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quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Da superficialidade da astúcia

Dia desses eu fui no show do Foo Fighters. Eu não podia deixar de escrever sobre isso, e não vou deixar mesmo. 

Vou começar dizendo que eu não passei a noite na fila, porque isso eu nunca fiz mesmo. Também não passei o dia na fila, porque isso eu realmente não tenho mais idade de fazer mesmo. Aliás, depois daquela briga com o cara no show do Bon Jovi eu meio que perdi o tesão de ir em show no meio da muvuca. Dessa vez eu cheguei quase 19h, três horas depois de o portão ter aberto, fui na pista normal mesmo (e não na VIP como há alguns anos), e fiquei lá atrás. Vi Dave pequenininho, paciência. Mas nada paga o meu sossego.

Aos 35 anos na cara, a vibe foi ir sozinha (ir em show de rock sozinha não tem preço!), ficar lá atrás, de boa, em um lugar que eu conseguia ver muito bem o telão e ouvir muito bem a voz do cara. Ah, o meu amor por homens que gritam. Cheguei quietinha, no meio da multidão, andando pelo meio das pessoas e procurando onde estaria esse bom lugar. Dei uma olhada geral, daqui e dali, e o lugar escolhido foi encostada em uma das grades que circundam aquelas grandes coisas que ficam bem no meio dos estádios em ocasião de shows. E aí é onde começa o que eu realmente quero falar nesse post.

Eu não faço a menor ideia do que são aquelas grandes coisas. É claro que caixas de som e iluminação é meio óbvio, mas de uns tempos pra cá há vários cercados com grandes coisas no meio. Sei lá, caixas d'água. Pra que ter caixas d'água no meio de um estádio em um show? Pra onde vai essa água? No show do Foo Fighters, bem na frente do palco e bem no meio do gramado, havia TENDAS com teto e laterais cobertos de lona branca. Fiquei sabendo lá que eram câmeras de televisão, porque o show ia passar, sei lá, no Multishow. Vocês conseguiram processar a conclusão do que eu disse? Tendas com lona em cima e nas laterais bem na frente do palco, ou seja, NINGUÉM CONSEGUIA FICAR ATRÁS DESSES TROÇOS E ENXERGAR O PALCO. Gente. No meio do estádio, sabe? Eu paguei caro por esse show. E não consegui assisti-lo porque tinha tendas com câmera de televisão na minha frente. Conclusão: neste show, ou você era VIP e ficava muvucado apanhando das pessoas no gargarejo, ali bem pertinho do palco, ou você era um simples filho da puta do inferno, que tinha que assistir o show nas laterais do campo, perto dos banheiros, com visão ínfima e torcendo por aquele momento em que o vocalista da banda chega na lateral do palco e diz "oi para o lado direito/esquerdo da arquibancada do estádio!" (Dave traduziu bem isso em inglês e com o literal "fucking whatever" muito bem colocado em suas frases). 

Fudido. É tudo isso aí o que a gente é. Paguei caro, porque eu amo a banda e acho que eles merecem demais o meu dinheiro para se sustentar. Mas quase a metade de tudo o que eu paguei foi pra essa gente que bota uma taxa de conveniência equivalente ao diâmetro da circunferência anal de cada um deles. Pra que eu paguei isso? Pra assistir um show vendo metade da metade da metade de um palco, onde o cara vocalista da banda, que é foda, parecia uma reles pulga, tamanha a distância que todo mundo foi obrigado a ficar do palco, por conta que, aqueles mesmos caras da circunferência anal, já não bastando ganharem muito do meu dinheiro, ainda precisavam filmar o show pra ganhar sei lá como e sei lá porquê a audiência de uma galera que nem pagou nada (além do preço absurdo de uma tv paga), mas que talvez assistisse pela tv.

Isso é o que? É gente bosta oferecendo serviço de bosta a preço de ouro e às custas de alguém que oferece um serviço ouro. O problema é, sabe o que? O intermediário. Exemplo: eu faço compras no Ceagesp. Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo. Mas esse negócio, caso você não saiba, tem em toda cidade. Se não com esse nome, com algum outro nome parecido. O que é isso: um grande centro de distribuição de comida fresca. Ou seja, uma grande feira. Acontece que o produtor, sei lá, digamos que ele tenha um sítio simpático e plante batata. Planta batata em uma escala considerável e resolve vender no atacado. E então ele precisa de um lugar para estocar a batata dele e vender para feiras de rua e mercados. E então ele aluga um box, no Ceagesp, onde vende as batatas dele para varejistas. Ta tudo muito bom, ta tudo muito bem, mas pode melhorar: o Ceagesp, três vezes por semana, vende no varejo. E é aí que entra a Renata, com seu carrinho de feira, podendo comprar dois quilos de batata pra fazer assada com requeijão, direto do produtor. Aquela batata simpática, redondinha, saborosa e barata. Porque o cara que está ali na barraca me vendendo é o mesmo que colheu essa batata no início daquela semana.

Essa é a vida linda de se ver. É a vida da Renata, que preza pela comida bem feita e pela boa batata a preço justo. Que tem tempo, paciência e carro, pra poder ir lá no Ceagesp de tempos em tempos, fazer a feira, porque por acaso, por milagre de Deus e hábito familiar, o Ceagesp fica relativamente perto da minha casa. Mas essa não é a vida de quase todo o resto da população. Quase todo o resto da população pode ser encontrado no Extra, quase na esquina da minha casa, no meio dia do primeiro sábado do mês, logo depois do pagamento. Naquele demonstrativo do inferno, das enormes filas no caixa, das crianças gritando, das senhoras enfiando o carrinho nos calcanhares alheios, e o locutor do Extra informando no microfone que "agora começou a promoção da televisão e quem chegar agora aqui no corredor do eletrônico leva". 

Lá, na fila do Extra na esquina de casa, ao meio dia do primeiro sábado do mês e logo após o pagamento, os carrinhos estão cheios de batata. Da batata comprada no mercado, que é a mesma batata comprada em qualquer mercado, grande ou pequeno, na feira de rua ou na quitanda. Essa batata é a mesma que está lá à venda há 1 mês. Essa batata saiu do mesmo Ceagesp que a Renata faz compras, só que antes de chegar na mesa da dona Terezinha, mãe da Priscila, passou por uma meia dúzia de caras que carregaram e revenderam a pobre da batata. Essa batata, em uma mesma curva, superfaturou e despencou de qualidade em sabor e durabilidade. Ou seja, a dona Terezinha, mãe da Priscila, vai comprar a batata, pagar o olho da cara, carregar até em casa morro acima, e em uma semana essa batata estará podre. Por causa de quem? Dos intermediários, claro.

Os intermediários do show do Foo Fighters (e de todos os outros shows internacionais no Brasil) são grandes filhos da puta. E já sabendo disso, eu, ali encostadinha na grade de alguma grande coisa que algum grande filho da puta resolveu colocar no meio do estádio, me consolei ao ver o Dave só pelo telão. Aquela barba. Aquele cabelo. Aquele humor. Aqueles diálogos incríveis. Aquela inteligência, que fez com que, de repente, ele aparecesse atrás das barracas de lona dos filhos da puta da tv. Ou seja, ali, bem pertinho de mim. E aqui vai o meu salve para os produtores do show, que colocaram uma passarela para o cara andar além do palco, mesmo nesse país de filhos da puta.

Vai dar piti pela minha última frase, porque você é brasileiro e não desiste de ser filho da puta nunca? Pois eu ainda não acabei o meu post: eu lá, na grade, me consolei por ver um show por um telão, lá longe, de boa, curtindo minha música, dançando e cantando sozinha. Eu, na minha bolha de paz. Sabia cantar todas as músicas do show, até as menos famosas. No lugar que escolhi pra ficar permaneci até o fim do show. Do lado do bombeiro, camarada de boa. E o mundo seria um lugar bem melhor se todo mundo estivesse se comportando igual eu e ele. MAS NÃO. As pessoas andam o show inteiro. Se você não está lá no gargarejo, no meio da muvuca, morrendo de sede, com o braço suado e enrolando nos cabelos da menina que está na sua frente que insiste em deixá-los soltos, encostando nos outros braços suados das pessoas que estão dos seus lados, sentindo a pessoa de trás te encoxando e sendo levada pra todos os lados e torcendo apenas pra não cair e não ser pisoteada, você está lá atrás. E se está lá atrás, tem gente andando pra lá e pra cá, o tempo todo, em todas as direções aos seus lados e, pode parecer incrível, mas a sensação é a de que você está sempre no caminho de todo mundo.

