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domingo, 8 de setembro de 2013

Sobre o fim da MTV Brasil

Então. Quem me conhece até já sabe o que eu vou falar sobre. Quem me lê há tempos também sabe que eu sou saudosa de tudo e de todos. Que eu tenho saudade até de tudo que eu ainda não vi.

Eu acho triste. Bem triste mesmo. A MTV fez parte da minha vida mesmo antes de existir. Fez parte da minha vida quando eu era ainda bem criancinha, 5, 6 anos. Quando eu assistia clipes de música com o meu pai. Naquela época a MTV ainda nem existia. A gente assistia alguns programas específicos nos poucos canais da tv que existiam. Clip Trip. Mas um programa de clipe de música em um canal aleatório no tempo em que Michael Jackson lançou Thriller com certeza fez existir o que foi a MTV alguns anos depois.

Eu conheci a MTV na casa da minha avó. Que assistia Beavis and Butt-Head com meu tio, que deveria ter uns 8 anos na época. Eu, uns 12. Era lá por 1992. De lá pra cá a MTV fez muita parte da minha vida.


Eu sou da época da Astrid. Da primeira temporada de Thunderbird. Mas também sou da época que a gente só tinha uma tv em casa, com 13 canais e que só funcionavam os tradicionais 2 (Cultura), 4 (SBT), 5 (Globo), 7 (Record), 9 (Manchete, que morreu e depois virou Rede TV!), 11 (Gazeta) e 13 (Bandeirantes). Pra assistir a MTV a gente botava no canal 12 e mudava a estação de VHS pra UHS. E até hoje eu não faço ideia da diferença entre os dois. E também sou da época que as tvs não tinham controle remoto. Ou seja, a criança de toda casa era o controle e meus pais sempre diziam a frase célebre "Rê, muda lá pra gente".

Daí eu não pude assistir muito a MTV nessa época, porque meus pais, mesmo moderninhos e roqueiros, queriam assistir o jornal ou o que quer que seja. A mim restava apenas os programas da Cultura, época de Rá-Tim-Bum e afins, porque meu irmão era ainda um bebê. Mas eu sempre soube a respeito da MTV, principalmente por causa dos amigos da escola.

Demorou um bom tempo pra que eu tivesse uma tv no meu quarto, mesmo porque eu não queria. ~arrependimento~. Eu, no auge da adolescência, me trancava no meu quarto e preferia muito mais meu aparelho de som e vibrava ao som do “dance” da época. Nem parava pra pensar que se eu tivesse uma tv poderia ainda acompanhar a música da moda e com o plus de conhecer seus clipes. Mas ok. Minha tv chegou no meu quarto aos 18 aos e, mesmo já tendo saído da adolescência, adivinha qual foi o canal que eu mais assisti na tv desde então? MTV, claro.

Foi também a exata época que eu comecei a namorar e por causa do namorado meu gosto musical se expandiu além das músicas internacionais que eu tanto gostava desde o início da vida. E aí também entrou a MTV. Ah, MTV e seu Piores Clipes do Mundo, o melhor programa que eu já assisti na tv. Que saudade. O auge do Marcos Mion. E eu nunca vou esquecer das performances dele imitando perfeitamente os clipes mais famosos da vida. E os erros de gravação dos clipes do Michael Jackson, que eu tanto amava. Só Marcos Mion "acabou” com tudo que eu curtia, mas foi com todo o estilo e eu amei. E a reboladinha i-gual-zi-nha à de Axl Rose em Patience? Amor.

Mas não foi só Marcos Mion que brilhou na minha admiração assistindo MTV. Penélope Nova e seu incrível Ponto Pê foi histórico. E eu nunca vou esquecer de algumas histórias hilárias que ouvi lá. Eu, no início da minha vida sexual. Penélope foi por muitos anos a minha VJ preferida. Porque tudo o que ela respondia quando as pessoas perguntavam absurdos era tudo o que eu diria se estivesse no lugar dela. Amo Penélope pra sempre. E esse será o nome da minha próxima gata, só por causa dela.

E João Gordo, tão incrivelmente falando tudo o que pensa. E Cazé Peçanha, que eu encontrei na Av. Paulista um dia, tão inteligente. E Marina Person e Top Top, um dos programas da MTV que eu mais gostei na vida. Morro de saudades quando escuto a voz dela no rádio hoje em dia, num programa que ela faz sobre músicas de cinema, copiado descaradamente do Movie MTV. Fernanda Lima no Fica Comigo, em uma época que eu nem sabia que um dia seria apaixonada pelo marido dela todo lindo cozinhando lindamente na GNT. Até de Cicarelli em Beija Sapo eu tenho saudade. Marimoon, a única pessoa do mundo que tem os cabelos coloridos mas que permanecem lindos, falando de internet e sentada toda linda naquela cadeira de plástico que vende em uma loja de móveis lá na Rua Augusta e custa R$ 1500,00 e eu namoro toda vez que passo na frente. E Dani Calabresa e Bento Ribeiro, gente? Melhor jornal que o Furo MTV não tinha. E eu assistia todas as noites. PC Siqueira, estreando essa coisa tão na moda agora de trazer pra tv programas que eram feitos inicialmente na internet. Até Bia e Branca, em programas tão xoxinhos, eu curtia só porque elas eram alegres e bonitinhas. E Cidão. E Chuck. E Sabrina (cuja qual eu quase morri quando Jon Bon Jovi se convidou descaradamente pra ficar na casa dela quando viesse ao Brasil). E Cuca. E Chris Couto. E Kika. E Kid Vinil, vindo diretamente de Clip Trip, citado no início desse texto. E Edgard. E Max Fivelinha, histórico. Paulo Bonfá e Marco Bianchi, totalmente excelentes.

Fudêncio que só se fode nessa merda, melhor desenho da tv. E Funérea, a animação que eu queria que fosse minha amiga, no Infortúnio, o melhor programa de entrevista que eu já vi. Me fez pensar até no que eu gostaria que estivesse escrito na minha lápide. Massacration, a banda de rock mais bizarra. Jackass, o programa mais absurdo. VMB, que eu não só assisti, mas votei e torci várias vezes. E o que dizer de todos os Acústicos, que eu amo e estou colecionando os DVDs (e quem quiser me dar algum eu vou amar, tá? Só pra constar eu já tenho Lobão, Gal Costa e Capital Inicial. E ainda quero Cássia Eller, Kid Abelha, Nenhum de Nós, Engenheiros do Hawaii, Barão Vermelho, Legião Urbana, Gilberto Gil, Titãs, Rita Lee, Paralamas, Roberto Carlos, Ultraje a Rigor e O Rappa)

MTV sempre foi o melhor canal da tv aberta. E quando eu não tinha tv à cabo na casa nova, era tudo o que eu assistia, o dia inteiro. Agora só torço pra minha Sky não cair. Do contrário não terei mais nada pra assistir. Agora ninguém nunca mais vai ver Caetano gritar “vamo botá essa porra pra funcionar”. Ninguém nunca mais vai ver João Gordo dar marretada na mesa por uma briga com Dado Dolabella. Ninguém mais vai falar da “puta falta de sacanagem”. Não passarei mais minhas tardes de domingo assistindo Rockgol, o seu único campeonato de futebol que eu curtia assistir.

Hoje eu posso dizer que, quando assisto o Saia Justa na GNT, minhas pessoas preferidas são Monica Martelli e Barbara Gancia. Mas eu tenho um carinho pela Astrid, só por ela já ter sido vj um dia. E fico feliz em assistir aquele programa fofo da Sara que ela entrevista artistas bacanas e até chorou quando entrevistou Rita Lee. E Mariana Weickert no programa também bacana sobre estilo que eu também não perco. Também sou feliz quando assisto aquele programa legal do Multishow e vejo que a Didi anda viajando bastante. E o que dizer da guinada meteórica de Tatá Werneck diretamente para a novela das oito da Globo? E mesmo Marcelo Adnet fazendo descaradamente uma cópia ridícula dos Micons de Marcos Mion no Fantástico, mas ok. Fico feliz em saber que ele está bem. Melhor está, sem dúvida, Dani Calabresa no CQC que eu ainda não vi, mas mesmo não sendo a melhor fase do programa fico feliz em saber que ela foi trabalhar num programa tão legal quanto os que trabalhava na MTV. E Paulo Tifenthaler, que pesquisando aqui, eu acabo de descobrir já ter sido vj. E agora eu o amo muito mais, além do Larica Total, o melhor programa de culinária atual da tv. Mas fico meio decepcionada quando vejo no que a Soninha se tornou. Fiquei querendo bater a cabeça na parede quando vi o João Gordo sendo um reles jurado num programa tipo Astros qualquer (certeza que foi Miranda quem levou, mas ele merece muito mais que isso). Mas, no mesmo programa, já acho ok assistir André Vasco. E o Legendários, gente? Vergonha alheia. Saudades do que Marcos Mion já foi um dia. 

MTV Brasil, sentirei saudades. :~

sábado, 8 de junho de 2013

O dia em que eu resolvi dar aula

Um dia normal. Eu acordei normalmente. Andei até o banheiro cambaleando normalmente como faço todos os dias. Escovei os dentes, troquei de roupa, passei maquiagem, tomei café e fui trabalhar. Peguei o metrô, andei alguns quarteirões, passei o crachá na catraca, chamei o elevador, abri a porta, sentei na minha cadeira e liguei a tela do computador pra ler meus e-mails. Como faço todos os dias. E então eu abri o e-mail que mudaria totalmente o meu conceito sobre dar aulas na vida.


