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segunda-feira, 23 de setembro de 2013

22 de setembro de 2013

Eu perdi o Rock in Rio do Bruce Springsteen pra dormir, mas tudo o que veio depois compensou isso. Coloquei o celular pra despertar às 4h da manhã e quando contei isso para as pessoas todo mundo me achou meio maluca. Mas eu não sei porque eu posso ser maluca ao acordar 4h pra fazer alguma coisa que eu vou gostar muito, mas não sou maluca quando acordo 4h da manhã pra trabalhar todos os dias, o que é fato. Ah, esse povo não sabe de nada. Calem suas bocas.

Acordei 4h da manhã feliz da vida, mas diferente do que foi da outra vez. Em 2010 eu não estava cabendo em mim em pensar no sonho que realizaria naquele dia. Mas ontem foi uma alegria mais contida, mais sã. Estava feliz, mas não estava ansiosa. Tomei meu café, escovei meus dentes, coloquei minha camiseta que tinha cortado no dia anterior e fui ao banheiro sabendo que essa seria a última vez por horas que eu podia fazer isso naquele dia.

Saí ainda com o céu escuro. Desci a rua como quem não pensa em nada além do vento no rosto e na ilusão de despreocupação. Peguei o ônibus, desci, andei pela rua deserta. E cheguei na fila que eu já sabia me esperar. Dessa vez mesmo tendo chegado mais cedo a fila estava maior que em 2010. E ainda ficaria muito mais. Concluo que o poder aquisitivo do brasileiro cresceu em 3 anos, porque a quantidade de pessoas na fila da pista premium do show era bem umas 3 vezes maior agora do que era antes. E é por isso que as pessoas pagam o absurdo de quase mil reais por um show. Porque pagam. E quem ganha com taxas de conveniência... ah como esse dinheiro chega fácil.

Já cheguei puxando assunto e sendo simpática com as meninas que estavam no fim da fila, porque é assim que a gente tem que ser quando sabe que vai passar o resto do dia ao lado daquela pessoa que antes era desconhecida. E o mesmo fez quem chegou depois de mim. E em menos de 10 minutos já éramos amigas de longos anos. E então, na alegria e na tristeza, na riqueza e na pobreza, na dificuldade e na necessidade, no fim das contas já estava todo mundo dividindo seus lanches, suas garrafas de água e a minha maçã, enquanto filosofávamos loucamente sobre as vidas dos integrantes da nossa paixão em comum, compartilhávamos experiências e conhecimento e a opinião sobre a beleza do namorado de uma, sobre a profissão da outra e sobre como o pai de alguém parecia o Patrick Swayze. Isso sem contar a amizade que a gente fez com o menino que estava organizando a nossa fila (que era bem bonitinho, mas quando perguntamos se ele pegava muita mulher com essa profissão de organizador de eventos ele respondeu que "elas só se aproximam de mim por interesse". Own, fofo.) e as VÁRIAS vezes que falamos mal da mulher que Jon beijou na boca no Rock in Rio. Rosana, vulgo Maria Bethânea (apelido que todas as fãs de Bon Jovi deram a ela) estava lá, claro, passeando pra lá e pra cá e aproveitando de ter se tornado uma sub-sub-sub-celebridade. A nós restava, além do recalque e da zoeira cada vez que ela passava (eu gritei pra ela ir arrumar o que fazer e lavar uma louça) as especulações de quem seria a próxima felizarda a subir no palco e o que jogaríamos em Bethânea caso Jon a chamasse de novo.

Após 10 horas de muita dor na bunda por termos passado tanto tempo sentadas (dor essa que permanece mesmo eu estando agora sentada no meu sofazinho confortável), 2 reais a menos que eu paguei pra ir no banheiro, um São Pedro hipocondríaco que brincava conosco mandando chuva ou sol ou chuva e sol de 5 em 5 minutos (e a gente fez um exercício danado no esquema abre e fecha e abre guardachuvas), chegou nossa hora de ver os portões do estádio se abrirem e o nosso desespero de entrar correndo loucamente por um bom lugar. Achado isso, mais algumas horas sentada (dessa vez naquelas placas de plástico com furinhos que colocam pra proteger a grama do estádio - juro que minha bunda ficou com calo, mas isso são ossos do ofício que todo fã de shows sabe que é necessário passar. Uma vez em pé, nunca mais na vida você vai conseguir sentar).

De repente todo mundo que estava sentado levantou e eu quase fui pisoteada porque demorei um pouco mais pra entender o que estava acontecendo. Todo mundo correu pra chegar na grade. E aí, mano. Mano. MANO. Não deu pra respirar. Eu nunca fiquei naquela situação na vida. Nunca. NUNCA. Da outra vez o negócio foi que a gente não conseguia levantar ou abaixar os braços, mas dessa vez ficou BEM pior. Porque as pessoas não conseguiam respirar, sabe? E então, Deus, eu agradeci. Agradeci todos os meus 1,72m de altura que quando eu estava na adolescência odiava. É lindo ser alta. É divino. É lindo poder conseguir respirar no meio da multidão enquanto alguém enfia a barriga quase dentro da sua bunda de tão encostado e a criatura da frente enfia os cabelos na sua cara. Mas a gente consegue respirar. Nossa, que máximo.

Assim ficamos, em uma luta sem fim com quem empurrava de um lado para outro e para frente. Uma multidão de pessoas, como um mar infinito. E eu lá, uma reles gota d'água. Enquanto esperávamos o início do show tocou Welcome to the Jungle, Guns 'n Roses. E então eu eu achei a música bem propícia para o momento. Conversas daqui, brigas dali, quase não demorou pro Nickelback entrar e dar um show. Nem sou fã da banda, mas gosto de algumas músicas. E todo mundo amou, porque até os holdies são bonitos, gente. Que gente linda. E aquele guitarrista de meu Deus? Enfim: Nickelback é uma banda que antes eu achava bonitinha, mas agora assistindo o cara cantar ao vivo, a tamanha empolgação não só de quem é da banda mas também do pessoal da organização e a vontade de fazer uma coisa bacana imperou e me surpreendeu bastante para o lado bom. E agora eu vou gostar mais deles ainda. "Vocês estão bem? Vocês estão curtindo a nossa música? Mentira, vai. Vocês vieram aqui pra ver o Bon Jovi!". Ô dó.

Depois de músicas lindas, um show de simpatia e disposição e uma performance incrível de Ryan Peake (eu sou esperta, já procurei o belezinha), quando Nickelback acabou de cantar só restou a nós a reclamação pelo espaço que ainda estava difícil até de respirar. Mas não demorou muito para o mais lindo de todos os lindos da face da terra entrar no palco.

E nossa, como está lindo. Como continua lindo. E felizmente dessa vez, apesar do aperto e do empurra-empurra eu pude ficar novamente bem de pertinho. Que olhos azuis. Que pele branquinha. Que biquinho. Coisa linda. Ele entrou cantando as mesmas músicas que cantou no Rock in Rio, mas depois de três ou quatro músicas ele parou. E contemplou. E amou. Todo mundo juntinho batendo palmas e balançando as mãos como ele pedia. Todo mundo participando e gritando e cantando e levando bexigas e confete e vários cartazes com escritos do tipo "eu sei cantar as músicas" com referência à Bethânea, tão nossa conhecida, que subiu no palco mas não soube cantar a música que Jon tocava no momento. Então Jon comentou que isso sim é o que ele queria. Que São Paulo é melhor que o Rio. E aí pronto. Morumbi veio abaixo e a alegria toda foi mútua. Jon se transformou na criatura agradável e participativa que é na maioria dos shows e cantou feliz e animado e LINDO todas as músicas do set list.

Lindeza à parte, nem tudo foram flores. Estava eu aos pés de Jon, tremendo empurra-empurra e com dificuldade de respirar, já disse. Do meu lado, um cara com a mulher. Que de repente resolveu que ia me bater.

O retardado resolveu brigar porque estava todo mundo empurrando. Mas não resolveu brigar com todo mundo, ele quis brigar COMIGO por isso. Porque segundo ele eu estava deixando as pessoas passarem pra frente, o que tirava ele e seus pés de gay do lugar onde ele gostaria de ficar. E me empurrava de um lado, enquanto uma mina franzina tentava se enfiar EM MIM pelo outro lado. Mas com gente franzina eu já estou acostumada e nem me preocupo. Elas são tipo igual mosca rodeando sopa, você tampa a sopa pra ela não pular e pronto. Mas ficou um de cada lado me empurrando até o momento que eu me enchi e virei O Incrível Hulk e com cada braço eu empurrei os dois um pra cada lado gritando pra que deixassem de ser retardados e parassem com isso. E o cara, com ar de deboche: "eu estou morrendo de medo dos seus gritos" para o qual eu respondi "mas da minha mão na sua cara você está, né?" E então foi nessa hora ou pouco depois que ele disse que ia acabar com o meu show e eu levei uma cotovelada na costela. O cara me empurrou absurdamente como se eu fosse a prostituta da mãe dele. E aí, mundo, não prestou. Do mesmo jeito que ele me empurrou eu fiz exatamente a mesma coisa com ele. Só que com o agravante de eu ter descoberto nesse momento que sou mais forte que aquele cara. Ah, o que um babybrother de 2 metros de altura e que pesa 100 kg não faz? Anos de treino! Eu empurrei o cara e junto com ele foram a mulher e as vagabundas todas que estavam com ele. E então eu olhei bem pra cara dele e falei que ele deveria ir no show do Metallica, porque é um covarde que vai no show do Bon Jovi pra bater em mulher. E a mulherada ao meu redor começou a se manifestar e a gritar e chamamos a segurança que mandou ele sair. A vaca da mulher dele defendeu o imbecil e eu olhei bem pra cara dela dizendo que o cara tinha me dado uma cotovelada na costela, questionei se foi mesmo com esse covarde que ela resolveu casar e se ele faz isso com ela em casa também. E então eu, as meninas ao meu redor e a segurança calamos a boca do casal esdrúxulo, que se afastou de nós e agora espero que estejam se fodendo na puta que os pariram. (desculpem pelo absurdo de palavreado desse parágrafo, mas eu estou realmente revoltada até agora com essa situação).