Agora me fala: pra que, inferno? PRA QUE? Por que vocês não fazem igual à pobre infeliz aqui, que escolhe um lugar pra ficar E FICA até o show acabar? Por que? Você tem incontinência urinária? Passou o dia na fila e precisa ir ao banheiro? Quantas vezes você vai ao banheiro por show? Ah, precisa comer? Porra, mas não passou o dia inteiro na fila fazendo nada além de comer? É bebida o que você quer? Não tem as tiazinhas passando no meio da multidão com aquele isopor bem na minha cara logo quando eu consegui um espaço ridículo entre duas cabeçonas pra enxergar o show?

Fica aquele bando de gente, andando pra lá e pra cá, sem prestar o mínimo de atenção no show, atrapalhando quem pagou e quer VER a banda tocar. Só isso que eu quero, gente. Ver e ouvir o cara cantar. E então, quando a pessoa abstrai porque não dá pra colar Super Bonder na cadeira igual faziam na escola e resolve que não, não é um bando de baratas tontas passando em todas as direções que vai estragar o meu show, de repente a pessoa que está na sua frente vai lá e LEVANTA A MÃO COM CELULAR PRA FILMAR O SHOW BEM NA SUA CARA E TAMPA TODA A SUA VISÃO.

Sério. O povo paga um show internacional pra ficar zanzando pra lá e pra cá. Paga pra ficar filmando. Paga pra não dançar nem cantar porque... será que eles sabem? Ou será que alguém falou "pô, cara, vou no show do Foo Fighters" e o cara pensou "Full Faiters, não sei o que é isso, mas se é o point vou também". A impressão que eu tenho é que todo mundo vai em tudo, sabe de tudo, passa horas na madrugada pra ver o Castelo Rá-Tim-Bum ou debaixo de sol pra ver as esculturas lá de cabeção, mas sem prestar atenção em nada, sem pensar sobre nada, nem se gostam ou não. A impressão que eu tenho é que todo mundo vai em tudo, paga tudo, fica na fila de tudo... pra tirar selfie. Pra postar no Facebook. Pra dar check-in e dizer pra todo mundo que foi. Ah, você foi em tudo, meu filho? Foi na maior exposição do momento, foi no show do ano, foi no melhor restaurante e assistiu ao filme mais falado? E sobre o que era o filme mais falado? O que você achou do prato que experimentou no melhor restaurante? O que foi que Dave Grohl falou entre suas músicas? E quais músicas cantou, além de Everlong, Best of you e Learn to Fly? Até Dave, o melhor capricorniano que conheço além de babybrother, tirou sarro da galera que só sabia cantar o ôôô de Best of you. E você, reparou que o cara tava tirando sarro da sua cara? Ou você estava ocupado tirando uma selfie bem na cara da Renata, que foi ao show somente, olha que absurdo, pra ver e ouvir o cara cantar?

Os intermediários são sim filhos da puta. Mas o resto da população também é. E aí eu penso, minha gente, que apesar da dona Terezinha, mãe da Priscila, comprar a batata semi-podre no Extra no sábado na hora do almoço primeiro do mês e logo depois do pagamento, não ir ao show do Foo Fighters, tem muita gente que faz a feira do mês no Extra e vai ao show. E pra esse povo, a batata semi-podre é mais que o suficiente.





segunda-feira, 23 de setembro de 2013

22 de setembro de 2013

Eu perdi o Rock in Rio do Bruce Springsteen pra dormir, mas tudo o que veio depois compensou isso. Coloquei o celular pra despertar às 4h da manhã e quando contei isso para as pessoas todo mundo me achou meio maluca. Mas eu não sei porque eu posso ser maluca ao acordar 4h pra fazer alguma coisa que eu vou gostar muito, mas não sou maluca quando acordo 4h da manhã pra trabalhar todos os dias, o que é fato. Ah, esse povo não sabe de nada. Calem suas bocas.

Acordei 4h da manhã feliz da vida, mas diferente do que foi da outra vez. Em 2010 eu não estava cabendo em mim em pensar no sonho que realizaria naquele dia. Mas ontem foi uma alegria mais contida, mais sã. Estava feliz, mas não estava ansiosa. Tomei meu café, escovei meus dentes, coloquei minha camiseta que tinha cortado no dia anterior e fui ao banheiro sabendo que essa seria a última vez por horas que eu podia fazer isso naquele dia.

Saí ainda com o céu escuro. Desci a rua como quem não pensa em nada além do vento no rosto e na ilusão de despreocupação. Peguei o ônibus, desci, andei pela rua deserta. E cheguei na fila que eu já sabia me esperar. Dessa vez mesmo tendo chegado mais cedo a fila estava maior que em 2010. E ainda ficaria muito mais. Concluo que o poder aquisitivo do brasileiro cresceu em 3 anos, porque a quantidade de pessoas na fila da pista premium do show era bem umas 3 vezes maior agora do que era antes. E é por isso que as pessoas pagam o absurdo de quase mil reais por um show. Porque pagam. E quem ganha com taxas de conveniência... ah como esse dinheiro chega fácil.

Já cheguei puxando assunto e sendo simpática com as meninas que estavam no fim da fila, porque é assim que a gente tem que ser quando sabe que vai passar o resto do dia ao lado daquela pessoa que antes era desconhecida. E o mesmo fez quem chegou depois de mim. E em menos de 10 minutos já éramos amigas de longos anos. E então, na alegria e na tristeza, na riqueza e na pobreza, na dificuldade e na necessidade, no fim das contas já estava todo mundo dividindo seus lanches, suas garrafas de água e a minha maçã, enquanto filosofávamos loucamente sobre as vidas dos integrantes da nossa paixão em comum, compartilhávamos experiências e conhecimento e a opinião sobre a beleza do namorado de uma, sobre a profissão da outra e sobre como o pai de alguém parecia o Patrick Swayze. Isso sem contar a amizade que a gente fez com o menino que estava organizando a nossa fila (que era bem bonitinho, mas quando perguntamos se ele pegava muita mulher com essa profissão de organizador de eventos ele respondeu que "elas só se aproximam de mim por interesse". Own, fofo.) e as VÁRIAS vezes que falamos mal da mulher que Jon beijou na boca no Rock in Rio. Rosana, vulgo Maria Bethânea (apelido que todas as fãs de Bon Jovi deram a ela) estava lá, claro, passeando pra lá e pra cá e aproveitando de ter se tornado uma sub-sub-sub-celebridade. A nós restava, além do recalque e da zoeira cada vez que ela passava (eu gritei pra ela ir arrumar o que fazer e lavar uma louça) as especulações de quem seria a próxima felizarda a subir no palco e o que jogaríamos em Bethânea caso Jon a chamasse de novo.

Após 10 horas de muita dor na bunda por termos passado tanto tempo sentadas (dor essa que permanece mesmo eu estando agora sentada no meu sofazinho confortável), 2 reais a menos que eu paguei pra ir no banheiro, um São Pedro hipocondríaco que brincava conosco mandando chuva ou sol ou chuva e sol de 5 em 5 minutos (e a gente fez um exercício danado no esquema abre e fecha e abre guardachuvas), chegou nossa hora de ver os portões do estádio se abrirem e o nosso desespero de entrar correndo loucamente por um bom lugar. Achado isso, mais algumas horas sentada (dessa vez naquelas placas de plástico com furinhos que colocam pra proteger a grama do estádio - juro que minha bunda ficou com calo, mas isso são ossos do ofício que todo fã de shows sabe que é necessário passar. Uma vez em pé, nunca mais na vida você vai conseguir sentar).

De repente todo mundo que estava sentado levantou e eu quase fui pisoteada porque demorei um pouco mais pra entender o que estava acontecendo. Todo mundo correu pra chegar na grade. E aí, mano. Mano. MANO. Não deu pra respirar. Eu nunca fiquei naquela situação na vida. Nunca. NUNCA. Da outra vez o negócio foi que a gente não conseguia levantar ou abaixar os braços, mas dessa vez ficou BEM pior. Porque as pessoas não conseguiam respirar, sabe? E então, Deus, eu agradeci. Agradeci todos os meus 1,72m de altura que quando eu estava na adolescência odiava. É lindo ser alta. É divino. É lindo poder conseguir respirar no meio da multidão enquanto alguém enfia a barriga quase dentro da sua bunda de tão encostado e a criatura da frente enfia os cabelos na sua cara. Mas a gente consegue respirar. Nossa, que máximo.