Eu nunca quis dar aulas. Nem pra alunos, nem pra amigos, nem pra ninguém. Quem me conhece (e tem uma pessoa perdida no mundo que me conhece MUITO nesse sentido) sabe que eu pra explicar alguma coisa pra alguém sou a maior lástima da face da Terra. Mas tem um motivo: eu nunca tive dificuldade na escola. Eu sempre fui bem em todas as matérias. Meu boletim era todo azulzinho e as minhas menores notas, aquelas em que eu ia mal mal MAL mesmo (tipo Geografia e História) eram 6 ou C. E eu nunca fiquei de recuperação nem de DP na minha vida. Ou seja: eu sempre entendia as matérias. Os conteúdos. Eu entendia quando os professores explicavam. Minha matéria preferida era matemática e eu sempre achei fascinante como era lindo a gente fazer páginas e mais páginas de uma única conta e no fim, adivinha: o resultado era o certo. Tudo muito bom, tudo muito bem. 

Eu nunca tive dificuldade em aprender nada (até hoje eu aprendo as coisas com facilidade e muitas vezes sozinha) e por isso mesmo nunca entendi as pessoas que têm. Esse povo que pergunta milhares de vezes a mesma coisa. Aqueles que o professor explica tudo cinco vezes e a pessoa ainda vai mal na prova. Gente que tem dificuldade mesmo, mas quando eu estava na escola achava que era só burrice. E talvez eu ainda ache. Não sei. Sei que eu, que nunca tive dificuldade, também nunca tive paciência com quem tem. E quem estudou comigo sabe muito bem que eu entendia tudo da matéria e até tentava explicar para os colegas que não entendiam. E eu explicava uma vez. Duas. Três. E se a pessoa ainda não tinha entendido, a minha reação era sempre "dá aí que eu faço pra você". Eu não tenho paciência pra explicar nada. Eu entendo tudo lindamente, mas na hora de tentar fazer alguém entender também eu sou capaz de bater pra ver se a pessoa fica mais esperta e entende. Eu tenho a delicadeza de um elefante na hora de explicar alguma coisa pra alguém.

Talvez por isso eu sempre achei lindas as pessoas que ensinam. Talvez por isso eu lembre até hoje das primeiras professoras que eu tive, lá no Jardim I. E de todas as que se seguiram depois. Talvez por isso eu lembre da admiração que eu tinha pela professora de matemática mais incrível dessa vida. E da de português, que era a simpatia em pessoa. E da professora de história que parecia ser amiga de Dom Pedro. E da de ciências que contou pra minha mãe que eu estava cabulando aula. E da de educação física que pegava horrores no meu pé. Todas, boas ou ruins, incríveis e enormemente importantes em toda a minha vida. Todas me ajudaram a ser o que eu sou hoje. E se eu me orgulho do que sou hoje, eu devo grande parte disso a todas elas. 


Na hora que eu abri meu e-mail, meu coração palpitou. Em um e-mail de atitude social da empresa, estava o convite para participar de uma ação de voluntariado para dar aulas de ética em uma escola pública. E, em meio a erros no nome da escola que eu quase liguei para o RH pra pedir pra corrigirem, estava lá: a MINHA escola. O nome que por tantos anos estampou a camiseta do meu uniforme. E as minhas provas. E  estampa até hoje o meu histórico escolar. O meu currículo.


Mas, mais importante que isso, estampa também o meu coração. Estampa a melhor fase da minha vida. Estampa o melhor ano da minha vida. Estampa tudo o que eu aprendi lá além das aulas e das matérias. Estampa as tantas fugidas da aula. Os tantos namoricos. As tantas vezes que eu briguei e fiz as pazes com amigos e primeiros namorados. Estampa o tão falado "atrás da escola", onde tudo acontecia. Estampa meu desenvolvimento humano, pessoal. Meu relacionamento com tudo e com todos. Meus primeiros medos, minhas primeiras responsabilidades e também minhas primeiras irresponsabilidades. Meus pensamentos a respeito de que tipo de pessoa eu queria e que tipo de pessoa eu não queria ser. E cada cantinho daquele terreno que fará pra sempre parte da minha vida e da minha história. Cada vez que eu sentava na escadinha ouvindo meu Bon Jovi no meu walkman e à espera de tudo o que ainda viria na minha vida. Tantas coisas. 

Saudade. Saudade de tudo. Saudade de todos. Saudade daquela escola. 


Uma vez alguém disse (deve ter sido a Tary) que acha legal em mim que eu gosto de tudo o que é meu. E é mesmo verdade. Eu gosto da minha vida, das minhas coisas, das minhas pessoas, do meu país, da minha comida, da minha história. E não trocaria nada do que eu tenho por nada do que as outras pessoas têm. 


Eu estudei em algumas escolas na vida e todas têm o seu espaço no meu coração e minha respectiva saudade. Mas duas delas são mais importantes por eu ter passado mais tempo da vida (e consequentemente  aconteceram mais mudanças em mim mesma enquanto eu as frequentava). Uma delas é essa em que eu fiz o colegial (chamava assim na minha época, mas hoje até já mudou o nome pra "ensino médio").

Estudei lá dos 15 aos 17 anos. Primeiro, segundo e terceiro colegial, os melhores anos da minha vida. Eu passei, naquele prédio e debaixo daquelas árvores e correndo da professora de educação física naquelas quadras e cantando pagode com as amigas naquele pátio, a minha adolescência incrível. Faz tanto tempo que até parece que foi em outra vida. Mas é tanta saudade que às vezes eu até sonho que estou lá. Naquela época. Naquele lugar.

Eu sou muito-muito-muito grata à minha mãe por ter me colocado pra estudar em escolas públicas nessa vida. Não sei se hoje é a melhor opção, mas naquela época eu tive até que fazer prova pra entrar nas minhas escolas, porque não era qualquer um que entrava. Tinha maracutaia, precisei de um endereço falso. Minha mãe ficou na fila da vaga da escola de madrugada e eu tive a sorte de ser sorteada (sorteio mesmo, tipo bingo, com comemoração e tudo) pra estudar lá. Era uma época em que as escolas públicas eram muito melhores que as particulares e conseguir uma vaga em algumas era semelhante a passar na Fuvest. Eu consegui. E além de ter podido estudar nas melhores e mais famosas escolas da época (todo mundo da região conhece até hoje a fama das melhores escolas públicas de todos os tempos), eu aprendi também a lidar com o mundo. Porque é sim uma escola pública, mas é no Morumbi. Ou seja, tinha alunos desde os mauricinhos e cheios da grana do Morumbi, até o pessoal mais humilde do Capão Redondo. Nas minhas escolas da vida eu aprendi não só as matérias, mas também a lidar com todo tipo de pessoas. E foi lindo.


Eu não tive dúvidas quando cliquei em "aceitar" no meu e-mail de voluntariado pra dar aula na MINHA escola. E essa semana eu darei aulas pra adolescentes de 15, 16 e 17 anos, exatamente as idades que eu tinha quando vivi os melhores anos da minha vida, em 1995, 1996 e 1997. E então, pensando nisso, me dei conta de que, enquanto eu estava lá na minha escola vivendo tudo aquilo que foi tão bom e tão memorável, havia pessoas nascendo. Pessoas nascendo, naqueles anos tão mágicos da minha vida. E adivinha: são exatamente para essas pessoas que nasceram naqueles anos, que eu vou dar aulas. Eles têm exatamente a metade da minha idade. E estão nos anos mais memoráveis das vidas deles. 

Eu vou chegar lá, com roupa social e sapato de salto, ser olhada e questionada por olhos curiosos e cheios de perguntas. Olhos de moletom e camiseta branca. Olhos que eu tinha enquanto estava na idade deles. E então, quando eu paro aqui pra pensar se vou ter medo ou não de dar aulas para adolescentes, lembro como eu era, há exatos 16, 17 anos, quando chegava alguém de social e salto alto na escola. Eu tinha curiosidade. Tinha medo. Fazia cochichos de "nossa, quem será que é e o que veio fazer aqui?"

Estou ansiosa pra poder dizer pra eles que eu sei como é. Que sei o que é. Que conheço cada um daqueles cantinhos daquele que não é um simples prédio. E que, lá fora, naquela árvore, ainda está escrito o meu nome, que eu cavei com uma caneta pra deixar marcado no caule. Que eu estudei lá, conheci a diretora mais famosa da história da escola e que ela era fazia sim uma escola inteira e milhares de adolescentes andarem na linha. Porque ela conhecia todos eles pelo nome.

Quero dizer pra eles que estudar lá foi uma das coisas mais importantes que eu fiz na vida. E que me trouxe mais tantas outras coisas importantes que tive na vida. E hoje eu sou o que sou também porque estive lá enquanto eles estavam nascendo. 


sábado, 16 de fevereiro de 2013

Um chá da tarde fora de série

Rafaela, aquela linda da voz de mulherão e adepta a foie grass e carpaccio, teve uma ideia aí de vídeo falando a respeito de juntar os personagens literários preferidos pra jantar. Analu, sempre ela, me indicou para tal empreitada e, diga-se de passagem, eu não estava presente no momento da ideia do meme porque, né, eu sou uma pessoa idosa e que precisa dormir cedo (e as ideias mirabolantes sempre acontecem de madrugada enquanto eu estou nos braços de Morfeu). 