Sabe. Quando eu era pequena e minha mãe ia me buscar na escola ela sempre me ensinou que se alguém me batesse era pra eu revidar. Que não era pra passar de boba. E que se chegasse em casa machucada ainda ia apanhar. E eu a agradeço por isso. Eu posso ser rabugenta e briguenta, mas pra eu sair na mão com alguém tem que ter alguma coisa muito extrema. Mas é só alguém mexer comigo pra eu entrar na porrada e não sair mais até ter matado o energúmeno ignorante. Aquele cara ouviu tanto, porque eu gritei pro estádio inteiro ouvir que ele era um covarde imbecil que bate em mulher porque estava nervosinho pelo empurra que se ele tiver o mínimo de consciência e tiver prestado atenção no que eu falei não deve nem ter dormido à noite. E depois que acabou o show eu saí gritando e apontando pra ele e dizendo pra todo mundo que passava que aquilo ali era covarde que batia em mulher. Mas mesmo assim toda a raiva que eu senti por esse idiota ainda está aqui tão presente que eu tenho até vontade de stalkear todo mundo que comenta no facebook sobre o show só pra achar onde o cara mora e esperar ele na rua pra esfregar a cara do filho da puta no asfalto. Porque eu fiquei puta. Eu bati na mesma proporção, mas se eu tivesse uma arma era ali e nele que eu ia usar. Não tenham dúvidas.

Mas ódio doentio pelo imbecil à parte, devo dizer que o show foi lindo. Que os fãs paulistas tiveram a decência de não questionar a falta de Richie na banda enquanto Jon se apresentava, e pra ele isso aliado à toda a participação e alegria do público teve muito valor. Jon abusou de sorrisos e gracinhas e comentou várias vezes o quanto estava feliz com tudo. Agora ele pode finalmente provar a Richie que ele, Jon, consegue sim, sozinho, sustentar um estádio de mais de 60 mil pessoas. Mesmo no subdesenvolvimento e desorganização brasileiras.

O show foi lindo e extremamente emocionante, mesmo que dessa vez eu não tenha chorado. Jon continuou cantando só as músicas mais novas, acredito mesmo que pela falta de Richie em fazer os solos e a segunda voz que é mais presente nas canções antigas. David, bonzinho como sempre, em seus ótimos teclados e sustentando felizinho todas as decisões de Jon.

Livin 'on a Prayer, a última música tocada na noite, foi regada a um temporal que caiu sobre nossas cabeças e nos ensopou de tal forma que eu não sabia se conseguiria chegar em casa sem um barco. E na imensidão do estádio do Morumbi andamos ainda todos juntos e sem fôlego, mas agora com capas de chuva rasgadas e vestidas porcamente rumo à saída.


Conclusões da noite:
1 - Bon Jovi é e sempre será uma das bandas favoritas da minha vida.
2 - Jon Bon Jovi sempre será meu modelo número 1 de beleza masculina, não importa qual idade e corte de cabelo ele tenha.
3 - O show foi lindo, mas não emocionante. O que prova que talvez os melhores dias da vida da gente só existam uma única vez. Não dá mesmo pra tentar repetir, nada nunca vai sair tão perfeito como da primeira vez.
4 - O Brasil é lindo e eu sou super patriota, mas os brasileiros são uma população de merda. Nunca terão educação. Nunca poderão se comparar aos europeus ou americanos no quesito respeito com o próximo.
5 - Talvez esse seja meu último show visto tão de perto. E talvez tenha sido a última vez que eu tenha visto Jon Bon Jovi pessoalmente. :~


Em tempo: nem tudo aqui nesse fim de post é melancolia. Das amizades que eu fiz na fila, uma das meninas me avisou pra procurar um certo vídeo no youtube. Eu procurei, encontrei, e achei tão bonitinho que decidi compartilhar com vocês. Assistam! O vídeo é de outubro de 2007 e diz muita coisa sobre o meu ídolo tão antigo e tão amado.


sábado, 5 de janeiro de 2013

Sobre Empatia

A empatia implica, por exemplo, sentir a dor ou o prazer do outro como ele o sente e perceber suas causas como ele a percebe, porém sem perder nunca de vista que se trata da dor ou do prazer do outro. Se esta condição de “como se” está presente, nos encontramos diante de um caso de identificação.

Acho empatia uma palavra bacana. Bem mais peculiar que simpatia. Empatia é uma coisa mais complexa, mais parecida comigo. Ou com o que relacionamento que eu tenho com as pessoas ao redor do mundo. Foi um tema discutido na reunião de engajamento da minha área em dezembro. E desde então eu estou aqui pensando no assunto.

O pessoal lá levantou a mãozinha pra dizer que "as pessoas têm panelas aqui". Panelas, gente. Que expressão mais quarta série! E a pessoa ainda continuou "é, aqui todo mundo tem grupinhos pra tomar café e almoçar junto". Sério, eu ri. Eu ri e ri sonoro. Porque peloamor, aquilo lá é um ambiente DE TRABALHO. E, levando em consideração que o objetivo lá é O TRABALHO, se você faz o principal que é o TRABALHAR EM EQUIPE e ter o básico para se relacionar em sociedade (diga-se dizer bom dia/boa tarde/boa noite e perguntar "e esse tempo, hein?") já tá ótimo galera. Eu to ali pra isso. Estamos todos aqui no mundo pra isso. Pra encontrar alguém que não se vê há algum tempo e dizer "nossa como seu filho cresceu". Ou reclamar em conjunto porque alguém está furando a fila do mercado. Ou ainda, quando a situação envolve um pouco mais de embasamento no que se refere a assuntos irrelevantes, comentar algo sobre alguma tragédia, política ou o capítulo da novela do dia anterior. Conviver em sociedade é isso, Brasil. É falar sobre tudo e sobre nada ao mesmo tempo. É fingir interesse no assunto mais sem sentido que seja, só pra quebrar o clima e você fingir que se relaciona com alguém. Mas não, a pessoa quer empatia. Quer que eu pergunte "e aí, em qual hora/lugar/lua você teve qual sensação peculiar em relação à sua gestação maravilhosa dessa criança de incrível brilhantismo que está por vir?"

Não. Empatia é um negócio que vem de dentro. Que às vezes, ao conviver com alguém, encontra-se com o passar do tempo situações ou pensamentos em comum que faz com que apreciemos a companhia de tal pessoa. Pessoas com as quais você conversa naquele dia em que acordou de mau humor e que, quando menos percebe, a rabugice vai embora conforme o assunto avança junto com o momento agradável que passamos ao lado de tal pessoa. Empatia é não só querer o bem de alguém, mas também querer compartilhar algo da vida da gente com essa pessoa. Ou essas, no meu caso.

Eu tenho empatia até que por bastante gente. Pode parecer um pouco difícil conquistar minha atenção, mas basta que eu veja em alguém alguma qualidade que eu goste. Às vezes eu tenho empatia até por gente alheia que vejo no metrô. Por identificação, na maioria das vezes. Ou pelo título do livro que a pessoa está lendo. Mas empatia MESMO eu tenho pelas pessoas que me cercam e que eu faço questão que estejam sempre por perto. Cada um à sua maneira e nem sempre com o mesmo diferencial aos meus olhos (visto que rolou até briga no meu aniversário), cada pessoa cuja qual eu tenha empatia e posso chamar de amigo tem de mim quase tudo o que eu puder proporcionar para que ela tenha também com a minha companhia todo o prazer que eu tenho com a dela. 

Ter empatia é simples, mas não é pra qualquer um. Não dá pra EXIGIR empatia. Não dá pra pedir isso pra chefe em dia de reunião. Porque eu posso até tomar café ou almoçar com você, mas com certeza será contando os minutos para que esse tempo que não me agrega nada passe mais rápido. E eu ainda vou comentar sobre algo do tipo "mas nossa, que bonita essa comida que você está comendo" só porque eu sou uma mulher que tem o objetivo de se relacionar melhor com as pessoas, principalmente as do meu meio profissional. Mas não. Eu estou pouco me importando com o que você faz ou deixa de fazer da sua vidinha. Porque eu tenho mais o que fazer aqui com as minhas panelas. 



terça-feira, 25 de outubro de 2011

Sobre Individualidade

Então que eu vim escrever a pedidos. Porque sim, o meu blog, em todos esses anos de existência, às vezes passa por alguns hiatos. O que é normal. Eu nunca pensei em abandonar o blog, ou fechar, ou sumir, como quase todo mundo faz. Mas eu preciso de hiatos. Tem sempre aquele tempo que acontece determinado fato que eu preciso parar pra pensar a respeito. E que, muitas vezes, até gostaria de compartilhar com vocês no blog, mas nem sempre dá pra colocar em palavras o que eu penso ou sinto. Nem dentro de mim, muito menos em um blog.

Os hiatos acontecem nesse tempo em que eu estou tentando processar os fatos. Colocar minha vida nos eixos novamente, limpar minhas energias e refazer minhas defesas depois de um ponto final em alguma coisa qualquer. Porque eu sou assim. Tenho o ascendente em virgem. Preciso começar e terminar tudo. Preciso fazer planilhas de acontecimentos. Preciso registrar. E preciso que no balancete final dos fatos, o crédito e o débito sejam compatíveis.

Acontece que eu ainda estou aqui pensando na individualidade. Na minha, na dos outros. Pensando em como é que a maioria das pessoas consegue abdicar da própria individualidade só pra ter alguém do lado. Só pra sair falando que tem. Gente que de repente sai andando de mãos dadas no shopping e compra presente de dia dos namorados, sem nem gostar da outra pessoa. Sem nem poder dizer que o tempo que passa com aquele indivíduo é agradável. Só pelo simples prazer de sair mostrando para a sociedade que olha, agora eu tenho um namorado. Oi vó, então, você cobrava tanto, agora eu arrumei um namorado. Não importa muito quem é, o que importa é que eu arrumei. A sociedade cobra que as pessoas se relacionem. E escrevam aí o que eu vou dizer: depois da ditadura da magreza, virá a ditadura do relacionamento. Porque eu coloco no mesmo patamar aquela menina pálida e magra que olha com tristeza o pedaço de bolo na vitrine do Amor aos Pedaços e olha pra atendente e pede uma água, com a pessoa que cata qualquer um que nem conhece ali na rua só pra dizer pra todo mundo que namora. A que preço?