Assim ficamos, em uma luta sem fim com quem empurrava de um lado para outro e para frente. Uma multidão de pessoas, como um mar infinito. E eu lá, uma reles gota d'água. Enquanto esperávamos o início do show tocou Welcome to the Jungle, Guns 'n Roses. E então eu eu achei a música bem propícia para o momento. Conversas daqui, brigas dali, quase não demorou pro Nickelback entrar e dar um show. Nem sou fã da banda, mas gosto de algumas músicas. E todo mundo amou, porque até os holdies são bonitos, gente. Que gente linda. E aquele guitarrista de meu Deus? Enfim: Nickelback é uma banda que antes eu achava bonitinha, mas agora assistindo o cara cantar ao vivo, a tamanha empolgação não só de quem é da banda mas também do pessoal da organização e a vontade de fazer uma coisa bacana imperou e me surpreendeu bastante para o lado bom. E agora eu vou gostar mais deles ainda. "Vocês estão bem? Vocês estão curtindo a nossa música? Mentira, vai. Vocês vieram aqui pra ver o Bon Jovi!". Ô dó.

Depois de músicas lindas, um show de simpatia e disposição e uma performance incrível de Ryan Peake (eu sou esperta, já procurei o belezinha), quando Nickelback acabou de cantar só restou a nós a reclamação pelo espaço que ainda estava difícil até de respirar. Mas não demorou muito para o mais lindo de todos os lindos da face da terra entrar no palco.

E nossa, como está lindo. Como continua lindo. E felizmente dessa vez, apesar do aperto e do empurra-empurra eu pude ficar novamente bem de pertinho. Que olhos azuis. Que pele branquinha. Que biquinho. Coisa linda. Ele entrou cantando as mesmas músicas que cantou no Rock in Rio, mas depois de três ou quatro músicas ele parou. E contemplou. E amou. Todo mundo juntinho batendo palmas e balançando as mãos como ele pedia. Todo mundo participando e gritando e cantando e levando bexigas e confete e vários cartazes com escritos do tipo "eu sei cantar as músicas" com referência à Bethânea, tão nossa conhecida, que subiu no palco mas não soube cantar a música que Jon tocava no momento. Então Jon comentou que isso sim é o que ele queria. Que São Paulo é melhor que o Rio. E aí pronto. Morumbi veio abaixo e a alegria toda foi mútua. Jon se transformou na criatura agradável e participativa que é na maioria dos shows e cantou feliz e animado e LINDO todas as músicas do set list.

Lindeza à parte, nem tudo foram flores. Estava eu aos pés de Jon, tremendo empurra-empurra e com dificuldade de respirar, já disse. Do meu lado, um cara com a mulher. Que de repente resolveu que ia me bater.

O retardado resolveu brigar porque estava todo mundo empurrando. Mas não resolveu brigar com todo mundo, ele quis brigar COMIGO por isso. Porque segundo ele eu estava deixando as pessoas passarem pra frente, o que tirava ele e seus pés de gay do lugar onde ele gostaria de ficar. E me empurrava de um lado, enquanto uma mina franzina tentava se enfiar EM MIM pelo outro lado. Mas com gente franzina eu já estou acostumada e nem me preocupo. Elas são tipo igual mosca rodeando sopa, você tampa a sopa pra ela não pular e pronto. Mas ficou um de cada lado me empurrando até o momento que eu me enchi e virei O Incrível Hulk e com cada braço eu empurrei os dois um pra cada lado gritando pra que deixassem de ser retardados e parassem com isso. E o cara, com ar de deboche: "eu estou morrendo de medo dos seus gritos" para o qual eu respondi "mas da minha mão na sua cara você está, né?" E então foi nessa hora ou pouco depois que ele disse que ia acabar com o meu show e eu levei uma cotovelada na costela. O cara me empurrou absurdamente como se eu fosse a prostituta da mãe dele. E aí, mundo, não prestou. Do mesmo jeito que ele me empurrou eu fiz exatamente a mesma coisa com ele. Só que com o agravante de eu ter descoberto nesse momento que sou mais forte que aquele cara. Ah, o que um babybrother de 2 metros de altura e que pesa 100 kg não faz? Anos de treino! Eu empurrei o cara e junto com ele foram a mulher e as vagabundas todas que estavam com ele. E então eu olhei bem pra cara dele e falei que ele deveria ir no show do Metallica, porque é um covarde que vai no show do Bon Jovi pra bater em mulher. E a mulherada ao meu redor começou a se manifestar e a gritar e chamamos a segurança que mandou ele sair. A vaca da mulher dele defendeu o imbecil e eu olhei bem pra cara dela dizendo que o cara tinha me dado uma cotovelada na costela, questionei se foi mesmo com esse covarde que ela resolveu casar e se ele faz isso com ela em casa também. E então eu, as meninas ao meu redor e a segurança calamos a boca do casal esdrúxulo, que se afastou de nós e agora espero que estejam se fodendo na puta que os pariram. (desculpem pelo absurdo de palavreado desse parágrafo, mas eu estou realmente revoltada até agora com essa situação).

Sabe. Quando eu era pequena e minha mãe ia me buscar na escola ela sempre me ensinou que se alguém me batesse era pra eu revidar. Que não era pra passar de boba. E que se chegasse em casa machucada ainda ia apanhar. E eu a agradeço por isso. Eu posso ser rabugenta e briguenta, mas pra eu sair na mão com alguém tem que ter alguma coisa muito extrema. Mas é só alguém mexer comigo pra eu entrar na porrada e não sair mais até ter matado o energúmeno ignorante. Aquele cara ouviu tanto, porque eu gritei pro estádio inteiro ouvir que ele era um covarde imbecil que bate em mulher porque estava nervosinho pelo empurra que se ele tiver o mínimo de consciência e tiver prestado atenção no que eu falei não deve nem ter dormido à noite. E depois que acabou o show eu saí gritando e apontando pra ele e dizendo pra todo mundo que passava que aquilo ali era covarde que batia em mulher. Mas mesmo assim toda a raiva que eu senti por esse idiota ainda está aqui tão presente que eu tenho até vontade de stalkear todo mundo que comenta no facebook sobre o show só pra achar onde o cara mora e esperar ele na rua pra esfregar a cara do filho da puta no asfalto. Porque eu fiquei puta. Eu bati na mesma proporção, mas se eu tivesse uma arma era ali e nele que eu ia usar. Não tenham dúvidas.

Mas ódio doentio pelo imbecil à parte, devo dizer que o show foi lindo. Que os fãs paulistas tiveram a decência de não questionar a falta de Richie na banda enquanto Jon se apresentava, e pra ele isso aliado à toda a participação e alegria do público teve muito valor. Jon abusou de sorrisos e gracinhas e comentou várias vezes o quanto estava feliz com tudo. Agora ele pode finalmente provar a Richie que ele, Jon, consegue sim, sozinho, sustentar um estádio de mais de 60 mil pessoas. Mesmo no subdesenvolvimento e desorganização brasileiras.

O show foi lindo e extremamente emocionante, mesmo que dessa vez eu não tenha chorado. Jon continuou cantando só as músicas mais novas, acredito mesmo que pela falta de Richie em fazer os solos e a segunda voz que é mais presente nas canções antigas. David, bonzinho como sempre, em seus ótimos teclados e sustentando felizinho todas as decisões de Jon.

Livin 'on a Prayer, a última música tocada na noite, foi regada a um temporal que caiu sobre nossas cabeças e nos ensopou de tal forma que eu não sabia se conseguiria chegar em casa sem um barco. E na imensidão do estádio do Morumbi andamos ainda todos juntos e sem fôlego, mas agora com capas de chuva rasgadas e vestidas porcamente rumo à saída.


Conclusões da noite:
1 - Bon Jovi é e sempre será uma das bandas favoritas da minha vida.
2 - Jon Bon Jovi sempre será meu modelo número 1 de beleza masculina, não importa qual idade e corte de cabelo ele tenha.
3 - O show foi lindo, mas não emocionante. O que prova que talvez os melhores dias da vida da gente só existam uma única vez. Não dá mesmo pra tentar repetir, nada nunca vai sair tão perfeito como da primeira vez.
4 - O Brasil é lindo e eu sou super patriota, mas os brasileiros são uma população de merda. Nunca terão educação. Nunca poderão se comparar aos europeus ou americanos no quesito respeito com o próximo.
5 - Talvez esse seja meu último show visto tão de perto. E talvez tenha sido a última vez que eu tenha visto Jon Bon Jovi pessoalmente. :~


Em tempo: nem tudo aqui nesse fim de post é melancolia. Das amizades que eu fiz na fila, uma das meninas me avisou pra procurar um certo vídeo no youtube. Eu procurei, encontrei, e achei tão bonitinho que decidi compartilhar com vocês. Assistam! O vídeo é de outubro de 2007 e diz muita coisa sobre o meu ídolo tão antigo e tão amado.


sábado, 21 de setembro de 2013

Da melancolia da música

Rock in Rio 2013. Sexta feira, 20 de setembro. Bon Jovi cantou com apenas metade da banda. E foi muito triste.