(magro esse Morfeu)

Conhecido tal fato, venho por meio deste informar que, já que Rafaela é a integrante mais neném da Máfia e eu, terceira idade que sou, não sou a mais velha mas de comportamento eu ganho de qualquer um na velhice, estou no meu total direito de modificar o meme (e a chefe-afilhada-filhaadotivavirtualnúmeroquatro Analu me deu aval para tal).

Então. Não, vocês não vão ver a minha fuça em vídeo. Sabem como é, hoje eu acordei meio descabelada (é verdade). E não, eu não vou imaginar um jantar com meus personagens literários preferidos. Eu vou é fazer um chá. Porque chá é chique, vocês sabem. E como meus personagens literários preferidos são sempre vampiros/bruxas/seres mitológicos e afins e como eu estou um pouco afastada do mundo literário no momento (gente, essa Guerra dos Tronos não acaba nunca, meudeus, eu durmo a cada meia página lida, a história é muito boa mas eu tenho sono, tá difícil) então.... eu vou é fazer um chá. Com meus personagens preferidos DE SÉRIES, beijos. Porque né, eu estou a louca da série (e em séries eu não durmo, yes!).



Então. Dá licença que o chá é meu e eu convido quem eu quiser.



Meu primeiro e mais ilustre convidado com certeza seria o primeiro porque ele tem TOC e precisaria sentar em um lugar feito especialmente pra ele. E como eu me identifico muito, sei como é esse tipo de coisa. Sheldon Cooper, em uma cadeira com estofado de couro marrom e almofada listrada colorida, ele precisa ficar em um lugar estrategicamente planejado e que tenha a distância perfeita entre o bule de chá e a cesta de torradas, mas que seja igualmente bem localizada para que a brisa que vem da janela seja direcionada em sua direção, porém não o sol que o incomodaria.



Ali, bem do ladinho do Sheldon, sentaria George Costanza. George com certeza trocaria com Sheldon altos papos a respeito de como se demitir por fúria do trabalho em um dia e depois voltar no outro como se nada tivesse acontecido. George também pode contar para Sheldon como foi aquele dia em que ele resolveu correr pelado no meio do campo de beisebol, mas como ficou com vergonha, comprou uma cinta modeladora inteiriça e coladinha da cor da pele.




Bem do meu lado na mesa se sentaria nada mais nada menos que Monica Geller. E a seu lado seu brilhante marido Chandler Bing. Chandler ficaria bem ao lado de George (porque Sheldon precisa ficar estrategicamente sentado na ponta da mesa para ser mais fácil de chegar e de sair em caso de qualquer eventualidade e ter menos riscos de levar uma cotovelada já que só tem vizinho de um lado). Chandler trocaria ideias incríveis sobre seu trabalho que ninguém sabe exatamente o que ele faz com George e Sheldon e, enquanto isso, eu poderia trocar figurinhas com Monica sobre como arrumar melhor meus armários e minha grande teoria de como é relaxante lavar o banheiro às 3h da manhã de um sábado. Não há motivos para que eu e Monica não sejamos grandes amigas, já que eu entendo perfeitamente que os castiçais dela precisem ser exatamente em par e estar posicionados exatamente na mesma direção e ocupando o mesmo espaço em cima da estante. Eu e Monica, melhores amigas para sempre.



Do meu outro lado, brincando de casalzinho comigo assim como Chandler e Monica fazem um casal perfeito, estaria simplesmente o melhor oncologista do mundo: James Wilson. O melhor amigo que alguém poderia ter, principalmente porque não importa se o melhor amigo em questão é o maior safado de todos os tempos. Wilson com certeza me amaria como sou, com minhas manias e rabugices e mau humor característico que eu tenho quando me dá na telha, além do fato de eu ter a certeza que Wilson faria de tudo para satisfazer todas as minhas vontades, por mais absurdas que fossem. Wilson seria com certeza o melhor pai, melhor confidente, melhor pulador de janelas pra invadir a casa de alguém suspeito e melhor companheiro para o resto da vida. E eu me casaria com ele fácil.



Na minha frente na mesa, imaginem se eu ia deixar passar, o salve-salve James Sawyer (repare que já é o segundo James da minha vida). Porque entre minhas idas e vindas entre meus personagens preferidos das séries mais incríveis do mundo, eu não o abandono como lugar número 1 nunca. E, sabem como é, mulher de médico, oncologista ainda, às vezes chega em casa depressivo. Wilson tem a maior cara de não dar conta do recado. E pra isso existe o Sawyer. Sentadinho bem na minha frente na mesa, pra eu mergulhar em seus olhos azuis e suas covinhas sempre que possível. Pra roçar as pernas por debaixo da mesa. Sawyer, com aquele olhar de safado e atitude de cafajeste me olharia de canto de olho e daí eu ia enfiar a cara no bule de chá e puf. Aiai. Ah é, o resto da mesa:




Quero como convidados Dexter e Debra Morgan, mesmo que eu ainda não tenha engolido essa história de eles serem irmãos mas Deb ser apaixonada por Dex. Assunto esse que não viria à mesa, porque Dex é muito introspectivo. 


(Glenn promete tomar banho antes de se sentar à minha mesa)

Fato é que enquanto eu e Monica tentássemos convencer Deb que manter uma casa cuidadosamente bem arrumada e com a cama cuidadosamente forrada com lençóis milimetricamente retos, Dex trocaria meias ideias (porque Dexter é um cara quieto) com Glenn Rhee. Ideias muito em comum, aliás, já que matar humanos que merecem e matar zumbis cheios de vida pode ser relativamente parecido. Mas Dex também pode conversar comigo e com Monica, já que, com certeza, o cara é virginiano e mesmo sendo um homem sozinho tem o apartamento arrumado e brilhando.



Então Sawyer de repente olhou para alguém que não era eu na mesa e me lembrei de outro ilustre integrante: Damon Salvatore. Que deixou de ser Boone em Lost para arrumar um novo emprego como vampiro em The Vampire Diaries. Sawyer não gosta dele por ter simplesmente se deixado morrer pra fugir de todo o trabalho duro na ilha. Sawyer não gosta de quem faz corpo mole. Por isso Damon ficará na outra extremidade da mesa. 



À frente de Glenn, quase esqueci mas não contem pra ele: Lafayette Reynolds, porque tem que ter algum gay nessa mesa. Com Lafayette eu trocaria altos truques sobre culinária e moda. Lafayette é o amigo gay e boca suja que todo mundo deveria ter e por isso se daria muito bem com a Deb, mas eu já sei que ele não iria gostar de se sentar logo à frente de Damon, um vampiro. Mas as atitudes de Lafayette são muito mais divertidas quando há um vampiro por perto, por isso é assim mesmo que a minha mesa ficaria.



Do outro lado do Sawyer (porque veja bem que eu confio bastante nas amigas para deixá-lo no meio de várias mulheres - mentira, é só porque eu sei que Sawyer se daria bem com Deb somente no quesito melhores palavrões e expressões de sarcasmo) sentaria Miranda Hobbes, que com certeza trocaria informações peculiares comigo sobre como ser a pessoa mais atrapalhada do grupo de amigos, como colocar o trabalho em primeiro lugar e relativamente muito acima dos relacionamentos interpessoais e como sobreviver a um mês de abstinência de sexo com um bolo de chocolate inteiro comido de uma única vez. Apesar disso tudo, Miranda com certeza é a única de Sex and the City que habitaria meu coração restrito de amizades, já que é a única que pensa racionalmente em tudo o que é relacionado a homens - e é por isso que eu confio plenamente em deixá-la sentar na mesa ao lado de Sawyer.



Ao lado de Miranda, imagina se eu não ia ter nenhuma vilã na mesa, se sentaria Regina Mills, porque além de bruxa (eu adoro as bruxas) ela é incrivelmente a personagem mais rica e inteligente (enfeitiçou TODOS os contos de fada de uma só vez!) e chique e linda (a mais bela!) e a menos mimimi de toda Storybrooke. E eu nunca escolheria uma princesa no lugar dela.



Quem melhor pra sentar à frente de Sheldon, que Chloe Sullivan? Chloe, que sabe se defender muito bem de qualquer que seja a ameaça, mas sabe muito mais de todos os sistemas relacionados a tudo, conversaria no mesmo nível com Sheldon, principalmente a respeito de seu amor platônico por Clark Kent, o lento, já que Chloe levou dez temporadas de uma série nas costas sozinha enquanto o "superman" só levou fama. Chloe, extremamente usada e injustamente eliminada da vida de Clark Kent porque ele preferiu a banana da Lana Lang. Sheldon com certeza se apaixonaria por Chloe a ponto de deixar qualquer Amy Farrah Fowler morrendo de ciúmes.




Na outra ponta da mesa e exatamente ao extremo de Sheldon e Chloe,  as integrantes que também são exatamente o oposto dos dois: Rochelle Rock e Janet Kyle, que já foram vizinhas em Everybody Hates Chris, até Janet conhecer Michael Kyle e se tornar uma incrível mãe de família em My Wife and Kids. Uma em frente à outra e ambas logo ao lado de Lafayette. Pra todo mundo trocar figurinhas a respeito da vida dos outros, claro. 