A preço de perder a paz. E a tranquilidade. E de ter alguém te ligando de meia em meia hora, te cobrando presença. Alguém te que obriga a ir em lugares que você não gosta ou não quer. E a conviver com pessoas quando tudo o que você quer é ficar em casa vendo um filme. A preço de ter ao seu lado gente que não se preocupa com você, mas com o que você está fazendo que não ligou ainda. Que não respondeu o sms. Que nossa, que absurdo que você está no hospital e não pode me fazer aquele favor que eu precisava agora. Gente que te usa. Gente que invade a sua vida. E que fala dela por aí sem que você permita. Invade a sua individualidade, sua privacidade. Que passa por cima do que você quer, do que você pensa, do que você acha. Que te obriga a fazer o que você não quer. Estar onde não quer. Que preço alto esse a pagar quando se namora sem gostar. Eu não me permito passar por isso, mas vejo muita gente fazendo por aí.

A propósito: oi, vó. Não, não estou namorando. Sim, eu ainda estou solteira. É, porque eu quero. Eu sei, traste disponível pra namorar é o que não falta. Não, não quero. E sim, vou continuar solteira até quando eu quiser. Sim, sou feliz assim. E é, eu sei que não existe príncipe encantado e que é preciso conviver com os defeitos alheios e ceder, mas eu só vou fazer isso quando achar que devo. E diferente do resto da população mundial, eu me recuso a me relacionar só por relacionar. Continuo com a minha opinião de que eu só vou namorar com alguém que, no mínimo, esteja perdidamente apaixonado por mim.

Ah, a paz. Ah que celular silencioso... só troco isso por quem for valer a pena. Mas oras, se for valer a pena, será uma pessoa que, além de me trazer felicidade, não vai perturbar a minha paz. Não é?



quarta-feira, 27 de julho de 2011

Sobre a minha grama verde

Coisa boa na vida é conversar com uma pessoa sincera. Alguém que não vai passar a mão na sua cabeça mas também não vai te criticar por simples esporte. Alguém que diz o que pensa com o cuidado necessário pra não te machucar. E às vezes nem amigo direito a pessoa ainda não é. Às vezes você está só sentindo o terreno pra ver as coisas que a pessoa pode te dizer e como vai te dizer.

Hoje já é quarta-feira e eu passei todos esses dias pensando no que ouvi sobre a minha vida no sábado. Nas coisas que eu guardei por muito tempo e um belo dia falei pra essa pessoa que nunca achei que ia ter vontade um dia de contar. E ouvi coisas que na hora eu fiquei meio que sem saber mais o que pensar, um misto de medo e alívio que só agora, depois de 4 dias, consegui 'colocar no papel'.

Então que hoje eu acordei pensando que por mais que eu seja uma pessoa reservada, por mais que a minha vida seja restrita, por mais que eu abra poucos pensamentos para pouquíssimas pessoas, mesmo assim sempre tem muita gente que encontra em mim um encantamento. Não no sentido bom da palavra, que deveria ser, mas no ruim mesmo. Gente que se encosta. Gente que quer viver a minha vida. Gente que me acha tão interessante que deixa de viver a vida deles pra viver a minha, exatamente como aquela pessoa no sábado me disse que é assim que acontece. Gente que acha a própria vida tão merda que fica de olho aqui, na minha grama. Gente que me admira pelo pouquíssimo que me conhece, mas não consegue levar isso pelo lado bom. E vive de me criticar. De jogar água na minha terra. De absorver minhas energias. De ser parasita na minha vida.

Saibam vocês, meus parasitas, que vocês não sabem de nada. Que por mais que a minha vida me deixe à desejar, é porque eu sou uma pessoa ambiciosa (não só para as coisas materiais) e que a cada dia penso em ser melhor. Mas levando pelo ponto de vista de quem vive fora de mim, tudo aqui dentro realmente é bem bom. E eu sou mesmo uma pessoa interessante, com pensamentos interessantes e atos interessantes. A minha vida é interessante, e vocês mal sabem disso. Eu sou uma pessoa complexa, em todos os sentidos. Gosto de muitas coisas, tenho muitas coisas (não só materiais), quero muitas coisas, penso em muitas coisas, faço muitas coisas. Na maior amplitude que vocês podem imaginar. E, agora com a minha usual ironia de lado, eu posso dizer pra vocês, que eu sou mesmo uma pessoa ótima no quesito "gente interessante para se conhecer" - a fundo, eu digo. E eu perco as contas com o tanto de gente que quis isso mas se perdeu no meio do caminho porque um belo dia eu achei que aquela pessoa não era digna e fechei todas as minhas portas.

Eu sou do jeito que eu sou. Não sou igual à ninguém. Não me comparo com ninguém. Não imito ninguém. E por mais que eu pense e repense meus gostos e atitudes, nunca mudo o que eu sou ou sinto só porque alguém acha melhor mudar, só porque alguém acha que o que eu gosto ou faço não é bom. Eu não me preocupo em seguir regras. Nem agradar. Nem em ser aceita. Nem me igualar. Eu sou do jeito que sou, vivo do jeito que vivo, gosto das coisas que eu gosto e ninguém - eu disse NINGUÉM - tem moral pra criticar, questionar ou botar dedo nenhum na minha cara.

O mundo está cheio de gente querendo saber da minha vida, viver a minha vida e ser eu. E pra vocês, meus queridos, eu digo: a grama aqui é mesmo muito verdinha. E vocês nem imaginam.


terça-feira, 5 de julho de 2011

Sobre a Maldição da Internet

Quando eu era criança não existia internet. Nem rede social, nem computador. Nem nada parecido. O meio de comunicação em alta era o telefone e o motivo das grandes brigas nas casas era o valor da conta. Até na minha casa já chegou a acontecer. Comigo, que nem gosto de falar no telefone. Teve uma época lá que meu pai me encheu os pacovás porque eu falava muito com o namorado. Mas enfim.

Antigamente não tinha esse negócio de você abrir a página e ficar sabendo da vida das pessoas. Onde elas estão. Fazendo o que. Pensando o que. Comendo o que. Usando qual roupa. Sendo amigas de quem. Você simplesmente sabia das coisas porque o fulano contou pro beltrano que contou pro siclano que te ligou pra contar. E nem celular tinha, hein. A gente era obrigado a atender o telefone com fio na sala mesmo, no meio do almoço de domingo, com a família inteira ficando em silêncio pra ouvir o que você dizia e você lá toda sem graça respondendo "aham, ah é, talvez" quando o namorado no outro lado da linha dizia algo do tipo "quero você sem calcinha".

Os anos passavam, a gente mudava de classe na escola, gente entrava, gente saía. E nunca mais se tinha contato. "Dizem que fulano morreu, você viu?" Não, não vi. E até hoje não sei se é verdade. Porque o diz-que-me-diz era meio vago, a gente nunca podia acreditar plenamente. O que eu sei é que o tempo passou e eu perdi contato com as pessoas. Pessoas mudaram de casa e de número de telefone. E eu nunca mais as vi.

Eu posso me dar ao luxo de dizer que não lembro de mais de 10% das pessoas que passaram na minha vida. Lembro sequer das melhores amigas de infância. Justamente porque, naquela época, as melhores amigas de infância mudavam conforme os anos na escola. Ano novo, classes separadas? A falta de contato fazia com que as melhores amigas também fossem trocadas. E então, vinda eu de uma época em que o contato com as pessoas era restrito, hoje me pego aqui pensando se aquela moça da academia talvez não tenha estudado comigo no colégio. Ou pensando quem será que é aquela menina que encontro na fila da eleição, com rosto tão familiar. Ou aceitando convites de pessoas no Facebook que eu não faço a mínima idéia de quem sejam, mas que têm os mesmos amigos que eu e que estão, inclusive, lá na página da mesma desconhecida não só aceitando a amizade de bom grado, mas também deixando mensagens como "é uma imensa alegria te ver por aqui, estou morrendo de saudades". Ok, eu também aceitei. Se a minha amiga está morrendo de saudades daquela pessoa, é sinal de que ela também existiu na minha vida. Melhor aceitar então. Mesmo que eu não faça a mínima idéia de quem seja.

Hoje as pessoas da minha época se reencontram nas redes sociais. Depois de 10, 20 anos. E a gente (eu) não sabe mais como eram os relacionamentos passados. Eu sinceramente esqueço se eu gostava ou não gostava daquela pessoa. Se eu mal lembro da pessoa, imagine se vou lembrar o que eu achava ou deixava de achar a respeito dela. Esqueço das coisas que me faziam simpatizar ou não por ela. Esqueço, e daí de repente as pessoas se reencontram e eu só penso 'ah é, estudei junto, é boa gente então'. Mas não. No fundo no fundo, eu sei quem mais ou menos eu gostava ou deixava de gostar, mas por pura intuição. Eu lembro somente de coisas vagas, que aquele era o cdf que sentava na primeira cadeira e levava os livros da professora. E que aquela era O bullying da escola e que, veja bem, hoje é instrutora de academia e cheia de amigos.

Hoje as pessoas daquela época se reencontram e é necessário viver mais um tempo compartilhando momentos pra lembrarmos exatamente o que sentíamos por esse ou aquele. Saímos juntos um tempo pra lembrar que ah ta, aquele cara ali que eu beijei no Natal e que depois disso simplesmente me bloqueou no msn e vira a cara pra mim na rua (não fui eu não, é só um exemplo REAL, porém não meu - pq eu escovo os dentes! HAHAHA melhor parar senão recebo carta com anthrax) realmente há 20 anos atrás era um nerd que tremia nas bases em momentos que não devia e por isso lá, antigamente, eu já tinha decidido que não tinha motivos para manter amizade. Saímos juntos para lembrar que aquele cara insignificante e a gente só lembra o nome até hoje porque tinha outro na classe com o mesmo nome e era necessário dizer o sobrenome pra diferenciar, na verdade era insignificante porque só fazia amigos quando lhe convinha, visto que foi necessário um tempo razoável de reaproximação e conversas inapropriadas e divertidas que foram simplesmente deixadas de lado quando ele simplesmente achou que devia e você ficou no vácuo. Ou aquela menina feia e com o cabelo feio, que um dia chegou razoavelmente apresentável e simpática e todo mundo só lembrou pra comentar do choque de transformação, mas que depois de um tempo simplesmente acabou a conversa e os novos-velhos-amigos lembraram que ah, verdade. Há 20 anos atrás ela não era só feia e com o cabelo feio. Era desinteressante também.