Eu, aqui, mesmo sabendo que isso aconteceria, estava animada. Apesar do sono incrível depois de estar quase virada por ter visto Metallica na noite anterior. Mesmo assim, Bon Jovi é Bon Jovi. É tudo o que envolve a trilha sonora da minha vida.

E então começaram as notícias a respeito de ele não querer dar entrevista para o Multishow. De estar mal humorado. De não olhar para os lados e demonstrar irritação. E foi só quando ele pisou no palco que eu entendi todas essas atitudes anormais quando vindas dele, sempre tão simpático e galanteador. Jon está triste.


Eu, na minha adolescência despreocupada, sempre amei música, mas nunca fui muito de me prender a detalhes. Nunca fui esse tipo de pessoa inteligente que só gosta da música se prestar atenção na letra e gostar. Eu nunca prestei atenção nas letras de músicas internacionais. Pra mim a melodia e voz do cantor sempre bastaram. E as poucas vezes que eu tentava ouvir a letra sempre me decepcionava com o conteúdo da música tão amada. Ossos do ofício de ter odiado inglês durante mais da metade da minha vida até hoje. Ou do resquício "este Romeu está chorando mas você não consegue ver esse choro".

Pra mim Bon Jovi sempre foi só Jon Bon Jovi e suas caras e bocas. Até que eu saísse da adolescência e me aprofundasse de maneira mais madura em tudo o que eu gosto. Capricornianos são velhos em corpos de jovens, já diz a astrologia. E eu sempre acho agora que tudo o que eu gosto tem que ser baseado em alguma coisa profunda e intensa.

Faz poucos anos que eu passei a me interessar pelos outros integrantes das bandas que eu gosto nessa vida. E me distanciei da origem de Bon Jovi ser somente Jon. De Aerosmith ser somente Steven Tyler. De Foo Fighters ser somente Dave Growl. De Guns ser somente Axl. De Queen ser somente Freddie. E isso se deu principalmente depois que eu passei a baladar nos shows e casas de rock da vida. Passei a acompanhar a virilidade dos bateristas. O charme dos guitarristas. A deselegância discreta dos baixistas. A sensibilidade dos tecladistas. Tudo o que uma banda precisa ter além da paixão de um vocalista.

Já faz tempo que ficou claro pra mim que uma banda é sempre uma composição de pessoas focadas em um comum. Mas foi só ontem que eu reparei a real falta que um desfalque faz. Só ontem eu entendi o que é a falta de um membro do grupo. E, se antes eu achava que um real desfalque em uma banda era percebido somente com a ausência de um vocalista, todo esse pensamento caiu por terra.


Richie Sambora sempre foi um nome pouco interessante na minha vida. Incomparável com Joe Perry, por exemplo. Muito menos incomparável com Slash ou Robert Trujillo também. Richie pra mim sempre foi um mero coadjuvante. Até que eu fosse no meu primeiro show do Bon Jovi da vida, em 2010. E, sem saber, ficasse ali posicionada na grade exatamente na frente de Richie. Por conta das amizades que eu fiz na fila, fãs dele, e que sabiam exatamente qual era o lugar dele no palco. Eu, fui na onda, e quando Jon entrou fiquei meio decepcionada por não ter ficado exatamente ali na frente dele. Mas foi só por alguns instantes. Foi só até Richie se mostrar o integrante mais interativo da banda. Simpático como poucos, passou o show inteiro brincando e sorrindo e conversando conosco, ali pertinho dele. Richie também se mostrou incrível com suas lindas guitarras, em especial a épica com dois braços. Richie me provou o quão importante é pra Bon Jovi. Mas eu só senti o que isso significa ontem.


Entre tantos shows, quase todos com integrantes "trabalhados no pó" loucamente, Rock in Rio se destacou pra mim como artistas com loucura insana. Desde Rogério Flausino não se contentando em somente cantar as músicas de Cazuza, mas querendo imitar também a opção sexual do outro, passando por Dinho Ouro Preto cara que coisa linda cara e daí velho não sei cantar minhas músicas cara, cantem vocês aí cara e chegando no absurdo de Bebel Gilberto e sua "vibe" vestido branco colado, até ontem eu pensei que a única banda que eu não senti estar completamente drogada, por incrível que pareça, foi Metallica. Mas isso foi até Jon Bon Jovi entrar pra cantar.

Eu senti daqui a tristeza de Jon. O esforço em cantar músicas onde o solo era feito desde sempre por Richie Sambora. A escolha de cantar somente as atuais, porque as antigas possuem os emblemáticos gritinhos agudos de Richie, que sempre deram o toque especial em tudo. Jon mostrou irritação quando a platéia morta gritou "volta, Richie", somente agradecendo. E, apesar de ter canalizado toda a culpa de sua dificuldade em Tico Torres, internado após duas cirurgias, eu sempre soube, Jon. Você está triste sim pela ausência de Tico. Mas está muito mais pela ausência de Richie.

Em tantos anos tão envolvida no mundo musical e integrante de uma família roqueira, eu sempre fui da opinião que bandas de música devem ter um relacionamento muito mais intenso entre seus integrantes do que cada um deles deve ter com sua própria esposa. Deve ser uma relação amizade-trabalho absurda de tão íntima. É aquela coisa de passar anos convivendo com aquelas pessoas inicialmente somente amigas 24 horas por dia. Viajando junto. Sabe, eu que sou uma reles mortal já penso que é complicado viajar com alguém que não é da sua família pra passar um Carnaval junto que seja, imagine esses caras. Eles são mais que colegas de trabalho. São mais que amigos. São irmãos. E cada um deles deve se sentir muito mais à vontade em viajar com os outros do que viajar com sua própria família. É a convivência que faz a vida.


Ontem Jon Bon Jovi sentiu na alma a falta do irmão de tantos anos. Ali, do ladinho, gritando junto. Dividindo o mesmo microfone. O "incrível Richie Sambora", como ele já disse tantas vezes nos shows. Irmãos. Que brigam, como a gente briga com nossos irmãos. Eu lembro bem que a única vez na vida que briguei com meu irmão eu quase morri de tristeza. E é exatamente isso que Jon está sentindo, por trás de toda a obrigação comercial de ter que fazer um show.

Richie foi demitido do Bon Jovi por "estar com problemas pessoais" vulgo alcoolismo. E Jon Bon Jovi, apesar de provavelmente já ter passado por essa experiência durante alguns anos, não gostou que Richie não parou na reabilitação. Richie, por sua vez, não aprovou a exposição que Jon fez dele ao divulgar ao público qual era a situação do cara. Jon então informou que Richie não é importante para a banda. E Richie foi demitido. Jon quis provar a sua capacidade de enfrentar um estádio sem Richie ao lado e vestiu a carapuça da irritação. Não deu certo, Jon. O Brasil inteiro reparou.

Por trás daqueles lindos olhos azuis, da pele branquinha e perfeita, do corpo ainda tão em forma, e das reboladinhas e biquinhos, está toda a tristeza perceptível e clara em cada canção. Que ele, esperto, desfocou chamando uma baranga da plateia e beijando na boca. Ah, Jon, Tão profissional. Tão homem de negócios. E tão fugitivo de seus próprios sentimentos.


Amanhã a essa hora eu estarei lá na fila na porta do estádio. Conversando com as outras fãs indignadas com a ausência de Richie. E pensando nas relações pessoais, tão complicadas mesmo nas vidas das pessoas que a gente acha "supermans". Amanhã o show vai sim ser lindo, com todas as músicas que eu sempre amei, com toda a beleza do cinquentão mais lindo do mundo todo. Mas não estará completo. 

Amanhã toda música cantada terá som de melancolia. O que, pensando bem, sempre tiveram as músicas do Bon Jovi na minha vida. O momento meu comigo mesma, pensando na vida com ar de tristeza. Amanhã o Bon Jovi será pra mim mais uma intensidade do que sempre foi. Phil X se esforçando ao máximo pra substituir Richie. Rich Scannella não chegando nem aos pés de Tico. David intermediando tudo e dando o seu melhor, como sempre. A platéia paulistana, felizmente e muito provavelmente bem mais animada que a carioca, fatalmente fará manifestações pela falta de ambos. E Jon tentando esconder seus tristes desfalques.

E o que seria a música, senão uma grande expressão de melancolia?

Please, não demorem uma eternidade pra voltarem a ser fofos e felizes assim.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Sobre ele. Sobre nós. Sobre mim.