E, do outro lado de Lafayette, uma linda ilustre presença: Kat Von D (porque a mesa do chá é minha e eu convido pessoas do tipo de séries que eu quiser). Kat é necessária não só pra embelezar a mesa (bem longe de Sawyer), mas também para a troca de figurinhas no quesito tatuagem. Talvez dê algum problema aí com o Dexter, já que Kat tem um quê de ser parecida com Lila, a namorada que ele encontrou no Narcóticos Anônimos. 



Mas Kat com certeza seria ofuscada pela presença de um de meus convidados mais ilustres (e mais gordos): Hugo Reyes, meu Hurley querido e maior amigo de Sawyer. Porque a gente tem que convidar o melhor amigo do amante pra tomar chá, né? E porque Hugo foi o meu segundo personagem preferido em Lost, e com certeza voltará para a minha vida, já que eu fiquei sabendo agora a pouco que ele está presente na segunda temporada de Once Upon a Time, que eu assistirei no final de semana (é, eu sou dessas que assiste uma temporada inteira de série em um fim de semana). Hurley será agora um gigante (Google spoiler fail) e eu AMO gigantes (qual conto de fada que tem um gigante, minha gente?)



Finalmente, sobrou um lugar na minha imensa mesa de 20 lugares. Bem ali, entre a Regina e a Chloe. Um lugar ilustre para uma pessoa ilustre, no canto dos nerds e bem de frente para George, o fanfarrão. E então, já que a mesa é minha e eu convido quem eu quiser da série de tv que eu quiser, bem pensei eu em convidar o Quico. É, o do Chaves. Mas o Quico com certeza atrapalharia os pensamentos mirabolantes de Chloe. Quico tiraria Sheldon do sério na primeira palavra que ousasse manifestar e, imagine, Regina, a bruxa má da Branca de Neve, ao lado do Quico! Ia rolar maçã envenenada na certa. Então decidi que Quico é criança demais pra ocupar uma mesa com bruxas, vampiros e serial killers. E então, veja bem, eu convido quem eu quiser, e tive uma ideia brilhante de alguém que ocupe com louvor esse lugar ilustre: Jamie Oliver (ele também é um James, repare!). Porque se eu convido Kat Von D, com certeza também posso convidar o Jamie. Assim, lindo-lindo e cozinheiro. Jamie não trocaria figurinhas com o também cozinheiro Lafayette, mesmo porque esse estará do outro lado da mesa e também porque Lafayette não suportaria algum mauricinho almofadinha e lindo-lindo dando palpite em suas panelas. Jamie ficaria perfeitamente bem instalado ao lado de Chloe. Porque eles combinam. Porque Chloe precisa esquecer Clark Kent. E ela é tão lindinha que eu até liberaria o Jamie nesse caso. E Jamie do lado de Regina não teria o menor problema: Jamie nunca comeria uma maçã crua e mal feita oferecida pela bruxa, por mais bonita que ela seja. Só Jamie na mesa, porque o cheff Gordon Ramsay estaria na cozinha coordenando o cardápio e a execução dos pratos servidos no meu chá, claro.



Quase findada a lista de convidados do meu chá, esqueci de ocupar as pontas da mesa (porque uma bela mesa tradicional tem que ter 22 lugares). E então decidi que na ponta perto de Rochelle e Janet o lugar seria perfeito para meu personagem preferido de The Fresh Prince of Bel-Air: Carlton Banks. E eu com certeza escaparia de meu lugar no meio da mesa toda hora pra fazer parte da conversa da ponta dessa mesa.





E, na ponta da mesa do outro lado, perto de Sheldon e Chloe, ficará um lugar vazio, para a alegria de Sheldon. Mas é por pouco tempo: só o tempo de eu terminar de ler o primeiro livro de Guerra dos Tronos (faltam só 100 páginas das quase mil gente, eu consigo) porque então começarei a assistir Game of Thrones, cuja ponta da minha mesa de chá será ocupada posteriormente por meu personagem preferido dessa série. Lendo o livro sei que esse lugar pode ser ocupado por Eddard Stark, Jon Snow ou Daenerys Targaryen, mas assistindo a série meus personagens preferidos podem mudar. Aguardemos.


Esse negócio de ter integrantes importantes ao redor de uma mesa é muito importante. Já diria Jesus Cristo

Quem já teve o prazer de comer a minha pizza diria que eu devia servi-la aos meus convidados, ao invés de chá. Imagine Jesus Cristo servindo pizza aos apóstolos ao invés de pão e peixe. Aposto que até Judas teria curtido.


(aposto que o Rei Arthur serviu pizza aos cavaleiros da Távola Redonda)




Finalmente, a dinâmica da minha mesa de chá:


sexta-feira, 2 de setembro de 2011

#10,5 Dream

Estava eu hoje de manhã ouvindo o rádio enquanto dirigia até o trabalho (quase morri por estar cantando e fechar um caminhão enorme) e pensei. Que incrível. Ando pensando tanto em músicas que talvez esse blog um dia se torne musical, como o do @_pozzi. Mas veja bem: música talvez seja a minha arte preferida. Capaz de nos fazer ter as mais diversas sensações com o simples fato de ouvir alguém exercitar as cordas vocais (lembrei que eu tava querendo morrer no domingo enquanto algum vizinho ouvia axé). Enfim, pensando eu a respeito de músicas, cheguei à conclusão que todas as músicas que falam sobre sonhos que eu já ouvi até hoje, acabei gostando. Claro, as da variante rock/pop somente, que é só o que eu permito que meus ouvidos ouçam, para que meu cérebro permaneça são. E então que eu sei que a maioria de vocês nem é tão ligado em música assim e muitos outros nem são acostumados a ver clipes e nem gostam e tal. Mas hoje eu quis vir aqui contar pra vocês e mostrar quão lindas são todas as músicas que falam de sonhos.

Sonho. Nem é minha palavra preferida, nem em português nem em inglês. E eu nem gosto daquele doce mole e com aquele creme amarelo no meio. Sei lá, meio que me afoga. Mas no fundo, bem lá no fundo... talvez eu seja uma pessoa sonhadora. E sou feliz por isso. Triste é aquele que não sabe sonhar.

Para os sonhadores: ouçam as musiquinhas! Vale a pena. :)






All I Have to do is Dream, Everly Brothers - a qualidade da música deixa a desejar e o vídeo preto e branco mais ainda. Mas vejam bem: 1961, gente. A Segunda Guerra Mundial ainda estava fresquinha na mente e ninguém nem sonhava em ir à lua ainda. Minha mãe tinha 1 ano de vida e meu pai 3. E chegam os caras jovens porém com aparência sofrida (com terno, porque naquela época não devia ser permitido nem dormir trajando nada que não fosse terno) cantando sobre SONHAR, gente. :~ Com versos inocentes sobre romance (igualzinho o funk proibidão de hoje ¬¬), sobre pegar a mocinha nos braços e sentir o gosto dos lábios. Música essa que estamos nós aqui em 2011, exatos 50 anos depois e eu aposto que quase todo mundo já ouviu essa música por aí, até os mais novinhos. Na versão original ou nas muitas regravações que ela teve, a música está aí até hoje embalando casais e nas trilhas sonoras de novelas. Jajá alguém tipo Justin Bieber regrava, vocês vão ver. Ou pior: alguma dupla sertaneja traduz. Em versão mal e porcamente feita, como eles fazem com todas as músicas. Mas a original é isso aí. Linda.






Dreamer, Supertramp - já comentei no twitter que eu gosto dessa música e vira e mexe estou com ela na cabeça. Hoje, quando eu quase morri esmagada por um caminhão, era essa que eu cantava em alto e bom som no carro. E agora, passado o momento, devo dizer pra vocês que nem assustei. Porque se eu tivesse morrido estaria cantando Dreamer, olha que poético. 1974, eu nem sonhava em vir à vida ainda, mas hoje eu canto essa música como se tivesse vivido esse tempo. Porque meus pais viveram e eu cresci ouvindo o rock de 1970 - e sou imensamente grata a eles por ter tido essa formação.






#9 Dream, John Lennon - tá. Eu sei que apesar de ter sido o mais brilhante Beatle, John Lennon fez toda uma merda na vida. E que deixou filhos e família pra se juntar a uma japonesa estranha e cabeluda que separou o quarteto (antes quinteto!) mais famoso de toda a história da música e hoje é podre de rica sem nunca ter feito nada na vida. MESMO ASSIM, eu amo todas as músicas de John e Yoko quase tanto quanto amo as dos Beatles. Acho que talvez Woman seja a música dele que mais gosto, muito mais que Imagine. E gosto das músicas dele por falarem de maneira sutil e com musicalidade tranquila a respeito dos problemas do mundo e da necessidade de sermos alguém além dessa coisinha terrena e cheia de conflitos que somos. John pensava em algo além. Maior. Em #9 Dream (já existia hashtag, gente!), no sonho número 9, ele fala de sonhos que parecem reais e realidades que parecem sonhos. E eu tenho tantas sensações parecidas com essas na minha vida! Parece que foi ontem. Parece que foi sonho. Terá sido realidade?