Hoje não dá pra esquecer das pessoas. Hoje todo mundo é conectado na internet. Hoje todo mundo está dizendo como está, com quem está, comendo o que, fazendo o que, assistindo qual filme, fazendo sexo com quem, xingando o chefe de que e com a unha de qual cor. Hoje eu consigo saber da vida dos meus 179 "amigos" do Facebook ao mesmo tempo. Mais 173 no Orkut. Hoje ninguém pode se dar ao luxo de esquecer de alguém. De não lembrar o nome de alguém. De não saber da onde conhece. De saber o nome e não conseguir ligar à pessoa. De não ter mais notícias. Daí você, pessoa chata de plantão, vai me dizer: saia das redes sociais! Desligue esse computador! Delete esse twitter! Desinstale esse Instagram do seu iPhone! E aí, meu filho, eu vou te responder que eu vou chegar domingo pra almoçar na casa da minha mãe e meu pai vai me dizer "Você viu as fotos que a fulana postou? Nossa, tá gorda/magra/velha/feia!" E eu juro que estou aqui dizendo o exemplo MÍNIMO do fato, visto que meus pais entendem de internet tal qual eu entendo de mecânica. Imagine o tanto de informações que as pessoas integrantes de todas as redes sociais e com 600 amigos em cada uma têm pra te contar a respeito dos contatos dela que você também conhece.

Então eu fico aqui pensando, sabe. Já pensou essas criancinhas que estão começando a vida escolar agora? O tanto de contatos no Facebook que vão acumular durante uma vida? O tanto de gente presente e viva e divulgando sua própria vida pra quem quiser ver? O tanto de sufoco de informações que isso vai causar um dia? É, porque daqui 30 anos as crianças de hoje saberão exatamente quem era amigo no passado e quem não era. E saberão exatamente quem é aquela pessoa que passa ali na rua e que estudou com ela há 20 anos atrás e sabe, inclusive, até o que a pessoa comeu ontem. Daqui 30 anos as crianças de hoje não precisarão mais reencontrar os amigos de escola. Pra reviver os momentos. Pra beijar tardiamente quem queria antes e não tinha conseguido. Pra ter a surpresa de ver que nossa, aquela mina com cabelo capacete hoje descobriu que existe chapinha. Ou perguntar pra alguém "o que foi que houve exatamente com você nesses 15 anos que te transformaram de um cara divertido e popular nessa pessoa confusa e que sai pregando sua religião PRA MIM, que odeio isso??"

Não haverá emoções de reencontros. Não haverá surpresas de 'nossa, você emagreceu/pintou o cabelo/teve 5 filhos um de cada pai!'. Não. A internet está aí todos os dias. Pra fazer a gente lembrar de cada um. Pra acompanhar a vida e os pensamentos de cada conhecido. E pra gente ter certeza e nenhuma dúvida que é. Eu convivi mesmo com esse bando de gente chata, e a cada dia que passa eles ficam mais chatos. Ai que tédio.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Sobre Inclusão Social

Eu acho válido. Acho legal que as vovós possam pegar as receitas da Ana Maria Braga via 'internete'. Acho bom que todo mundo possa fazer um currículo no Word e depois dar a desculpa do 'foi erro de digitação' pra qualquer palavra errada e ainda com a vantagem de não ter aqueles borrões que tinha antes nas folhas quando o currículo era manual. Acho divertido aquele caminhão da Inclusão Social parado no centro da cidade e o pessoal entrando ali pra usar computador grátis. Deve ser calor mas é válido. Lan house no shopping eu também acho bom. Você fica lá, no cubículo, usando aquele teclado cheio de meleca de nariz que todo mundo usa e com o fone de ouvido cheio de cera de muitas outras pessoas que já usaram. É inclusão social. Em todos os sentidos.

Eu acho legal que todo mundo tenha acesso ao mundo virtual. Pra tirar aquelas fotos de árvore de Natal em shopping de pobre pra botar no Orkut. E o que seria das pessoas sem maiores condições sem ter a internet pra votar no próximo indivíduo que vai sair do BBB no paredão? É realmente uma ferramenta imprescindível na atualidade. Concordo plenamente.

Mais ainda, como esquecer, como disse o Gustavo no post dele que colei aqui, tem aquela turma que bota no Anônimo no blog dos outros pra xingar-xingar-xingar muito no Blogspot. E aí eu digo que talvez aí esteja a grande ênfase da internet na inclusão digital. Porque veja bem, ser agressivo pessoalmente nos dias de hoje com alguém pode resultar num tiro na testa. Ou em coisa pior por aí. E nossa, a vida é tão difícil, a vontade de reclamar é tanta, a falta do que fazer é maior ainda. Mas nada como o anonimato pra deixar a raiva fluir. Ah, como xingar alguém muito-muito-muito como anônimo na internet é compensador. E o que seria de vocês, pessoas sem ter o que fazer, covardes e medíocres, que se escondem atrás de um anonimato para se acharem superiores, sem a internet pra ajudar?

Hoje eu vim dar seus 15 minutos de fama, Anônimo. Devo dizer que, parabéns. Por ter me mostrado apenas que, se antes eu falava de assuntos polêmicos, como opção sexual, religião e política, e através desses textos específicos eu recebia comentários de muita gente discordando sim, porque opinião é fundamental. Mas com argumentos para sustentá-las. Antes eu recebia palavras contrárias às minhas mas cheias de embasamento e senso crítico. Gente inteligente, como eu gostava de receber. Mas agora, comentando sobre um programa ínfimo da tv aberta, recebi muito mais comentários do que todos os outros, que tinham questões tão mais polêmicas e passíveis de discussão. E adivinhe: gente que não sabe nem xingar. Gente que consegue escrever um simples palavrão errado (eu sei que isso ficou implícito quando colei o texto do Gustavo, mas os anônimos não sabem o que significa 'implícito'). E aí eu pergunto pra vocês: tenho mesmo que dizer mais alguma coisa, sobre o público que dá ibope pra certos assuntos? Eu tenho recebido argumentos diferentes dos meus, mas com embasamento crítico e sensato a ponto de poder repensar minhas opiniões? Não. Em todo caso, obrigada, Anônimo. Por me mostrar que certos assuntos não são bons para comentar, não pela quantidade de xingamentos absurdos que recebi, mas pelo nível intelectual das pessoas que comentaram. E que, mesmo que você tenha se dado ao trabalho de vir comentar num blog que é MEU, com opiniões MINHAS, que eu falo o que quiser e se quiser, e que é FACULTATIVO a quem quer que seja entrar aqui e se dar ao trabalho de comentar ainda, quando poderia simplesmente fechar a janela (é ali no x no canto superior que fecha, tá?) e ir lá assistir o BBB, mesmo assim você me mostrou que falando sobre certas coisas, meu nível de comentários cai. E não, eu não quero isso. Eu sou uma pessoa que prefere, infinitamente, qualidade à quantidade. E quero continuar recebendo comentários só de quem tem cérebro. Obrigada por ter aberto meus olhos sobre assuntos a postar.

Abrindo parênteses no texto, preciso comentar da pessoa que falou que eu não gosto de BBB porque sou gorda. E se fosse magra eu ia gostar. Eu liberei o comentário dela porque não tinha nada de mais no texto, mas principalmente porque foi um comentário curioso. Achei divertido. Engraçado que, minha nega, mesmo não me adequando às circunstâncias, gostei da sua linha de raciocínio. Porque, veja bem, se o negócio for ser magra = ver BBB, se um dia eu for obesa vou é curtir minha vida muito mais intelectual. É um bom argumento. E um bom consolo para o dia em que eu estiver me achando gorda. Valeu.

Preciso dizer, a quem interessar, que se eu vi BBB alguns dias foi porque além da conveniência que eu já falei, conheço várias pessoas que assistem. Quase todas da minha lista de links, pra ser mais específica. E por ter contato além blog com essas pessoas, que possuem opiniões e afazeres diversos e vida além-internet, me convenceram a assistir, alguns episódios, que seja. Porque claro que há exceções nas regras e eu sei muito bem disso, e dou crédito para tais. Sei sim que não é todo mundo que assiste BBB que têm inteligência inferior. Tem até gente que "assiste e queria gostar, mas não consegue"! E meus amigos são todos com idéias e gostos contrários aos meus, porque é assim que eu prefiro. A diferença é que eles sabem opinar e sustentar suas opiniões com argumentos próprios, como todos os seres ditos 'racionais' deveriam ser. E, disposta primeiro a conhecer, pra depois saber opinar ao certo com argumentos reais, me aventurei na experiência. Porque eu tenho cérebro e sei usá-lo perfeitamente, obrigada.

Engraçado dizer que a internet é mesmo um ovo e a gente sempre tem uma certa desconfiança de onde as pessoas vêm. E eu sei muito bem que quem tem tempo a perder pra entrar todo dia num site de uma pessoa que não se sabe da onde vem nem pra onde vai, escrever errado e pensar que 'pronto, já me vinguei por hoje, amanhã tem mais', realmente tem tempo pra ver BBB e acha que esse é o melhor programa da televisão, a ponto de tomar as dores de qualquer um que ache o contrário. No pay-per-view da janela do vizinho, se precisar. Ah é. Tem o 'gato', esqueci. Mas devo concordar com alguém que disse nos comentários que assistir BBB não tem nada a ver com ler um livro. Verdade. Principalmente na vida de quem não faz nada o dia todo, é muito tempo vago. Dá pra ler um livro de autoajuda qualquer de manhã, comer de tarde, xingar muito-muito-muito no blog de alguém depois e terminar o dia vendo BBB. É mesmo um bom roteiro pra quem não tem maiores pretensões de crescimento na vida. Muito tempo para se fazer nada. Depois ainda dá pra sair dizendo por aí que 'nossa, você viu o fulano que vai sair no paredão quádruplo?', que você já fica antenado com a nova conversa de elevador, que substitui a antiga 'vai chover, hein?'. Com a mesma importância que tinha a pegunta clássica de puxar assunto anterior. Ou menor.