Hoje eu vim aqui contar pra vocês que no próximo domingo eu vou ao show do Bon Jovi. Na pista premium, como da outra vez. E pra quem já me conhece, já sabe que no primeiro show que eu fui, foi o melhor dia da minha vida. Foi o dia que eu vivi pra mim. Pra fazer só o que eu mesma queria. Sem pensar em nada nem em ninguém. E foi lindo.

A diferença daquela vez pra essa, além da economia de posts (daquela vez eu fiz uns 20 posts e uma amiga - né, Analu?) é a sensação de tranquilidade. Eu já o conheço. Ele já me conhece. Já cantou música e fez coração pra mim e tudo. Já sei da imensidão de 65 mil pessoas cantando Always junto. Já sei que nas horas que eu passarei na fila pra ficar na grade, farei grandes amigos com os mesmos gostos que eu. E com muito mais histeria. Já sei que eu vou comprar tudo o que quiserem me vender. Já sei que tenho que separar mais de 100 reais pra comprar outra camiseta oficial. Já sei que vou ter que ir no banheiro das casas dos arredores do estádio. E já sei que não consigo fazer xixi em lugar que não tiver porta.

Sei também que a emoção da hora que ele entrar e enquanto eu estiver ali serão iguais, porém diferentes. Porque serão únicas. Sei que eu vou achar lindo cada biquinho que ele fizer. E vou achar fofa cada reboladinha que ele der. Vou chorar quando tocar Bed of Roses, Blaze of Glory e Wanted Dead or Alive. E, se duvidar, chorarei de novo em todas as outras também. Sei que ele continuará sem nenhuma ruga, perfeito pra mim como sempre foi. Perfeito como a imensidão daqueles lindos olhos azuis. Sei também que a perfeição dele deve parar ali, no palco de um show. E que, depois dali, ele deve ser uma pessoa normal, cheio de defeitos e de manias. E é por isso que a minha admiração e meu fanatismo param exatamente ali. Na hora em que acaba o show.

Sei que ele vai continuar sendo único na minha vida. Vai continuar simbolizando tudo o que já passou e tudo que ainda virá. Vai continuar sendo uma viagem por dentro de mim a cada vez que eu ouvir certas músicas. Ele vai continuar simbolizando a mim. Sei que, por mais que eu já o tenha visto assim tão de pertinho, e apesar de isso não ser a novidade da noite, enquanto eu estiver lá vai parecer tudo um sonho, como da primeira vez. Sei que enquanto eu estiver lá todo mundo que me conhece vai saber que eu estou em mais um dos melhores momentos da minha vida. E que eu estarei completamente feliz.

Sei que apesar de ser tudo igual, vai ser tudo diferente. Apesar de eu ainda ser eu, sairei de lá outra pessoa. Apesar de ficar cansada, suada, sem voz, dor até pra respirar, eu estarei feliz. Como nunca. Como sempre. E sei que, apesar da minha banda preferida atual não ser mais essa, apesar da falta enorme que Richie fará, apesar da recuperação da cirurgia em que Tico estará. Meu coração será sempre seu, Jon.

Always.

não me olha assim que senão eu não resisto.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Mendigo Sensível

Eu sei, vocês estão com saudades de mim.

Hoje eu vim aqui falar sobre um tema que anda sendo muito discutido à minha volta: os tipos de homens. Não sei bem o que foi que houve nos últimos tempos, nem qual mudança brusca na sociedade aconteceu desde 1980 até hoje. Mas acontece que antigamente, na minha época de escola, quando eu conversava com as amigas sobre os meninos, eles eram apenas classificados como bonitos ou feios. Hoje já tem toda uma coisa de ter que especificar que "ah, eu gosto dos barbudinhos", "ah eu gosto dos de camisa xadrez", "ah eu gosto dos cabeludinhos" ou "ah, eu não gosto de homem coxinha" e cá estou eu aqui pensando sobre como se classifica o meu estilo de homem favorito. Isadora esses dias me apontou o dedo dizendo "ah, você gosta de mauricinhos" e eu quando visualizei o meu entendimento sobre mauricinhos pensei que não é exatamente isso não. Daí explicando melhor meu gosto pra Pri (cujo gosto para homens o Edgar denominou melhor do que ninguém como "mendigo sensível"), ela disse que eu gosto dos "mauricinhos sujos". E cá estou eu, tentando denominar meu gosto masculino (porque o "mendigo sensível" tá na moda mas não é o meu estilo preferido) e resolvi exemplificar aqui pra vocês me darem uma luz. Que fique claro que o meu gosto está exatamente associado à ordem em que será colocado. Analisem:


PRIMEIRO LUGAR

Josh Holloway, vulgo Sawyer. Único, indiscutível e salve-salve. O homem mais lindo do mundo todo na minha opinião. Que olhar. Que cara de safado. Que covinhas. Ah, o amor.


SEGUNDO LUGAR

Jon Bon Jovi, claro. E eu sei que vocês que me conhecem bem achavam que ele estava no primeiro lugar. Entendo. Por muito pouco ele não está. Acontece que, apesar de cantar lindamente, apesar de todos esses olhos azuis, nariz perfeito, covinhas, cútis maravilhosa, o único que quanto mais envelhece mais lindão fica e apesar de ter cantado Pretty Woman PRA MIM... ele é um bom moço. E o Sawyer ganha na cafajestagem, que eu tenho um fraco por. Vou ali bater a cabeça na parede e já volto.


TERCEIRO LUGAR

Chris Hemsworth, o Thor, meudeusdocéu. Não sei como foi que eu vivi todos esses anos achando que o Superman podia ser o meu herói preferido. NÃO SEI. Ah que olhos. Que voz. Que martelo. Podia cair um desse lá em casa.


QUARTO LUGAR

Jamie Oliver. Porque eu não sei se eu babo mais nele ou nas receitas que ele faz. Porque é o único homem do mundo que tem a língua presa e eu tenho vontade de pegar porque isso deixa ele mais charmoso ainda. É o cara que não lava as mãos pra fazer a comida mas mesmo assim eu comeria. Que olhos. Que coisa. Que vontade de morder.


QUINTO LUGAR

Kurt Cobain. Que nariz fino e perfeito. Que covinha no queixo. Que olhos azuis. E resolveu se suicidar com um tiro na cabeça, hein. Estragou o velório.


SEXTO LUGAR

Shannon Hoon, Vocalista do Blind Melon, uma banda de 1990 que quase ninguém conhece porque ele morreu de overdose em 1995. Cantou com Axl Rose, fez o clipe de No Rain, lindinho que só. E puf. Desperdício.


SÉTIMO LUGAR

Andreas Kisser. Pra vocês não dizerem que eu só gosto de gringo. Na verdade antes eu tinha Henry Castelli e Eric Marmo na minha lista, mas sinto dizer que eles não pertencem mais ao meu mundo de homens bonitos - o pessoal envelhece e perde o encanto. Andreas pra mim era um cara normal que gritava anormalmente. Até o dia que eu vi uma entrevista dele e pude constatar que além de lindo, ele é extremamente simpático e inteligente. Entrou pra lista.


OITAVO LUGAR

Dado Dolabella. Desculpa, sociedade. Eu sei que é o cara mais tosco da face da Terra. Eu sei que o João Gordo devia ter sentado nele. Eu sei que Luana Piovani devia ter enfiado o taco de beisebol na cara dele. Eu sei. Mas vamos esquecer todos os fatos. Foquem na aparência. Eu sei que até nisso ele era só mais um fuleiro até esses dias. Mas daí chegou o dia em que eu achei essa foto. E, desculpa, Brasil. Eu pegava. Eu casava. Olha que nariz/barba/cabelo perfeitos. Deus errou só no cérebro. Mas não se pode ter tudo.


NONO LUGAR

Axl Rose. Mesmo com essa cara de Avril Lavigne. Mesmo com essa expressão andrógina, mesmo tendo meio cara de mulher. Eu faria. Mas nessa época aí, em que ele usava shortinho vermelho e rebolava. Hoje não.


DÉCIMO LUGAR

Henry Cavill. Porque eu estava aqui bem calmamente na minha vidinha quando um belo dia a Tary resolveu me mostrar essa foto. E a partir de então eu nunca mais consegui dormir direito. De The Tudors, série que eu nunca vi na vida. Mas essa foto me convenceu de que eu preciso ver esse negócio URGENTE.