Dream On, Nazareth - Nazareth foi uma banda de 1960 que durou tipo pra sempre, porque Dream On é uma música de 1982. Eu tinha dois anos. Mas o que eu lembro da banda era mesmo na época que eu tinha uns 6, 7 anos e que assistia Clip Trip com meu pai. E nos intervalos de Pink Floyd e Queen, passava assim esse momento glam com Nazareth. Propício pra passar no Clip Trip, que deve ter sido o primeiro programa de clipes que existiu muito antes da fundação da Mtv brasileira, o clipe mostra o início da era de vídeos musicais mostrando algo além da banda só tocando (início, porque Michael Jackson ainda devia engatinhar). Tá na cara (e nos dentes necessitados de aparelho) que de fato a época era o início e auge de Star Wars, o fenômeno. Em um vídeo bizarro (já existiam anões em 1980!) e com efeitos especiais bizarros, porém revolucionários para a época, O Dream On de Nazareth fala a respeito de continuar sonhando, apesar de parecer que a gente se engana quando faz isso.






Dreams, The Cranberries - Cranberries chegou na minha vida exatamente naquela época que a gente para de gostar de músicas infantis (no meu caso, Trem da Alegria e Angélica) e passa a olhar mais o mundo em volta e reparar na música pop. Era aquela fase de pré-adolescência e as minhas amigas gostavam de Cranberries, Roxette, The Cardigans e outras bandas pop femininas da época. Foi nesses mesmos anos que eu passei a amar Bon Jovi, mas ali bem no comecinho eu também compartilhava do gosto musical das amigas, porque eu ouvia muito. Dreams de Cranberries diz exatamente o que se passava comigo na época: mudanças. E apesar delas, a esperança de que sonhos se realizassem, mesmo não sendo exatamente o que pareciam ser.







Sweet Dreams, La Bouche - veja bem: La Bouche foi um grupo alemão de eurodance. E eu só descobri isso agora, ali na Wikipédia, 15 anos depois. Concluindo: um grupo alemão de eurodance já foi o meu grupo musical favorito. Em 1994, quando eu tinha 14 anos, no auge da oitava série de um colégio onde esse era o último ano e eu dizia de boca cheia que era veterana. Que eu sempre quis ser. Mais velha que todo mundo, da temida oitava série. Nessa época eu tinha o primeiro amor platônico da minha vida. Fernando, que arrumou o primeiro emprego dele como promoter do Resumo da Ópera, a matinê mais famosa de São Paulo. Matinê mesmo, porque era dentro do shopping. E tudo o que eu queria aos 14 anos de vida era ir no Resumo. Que a minha mãe, claro, nunca deixou. Mesmo assim, essa foi a época da minha vida que eu passei a ouvir rádio e o meu estilo musical preferido era esse tipo de "dance", avó da eletrônica de hoje. Aos 14 anos meu grupo musical preferido era o La Bouche, e a minha música preferida era Sweet Dreams. Mesmo com o típico estilo "tou falando muito mas não digo nada", característica das músicas dos anos 90, quando eu ouvia Sweet Dreams era bem a sensação de 'sonhos encantados de ritmo e dança através da noite' mesmo. Eu amava.






Sweet Dreams, Marilyn Manson - daí chegou Marilyn Manson e transformou meus sonhos encantados de dança em 'sonhos que as pessoas sonham - e algumas sonham em te usar, outras sonham em ser usadas por você, algumas sonham em te abusar e outras sonham em ser abusadas por você'. Marilyn Manson tinha na época toda uma lenda por trás dele que dizia que ele era o Paul, de Anos Incríveis e que ele tinha se revoltado por ter feito um papel de banana por tantos anos na série mais famosa da época e então se pintou e entrou pra música fazendo performances sadomasoquistas pra se vingar de todo o bullying (não existia essa expressão na época) que havia sofrido em sua infância por isso. E então eu digo pra vocês que Marilyn Manson e Matanza fazem mesmo parte de meu gosto musical, talvez exatamente por serem estranhos e chocarem a maioria da população por dizerem verdades em suas músicas. Marilyn Manson trocou meus sonhos por realidade e foi nessa música que eu passei a achar que o cara merecia ter algumas músicas na pasta de mp3 que eu teria no meu computador futuramente. E a versão dele de Tainted Love também é sensacional.






Just a Dream, Nelly - e eu sei que disse lá no primeiro parágrafo a respeito de só gostar e ouvir pop/rock. E é exatamente essa a razão dessa música estar aqui. Apesar de Just a Dream ser uma música de 2010, é de Nelly, um cara que cantou Dilemma, lá em 2002. Uma música que me marcou por tantos motivos e cada vez que eu ouço (e até hoje eu não consigo ouvi-la e continuar sã) me lembra tantas coisas que hoje, na atualidade, só me fazem pensar que tudo foi "just a dream". Nelly foi esse cara que por embalar vários anos da minha vida fez com que hoje eu odiasse todas as rádios "mainstream" da atualidade, porque todas elas só tocam esse R&B / Black Music tããão amado (e que um dia eu também gostei), mas que pra mim hoje só lembram momentos e pessoas das quais eu não quero lembrar. Just A Dream de Nelly mostra imagens e fala uma letra que bate exatamente com meu interior: "hoje eu abro meus olhos e sim, foi apenas um sonho. Deveria ter feito? Deveria ter comprado aquele anel? Porque eu ainda posso sentir isso no ar. Quando eu estou dando um rolê, eu juro ver o rosto dela por qualquer canto. Tentando apagar tudo, eu posso deixar doer." Nelly atualizou Dilemma para Just a Dream. Exatamente nos mesmos compassos da minha vida. E eu odeio ele por isso.






Teenage Dream, Katy Perry - então que quem vive de passado é museu e eu também gosto de músicas atuais. Katy Perry não é nada que se compare com o fenômeno Lady Gaga, e apesar de eu saber que ela ao vivo não canta NADA (just like Ke$ha) e que com certeza ela vive de playback (just like Britney Spears) e que apesar de eu ter visto esses dias o clipe de Last Friday Night e ter achado um absurdo de bizarro (para o sentido ruim) e que mesmo tendo Rebecca Black coadjuvando e apesar de eu ter achado o máximo a lavada na cara que Katy Perry dá nela (algo tipo 'olha como eu faço com muito menos uma música imensamente melhor que a sua sobre uma simples sexta-feira), ainda assim eu conversei com a amiga sobre algo no gosto musical dela ter dado tilt por começar com Creedence Clearwater Revival e terminar com.................... Katy Perry. Mesmo assim, em outras situações, não menosprezo a moça. Tanto, que Teenage Dream é a minha música preferida dela apesar de achar o clipe de California Gurls o máximo. E apesar de "você é um fooooooooogo de artifício" ter uma letra simpática, é em Teenage Dream que eu me acho. Primeiro porque eu acho que ela está linda no clipe, segundo porque essa pegada viajar de carro por um lugar lindo com o sol na cara e vento no rosto aproveitando o dia é super a minha cara (oi, eu sou uma pessoa diurna, à noite eu preciso dormir), e terceiro porque eu acho a letra da música ótima. Essa coisa de gostar da pessoa pelo que ela é, mesmo sendo desastrada e sem maquiagem e curtir as coisas simples da vida, sem preocupações e correndo na praia - eu acho lindo. Viver um teenage dream é tudo o que eu faço quando estou nos momentos mais felizes da minha vida. Tomando sorvete em uma tarde de sol ou conversando sobre coisas inúteis com amigos que me permitem ser quem eu sou sem que eu precise me preocupar com o que eles estão pensando a meu respeito.






Sing for the Moment, Eminem - não, eu não gosto de rap (morram, Racionais). Mas eu vou com a cara do Eminem. Muito provavelmente porque ele é um cara branco fazendo música de negro, como todo mundo diz. Que fez modinha e tals. E daí? Minha preferida dele é Cleaning out my Closet claro, porque música mais dark e polêmica eu não poderia escolher. Eu não sei exatamente porque Eminem resolveu "estragar" a melhor música de todos os tempos, porque de "sonhar" mesmo, a versão dele nada fala. Mas apesar disso fala sobre essa coisa de rigidez da sociedade que pega nos pés dos jovens que usam brincos e fones de ouvido e que ao invés de atingirem seus objetivos tornando seus filhos médicos e advogados, só se bloqueiam na vida deles. E aí tudo fica pior. Eu, adepta dos cabeludos e tatuagens, concordo plenamente. Já cantava Pink Floyd em Another Brick on the Wall.






Dream On, Aerosmith - desculpem. Infelizmente essa música não tem clipe. Mesmo assim, saibam vocês, que é a minha música preferida. DE TODAS. Não, muito se enganou quem pensou que a minha música preferida de todos os tempos seria do Bon Jovi. Não é. É assim, Aerosmith, com Steven Tyler gritando contidamente uma prévia do que gritaria hoje, mas já tão brilhante quanto, lá em 1973. E, apesar de ter sido gravada em 1973, estava eu ali, em 2007, no primeiro grande show de rock da minha vida, cantando (e chorando) a plenos pulmões ali, ao vivo e pessoalmente, junto com essa que é a minha segunda banda preferida. Steven Tyler e eu, eu e Steven Tyler. A MINHA MÚSICA PREFERIDA DE TODAS FALA SOBRE SONHAR. Essa sim, a forma mais pura (e mais real) que a palavra "sonho" pode ter. Sonhar, apesar do passado, apesar do futuro. Sonhar, apesar das dificuldades e dos percalços da vida, que tantas rasteiras nos dá. Sonhar, apesar das pessoas bobas e das sábias que passam em nossas vidas. Apesar de nossos erros e acertos. Apesar do riso e apesar das lágrimas. Sonhar, só por hoje. Sonhar, porque a vida é curta. Sonhar, até seu sonho se realizar.