Enfim, eu sei que pra qualquer Anônimo que tenha lido o texto (se leu - claro, todo mundo sabe ler, mas INTERPRETAR é que são elas), não fui clara. Porque a minha linguagem realmente não é à sua altura de ignorância, desculpe. Mas vou resumir: você vai ficar aí, xingando-xingando-xingando muito, todo dia. Agradeço muito toda a sua dedicação em me irritar, me comparo mesmo ao BBB que você assiste todo dia: você não pode deixar de passar aqui pra me xingar um dia sequer. Nem aos finais de semana. É tipo você espiar o pessoal mostrando a bunda no BBB e vir aqui espiar a minha vida depois. Obrigada por toda essa atenção. Acho mesmo que tenho um blog com opiniões boas o suficiente pra ter todo esse ibope. Meu filho, quer xingar, xinga. No mais, eu vou sim ler tudo o que você me disser - porque eu não sou cega, mas não vou aprovar seu comentário para manter a total sanidade de quem me lê, me segue e comenta por aqui. Não tanto pelas palavras de baixo calão, porque esse tipo de coisa não abala mais ninguém, mas mais pela falta de inteligência de pelo menos xingar em português correto. Ninguém merece ler textos com erros ortográficos. Então você vai continuar xingando e eu vou continuar deletando, simples assim. Sem mais ibope seu no meu blog. Com esse texto, eu só tive a esperança de te fazer entender que não, você não me atinge. Diferente do meu efeito de ter dito qualquer coisa a ponto de você dispensar minutos de todos os seus dias pra vir aqui tentar me ofender, eu tenho coisa melhor pra fazer do que ficar dando créditos a você. Com um ponto só a ressaltar: você pode ser uma dessas pessoas que qualquer marido sustenta por aí e você fica fazendo inutilidades e gastando dinheiro do coitado durante o dia. Ou pode ser um desses fakes que fazem vários personagens pra se fingir de outra pessoa na internet porque a sua vida mesmo é um fracasso. Ou pode ser esses nerds gordos e espinhentos que chegam aos 25 anos virgens porque não conseguem se relacionar com a sociedade e passam o dia comendo e no bate papo na internet. Seja lá o que for, você com certeza é um loser (procura no Google e não esquece de clicar para respostas de páginas em português, porque isso é inglês, tá?), e o fundamental: com certeza você não me conhece. Do contrário, saberia exatamente o que me dizer pra me atingir. Não menospreze a minha inteligência, pessoa infeliz. E já que você é tão preocupado com a minha vida sexual, completo: vai DAR pra ocupar melhor seu tempo, vai? Desestressa bem mais que fingir ser quem você não é e xingar anonimamente na internet, sério.



quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Sobre Síndrome do Pânico

Então. Como eu sei que a maioria das pessoas que me lê já sabe que... blablablá, esse é um assunto polêmico, o blog é meu e eu falo o que quiser a respeito e blablablá vou mandar todo mundo pro site da Mônica (vejam que meiguice, eu podia mandar pra outro lugar!)... já sabem, né? Que bom. Para os novatos, eu vou repetir (em 2011 eu prometi ser uma pessoa melhor então vou ser delicada): é um assunto polêmico e mesmo assim eu tenho o direito de dizer o que eu penso no espaço que é meu, não admito comentários mal educados e se você já sabe que vai dar piripaque com minhas opiniões, nem leia. Passeia lá no site da Barbie (isso é o máximo de delicadeza que eu consigo por enquanto, relevem).

Síndrome do Pânico é um negócio que há uns anos atrás eu nunca tinha ouvido falar. Penso muito que ainda bem que o negócio não é mais igual antigamente, que as pessoas furavam as cabeças dos outros pra sair sangue até que o coitado ficasse tonto a ponto de nem sentir mais a doença que tinha antes. Que bom que de lá pra cá a medicina evoluiu a ponto de não ter mais sentido escrever "morte natural" nas certidões de óbito. Mas tudo que envolve psicologia e psiquiatria é um grande mistério e eu não ia servir pra nenhuma das duas profissões.

De acordo com a Wikipédia (pra você ver que eu não sou do tipo leiga que fala merda, eu pesquiso a respeito das coisas antes de dizer a minha opinião), a síndrome do pânico é uma condição mental psiquiátrica que faz com que o indivíduo tenha ataques de pânico esporádicos, intensos e muitas vezes recorrentes. É importante ressaltar que um ataque de pânico pode não constituir doença ou ser secundário a outro transtorno mental. Caracterizado por crises súbitas, sem fatores aparentes e frequentemente incapacitantes.

Han. Daí eu me pergunto: quem me garante que essa pessoa está tendo uma reação não-controlável? Quem me garante que a coisa não é feita racionalmente? Quem me garante que alguém que sai na rua tem lá um piripaque porque quer chamar a atenção? E eu gostaria de dizer que não, nunca vi nada parecido, mas já vi. Aqui, bem pertinho, sabe se lá o que acontece pra alguém fugir de casa e se esconder num banheiro de rodoviária ou passar horas longe a ponto da família entrar em desespero e chamar a polícia ou ter que sair procurando pelo IML. Mas as pessoas voltam. As pessoas voltam a si, voltam pra casa, voltam a ter uma vida normal. Tipo, de repente tá ali estatalado, louco e babando e dormindo com o lixo e no dia seguinte sai pra trabalhar 7h da manhã como se nada tivesse acontecido. Não é tipo louco que fica louco pra sempre e pronto. Não. Então assim: pra mim é frescura. Um belo dia a pessoa quis chamar a atenção. Saiu de casa e deu piripaque, daí resolveu que não ia conseguir sair de casa e todo mundo ficou sabendo. Óh, fulano deu piti ali, coitado. Pronto. Amanhã voltemos à vida normal.

Sabe suicida que sai falando pra todo mundo que vai ali se matar? Que senta no alto do prédio ou na beirada da ponte e PERMITE que alguém socorra? Faz aquele estardalhaço, chama rádio, tv, jornais, parentes, faz testamento e fica de cá gritando 'ó, vou me jogar. eu vou hein. tou indo'? Então. Quem quer se matar não avisa. Morre e pronto e todo mundo só fica sabendo depois.

E acho mais: acho que existem médicos e remédios e tratamentos pra coisa sim (não, eu não sou retardada, eu sei que as pessoas investem nesse tipo de "doença") porque é fácil. Como eu li num livro ali, de um negócio nada a ver: é cômodo você ir no médico com uma doença qualquer. Eles ganham pra isso, claro que vão te atender. Remédios? Farmacêuticos ganham pra isso! É lógico que vai ter remédio até pra dor de cotovelo nesse mundo. Caso que a gente vê tipicamente nos filmes (e deveria ser só nos filmes): gente que vai no médico e não tem nada. Não tem nada mas só fica satisfeito tomando algum remédio. Água, que seja. E aí, pensando que é remédio, a pessoa melhora assim puf. Como se a água que tomou realmente fosse o melhor remédio de todos os tempos, milagroso. Ou, pior: mãe que acha que filho é doente. Sabe, aquela doença que as mães dão conscientemente remédios inapropriados para os filhos tomarem só pra provocar algum tipo de doença e poderem ter atenção de médicos e hospitais? Então.

Acho que é fácil ter qualquer uma dessas "doenças mentais". É fácil se fazer de louco. Cômodo. Um dia você simplesmente diz 'ó, sou doente' e não sai de casa pra enfrentar a vida, enfrentar lá fora, enfrentar os problemas, ir à luta. É covarde. Síndrome do Pânico? TODO MUNDO tem medo de sair de casa todos os dias. Ninguém sabe o que vai acontecer, se vai voltar são e salvo, se vai ser assaltado, se vai morrer atropelado, se algum parente querido vai ter algum problema sério, se você vai perder o ônibus, se o chefe vai gritar, se você vai derramar café na camisa ou se alguém vai pisar no seu pé. É ÓBVIO que se todo mundo for pensar em tudo antes de sair de casa, a gente vai ficar embaixo da cama mesmo. Claro. Mas não. A gente precisa de dinheiro. Precisa trabalhar pra pagar as contas. Precisa comprar o leite do filho, botar o pão na mesa, trazer flores pra esposa. Precisa-se trabalhar. Agora você me diz, se lá na roça, naquela vidinha difícil de interior de trabalho braçal e pouca comida na mesa..... se alguém lá tem síndrome do pânico. Vamos falar de coisas mais perto da gente: o pessoal lá na tragédia, na enchente, no deslizamento, perdeu tudo. Perdeu casa, comida, família. Você viu alguém com síndrome do pânico? Ah, não se tem notícia? Não se pode dizer? Vai lá perguntar, eu fico esperando. DUVIDO que você vai achar. Não tem tempo pra ter síndrome do pânico. Tem que limpar tudo, lavar tudo e sair no dia seguinte pra trabalhar pra poder ganhar dinheiro pra se refazer uma vida.

Eu posso ser muito injusta na minha opinião, mas nem os médicos que estudam anos, que doam suas vidas pra entender e descobrir sobre doenças do cérebro, não sabem ao certo o que acontece. Se você não entende do assunto, eu te digo: quando você tem uma doença mental qualquer, o diagnóstico é feito por eliminação. Até uma simples dor de cabeça constante (e disso eu entendo) é feito assim. E aí pelos sintomas que você tem descarta-se dor de cabeça ocasional, descarta-se doença física e visível (como câncer) e descarta-se cefaléia porque ela não dá enjoo. Diagnóstico: enxaqueca. Simples assim porque ainda não descobriram outras doenças com nomes diferentes e diferenças de sintomas. Então fica lá"enxaqueca". Como um "morreu de morte natural". Simples assim.

Enfim, [eu posso ser muito injusta na minha opinião]² a respeito de síndrome do pânico, mas os casos que vi, os que fiquei sabendo, TODOS eu penso que foi um piripaque. Pra quem não sabe, piripaque é o termo que os médicos dão para "esse paciente não tem nada e tá dando show". Engraçado que as pessoas que dizem ter síndrome do pânico, geralmente não têm muito o que fazer na vida. São pessoas com a vida confortável, que trabalham poucas horas, que não têm filhos pequenos pra criar, que não têm grandes preocupações na vida. Sinceramente, parece mesmo que um belo dia acordam com o pensamento de "puxa, que tédio, vou arrumar uma coisa pra fazer". E então vão ali e têm síndrome do pânico.