HONRA AO MÉRITO:

Steven Tyler, claro. Porque eu não sou míope. Porque eu sei que ele pelado deve ser um festival de pelancas. Mas porque se eu fosse a Luciana Gimenez e corresse lá pra fazer um filho de um cantor de rock eu trocaria fácil o Mick Jagger pelo Steven Tyler. Porque ele tem um bocão sexy. Porque ele é estiloso. Porque ele é extremamente simpático e inteligente e vocalista da minha segunda banda favorita. E, pra vocês que estão torcendo o nariz dizendo que eu bebi, lá vai:

Não era mesmo um xuxu? Eu faria fácil fácil. Casava até.



Dave Ghrol não está na minha lista dos mais bonitos muito especificamente porque eu não acho ele bonito em si. Porque né? Ele é moreno! Mas eu casava pura e simplesmente porque além de gritar cheio de testosterona no microfone em Best Of You, eu acho que ele é um dos caras mais brilhantes de todos os tempos. Porque ele saiu da banda mais depressiva e acabada, formou sozinho outra banda que faz tanto quanto ou até mais sucesso, e dessa vez dando ênfase ao humor e a letras de músicas bonitinhas. É um cara gente fina, mesmo sendo ameaçado até hoje pela louca da Courtney Love. Curto. Admiro. Eu pegava. Mesmo hoje ele estando mais gordinho e com o cabelo mais comprido do que essa foto, mas perder peso e cortar o cabelo é um negócio fácil. Pior é que ele me lembra alguém, mas abafa. Dave, querido. Vou vê-lo. Lollapalooza, é puro amor.



Roberto Trujillo não faz mesmo o meu tipo. Mas eu troco todo o brilho do vocalista James Hetfield (porque ele é loiro, tem olhos azuis mas tem uma péssima cútis) por ele, baixista do Metallica. Pura e simplesmente porque esses braços másculos combinados com a imensa cabeleira muito mais bonita do que a de qualquer mulher, chacoalhando lindamente no palco com toda essa expressão de mau (eu curto esse negócio de cara de mau) e daí de repente ele olha pra galera e sorri E ELE TEM COVINHAS NAS BOCHECHAS. Me derreto. E fim.



Bryan Adams. Porque eu sei que eu falei da cútis do James ali em cima. E o Bryan não fica nem um pouco atrás. E hoje eu sei que ele é só mais um velho feio e acabado, mas naquele clipe em que ele canta Heaven eu pegava fácil. É o cabelo. É o queixo quadrado. É a altura perfeita. É o nariz fino. É A VOZ ROUCA. Eu faria. Não tem jeito de passar uma massa corrida na cara, será??



Ozzy Osbourne. Eu sei, eu sei, acalmem-se. Eu ainda não enlouqueci. Ignorem a foto da direita e atentem na da esquerda. No antigamente. Na carinha de neném criado a iogurte com a vó. Bochechinhas rosadas. Cabelinho castanho claro e liso. Chacoalhava no microfone com a imaturidade de um menino virgem. Eu faria. Sharon fez.



Sebastian Bach. Porque eu, EU mesma, não faria. Mas o cara marcou época. Lá em 1980 quando todo mundo admitia que curtia Bon Jovi, logo atrás dele vinha o Sebastian no quesito beleza. Eu particularmente sempre gostei só do cabelão. Mas a mulherada curtia. Ninguém nem sabia o nome da banda, mas do cara todo mundo tinha as páginas de revista pregadas na porta do guardarroupa. E por isso ele está na minha lista de honra ao mérito. Sabe aquele cara que você faria só pra fazer inveja nas amigas? Então.



E, tem como a gente querer fazer alguém só por causa de uma música? Por causa de um clipe? Por causa da masculinidade do tom de voz? Do ângulo perfeito entre o nariz fino, o microfone e o queixo quadrado? Pois então. Um belo dia chegou lá em casa um dvd que tinha essa música. E o clipe não era bem esse (desculpem, não achei o clipe certo, não tem na internet, o que passa lá em casa é mais bonito). Mas daí eu quis fazer. E estou tendo sonhos com esse cara desde então. E agora eu assisto Anos Incríveis como se não houvesse amanhã.



E então? Como vocês nomeariam o meu gosto para homens?

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Sobre o Thor

Eu podia dizer que o filme é bom. Podia dizer que os efeitos especiais são legais e que eu gosto disso. Podia dizer que é um personagem da mitologia e que isso também me agrada. Podia dizer que fiquei feliz em ver a Natalie Portman em um papel meramente secundário, porque convenhamos que ela estudou em Harvard, foi casada com Darth Vader, ganhou Oscar e agora já chega de tanta exposição. Podia dizer que Anthony Hopkins estava muito bom, apesar de não ser estrela principal. Podia dizer que o estilo Marvel + herói não banana + humor me agradam muito. Podia dizer que eu ri bastante, do início ao fim do filme. Podia dizer que as 2 horas cravadas de filme passaram como poucos minutos, tamanha a minha empolgação em assisti-lo.

Tudo isso seria verdade. Mas não seria bem o que eu queria dizer.

Queria dizer que Ô UM THOR DESSE LÁ EM CASA, viu!



Aiai.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Séries - a evolução da televisão

Daí que um dia alguém inventou a televisão e então passou-se a ter preocupação sobre o que apresentar. Durante muitos anos, muitos anos MESMO o must era a tal da novela. Rainha da Sucata pra cá e Cambalacho pra lá, eu penso que Top Model foi pra mim o auge das novelas, mas choro todos os dias por não ter assinado a Sky HDTV e poder gravar Vamp, que passa todos os dias 3h da tarde no canal Viva. Gente, quem está podendo assistir Vamp às 3 horas da tarde? Os adolescentes que estudam de manhã e nem sabem do que se trata a novela, nem sabem o que é novela (porque Malhação é merda, vai) e se forem assistir só vão criticar um estilo de filmagem arcaico e o buço por fazer de Cláudia Ohana? Por favor! Vamp é pra quem trabalha o dia todo, minha gente! Alguém faça o favor de elaborar um abaixo assinado para solicitar a reprise de Vamp às 9h da noite em canal aberto, por favor!

Infelizmente as novelas que fizeram parte da minha infância não existem mais (R.I.P. Carrossel :~), o que tem hoje é essa coisa que na segunda cena já tá todo mundo tirando a roupa e Deborah SECA mostrando as costelas pra quem quiser contar em qualquer novela das 8. Ou então aquela coisa ridícula de andróide/robô que controla prédio/dinossauro, típico de novela das 7h, que infelizmente deixou pra trás o humor de Quatro Por Quatro e Cobras e Lagartos (com Lázaro Ramos de Foguinho, que vai muito mais com a cara dele ao invés de ter pinta de pegador safadão em novela das 8h).

Mas, felizmente, o foco da tv não é mais novela. Pra quem teve o gostinho de conhecer a tv à cabo ou até pra quem sabe selecionar a coisa certa pra assistir na tv aberta. As séries estão aí há bastante tempo já, com a vantagem de ser exatamente aquilo que se posiciona entre as novelas e os filmes. Com a continuidade de uma novela, mas sem a obrigação de assistir todos os capítulos para entender um episódio só. E com a qualidade de um filme. Boas histórias, bom divertimento, bons personagens. Séries são sem dúvida alguma, há bastante tempo já, o meu afazer preferido na frente da tv.

Daí que, nessa onda de memes e de pessoas empolgadas na arte de ter um blog (êêêh, que felizmente ainda é divertido ter um blog \o/), Lilica também foi lá e criou o meme dela - o dAs 10 Melhores Séries. Eu, claro, entendidíssima do assunto e querendo saber mais, já tinha na cabeça as minhas 10 preferidas assim que ela comentou que seria uma boa um meme desses. Estava aqui só esperandinho ela começar pra eu correr e escrever sobre as minhas também. O bom do negócio todo é que no fim da lista eu vou ser chata e indicar pessoas (eu nunca indico, mas dessa vez é necessário) porque as minhas séries favoritas já acabaram ou estão acabando, e eu gostaria de ver coisas novas, sabe. Como uma sugestão mesmo, quem se propor a seguir o convite e fizer o meme eu vou lá ler pra pesquisar novas séries pra assistir. Da mesma forma, como sempre, vou postar a minha sugerindo algumas séries que já acabaram mas que mesmo assim, na minha opinião, valem a tentativa de assistir - caso alguém tenha curiosidade e queira seguir minhas dicas. Então lá vamos nós:





AS 10 MELHORES SÉRIES NA MINHA OPINIÃO são:






10 - O Elo Perdido: Eu não podia falar de séries sem mencionar onde foi que tudo começou. O Elo Perdido passava em algum lugar da década de 80, no SBT. Eu, com poucos anos de vida, assistia e entendia o suficiente pra saber que era uma coisa meio Caverna do Dragão, mas sem ser em desenho. Engraçado que o que Caverna do Dragão não me interessava, eu era apaixonada, na mesma proporção, pela história dO Elo Perdido. Como o nome mesmo já diz, se tratava de um mundo perdido onde um pai e seus dois filhos foram parar e não conseguiam sair. Cheio de dinossauros com formas e movimentos arcaicos à lá Jaspion, Land of the Lost é o nome em inglês. Reparou? LOST!! Aos 5 anos de idade eu gostava de uma série que tinha LOST no nome, minha gente! E gostava mesmo! Mesmo sem entender muito, eu não perdia um capítulo!