PS: (quem entendeu porque o título do post se chama #10,5 Dream vai ganhar um beijo!)

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Manifestação sobre manifestações

O assunto da semana é o dia do orgulho hetero. Han.

Oi, eu sou uma pessoa heterossexual (e não tenho dúvidas disso) e não tenho nada a ver com qual sexo todas as outras pessoas do mundo se relacionam. Eu já disse aqui que só acho que aquele amasso forte língua-a-língua dado no meio da rua pra quem quer que seja passar e ver é desagradável. Tanto para homossexuais, quanto para heteros. Mas enfim.

Daí que alguém lá (que eu não quero saber quem porque não me interessa) inventou que tem que ter o dia do orgulho hetero. E eu não concordo nem discordo. Eu acho que assim como há dia das mulheres há muitos anos (e todas ganham uma flor no trabalho), esse ano inventaram o dia dos homens (se preparem, ano que vem receberão um cacto!). Assim como há Caminhada do Medida Certa do Fantástico para incentivar a boa forma, há campeonatos de quem come mais hambúrguer em menos tempo. E assim como há a Parada Gay.... porque não, ter a Parada Hetero? Mas daí é o seguinte: é preconceito ter dia do orgulho hetero. Sei. Por que? Não se pode ter orgulho do que você é? Não se pode ter orgulho de ser bonita, como a Rafa twittou? Não se pode ter orgulho de ter saído debaixo do edredon de manhã cedo com sensação térmica de -3º C em Curitiba, como disse a Analu? Não se pode ter orgulho de colocar na agenda em todos os dias para o resto da vida uma hora e meia de academia e conseguir cumprir a meta, como eu penso a respeito de mim mesma? Por que não se ter orgulho de ser hetero, tanto quanto os gays têm orgulho em serem gays? Por que usar uma camiseta escrito "100% branco" é discriminação racial, quando usar uma "100% negro" é orgulho?

Eu explico: hoje em dia há manifestação pra tudo. Manifestação dos sem terra. Dos que têm terra invadidas pelos sem terra. Dos deficientes que necessitam de mais acessibilidade. Dos pedreiros que são migrantes de outros estados e vivem em condições sub-humanas por um trabalho quase escravo. Dos que querem legalizar maconha. Dos que querem melhor educação. Dos presidiários que vivem em regime de superlotação. Dos motoristas de ônibus. Dos motoqueiros. Dos bombeiros. Dos médicos. Das empregadas domésticas. Dos comerciantes. TUDO hoje em dia é razão pra manifestação. Não há mais um foco, como foi por exemplo na época da ditadura ou quando houve o impeachment do Collor. Não há mais essa coisa de todo mundo se juntar para uma causa maior. Todo mundo tem uma indignação em coisa diferente pra querer fazer manifestação, e jajá eu vou estar lá fora levantando cartazes a favor da volta da moda das polainas porque hoje fez 6 graus aqui em São Paulo e eu tive frio na canela. Sabe foco? Ninguém tem mais. A liberdade de expressão fez com que fosse possível se dizer tudo o que pensa e isso foi ótimo, mas eu já acho que as pessoas estão indo ALÉM e inventando coisas pra protestar, quaisquer que sejam, só para não ficar pra trás daquele ali que resolveu sair a favor dos direitos do que quer que seja. Hoje a coisa é uma tremenda competição de quem manifesta mais e jajá eu tou vendo sair na rua ladrão e assassino manifestando por seus direitos de roubar em paz e matar pai de família quando impede que ele faça o trabalho. E eu vi ontem em um pedaço de uma novela qualquer por aí que um dia o filho vai chegar para o pai apreensivo de levar bronca e dizer gaguejando "pai, sou hetero", e o pai vai reclamar. Era uma cena de comédia na tv. Mas eu concordei que do jeito que o mundo anda, é bem capaz.

Tá fora de moda ficar quieto. Viver sua vida. Não se manifestar. Você é uma pessoa que se isola se fizer isso. Você tem é que sair comentando absurdamente quando fica sabendo que a Sandy deu os fundos, e não importa muito se você está contra ou a favor - o que importa é comentar. Brigar, xingar, erguer plaquinhas "o fundo é da Sandy e ela dá se quiser" ou "Sandy entrou mesmo no papel de devassa". Não dá mais pra ser imparcial.

Pra mim, o ideal seria tudo preto no branco (e sem metáforas). É orgulho ser 100% preto, assim como é orgulho ser 100% branco, 100% amarelo, 100% vermelho, 100% azul, 100% verde ou 100% misturado. É orgulho ter cabelo loiro, preto, ruivo, grisalho, liso, enrolado, ondulado. É orgulho ser gay, é orgulho ser hetero. Porque a gente tem que ter orgulho de quem a gente é, independente de como seja. Independente do que a gente gosta. Pra mim tinha que acabar essa coisa de SUPER-ORGULHAR alguma coisa. Porque é isso que me parece quando negros dizem que é preconceito sair com a camisa 100% branco, ou quando gays dizem que é preconceito ter orgulho hetero. E a partir do momento que você se acha superior a algo ou a alguém, está diretamente menosprezando quem é diferente. Brancos têm preconceito com negros e heteros têm preconceito com gays. Mas negros também menosprezam brancos e gays também menosprezam heteros.

E não, eu não estou dizendo que eu acho certo a camisa 100% branco ou o dia do orgulho hetero não. Eu só acho que NÃO DEVERIA ter a camisa 100% negro e o dia do orgulho gay. Porque se as pessoas são iguais, se os direitos são iguais, ou temos tudo ou não temos nada. E se eu já disse ali em cima que estou achando o mundo uma bagunça de manifestações desenfreadas... sou a favor que cada um fique na sua. Não precisa sair esfregando na cara do outro que você é melhor ou pior no que quer que seja. Não precisa parar uma avenida principal inteira, em um dia inteiro, carregando balões coloridos pra esfregar na cara do outro ali que você é gay e tem muito orgulho disso. E não precisa parar MAIS UM DIA inteiro a mesma avenida inteira carregando balões sem cor pra esfregar na cara de alguém ali que você é hetero (tou prevendo a Parada do Dia do Orgulho Hetero no ano que vem) e tem muito orgulho disso. Não precisa sair dando cotas para negros em universidades, já que o requisito para entrar em toda e qualquer faculdade é passar no vestibular e isso não tem nada a ver com cor de pele. Não precisa pegar a senha de portador de necessidades especiais se você tem Síndrome de Down e até onde eu sei isso não é uma doença que te impeça de esperar na fila como os demais - e tá cheio de gente por aí dizendo que portadores de necessidades especiais são pessoas comuns que devem trabalhar e viver normalmente como qualquer outra pessoa. Por que senha especial então, porra?

Não entendo, sabe? O mundo se contradiz. As pessoas se contradizem. E na ânsia de querer mostrar ser melhor, o orgulho escorre pelos dedos. E então chegamos somente em Rafinha Bastos, uma pessoa inteligente, mas que na vontade de inovar e manifestar a respeito do exagero da vida politicamente correta, tornou-se apenas uma pessoa que invade a privacidade alheia com muito desrespeito e falta de educação.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Séries - a evolução da televisão

Daí que um dia alguém inventou a televisão e então passou-se a ter preocupação sobre o que apresentar. Durante muitos anos, muitos anos MESMO o must era a tal da novela. Rainha da Sucata pra cá e Cambalacho pra lá, eu penso que Top Model foi pra mim o auge das novelas, mas choro todos os dias por não ter assinado a Sky HDTV e poder gravar Vamp, que passa todos os dias 3h da tarde no canal Viva. Gente, quem está podendo assistir Vamp às 3 horas da tarde? Os adolescentes que estudam de manhã e nem sabem do que se trata a novela, nem sabem o que é novela (porque Malhação é merda, vai) e se forem assistir só vão criticar um estilo de filmagem arcaico e o buço por fazer de Cláudia Ohana? Por favor! Vamp é pra quem trabalha o dia todo, minha gente! Alguém faça o favor de elaborar um abaixo assinado para solicitar a reprise de Vamp às 9h da noite em canal aberto, por favor!

Infelizmente as novelas que fizeram parte da minha infância não existem mais (R.I.P. Carrossel :~), o que tem hoje é essa coisa que na segunda cena já tá todo mundo tirando a roupa e Deborah SECA mostrando as costelas pra quem quiser contar em qualquer novela das 8. Ou então aquela coisa ridícula de andróide/robô que controla prédio/dinossauro, típico de novela das 7h, que infelizmente deixou pra trás o humor de Quatro Por Quatro e Cobras e Lagartos (com Lázaro Ramos de Foguinho, que vai muito mais com a cara dele ao invés de ter pinta de pegador safadão em novela das 8h).

Mas, felizmente, o foco da tv não é mais novela. Pra quem teve o gostinho de conhecer a tv à cabo ou até pra quem sabe selecionar a coisa certa pra assistir na tv aberta. As séries estão aí há bastante tempo já, com a vantagem de ser exatamente aquilo que se posiciona entre as novelas e os filmes. Com a continuidade de uma novela, mas sem a obrigação de assistir todos os capítulos para entender um episódio só. E com a qualidade de um filme. Boas histórias, bom divertimento, bons personagens. Séries são sem dúvida alguma, há bastante tempo já, o meu afazer preferido na frente da tv.

