gente antenada, que gosta de coisas diferentes, beirando o mundo nerd mas passando pelo alternativo? Que sabe conversar sobre tudo, tem a mente aberta, mundo próprio, gostos que não seguem tendência? Então.

71 - A-do-ro passear no shopping. Desde que seja segunda-feira de manhã.

72 - Se você pinta as unhas dos pés de cores escuras, usa sandálias que deixam seus dedos para fora ou chega na livraria correndo para a prateleira de autoajuda, acredite. Você não tem capacidade pra fazer parte do meu grupo de amigos.

73 - Eu não gosto de cerveja. E também não sou fã de chopp. Prefiro bebidas com vodka porque eu acho que cachaça é muito amargo, mas nada se compara a whisky. Ô coisa ruim dos infernos. Portanto, prefiro vinho. Que não seja seco, de preferência. Conclusão: se um dia você for ao mercado e ver alguém comprando garrafas de country wine sou eu. Ah, e fucks se o meu paladar é pobre.

74 - Eu tenho medo de fantasmas. E já tive experiências bem estranhas a respeito disso.

75 – Eu sempre fui uma garota de exatas. Minha matéria preferida na escola sempre foi matemática, passando por ciências e finalizando em geometria. Não sei porque cargas d’água resolvi me formar em uma profissão de humanas. De todo jeito, as opções eram 1-Arquitetura, 2-Biologia, 3-Arqueologia, 4-Genética, 5-Ciências da computação. E eu sou formada em administração. Aham, Renata. Senta lá.

76 – Um dia eu ainda vou fazer curso de corte e costura. Acho supimpa quem sabe fazer suas próprias roupas. Pra complementar os cursos estranhos que já fiz na vida, tipo culinária e cuidados com as roupas e tal. Apesar de saber cozinhar e cuidar das roupas antes de fazê-los.

77 – Eu nunca fiz festa de formatura. Usei beca na formatura do pré-primário só e se você me viu em um baile de formatura pode crer que não era meu. Fato é que eu nunca achei que valesse a pena. E no colegial eu troquei o baile pela viagem pra Porto Seguro com a galera. E aí está mais um momento da minha vida que eu fui 100% feliz. Foi inesquecível.

78 – Quando eu converso com mulheres que só falam de homens penso que talvez não seja só os homens que não amadurecem nunca. Eu falava só de homens quando tinha uns 14, 15 anos. E penso que uma mulher de 30 que só fala disso precisava mesmo era ir lavar uma roupa no tanque.

79 – Eu nunca faria uma cirurgia só por estética. Acho que não vale a pena o sacrifício. Se for pensar em lipo então, eu te digo que você não tem é vergonha na cara de fechar a boca e emagrecer por seu esforço próprio.

80 – Eu nunca fui assaltada, nunca fiquei presa no elevador, nunca tive a conta no vermelho, nunca transei no primeiro encontro. E nunca tive mais um monte de experiências que pra muita gente é mais do que normal. E sou feliz assim.

81 – Já tive cachorros, gatos, peixes, periquitos, chinchila. Mas nada se compara à saudade que eu tenho do Bóris :~ (e o peixe beta se suicidou, o Bóris pulou no aquário, as carpas comeram os dourados, os periquitos tiveram filhos que tiveram filhos e todos comeram as cabeças uns dos outros. Várias aventuras.)

82 – Sou tímida. Não chego em ninguém, não canto em videokê, não gosto de falar em público e não me sinto à vontade se eu chego no lugar e todo mundo olha pra mim. E fico vermelha na hora. Me atrapalho e tudo tende a dar errado se alguém estiver prestando atenção em qualquer coisa que eu esteja fazendo. Mas sexo eu gosto no claro. Que eu não sou boba nem nada.

83 – Tatuagem também foi uma das coisas que eu fui mais feliz em fazer nessa vida, e apesar de ter sofrido horrores já faz um ano e eu já estou querendo fazer outra. Gosto muito.

84 – Gente que entra e sai muito do MSN pra mim quer aparecer. Bloqueio.

85 – Bloqueio e desbloqueio, deleto e incluo, permito e despermito. Eu sou assim. E tudo depende da minha vontade. Do meu humor. Da lua, dos astros, do cosmos. E a maioria das pessoas entende. Quem não entende é porque realmente não tem motivos pra fazer parte da minha vida.

86 – Eu sou pontual. E aprecio quem é pontual comigo.

87 – Tenho saudades dos tempos passados. Ex-escolas, ex-colegas de escola. Ex-trabalho, ex-colegas de trabalho. E eu queria voltar atrás pra viver tudo de novo.

88 – Já fui atropelada por uma moto na frente de casa. E o motorista nem parou pra perguntar se eu estava bem.

89 – Vocês sabem que eu já fui em shows do Bon Jovi, Aerosmith, Madonna. Mas eu também já fui em shows estranhos, porque era aniversário de alguém ou porque alguém ia e eu acompanhei. O último show de Sandy e Júnior foi o mais bizarro até o momento.

90 – Eu sei de cor os números de todos os meus documentos, mais os documentos de meus pais e irmão e mais o cpf de algumas amigas. Sei todos os números de conta, senhas, aniversário, datas importantes e coisas afins. Mas eu sou capaz de digitar www e nesse intervalo de tempo esquecer qual era o endereço da página que eu queria entrar.