Personagem inesquecível: Cha-Ka.

Era a espécie de um macaco ou coisa parecida, habitante dO Elo Perdido, que diferente de todos os outros seres hostis (inclusive os outros da mesma espécie que Cha-Ka), ele era bonzinho e amigo dos humanos perdidos. Sempre tentava ajudar e protegê-los de todos os outros seres e de tudo que lhes fizesse mal. Cha-Ka era um herói meio atrapalhado, que falava sua própria língua e que eu AMAVA. Um belo dia ganhei um boneco meio descabelado e amarelo e não tive dúvidas: Cha-Ka foi o nome que dei pra ele e por incrível que pareça o meu Cha-Ka ainda dorme no meio das minhas coisas guardadas, como recordação do primeiro brinquedo que amei muito e carreguei pra cima e pra baixo por vários anos seguidos.






9 - Seinfeld: Eu já falei sobre Seinfeld aqui, exatamente quando terminei de assistir todos os episódios e quis contar minha impressão a respeito da série. Resumindo, é uma série relativamente antiga (nada que se compare com O Elo Perdido) e que passava em algum lugar da tv que eu nunca vi. Fato foi que ali ou acolá as pessoas comentavam a respeito e um dia meu irmão resolveu baixar pra gente assistir. Eu comecei a acompanhar as histórias de uma maneira meio tímida e querendo ver onde ia dar, e terminei a nona e última temporada pensando que foi em Seinfeld que surgiram todas as outras séries sobre o cotidiano com amigos. Com situações simples e corriqueiras, a série "sobre o nada" tem sim um lugar no meu coração porque me deixou durante vários meses lembrando do episódio que tinha visto na noite anterior e rindo sozinha durante o dia sobre essa ou aquela situação engraçada que tinha assistido. Fato relevante: andando na rua, um dia passou uma mulher por mim com uma camiseta do famoso quadro Kramer, estampado. Eu devo ter esboçado qualquer reação completamente estranha quando a vi, tamanha minha surpresa.

Personagem inesquecível: George Costanza.

Nada de tão divertido teria acontecido nessa série sem George Costanza. Apesar de Elaine dançar sensacionalmente e Kramer ter chiliques que me faziam ter ataques de riso, George Costanza estava para Seinfeld assim como Chloe estava para Clark Kent em Smallville = nada funciona sem ela. George Costanza foi simplesmente o personagem mais sensacional e autor de todas as trapalhadas mais memoráveis e mentiras mais deslavadas de toda a série, com bônus para ter matado sua futura esposa porque comprou convites de casamento mais baratos e a cola do envelope envenenou a coitada ao lambê-los para fechar. Detalhe: ele ficou feliz com a morte dela, já que entrou em pânico dias antes do casamento e essa foi pra ele a solução dos céus para se livrar dos planos. Melhor episódio da série toda: o dia em que George resolve que quer ser mandado embora do clube de beisebol, onde trabalhava. Resolve correr pelado no campo durante o jogo, mas tem tanta vergonha pra isso que usa um maiô cor da pele.






8 - True Blood: Eu soube da existência de True Blood pelo Bruno, meu seguido e seguidor no twitter, que comentou a respeito. Eu sabendo que se tratava de vampiros e querendo dar uma inovada no auge Crepúsculo da vida, questionei a respeito. "É um Crepúsculo para maiores de idade", foi o que ele respondeu. E eu, cansada daquele chove-não-molha de Crepúsculo, me interessei e passei a assistir. True Blood tem todo o sexo que você tem vontade de ver quando Crepúsculo faz doce. Toda a parte luxúria da vida vampiresca, toda a inocência sensual da mocinha em trajes sumários e de renda à mercê do próximo vampiro que virá chupá-la em todos os sentidos. Eu achei meio picante demais no começo, mas não teve jeito: gostei. Pra assistir sozinha no quarto e longe dos olhares questionadores de pais e irmãos, True Blood me dá calor. E é exatamente por isso que eu gosto. Melhor episódio de toda a série até agora: o dia que Sookie sonha estar com Eric. \o/

Personagem inesquecível: apesar de todo o meu amor pelo vampiro malvado (que ai, meu fraco por malvados!) Eric - eu se fosse a Sookie catava esse e ia ser feliz pra sempre no lado negro da força - meu personagem preferido é o secundário Lafayette.

Lafayette é o gay-cozinheiro do único pub/boteco/restaurante da pacata cidadezinha do interior onde tudo acontece. Completamente diferente da vida dele, que apesar de ser o único ser normal e completamente humano (por enquanto) de todos os personagens, se enfia nas mais doidas confusões, tanto com os vampiros quanto com os mocinhos, ao mesmo tempo que tenta levar sua vida gay quase normal. A cada episódio que eu assisto, só consigo pensar que Lafayette não pode morrer.






7 - Sex and the City: Também citada nesse post, data em que eu já tinha assistido todos os episódios da série e os dois filmes que vieram depois, Sex and the City pra mim começou quase que por acaso, por intermédio da tia que resolveu assistir e me chamou pra fazer companhia. Eu demorei pra me acostumar com todo o clima sexo explícito demais da coisa (como se True Blood também não tivesse!) e até hoje tenho certos pensamentos a respeito de ser uma série específica para mulheres solteiras de 30 anos. Preconceito à parte, as histórias foram passando, tudo foi se encaixando não só lá na trama em si, mas também na minha vida. Passei a identificar amigas, ex-namorados, ex-ficantes e pretendentes, todos muito bem exemplificados nessa série que trata exclusivamente de pensamentos e atitudes femininas. Passando pelo exagero de situações, me peguei torcendo por cada uma das quatro mulheres e fiquei totalmente satisfeita pelos finais felizes que tiveram quando a série acabou. Foi sem dúvida a série que mais mudou meus pensamentos, minhas opiniões, meus gostos e minha visão sobre as situações que também estão presentes na minha vida.

Personagem inesquecível: Miranda!

Miranda é a maior identificação televisiva da minha pessoa de todos os tempos da face da Terra. De sua franqueza sem pensar nas consequências à sua descrença a respeito do mundo masculino passando levemente pelo foco na vida profissional deixando de lado a amorosa e finalizando com o sujeito que só conseguiu o amor dela porque a venceu pela insistência. Miranda é eu, inclusive na parte que se entope de chocolate porque decidiu que não vai mais fazer sexo com ninguém que não a mereça. Melhor episódio da série: o dia que Miranda se casa!





6 - A Feiticeira: É a série preferida da minha mãe, que assistia fielmente em seu tempo de infância e adolescência e adivinha: era no canal dA Feiticeira que a tv ficava em todos os anos da minha infância que ainda passava essa série. Sei que todo o encanto da minha mãe pelas bruxinhas (também vem daí o meu gosto por isso) foi passando pra mim a cada admiração dela sobre cada episódio que ela sempre comentou do começo ao fim. A Feiticeira foi o Chaves da minha mãe, que ela assistiu muito e que ditava moda, conceitos e piadas da época dela. Eu passei a gostar também, das coisas que voavam e da facilidade em se conseguir tudo com o simples chacoalhar de um nariz.

Personagem inesquecível: Tabatha.

Porque Tabatha era a personagem que tinha a idade mais parecida com a minha de toda a série. Tabatha, a filhinha de Samantha e neta de Endora, apesar de toda a torcida do pai pra nascer humana, era a mais nova das bruxinhas e apesar de não saber chacoalhar o nariz, mexia o narizinho com o dedo pra conseguir tudo o que queria. Era com Tabatha que eu me identificava e já tentei muitas, MUITAS vezes chacoalhar o nariz com as mãos pra ver se, quem sabe, talvez, eu também não tinha nascido pelo menos levemente com um pezinho no mundo bruxo.






5 - The Big Bang Theory: Foi a série que eu gostei logo de cara, no primeiro episódio que assisti. Porque eu gosto do mundo nerd, gosto de gente neurótica, gosto de pessoas difíceis e gosto de humor inteligente, exatamente tudo que TBBT mostrou ser antes do início. Logo de cara eu já fui fã dos quatro malucos mais cheios das manias que poderiam inventar e na terceira temporada ainda tive o prazer de ver Blossom, protagonista de uma série que eu também adorei ver, fazendo loucamente parte do mundo nerd mais gostoso de assistir. Amy Farah Fowler foi, depois de Penny, o toque especial - e feminino - que faltava nesse mundo cueca cheio dos video games da vida.