Daí que, nessa onda de memes e de pessoas empolgadas na arte de ter um blog (êêêh, que felizmente ainda é divertido ter um blog \o/), Lilica também foi lá e criou o meme dela - o dAs 10 Melhores Séries. Eu, claro, entendidíssima do assunto e querendo saber mais, já tinha na cabeça as minhas 10 preferidas assim que ela comentou que seria uma boa um meme desses. Estava aqui só esperandinho ela começar pra eu correr e escrever sobre as minhas também. O bom do negócio todo é que no fim da lista eu vou ser chata e indicar pessoas (eu nunca indico, mas dessa vez é necessário) porque as minhas séries favoritas já acabaram ou estão acabando, e eu gostaria de ver coisas novas, sabe. Como uma sugestão mesmo, quem se propor a seguir o convite e fizer o meme eu vou lá ler pra pesquisar novas séries pra assistir. Da mesma forma, como sempre, vou postar a minha sugerindo algumas séries que já acabaram mas que mesmo assim, na minha opinião, valem a tentativa de assistir - caso alguém tenha curiosidade e queira seguir minhas dicas. Então lá vamos nós:





AS 10 MELHORES SÉRIES NA MINHA OPINIÃO são:






10 - O Elo Perdido: Eu não podia falar de séries sem mencionar onde foi que tudo começou. O Elo Perdido passava em algum lugar da década de 80, no SBT. Eu, com poucos anos de vida, assistia e entendia o suficiente pra saber que era uma coisa meio Caverna do Dragão, mas sem ser em desenho. Engraçado que o que Caverna do Dragão não me interessava, eu era apaixonada, na mesma proporção, pela história dO Elo Perdido. Como o nome mesmo já diz, se tratava de um mundo perdido onde um pai e seus dois filhos foram parar e não conseguiam sair. Cheio de dinossauros com formas e movimentos arcaicos à lá Jaspion, Land of the Lost é o nome em inglês. Reparou? LOST!! Aos 5 anos de idade eu gostava de uma série que tinha LOST no nome, minha gente! E gostava mesmo! Mesmo sem entender muito, eu não perdia um capítulo!

Personagem inesquecível: Cha-Ka.

Era a espécie de um macaco ou coisa parecida, habitante dO Elo Perdido, que diferente de todos os outros seres hostis (inclusive os outros da mesma espécie que Cha-Ka), ele era bonzinho e amigo dos humanos perdidos. Sempre tentava ajudar e protegê-los de todos os outros seres e de tudo que lhes fizesse mal. Cha-Ka era um herói meio atrapalhado, que falava sua própria língua e que eu AMAVA. Um belo dia ganhei um boneco meio descabelado e amarelo e não tive dúvidas: Cha-Ka foi o nome que dei pra ele e por incrível que pareça o meu Cha-Ka ainda dorme no meio das minhas coisas guardadas, como recordação do primeiro brinquedo que amei muito e carreguei pra cima e pra baixo por vários anos seguidos.






9 - Seinfeld: Eu já falei sobre Seinfeld aqui, exatamente quando terminei de assistir todos os episódios e quis contar minha impressão a respeito da série. Resumindo, é uma série relativamente antiga (nada que se compare com O Elo Perdido) e que passava em algum lugar da tv que eu nunca vi. Fato foi que ali ou acolá as pessoas comentavam a respeito e um dia meu irmão resolveu baixar pra gente assistir. Eu comecei a acompanhar as histórias de uma maneira meio tímida e querendo ver onde ia dar, e terminei a nona e última temporada pensando que foi em Seinfeld que surgiram todas as outras séries sobre o cotidiano com amigos. Com situações simples e corriqueiras, a série "sobre o nada" tem sim um lugar no meu coração porque me deixou durante vários meses lembrando do episódio que tinha visto na noite anterior e rindo sozinha durante o dia sobre essa ou aquela situação engraçada que tinha assistido. Fato relevante: andando na rua, um dia passou uma mulher por mim com uma camiseta do famoso quadro Kramer, estampado. Eu devo ter esboçado qualquer reação completamente estranha quando a vi, tamanha minha surpresa.

Personagem inesquecível: George Costanza.

Nada de tão divertido teria acontecido nessa série sem George Costanza. Apesar de Elaine dançar sensacionalmente e Kramer ter chiliques que me faziam ter ataques de riso, George Costanza estava para Seinfeld assim como Chloe estava para Clark Kent em Smallville = nada funciona sem ela. George Costanza foi simplesmente o personagem mais sensacional e autor de todas as trapalhadas mais memoráveis e mentiras mais deslavadas de toda a série, com bônus para ter matado sua futura esposa porque comprou convites de casamento mais baratos e a cola do envelope envenenou a coitada ao lambê-los para fechar. Detalhe: ele ficou feliz com a morte dela, já que entrou em pânico dias antes do casamento e essa foi pra ele a solução dos céus para se livrar dos planos. Melhor episódio da série toda: o dia em que George resolve que quer ser mandado embora do clube de beisebol, onde trabalhava. Resolve correr pelado no campo durante o jogo, mas tem tanta vergonha pra isso que usa um maiô cor da pele.






8 - True Blood: Eu soube da existência de True Blood pelo Bruno, meu seguido e seguidor no twitter, que comentou a respeito. Eu sabendo que se tratava de vampiros e querendo dar uma inovada no auge Crepúsculo da vida, questionei a respeito. "É um Crepúsculo para maiores de idade", foi o que ele respondeu. E eu, cansada daquele chove-não-molha de Crepúsculo, me interessei e passei a assistir. True Blood tem todo o sexo que você tem vontade de ver quando Crepúsculo faz doce. Toda a parte luxúria da vida vampiresca, toda a inocência sensual da mocinha em trajes sumários e de renda à mercê do próximo vampiro que virá chupá-la em todos os sentidos. Eu achei meio picante demais no começo, mas não teve jeito: gostei. Pra assistir sozinha no quarto e longe dos olhares questionadores de pais e irmãos, True Blood me dá calor. E é exatamente por isso que eu gosto. Melhor episódio de toda a série até agora: o dia que Sookie sonha estar com Eric. \o/

Personagem inesquecível: apesar de todo o meu amor pelo vampiro malvado (que ai, meu fraco por malvados!) Eric - eu se fosse a Sookie catava esse e ia ser feliz pra sempre no lado negro da força - meu personagem preferido é o secundário Lafayette.

Lafayette é o gay-cozinheiro do único pub/boteco/restaurante da pacata cidadezinha do interior onde tudo acontece. Completamente diferente da vida dele, que apesar de ser o único ser normal e completamente humano (por enquanto) de todos os personagens, se enfia nas mais doidas confusões, tanto com os vampiros quanto com os mocinhos, ao mesmo tempo que tenta levar sua vida gay quase normal. A cada episódio que eu assisto, só consigo pensar que Lafayette não pode morrer.






7 - Sex and the City: Também citada nesse post, data em que eu já tinha assistido todos os episódios da série e os dois filmes que vieram depois, Sex and the City pra mim começou quase que por acaso, por intermédio da tia que resolveu assistir e me chamou pra fazer companhia. Eu demorei pra me acostumar com todo o clima sexo explícito demais da coisa (como se True Blood também não tivesse!) e até hoje tenho certos pensamentos a respeito de ser uma série específica para mulheres solteiras de 30 anos. Preconceito à parte, as histórias foram passando, tudo foi se encaixando não só lá na trama em si, mas também na minha vida. Passei a identificar amigas, ex-namorados, ex-ficantes e pretendentes, todos muito bem exemplificados nessa série que trata exclusivamente de pensamentos e atitudes femininas. Passando pelo exagero de situações, me peguei torcendo por cada uma das quatro mulheres e fiquei totalmente satisfeita pelos finais felizes que tiveram quando a série acabou. Foi sem dúvida a série que mais mudou meus pensamentos, minhas opiniões, meus gostos e minha visão sobre as situações que também estão presentes na minha vida.

Personagem inesquecível: Miranda!

Miranda é a maior identificação televisiva da minha pessoa de todos os tempos da face da Terra. De sua franqueza sem pensar nas consequências à sua descrença a respeito do mundo masculino passando levemente pelo foco na vida profissional deixando de lado a amorosa e finalizando com o sujeito que só conseguiu o amor dela porque a venceu pela insistência. Miranda é eu, inclusive na parte que se entope de chocolate porque decidiu que não vai mais fazer sexo com ninguém que não a mereça. Melhor episódio da série: o dia que Miranda se casa!





6 - A Feiticeira: É a série preferida da minha mãe, que assistia fielmente em seu tempo de infância e adolescência e adivinha: era no canal dA Feiticeira que a tv ficava em todos os anos da minha infância que ainda passava essa série. Sei que todo o encanto da minha mãe pelas bruxinhas (também vem daí o meu gosto por isso) foi passando pra mim a cada admiração dela sobre cada episódio que ela sempre comentou do começo ao fim. A Feiticeira foi o Chaves da minha mãe, que ela assistiu muito e que ditava moda, conceitos e piadas da época dela. Eu passei a gostar também, das coisas que voavam e da facilidade em se conseguir tudo com o simples chacoalhar de um nariz.

Personagem inesquecível: Tabatha.