91 – Eu nunca viajei pra fora do país. Mas esse é o item que está em primeiro na minha lista de prioridades pra fazer ainda nessa vida.

92 – Eu não gosto de mudanças. Nem de casa, nem de costumes, nem de rotina. Não gosto de coisas novas. Nem comidas diferentes. Na verdade eu me sinto muito confortável com as coisas que já estou acostumada. E quando preciso mudar nunca é por livre e espontânea vontade.

93 – Pouco me importa o quanto de dinheiro que alguém tem ou deixa de ter. Se tem casa própria, casa na praia, carro, roupas de marca. E hoje em dia eu vejo muitas maria-gasolinas por aí, tanto que me arrisco a dizer que quase toda mulher é. São raras as exceções. Eu acho uma pena. As pessoas se apegam a esses detalhes e esquecem de reparar no principal.

94 – Fiz catecismo e no dia de me confessar pra receber a primeira comunhão eu não confessei todos os pecados porque as “maria-padres” estavam na porta ouvindo. Isso fez com que eu não quisesse mais continuar os ensinamentos da Igreja Católica, como fazer Crisma e tal.

95 – A única vez que eu fui em um estádio que não era pra ver show era um jogo de Brasil x Uruguai. E por não me interessar por futebol me surpreendi com o tanto que me diverti. Mais com o que as pessoas sentadas aos meus lados diziam sobre o jogo do que com o jogo em si. Foi bacana.

96 – Meu passatempo preferido é dormir. Comer e sexo também são bem legais, mas dormir é uma coisa que invade infinitamente meu ser e eu não consigo controlar. Durmo em média 10 horas por noite, ininterruptas. E se não for assim é o primeiro passo para que eu acorde mau humorada no dia seguinte. Sonho todas as noites.

97 – Meus olhos mudam de cor. Quando está sol e eu estou feliz, são verdes. Mas eles geralmente oscilam entre tons de castanho ao dourado. Sou mutante. Ou vampira, vai saber. O que importa é que eu não sou Rebelde.

98 – Só comecei ser menininha e usar saia e vestidos e maquiagem de uns 5 ou 6 anos pra cá. Mas eu sempre gostei. Tinha é trauma da minha mãe falando na minha orelha sem parar quando eu era criança que tinha que sentar direito porque estava de saia.

99 – Sou boa filha, boa irmã, boa neta, boa sobrinha. Mas muitas vezes eu queria mesmo é jogar tudo pra cima e ser uma tremenda de uma irresponsável.

100 – Se eu sou sempre feliz e simpática com você, desconfie. Sou da opinião de que só as pessoas que me conhecem bastante estão aptas a me aguentar na alegria e na tristeza. Não se abale se eu brigar com você. Se isso acontecer é porque te estimo muito e tenho liberdade de dizer o que penso, seja lá o que for. Do contrário eu nem perderia meu tempo. Tenho muita vontade de falar várias verdades e lavar muita roupa suja com muita gente por aí. Mas eu não faço porque prefiro não brigar. Pra evitar a fadiga.

101 – Eu converso com a televisão. E tenho consciência disso.

102 – Eu não saio abraçando ninguém por livre e espontânea vontade, mas ganhar um abraço bem dado, daqueles que preenchem, está entre uma das coisas que eu mais gosto na vida.

103 – A primeira coisa que eu penso quando acordo é em qual dia da semana estou. Eu tenho uma facilidade incrível de colocar a escova de cabelos na gaveta de talheres na cozinha logo cedo, mas o dia da semana eu não perco nunca.

104 – Sou ciumenta. Com minhas coisas, com minhas pessoas. Mas eu disfarço.

105 – Eu sou paciente. Muito, demais. E a cada dia que passa eu consigo me superar.

106 - Fisicamente eu sou muito parecida com meu pai e as irmãs dele, mas minha personalidade é muito semelhante à da minha avó-madrinha. Inclusive no dia que estávamos viajando de ônibus e eu fiquei enjoada e ela me deu a sacola que levava os queijos mineiros pra vomitar. Eu senti o cheiro e aí sim foi que e virei do avesso. Minha avó. E ela gargalha quando eu lembro disso.

107 - As últimas profissões que eu teria nessa vida seriam pedagogia, direito e medicina (ou qualquer coisa do tipo - veterinária, enfermagem e tals). Nessa ordem.

108 - Eu gosto de baladas só às vezes, mas gosto de barzinhos. E gosto também de parques e passeios culturais do tipo museus, exposições, mostras e coisas do tipo. Mas nunca acho companhia para esse último passatempo. :(

109 - Se eu tivesse outro tipo de leitores nesse blog ia me preocupar com o post ter ficado enorme e que ninguém ia ler. Mas depois de todo o meu mês bonjoviano tenho certeza que terei leitores assíduos - e malucos - nesse post também. Que bom. Eu gosto assim. :)

110 - Eu me enganei em alguma coisa na hora de listar os itens e no fim das contas acabei passando da meta inicial. Daí eu não quis apagar nenhum item porque foi tão difícil pensar em tantos e então que acabou com 110 ao invés de 101. Ah, ficou bonito mesmo assim, vai!

111 - Ana Lu foi eleita a tarada dos posts enormes por sair correndo e comentar antes que eu arrumasse o meu problema com a numeração. Enfim, o comentário dela é a prova de que eu passei da cota sem querer. ;)