Eu vou acreditar se você tiver síndrome do pânico depois de um sequestro. Depois de um assalto violento. Depois que um filho seu morrer num acidente qualquer. Depois que a sua casa for assaltada e os bandidos mantiverem você, sua esposa e seus três filhos menores que 5 anos como escudo quando a polícia chegar e que alguém for morto à queima roupa ali na sua frente no carpete da sua sala e a marca de sangue ficar pra sempre no chão. Depois que a sua casa for tomada por uma enchente e você ver que seu trabalho de anos vai literalmente por água abaixo, um a um de seus pertences comprados de maneira tão sofrida. Depois que você estiver desesperado porque seu marido morreu de morte súbita e você antes dona de casa, tem cinco filhos pequenos pra criar sem nem saber por onde começar. Sabe? Casos do tipo, claro. Eu entendo. São mesmo chocantes e devem mesmo causar muito mais que uma síndrome do pânico. Mesmo assim, NENHUMA das pessoas que eu conheço que passaram por essas situações, tiveram síndrome do pânico.

Mesmo assim, porque eu decidi ser uma pessoa melhor em 2011, mesmo com toda essa minha opinião à respeito, tudo bem. Eu acho que de cada 100 pessoas que têm síndrome do pânico, umas 3 realmente têm. Porque sei lá, não se sabe de tudo, a medicina ainda não evoluiu a esse ponto, vai saber. E eu também sou maleável a ponto de saber que tudo tem uma certa margem de erro. Tá. De 100, três devem ter. Porque sobre todos os outros 97, eu te digo: se você realmente tivesse síndrome do pânico, se você soubesse que é irracional, incontrolável e se o que passa realmente não for pra chamar a atenção. É você, é reação sua, sem maiores motivos como os que eu exemplifiquei, dá aparentemente do nada e você SABE ali, com você mesmo, que é síndrome do pânico e pronto. VOCÊ SAIRIA ANUNCIANDO que ó, tenho síndrome do pânico, viu? Me ajuda que eu sou doente mental (veja lá que a Wikipédia diz que é condição mental psiquiátrica - não sou eu que estou dando nome aos bois não, eu só estou dizendo o termo em português coloquial, caso você for se ofender com isso). Vai sair querendo se expor nesse nível?

EU NÃO.


quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Sobre presentes de Natal

Um dia babybrother cresceu levemente e resolveu que a partir daí ele ia comprar seus próprios presentes. E passou a me dar pentes e escovas de cabelo. Anos a fio. Natal, aniversário. Eu fui guardando, porque querendo ou não era o presente dado com amor pelo irmãozinho (eu era inocente essa época, nem pensava que ele me zoava feio desde cedo). E nunca usei. Nenhum deles. Porque meu cabelo é fino e liso e eu só uso um único pente de madeira, mesmo assim só de vez em quando. Mas se você for ver eu tenho uma coleção de pentes e escovas de todos os tipos, pra fazer qualquer cabeleireira babar.

Se você faz parte das pessoas que dizem que "Renata tem um armário enorme e lotado de coisas", releve. Tem muita coisa lá que eu guardo por ter sido presente de alguém que eu acreditei que me amava e tive dó de jogar fora. TIVE. Porque 2011 será o ano do desapego. Já falei pra mim mesma. E se eu vou vender todos os pentes e escovas pra alguém que tenha o cabelo todo duro, imagine qualquer outro presente que qualquer outra pessoa tenha me dado. Rá.

Decidido isso, estava eu aqui pensando. Não sei, de uns tempos pra cá o pessoal acha que dar cosméticos de presente é bacana. Tá. Depois que os Natais passam eu fico mesmo um tempão sem precisar comprar sabonete no mercado e fico toda cheirosa usando aqueles de marca chique com sementes disso e daquilo. É bacana, eu curto. Só que faz uns anos já que o pessoal tem me dado hidratante. E gente, o bagulho sempre acumulou lá no banheiro. Porque eu não sabia a utilidade real do negócio (dãã, eu sei que hidrata, só não sentia diferença nenhuma) até assistir uma entrevista da Sandy dizendo que o dermatologista dela manda passar duas vezes por dia. Então que eu continuo sem sentir muita diferença ao passar hidratante, mas se o dermatologista da Sandy manda é porque deve ter algum saldo positivo no resultado final. Além do fato que se eu passar todos os dias duas vezes por dia o meu estoque de hidratantes de presente de Natal vai acabar e eu vou poder finalmente ver meu armário do banheiro mais vazio.

O Natal de 2010 não foi diferente. Algumas semanas antes, a recém-tia recém enfiada na família me perguntou por diversas vezes o que eu achava do cheiro de carambola. De pitanga. De jabuticaba. Eu, sacando a dela (e Grinch que sou) respondi logo "me dá de morango que tá bom". É, porque pelas perguntas dela, jajá ia chegar na jaca. E andar por aí com cheiro de jaca não rola. Mesmo assim eu tive fé, sabe? Não, ela não vai me dar OUTRO hidratante. Vai ser qualquer outra coisa. E mesmo que seja frustrante abrir um embrulho de presente e dar de cara com um 'aaah, é um sabonete, que legal', mesmo assim eu até preferia. Porque sabonete pelo menos eu economizo no mercado depois. E me sinto a Xuxa tomando banho com sabonete de macadâmia com sementes de abacate e tals. Até rolava, sabe. Mas eu não compro hidratante no mercado. E no meu banheiro deve ter bem uns 20 frascos. Todos cheios. Todos presentes de alguém.

Quando ela me deu o pacote, eu já sabia. Um pote de hidratante de morango, que deve ter uns 300 litros. E olhei pra ela e disse "poxa, brigadão, que lindo, era tudo que eu queria" (repare no sorriso amarelo). E agora eu tenho vontade de passar tudo e sair toda branca na rua. Não porque eu queira ser hidratada. Não porque eu ache supimpa. Mas porque eu queria que acabasse logo.

Então deixei o hidratante pra lá e terminei de abrir meus presentes. Já tinha passado mesmo, eu já meio que sabia que seria assim. Não adiantava mais chorar o hidratante derramado. Nada mais seria pior.

Foi então que eu abri o presente da minha avó. E era uma caneca. Com inscrições de "ESTIVE EM PENEDO E ME LEMBREI DE VOCÊ."


- Tá, minha vó avacalhou de propósito. Porque deu um vuco-vuco geral aqui que acabei não levando ela pra fazer compras de Natal. Mas a culpa não foi minha. Mesmo assim, ela descontou em mim. E ainda me mandou dizer que era pra abrir o pacote e dizer "ai que lindo".

- Não, não é difícil me dar presente. Se você TÁ MESMO A FIM de me fazer feliz quando me der alguma coisa, vá em qualquer livraria na seção de Literatura Estrangeira. E me traz um. Passe longe de literaturas técnicas e autoajuda. Simples assim. 90% de certeza que eu vou gostar. Mas se você realmente quer que eu te peça em casamento pode me dar um macbook...

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

WAR

WAR é só um jogo de tabuleiro que persiste bravamente nessa geração voltada para jogos eletrônicos. WAR é um joguinho simples, cujo objetivo é justamente chegar ao seu objetivo escolhido previamente. Em WAR você conquista Ásia, África e mais um continente à sua escolha. Em WAR você conquista 24 territórios. Em WAR você destrói os exércitos azuis. Em WAR você conquista cinco pontos estratégicos e posiciona 10 exércitos em cada um.

WAR é um jogo que você leva pra jogar com os familiares na viagem. Porque família sempre resolve viajar praquela cidade que para de funcionar antes das 10 horas da noite. Que você tem que correr pra jantar antes disso enquanto as pizzarias e lanchonetes ainda estão abertas, porque quando passar das 22h tudo fecha e a cidade dorme. Cri cri cri...

WAR é um jogo pra se levar quando ninguém é viciado o suficiente pra saber jogar truco. Nem há tantos controles suficientes pra todo mundo jogar Super Nintendo no emulador do notebook do seu irmão. WAR é aquele jogo que demora 2 ou 3 horas pra acabar. E que apesar de seus pais e avós gostarem de assistir sua prole jogando, sempre vão dormir e acabam por saber o resultado final da partida só no dia seguinte.


WAR é aquele jogo bonito que todo mundo começa a jogar feliz e sorridente. Mas, nessa família, ninguém gosta de perder.


WAR é um jogo que faz com que emoções aflorem. De acordo com as sensações durante o jogo, ou de acordo com as vontades que temos de expressar nossos sentimentos familiares, o que importa é que é um momento único da vida. Momento esse que depois você vai poder passar o resto de seus dias dizendo que "fiquei nervosa por causa do jogo". E todo mundo vai entender, vai aceitar.

Eu joguei WAR com os tios e irmão 3 dias entre o Natal e Ano Novo.

- No primeiro dia eu fiz beicinho porque perdi e era meu aniversário, eles não tinham mais que a obrigação de ter me deixado ganhar. Então me deram um abraço coletivo de parabéns com a esperança de que eu ficasse feliz com isso. Eu não fiquei não. Eu perdi o jogo, caramba! Ainda se tivessem me dado uma grana, mas abraço? Façam-me o favor.

- No segundo dia implicaram porque eu tinha muitos exércitos na Alemanha, que é um território pequeno e me roubaram porque não me deixaram usar minhas próprias peças. Alegaram que mentira que estava tudo lá. Mano, a peça é minha. O território é meu. EU QUE SEI, tá sacando? Então joguei tudo as bolinhas pra cima e foda-se a dona do jogo que ia ter que procurar pelo chão depois.

- No terceiro dia eu tava toda empolgada porque agora sim estava ganhando, todos os meus exércitos no tabuleiro, todos os aviões atacando. Muito empenho. Pra dona do jogo roubar assim na cara dura e ganhar de repente. Eu fiquei com cara de tacho. A indivídua ganhou todas as três vezes que jogamos. Tipo assim, ela deve fazer só isso na vida. Além de toda a robalheira de mudar os exércitos de territórios sorrateiramente durante o jogo e tals. Eu falei que nunca mais jogo essa merda. Pelo menos não a dela. Então eu fui contra todos os meus 31 anos de educação e verifiquei se a minha mãe estava dormindo mesmo, que eu não sou besta nem nada. Daí abri a porta e mandei todo mundo pra fora da minha casa.