Porque Tabatha era a personagem que tinha a idade mais parecida com a minha de toda a série. Tabatha, a filhinha de Samantha e neta de Endora, apesar de toda a torcida do pai pra nascer humana, era a mais nova das bruxinhas e apesar de não saber chacoalhar o nariz, mexia o narizinho com o dedo pra conseguir tudo o que queria. Era com Tabatha que eu me identificava e já tentei muitas, MUITAS vezes chacoalhar o nariz com as mãos pra ver se, quem sabe, talvez, eu também não tinha nascido pelo menos levemente com um pezinho no mundo bruxo.






5 - The Big Bang Theory: Foi a série que eu gostei logo de cara, no primeiro episódio que assisti. Porque eu gosto do mundo nerd, gosto de gente neurótica, gosto de pessoas difíceis e gosto de humor inteligente, exatamente tudo que TBBT mostrou ser antes do início. Logo de cara eu já fui fã dos quatro malucos mais cheios das manias que poderiam inventar e na terceira temporada ainda tive o prazer de ver Blossom, protagonista de uma série que eu também adorei ver, fazendo loucamente parte do mundo nerd mais gostoso de assistir. Amy Farah Fowler foi, depois de Penny, o toque especial - e feminino - que faltava nesse mundo cueca cheio dos video games da vida.

Personagem inesquecível: apesar de amar a Penny de todo o meu coração e saber que ela é personagem fundamental em TODOS os episódios, não-tem-como não dizer que Sheldon é o melhor.

Sheldon, o ser que não só se acha - mas tem certeza - ser o indivíduo superior, é neurótico ao extremo e, sem dúvida nenhuma, é a partir das opiniões dele, da perseguição pelo lugar dele no sofá, da música que precisa ouvir quando está doente, da vontade ensandecida de bater na porta chamando a Penny e de todas as invenções malucas que resolve ter, que há reação dos outros personagens e inicia-se o desenrolar de cada episódio. Eu tenho um fraco por malucos egocêntricos, eu sei. Melhor episódio até agora: o dia que Sheldon entra escondido no apartamento da Penny pra fazer limpeza porque ele não consegue dormir se lembrando da bagunça dela.






4 - House M.D. : Medicina é a última profissão que eu teria nesse mundo e eu odeio médicos e hospitais, mas não posso negar que sou fã do médico mais egoísta e sangue frio de todo o mundo dos seriados. House faz com que qualquer arrancada de membros seja fichinha e qualquer estadia no manicômio seja divertida. A série é ÓTIMA, os casos são sensacionais, o humor dos personagens é de sarcástico pra baixo e eu comecei a assistir a série porque a minha vó acha que o Gregory House é o cara mais charmoso e com olhos azuis que já existiu nessa terra. Estou falando que essa anormalidade por gostar de gente doida vem de família. Melhor episódio de toda a série até agora: o dia que House e Cuddy começam a namorar <3.

Personagem inesquecível: Wilson

Se é que alguém como House consegue ter amigos. Wilson é chefe da Oncologia do hospital e talvez por isso tenha toda a paciência de Jó pra socorrer e ajudar e ser pisado e ajudar e sofrer e levar as culpas e ajudar e pular janelas e invadir lugares e perder mulheres e ser gozado por House. Wilson é o capacho que está sempre ali. Wilson é o amigo de verdade que House não merecia ter. Wilson é uma pessoa boa. E eu sou fã dele por isso.






3 - Friends: Friends começou na minha vida com o ex namorado que queria assistir e comprou algumas temporadas e me fez sentar do lado e ria em horas sem graça e eu ficava irritada porque o namoro não estava mais dando certo. Anos depois, Ju, a amiguinha japa, fã fervorosa de friends, me emprestou (!!) uma a uma cada temporada pra assistir. É, porque ela tem toda a coleção. Eu não aceitei de cara, porque se não gosto de emprestar minhas coisas tenho o simancol de também não aceitar as coisas dos outros emprestadas, mas ela insistiu (!!) tanto que eu peguei pra contentá-la. E fui assistindo uma a uma, dessa vez comigo mesma, com calma e sem me irritar com ninguém. E, claro: me apaixonei. Por cada personagem, por cada situação, por cada cachorro de louça no meio da sala ou frango enfiado na cabeça. Simplesmente, não tem como não amar Friends. Não tem como assistir e não dizer que se virou fã incondicional. Não tem como não ter vontade de ter mais cinco amigos de verdade, pra vida toda, juntos nas alegrias e nas tristezas e, principalmente, nas trapalhadas do dia a dia. Friends me deu vontade de morar lá com eles. De participar da vida deles. Melhor episódio de todas as séries FOREVER: o dia em que Chandler beija Monica na frente dos outros por engano e pra disfarçar o romance sai beijando todo mundo na boca também!

Personagem inesquecível: apesar de meu favorito ser o Chandler, meu inesquecível é a Monica.

Monica Geller tem todo o meu lado capricorniana-ascendente-virgem de ser. Neurótica em grau extremo, até aquela cena de quem fica com os castiçais eu já tive na vida. Da mania de arrumação ao "não tinha nada pra fazer então fiz faxina no banheiro". Monica é eu sem tirar nem pôr, sabe. No gosto pela culinária, inclusive. Mas principalmente na neurose de ser. Rolou identificação total.






2 - Chaves: Eu realmente não sei dizer quando foi que comecei a assistir mas deve ter sido bem lá quando eu me dei por gente. O que eu sei é que Chaves faz parte da minha vida. Que eu já assisti cada episódio umas 300 vezes e se eu estiver sapeando um canal e ver que está passando Chaves, vou deixar lá e assistir de novo mais algum episódio e dar risada outra vez. Porque eu AINDA dou risada. Chaves foi o que eu mais vi na vida e acho o cúmulo quando escuto algo do tipo "meus filhos nunca assistiram Chaves porque eu nunca deixei, é prejudicial pra educação deles". Eu sempre tenho vontade de responder algo do tipo "desculpa, mas você está criando monstros ao privar a sua criança de assistir coisas que o mundo inteiro assiste e comenta há tantos anos, e muito provavelmente quem é prejudicial para a educação deles é você". Chaves fez parte do meu aprendizado e nesses meus 31 anos de vida o que eu mais escutei foram bordões assistidos e aprendidos em Chaves, que toda a população cresceu ouvindo, cresceu rindo. Meu episódio preferido é aquele que a Chiquinha conta o filme de terror. Adoro!

Personagem inesquecível: Quico.

Porque depois que o Quico saiu não teve mais graça. Pra mim Chaves termina lá em Acapulco, porque aqueles foram os últimos episódios do Quico. Quico é o sem noção, o dono das caras e bocas e de toda a burrice que lhe cabe, Quico é o campeão, o filhinho da mamãe, o tesouro, o rei, o príncipe, o LOTERIA! Quico é o melhor!






1 - LOST: Em uma coisa todos concordam: ou as pessoas odeiam Lost, ou amam. E eu sou da opinião que os que odeiam é porque não prestaram atenção. Porque não tiveram curiosidade de assistir desde o primeiro pra entender. Ou até o fim, que seja. Lost pra mim foi a melhor série de todos os tempos já inventada aqui nesse mundinho. Lost supera as expectativas a ponto de todo mundo saber do que se trata quando alguém cita. Nem que for pra falar mal. Todo mundo tem opinião. O último episódio de Lost foi um evento que eu não me lembro de ter visto antes, com pessoas ansiosas e assistindo desesperadamente via internet e desmarcando compromissos porque não podia perder. E meses depois, encontrei e assisti pessoas discutindo bravamente sobre o que deveria ou não deveria ter acontecido e opiniões adversas sobre ter perdido ou ter ganhado 6 anos acompanhando uma série. Lost não é meio termo. Ninguém achou mais ou menos. Ninguém gostou mais ou menos. Ou você amou, ou odiou. Eu amei. Eu achei que é confuso mas é justamente isso que dá toda a emoção do negócio. É uma série para se pensar. Para se pesquisar. Para se buscar informações. Para se correr atrás. Para se discutir com os amigos. Não dá simplesmente pra sentar a bunda no sofá, assistir e quando acabar ir tranquilamente jantar. Não dá. Lost é uma série que faz o cérebro funcionar. Coisa de gente inteligente. Coisa de quem quer saber mais. Coisa de gente que pensou tanto até o cérebro fundir. Eu particularmente gosto de ver vários episódios de uma vez, e pra mim foi bom começar a assistir depois de uns 2 anos de série, porque pude ver vários episódios por dia. E surtei. Eu entrei na série. Eu sonhei que meu irmão me estrangulava. Eu ouvi sussurros. Eu passei várias horas da minha vida pensando nisso e tentando desvendar os mistérios sozinha. Eu estive lá com eles. Fui amiga deles, fiz parte do bando. Pensei no que fazer, em qual era a melhor maneira pra tudo. Eu não apenas assisti o Lost. Eu ESTIVE no Lost. Sensacional. Foi uma série FODA, pra quem soube apreciar. Mas reconheço, não é pra qualquer um.

Personagem inesquecível: respirem fundo, se preparem :~

Sawyer, SEU LINDO. Essas suas covinhas dispensam explicações. Melhor episódio da série..... o que Sawyer resolve dar um vem cá minha nega na Kate, claro. Sem roupa, inclusive. hoho.





Chegou sua vez: as indicadas para o meme são: Anna Vitória, Analu, Rúvila, Tary, Amanda e Rafaela. Pra quem tiver 10 séries pra listar, pra quem tiver uma só e quiser falar sobre, tanto faz. O importante é escrever sobre suas séries do coração, não importa quantas são! :)