Personagem inesquecível: apesar de amar a Penny de todo o meu coração e saber que ela é personagem fundamental em TODOS os episódios, não-tem-como não dizer que Sheldon é o melhor.

Sheldon, o ser que não só se acha - mas tem certeza - ser o indivíduo superior, é neurótico ao extremo e, sem dúvida nenhuma, é a partir das opiniões dele, da perseguição pelo lugar dele no sofá, da música que precisa ouvir quando está doente, da vontade ensandecida de bater na porta chamando a Penny e de todas as invenções malucas que resolve ter, que há reação dos outros personagens e inicia-se o desenrolar de cada episódio. Eu tenho um fraco por malucos egocêntricos, eu sei. Melhor episódio até agora: o dia que Sheldon entra escondido no apartamento da Penny pra fazer limpeza porque ele não consegue dormir se lembrando da bagunça dela.






4 - House M.D. : Medicina é a última profissão que eu teria nesse mundo e eu odeio médicos e hospitais, mas não posso negar que sou fã do médico mais egoísta e sangue frio de todo o mundo dos seriados. House faz com que qualquer arrancada de membros seja fichinha e qualquer estadia no manicômio seja divertida. A série é ÓTIMA, os casos são sensacionais, o humor dos personagens é de sarcástico pra baixo e eu comecei a assistir a série porque a minha vó acha que o Gregory House é o cara mais charmoso e com olhos azuis que já existiu nessa terra. Estou falando que essa anormalidade por gostar de gente doida vem de família. Melhor episódio de toda a série até agora: o dia que House e Cuddy começam a namorar <3.

Personagem inesquecível: Wilson

Se é que alguém como House consegue ter amigos. Wilson é chefe da Oncologia do hospital e talvez por isso tenha toda a paciência de Jó pra socorrer e ajudar e ser pisado e ajudar e sofrer e levar as culpas e ajudar e pular janelas e invadir lugares e perder mulheres e ser gozado por House. Wilson é o capacho que está sempre ali. Wilson é o amigo de verdade que House não merecia ter. Wilson é uma pessoa boa. E eu sou fã dele por isso.






3 - Friends: Friends começou na minha vida com o ex namorado que queria assistir e comprou algumas temporadas e me fez sentar do lado e ria em horas sem graça e eu ficava irritada porque o namoro não estava mais dando certo. Anos depois, Ju, a amiguinha japa, fã fervorosa de friends, me emprestou (!!) uma a uma cada temporada pra assistir. É, porque ela tem toda a coleção. Eu não aceitei de cara, porque se não gosto de emprestar minhas coisas tenho o simancol de também não aceitar as coisas dos outros emprestadas, mas ela insistiu (!!) tanto que eu peguei pra contentá-la. E fui assistindo uma a uma, dessa vez comigo mesma, com calma e sem me irritar com ninguém. E, claro: me apaixonei. Por cada personagem, por cada situação, por cada cachorro de louça no meio da sala ou frango enfiado na cabeça. Simplesmente, não tem como não amar Friends. Não tem como assistir e não dizer que se virou fã incondicional. Não tem como não ter vontade de ter mais cinco amigos de verdade, pra vida toda, juntos nas alegrias e nas tristezas e, principalmente, nas trapalhadas do dia a dia. Friends me deu vontade de morar lá com eles. De participar da vida deles. Melhor episódio de todas as séries FOREVER: o dia em que Chandler beija Monica na frente dos outros por engano e pra disfarçar o romance sai beijando todo mundo na boca também!

Personagem inesquecível: apesar de meu favorito ser o Chandler, meu inesquecível é a Monica.

Monica Geller tem todo o meu lado capricorniana-ascendente-virgem de ser. Neurótica em grau extremo, até aquela cena de quem fica com os castiçais eu já tive na vida. Da mania de arrumação ao "não tinha nada pra fazer então fiz faxina no banheiro". Monica é eu sem tirar nem pôr, sabe. No gosto pela culinária, inclusive. Mas principalmente na neurose de ser. Rolou identificação total.






2 - Chaves: Eu realmente não sei dizer quando foi que comecei a assistir mas deve ter sido bem lá quando eu me dei por gente. O que eu sei é que Chaves faz parte da minha vida. Que eu já assisti cada episódio umas 300 vezes e se eu estiver sapeando um canal e ver que está passando Chaves, vou deixar lá e assistir de novo mais algum episódio e dar risada outra vez. Porque eu AINDA dou risada. Chaves foi o que eu mais vi na vida e acho o cúmulo quando escuto algo do tipo "meus filhos nunca assistiram Chaves porque eu nunca deixei, é prejudicial pra educação deles". Eu sempre tenho vontade de responder algo do tipo "desculpa, mas você está criando monstros ao privar a sua criança de assistir coisas que o mundo inteiro assiste e comenta há tantos anos, e muito provavelmente quem é prejudicial para a educação deles é você". Chaves fez parte do meu aprendizado e nesses meus 31 anos de vida o que eu mais escutei foram bordões assistidos e aprendidos em Chaves, que toda a população cresceu ouvindo, cresceu rindo. Meu episódio preferido é aquele que a Chiquinha conta o filme de terror. Adoro!

Personagem inesquecível: Quico.

Porque depois que o Quico saiu não teve mais graça. Pra mim Chaves termina lá em Acapulco, porque aqueles foram os últimos episódios do Quico. Quico é o sem noção, o dono das caras e bocas e de toda a burrice que lhe cabe, Quico é o campeão, o filhinho da mamãe, o tesouro, o rei, o príncipe, o LOTERIA! Quico é o melhor!






1 - LOST: Em uma coisa todos concordam: ou as pessoas odeiam Lost, ou amam. E eu sou da opinião que os que odeiam é porque não prestaram atenção. Porque não tiveram curiosidade de assistir desde o primeiro pra entender. Ou até o fim, que seja. Lost pra mim foi a melhor série de todos os tempos já inventada aqui nesse mundinho. Lost supera as expectativas a ponto de todo mundo saber do que se trata quando alguém cita. Nem que for pra falar mal. Todo mundo tem opinião. O último episódio de Lost foi um evento que eu não me lembro de ter visto antes, com pessoas ansiosas e assistindo desesperadamente via internet e desmarcando compromissos porque não podia perder. E meses depois, encontrei e assisti pessoas discutindo bravamente sobre o que deveria ou não deveria ter acontecido e opiniões adversas sobre ter perdido ou ter ganhado 6 anos acompanhando uma série. Lost não é meio termo. Ninguém achou mais ou menos. Ninguém gostou mais ou menos. Ou você amou, ou odiou. Eu amei. Eu achei que é confuso mas é justamente isso que dá toda a emoção do negócio. É uma série para se pensar. Para se pesquisar. Para se buscar informações. Para se correr atrás. Para se discutir com os amigos. Não dá simplesmente pra sentar a bunda no sofá, assistir e quando acabar ir tranquilamente jantar. Não dá. Lost é uma série que faz o cérebro funcionar. Coisa de gente inteligente. Coisa de quem quer saber mais. Coisa de gente que pensou tanto até o cérebro fundir. Eu particularmente gosto de ver vários episódios de uma vez, e pra mim foi bom começar a assistir depois de uns 2 anos de série, porque pude ver vários episódios por dia. E surtei. Eu entrei na série. Eu sonhei que meu irmão me estrangulava. Eu ouvi sussurros. Eu passei várias horas da minha vida pensando nisso e tentando desvendar os mistérios sozinha. Eu estive lá com eles. Fui amiga deles, fiz parte do bando. Pensei no que fazer, em qual era a melhor maneira pra tudo. Eu não apenas assisti o Lost. Eu ESTIVE no Lost. Sensacional. Foi uma série FODA, pra quem soube apreciar. Mas reconheço, não é pra qualquer um.

Personagem inesquecível: respirem fundo, se preparem :~

Sawyer, SEU LINDO. Essas suas covinhas dispensam explicações. Melhor episódio da série..... o que Sawyer resolve dar um vem cá minha nega na Kate, claro. Sem roupa, inclusive. hoho.





Chegou sua vez: as indicadas para o meme são: Anna Vitória, Analu, Rúvila, Tary, Amanda e Rafaela. Pra quem tiver 10 séries pra listar, pra quem tiver uma só e quiser falar sobre, tanto faz. O importante é escrever sobre suas séries do coração, não importa quantas são! :)