Sentimento natalino. Emoções familiares. É bonito mesmo. Eu acho.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Sobre dar parabéns

Então. Eu acho que dar parabéns é uma coisa chata. Sei lá, monótono ficar ligando e falar aquelas mesmas coisas de "muitas felicidades, saúde, paz, amor" e blablabla do raio que o parta. Que saco. Todo mundo já sabe que naquele dia fatídico todo mundo vai ligar e falar a mesma coisa. E, sei lá, eu fico meio com vergonha. De ligar e falar a mesma coisa que todo mundo. Tão previsível. E o aniversariante fica lá do outro lado falando 'obrigado' como se não fosse a quinquagésima nona vez que estivesse ouvindo a mesma frase naquele dia. E então que faz quase 30 anos que eu me obrigo a ligar para certas pessoas e dizer parabéns. É, porque por mais que eu não queira, sempre tem alguém que a gente PRECISA ligar. Aquela tia atenciosa, por exemplo. Ou pai e mãe. Avó. Ou a melhor amiga. E então, para essas pessoas específicas (porque as outras, apesar de eu lembrar sempre do aniversário de quase todo mundo, eu nem me dou ao trabalho de ligar por todos os motivos que já citei acima) eu decidi desejar umas coisas diferentes, pra mudar um pouco a rotina. Desejo baladas pra pessoa dançar até cair. Desejo muitas latinhas de cerveja pra beber até cair. Desejo um balde de pães de queijo pra comer até cair. Desejo um monte de homens gostosos pra dar até cair. E aí citando aqui pra vocês eu chego à breve conclusão que no fim das contas eu sempre desejei que todo mundo caísse e pronto.

Daí, pensando no outro lado da moeda, afirmo: lógico que eu fico esperando os parabéns das pessoas no meu aniversário. Óbvio que eu ando com o celular a tiracolo. E daí que tem que ligar e falar a mesma coisa que todo mundo já falou? Eu vou esperar sim a sua ligação porque você não tem mais que a obrigação de me ligar no meu aniversário, pessoa linda e necessitada de atenção nesse dia que sou. E aí eu posso dizer pra vocês que não. Não tem o mesmo efeito dar parabéns por msn. Muito menos por orkut. Facebook, twitter, e-mail. Não. Pra mim só tem validade se for ligação. Melhor ainda, se me der pessoalmente e com meu presente debaixo do braço. Mas não.

Acontece que eu faço aniversário em 26 de dezembro. Sabe? Tá todo mundo de ressaca do Natal e fazendo planos de Reveillon. Bonito assim. E então eu devo dizer que faz 30 ANOS DE VIDA que eu sou uma pessoa frustrada porque nas minhas festas de aniversário sempre estava todo mundo viajando. Se bem que hoje eu não ligo mais não. Hoje eu me limito a sentar ali num Outback da vida e encher a cara de sorvete. Sozinha mesmo. Porque nenhuma balada abre no dia do meu aniversário, pra variar. Enfim, já acostumei. O que eu não acostumei mesmo são os recados no orkut. E então esse ano eu decidi que ia apagar o dia do meu aniversário das redes sociais. Bonito assim. E quero só ver quem vai lembrar. Porque pra mim vai ter valor assim. Alguém que lembrar sem aviso automático. Sem a foto da minha cara lá na sua página inicial dizendo OI, É MEU ANIVERSÁRIO, VOCÊ TEM OBRIGAÇÃO DE ME DIZER PARABÉNS. E então, avisando uma amiga dessa minha decisão, eu ouvi "xi, eu posso esquecer". E então eu já falei: problema seu. Que anote na agenda. Que coloque post it no peru de Natal. Que escreva no cabeçalho das passagens da viagem. Não quero nem saber. Esse ano eu decidi que quero felicitações apenas de quem se lembra de mim. Ou de quem faz esforço pra não esquecer, que seja. Porque eu estou cansada de ouvir desculpas do tipo "não deu pra te ligar porque eu tava viajando pra putaqueopariu, sabe como é, você faz aniversário bem nesse dia!" e então quando passa o ano as pessoas emburram porque eu não liguei nos aniversários delas, porque é óbvio que se elas fazem aniversário em qualquer outro dia chato do ano e espera-se que eu não tenha mais nada pra fazer além de ligar pra dar parabéns porque eu não tinha mais que obrigação.


Sugestão de comunidade para o momento: aqui.

Não fui eu que fiz não, mas com certeza é uma das melhores do Orkut.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Sobre o Ponto Crítico

Então que aquela coisa que todo mundo diz que uma mulher se arruma para as outras mulheres é bem verdade. Mas não é só isso. Mulheres se comparam com outras mulheres desde sempre e pra sempre. E por volta dos 30 anos não é mais quem tira as melhores notas nas provas, quem chama mais a atenção dos meninos na escola ou quem é mais popular que importa. Importa o que você fez até aqui.

Aí que eu abro o Orkut e dou de cara com lindas famílias, maridos musculosos, viajados. Crianças com lindos cachinhos e olhos azuis que escolhem alegremente abóboras para o Halloween. Sim, porque moram fora do Brasil. E acho legal, sabe? Acho bonito ver que as pessoas cresceram, se desenvolveram, se reproduziram. Eu juro que só tenho Orkut porque acompanho de perto o crescimento de algumas crianças muito fofas que eu tenho vontade de apertar. Bonitinhos. Que bom que as antigas amigas casaram com alguém que parece perfeito, porque as fotos são sempre de comercial de margarina, e tiveram filhos lindos. Tem gente que estudou comigo e tá indo feliz da vida para a terceira gravidez. Que bom, eu realmente fico feliz por eles, de verdade. Mas tem gente que não pensa assim.

Tem gente que pensa que os outros se empenharam em casar e ter filhos... e aí? Onde fica a parte de aproveitar a vida? De estudar, viajar, fazer cursos? Onde ficam as noites de balada? De pegação? E a segurança de ter um bom emprego, para evoluirmos e crescermos profissionalmente e financeiramente? Onde fica aquela coisa de investir em imóveis, ações ou o que quer que seja para que tenhamos um futuro tranquilo? Então o pensamento é sempre 'Fulana casou e mal terminou o ensino médio pra fazer comercial de margarina. Assim até eu.' contra o 'De que adianta Ciclana se gabar que é doutoranda que ganha rios de dinheiro e viaja pro exterior todas as férias se continua encalhada?' Não sei o que é melhor, sabe? Sei que pra todo mundo sempre parece que está faltando alguma coisa e que eu só penso cada vez mais que nessa vida não se pode ter tudo.

Acho normal e que faz parte da vida das mulheres a rixa do tenho marido x tenho carreira. Mas o que eu não consigo mesmo aceitar é a busca incessante por um casamento que a maioria faz. Não entendo. Uma vez me disseram que mulheres fazem a vida em tópicos. Tópicos que precisam alcançar e ticar, como simples metas ou afazeres de um dia. Fazer faculdade - tique. Curso de inglês - tique. Trabalhar em uma boa empresa - tique. Alcançar salário tal - tique. Comprar aquele sapato caro - tique. Namorar o cara mais cobiçado - tique. Concordo que isso é realidade. E concordo que cada tópico tem um prazo para ser concluído. Agora bota tudo isso no MS Project e veja os pontos críticos. Eu te conto: o ponto crítico de uma mulher solteira é chegar perto dos 30 anos sem casar. Sem dó nem piedade. É isso aí e pronto. E depois desse, é chegar perto dos 40 sem ter filhos. Não tem outra opção. E não venha me dizer que estamos no século XXI, que isso é coisa do passado, que as mulheres hoje procuram primeiro a carreira profissional e que essa coisa de casar tá em segundo plano. Balela. O objetivo profissional pode até estar em primeiro plano, mas aos 30 anos isso tudo vai pro espaço porque o desespero do momento é casar. Tá.

Eu? Quando eu tinha uns 8 anos queria casar aos 25. Queria ter o primeiro filho aos 27. E quando dizia isso as amiguinhas me olhavam dizendo nooooooossa, que tarde. É, porque todo mundo queria casar antes dos 20. Os tempos eram outros. Acontece que eu, hoje com 30, olho minha mãe. Que casou com 18 e ficou grávida na lua de mel. E eu não acho que ela tenha aproveitado a vida, sabe? Se você perguntar pra ela, como pra qualquer uma das amigas de escola que estão no terceiro filho, todas vão dizer que são felizes porque suas famílias são lindas, claro. Mas eu, aqui de fora... porque não fazer mais? E eu não estou dizendo que casar cedo é um problema. Não é não. Acho que se você tem 20 anos e resolveu que achou o amor da sua vida e vai casar lindamente e viver de amor... pô, que bom. Que bom MESMO porque os amores que a gente vive aos 20 anos não vive nunca mais. Porque aos 20 anos tudo é sem preocupações, tudo é sentimento. E depois dessa fase a gente já começa a colocar empecilho em tudo e dificultar cada detalhe. Encontrou a alma gêmea aos 20? Que lindo. Casa lá mesmo e seja feliz.

Eu não concordo é com o ponto crítico. Não concordo em ver que a maioria das mulheres solteiras da minha idade - e nem preciso ir muito longe, nas amigas mesmo - têm o ponto crítico soando como sirene de bombeiro. Piscando em vermelho na testa desesperadamente. Porque eu não casei, socorro, e tem que ser agora. E aí não acho justo, nem com elas nem com os homens. Com eles eu não acho justo porque, coitados. Distraídos, com pensamentos altamente complexos como o próximo técnico do time ou o café do escritório que anda ralo, andam despreocupados em seus caminhos.... e, de repente, caem em uma das armadilhas das desesperadas em ponto crítico piscante e com sirene. Também não é justo com ela, que se sente cobrada, ainda hoje, no século XXI, pelas tias e avós por ser a sobrinha mais velha e que está na hora de casar. HAN. Veja bem. O QUE IMPORTA É CASAR, não importa com quem. E também não acho justo com os dois. Um homem enganado, que acha que era mesmo a última bolacha do pacote e que teve sorte por uma mulher dessa se apaixonar por ele.... e uma mulher, que casa com quem não é apaixonada e tem que lavar a cueca com freada de alguém que passa muito longe de seus sonhos de príncipe encantado.

E aí agora eu vou dizer pra vocês uma coisa aqui entre nós. Eu, SE casar, vai ser com alguém que eu esteja apaixonada. E podem me chamar de frufru, de cor de rosa, de farsa... seja lá o que for. Porque eu me recuso a casar com o primeiro que passar só pelo casamento em si. Eu acho que casamentos já são tão difíceis de durar com a gente gostando da pessoa..... imagina casando só por casar. Só pra entrar na igreja de branco e com todo mundo me olhando. Eu sou tímida. Só pra dar festa pra galera encher a barriga às minhas custas. Nem a pau. Não quero não. Esse item na minha lista nem é crítico. Juro que eu sou exceção da regra e está lá como um acaso. Se acontecer, muito bem. Senão, terei gatos. Farei horta. Bordarei panos de prato. E vou mesmo pensar que se não aconteceu comigo essa coisa de ter lindas fotos de margarina... é porque eu entrei em acordo com alguém do lado de lá que queria que fosse assim. E eu sou eu, né?

Aqui do lado de cá eu analiso as amigas. As que namoram há muitos anos e querem casar com aquele talvez só porque esteja mais à mão e deixam de lado o fato que o relacionamento já deu o que tinha que dar. As que colocam como meta uma letra do alfabeto e saem catando desesperadamente todo homem que começa com R e apaixonando no segundo encontro. As que estão mudando pra Aracajú porque o príncipe encantado mora lá e só é príncipe exatamente porque mora longe. Eu faço o meu papel de amiga e aconselho. Presta atenção, veja se é isso mesmo. Se fosse qualquer outra pessoa eu ia mesmo pegar o meu balde de pipoca e assistir. Mas com as amigas é preciso fazer exceção e dizer o que eu penso. Mas sou da opinião que cada um faz o que quer e boa sorte. Tá incomodada que todo mundo da época de escola tá casando e você não? Tudo bem. Vai lá. Marque encontro. Conheça amigos dos amigos. Vasculhe no Orkut alheio. Entre no bate-papo. Se associe a sites de namoro. Tudo bem. Pode até me contar depois. Eu não sou do tipo que critica não. Vou me divertir com as histórias, vou opinar. Mas sabe. Certas coisas eu acho o cúmulo. E ouvir que a fulana falou que quer casar porque foi criada pra isso e não tem outros objetivos de vida.... pra mim foi demais.


sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Sobre Sarna pra se Coçar

Tá se sentindo sozinho? Abandonado? Ninguém te liga? Ninguém te dá atenção? Tédio? Pouca coisa com o que se ocupar? Pois eu tenho a solução: VENDA PRODUTOS NO MERCADO LIVRE.

É. Porque de repente você vai receber milhares de ligações, até o Papa te ligando pra querer pechinchar e marcar lugar pra vc entregar as coisas. Você cansou de receber milhares de spams e power points cuti-cutis do inferno no seu e-mail? Pois venda produtos no Mercado Livre, porque vc começará a receber milhares de e-mails perguntando qual é o número da sua conta pra depositarem dinheiro! É ou não é uma maravilha?

Em partes. Porque realmente alguém vai te ligar de 5 em 5 minutos durante o dia. Enquanto você está comendo. Enquanto está dirigindo. Enquanto está na aula de dança. E claro que você vai ter que ser gentil. Florzinha. Pessoa amor. Eu sou, sabe? Fiz curso de pessoa amor. Ainda mais que a minha conta no banco está ficando gordinha. Até o Grinch fica pessoa amor nessas condições. E que amanhã eu vou fazer mercado e parar de olhar aquelas 3 salsichas fazendo eco na geladeira (porque o melão passado eu já comi).

Daí que a minha vida agora é responder florzinha às ligações. É responder florzinha os e-mails. É tirar foto das minhas coisas, é medir embalagem. É empacotar. É ir ao correio. De novo. E de novo. E aí que eu já tou ficando conhecida no correio. Ontem o rapaz perguntou 'o que é isso, um quadro?' E eu fiquei perguntando se devia responder 'não, são Smurfs'. Smurfs muito dos valiosos, por sinal. Porque antes de colocar preço, eu pesquisei. E vi lá pra vender uma casa de Smurfs igual à minha, só que cabiam só 6. E não incluía os Smurfs. Por 250 reais. Já eu, com uma casa de família Smurf, incluindo todos os 23 Smurfs, vendi por 290. Assim que eu anunciei, vendeu. Eu sei que poderia ter anunciado por 500 reais que venderia, comparando à oferta que eu vi. Mas sabe... olhando eu praquilo... não pagaria mais que 50 reais. Enfim... acho que fiz um bom negócio (eu nem acredito que vendi Smurfs por 300 reais mais o dinheiro da postagem). E aí que eu acho mesmo que tou dando uma grana preta aos Correios, e que eles deveriam me pagar comissão. Vida de carregar pacote pra lá e pra cá. Marcar encontro no metrô. Na faculdade. Na rua, na chuva, na fazenda, ou numa casinha de sapé. O que a gente não faz pra vender alguma coisa.

Mas tá legal, viu? Além da conta gordinha, é bom saber que vão aproveitar as minhas coisas. Aquelas, que eu guardei por tanto tempo porque nunca fui pessoa de desapegar e queria uma pirâmide para ser embalsamada e levar todos os meus pertences depois que morrer. Mas não, no caixão não tem nem gavetinha e dessa vida nada se leva. Negócio então é vender. Porque dar dói mais, não tem a compensação da conta gorda depois. E já pensou que aqueles Smurfs vão virar uma linda cama box de casal pra eu dormir na diagonal? Vontade de sair pegando de volta tudo o que eu já dei até hoje pra vender. 'CRIANÇA! Me dá logo aí aquele piano meu que a minha mãe te deu, porque eu vou vender no Mercado Livre e ganhar uma grana fenomenal por ele!' 'Criança! Devolve aquela casa de Barbie e todas as outras coisas que eu te dei porque isso vale horrores lá no Mercado Livre e você nem me deu nada por eu ter te dado isso'.

É bom saber que aqueles ursinhos Puff que eu ganhei com tanto amor agora enfeitam um quarto de bebê no Cuiabá. E que aquele Timão do Rei Leão, tão amado, tá todo de cachecol lá em Porto Alegre nesse momento. E que os dados de pelúcia rosa vão pra uma namorada que 'estava doida por um desses' e serão um ato fofo de namorado para namorada como já foram um dia, antes de ficarem guardados lá por tantos anos. E que Mickey, Minnie e Bisonho... bom, esses vão passear de metrô em São Paulo mesmo, mas vão alegrar alguma festinha infantil e depois serão dados ao aniversariante, provavelmente um bebê que vai amá-los demais. E que, veja bem que supimpa, a essa hora meus 23 Smurfs estão chegando lá em João Pessoa, naquele céu azul, sol, mar e calor que faz naquela praia linda. Já recomendei que todos fossem de sunguinha pra morar naquele paraíso. E sabe? Vai ter mais um Mc Donalds em Osasco. Não de verdade, mas o meu, de briquedo, das antigas. Alguém lá vai fritar hamburgueres de mentirinha e vai ter uma infância tão cheia de criatividade como foi a minha.



PS: Para a pessoa descrente e pessimista (eu já consegui fazer, tá?) e pra mais quem quiser ver, segue aí o vídeo do bolero. Parece fácil? Até uma égua manca faria? Ôpa. Te vejo lá na fila dos descoordenados depois tá?

Postado por Renata às 11:08



Sabe que até deu vontade de ter alguma coisa pra vender? mas aí­ veio meu prof de cálculo contar as tretas que jah passou por causa do mercado livre.
Já o quesito dançar nem opino, uma vez q simplesmente desconheço!
kelly | Homepage | 09.07.09 - 9:45 pm

Smurfs, meu Deus! Se eu tivesse dinheiro sobrando eu juro que comprava, era doida por eles quando era criança. Tinha todos eles de louça, um amor. Foi quebrando um por um.

Tá virando uma comerciante de mão-cheia, hein? haha
beijos
Anna | Homepage | 09.07.09 - 5:16 pm

Renata do céu!

Entrei no seu mercado livre e vc está vendendo seu pense bem! Eu tenho um e não me desapego nem a pau! Ele e o Pre-Computer. Vou guardar para meus filhos e sobrinhos. Sei que corro um risco enooorme de acharem totalmente antigos, mas vou guardar, rs...
Bjos
Sabrina | 09.07.09 - 2:37 pm

Eu devia ter conhecido seu blog antes! Acho que todas as tralhas que eu tinha foram doadas. Se bem que, em alguns casos, doar é gratificante, mesmo que a conta no banco não fique gordinha! Mas...de qualquer modo, vou dar uma olhadinha no meu baú de bugigangas pra ver se ainda acho algo assim "de valor"! Beijos

Lilica | Homepage | 09.06.09 - 12:51 am

Eu sei a dificuldade que é dança de salão,eu já vi de perto!Que bom que teus negócios no Mercado Livre estão prosperando.Os meus afundaram ¬¬

Erica | Homepage | 09.05.09 - 2:07 am

Que bom que deu certo o negócio todo. Só fiquei curiosa para ver essa coleção dos Smurfs.

Bjitos!
*Lusinha* | Homepage | 09.04.09 - 4:53 pm

Lucrar 300 pilas em Smurfs vai contra todas as leis da economia mundial. Você é um fenômeno, já disse. E pensar que poderia ter lucrado ainda mais...

Complicado mesmo essa parada de dançar bolero. Só agora entendo a sua dificuldade INICIAL. Mais difícil ainda deve ser não cair no sono dançando esse negócio. Sei lá, viu.
Bjo pra ti.. :D
Edgar | 09.04.09 - 4:20 pm

Tai, vou catar de dar um jeito de fazer esse trem, pq se vc ganhou 290 nos smurfs, eu vou ficar rica, com as minhas traalhas!! Acho que vou vender tudo no mercado livre!!!!!

Só preciso descobrir como!
Beijos (saudades de vc - de novo, e só eu)
Jana | Homepage | 09.04.09 - 2:27 pm

Seu post sobre o mercado livre foi demais, estou ate interessada em me empenhar e conhecer melhor sobre como vender meus terecoteco pela internet.

Se tiver algumas dicas e puder me passar,a saideborracha.blogspot.com agradece!
Bjk
Drika | Homepage | 09.04.09 - 1:31 pm