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quarta-feira, 25 de setembro de 2013

A magia da cultura

Eu estava na minha vidinha normal de pegar o metrô de São Paulo todos os dias para ir e voltar do trabalho. Ah, linha amarela. Aquela que tem barreira de acrílico na catraca. Aquela que a gente pega 25 escadas pra descer e pra subir todos os dias. Por isso, a linha mais perto do inferno que existe. Mas é a melhor da cidade. E, se o metrô de São Paulo é o melhor do mundo, então a linha amarela do Metrô é a melhor do mundo. E eu até concordo. Tirando o cheiro de cachorro molhado por causa dos assentos de tecido e tirando essa coisa de parecer que vai cair a bunda da galera se todo mundo não entrar atropelando quem está saindo e correr desesperadamente como uma dança das cadeiras para sentar nem que seja apenas por 4 minutos, que é o tempo que dura de uma estação à outra. Tirando isso, e tirando o coreano que deixa o nariz escorrer até a jaqueta de couro, formando aquele horroroso fio de catarro bem na minha frente sem nem ao menos se mexer tentando disfarçar, e tirando o casalzinho chinês, que no caminho para o cursinho, todos os dias, vai se melando de maneira bem indecente todos os dias no metrô. Tirando todos esses poréns, o metrô da linha amarela de São Paulo é mesmo bem boa.

Enquanto estamos nas dependências da linha amarela, sempre ouvimos gravações a respeito de segurança. E, nas exatas seis horas da manhã, todos os dias, enquanto eu espero o metrô e penso na vida, a moça da gravação faz ares de som de fundo: “A faixa amarela é sua segurança, só a ultrapasse quando o trem abrir as portas. Se não puder embarcar aguarde o trem seguinte.” É, hoje eu tenho uma reunião às 14h. “Atenção: nas escadas rolantes utilize sempre o corrimão e deixe o lado esquerdo livre para circulação.” Ai que sono. “Fique atento aos seus pertences. Leve bolsas, mochilas e sacolas à frente do corpo, assim você protege o que é seu e não incomoda os outros usuários.” Acho que vou passar na Bella Paulista e comprar pão francês pra tomar café. “Evite acidentes. Ao embarcar e desembarcar, cuidado com o vão entre o trem e a plataforma.” Tomara que hoje a fofoca da área esteja controlada pra eu conseguir trabalhar em silêncio. “Evite acidentes. Ao som da campainha, não entre nem saia do trem.” Ai que bolsa pesada, eu acho que já estou carregando toda a casa aqui dentro. “Atenção. Não impeça o fechamento das portas, isso atrasa a circulação dos trens e prejudica todos os passageiros.” Talvez hoje não dê tempo de ir para a natação. “Os assentos indicados são de uso preferencial para idosos, gestantes, pessoas com deficiência ou pessoas com crianças de colo. Respeite esse direito. Ausentes pessoas nessas condições, o uso dos assentos é livre.”

E então, em meio a meus pensamentos, de repente eu penso estar na escotilha. Aquela, em que o Desmond esteve durante tanto tempo. Que não podia sair pois era preciso colocar um código todos os dias quando a sirene começava a tocar. E então agora meu plano de som ao fundo se resume a Make your own kind of music, sing your own special song na voz da incrível Mama Cass. E os sussurros dOs Outros. E Sawyer. Ô lá em casa.

Ah é. Eu estou no metrô. Indo trabalhar. E não no Lost.

Chegou o metrô. E tomara que o coreano do catarro não sente perto de mim, que senão dessa vez eu vou mesmo vomitar. E as mesmas pessoas. A mesma turminha de alunos do Liceu. A mesma dupla de mãe e filha que eu sempre imagino estarem indo ao médico. O mesmo cara que há 15 anos atrás eu acharia bonitinho, mas agora como eu já cresci e sou mulher sei que ele é só o tipo de cara que é bonito por fora e vazio por dentro – e que, daquele livro do cursinho que ele está lendo, deve estar absorvendo menos de 5% porque quando ele chegar lá vai ter alguma menina apaixonada burra que vai tentar ensiná-lo a matéria em vão. E a mesma menina estudante do Mackenzie, com aquele mesmo estereótipo de cara de burra porém calça agarrada, igual à tantas outras. E então, esperando chegar na minha estação, eu canso de olhar para os rostos das pessoas e passo a olhar os pés. É sempre divertido olhar os sapatos das pessoas no metrô. Aquele ali de plástico. E aquele lá com o tênis rasgado. A mulher de bico fino e salto alto, que do alto da pose só quem já sentiu na pele é que sabe o tamanho da dor que ela sente nos pés. E um par de coturnos. Pretos, sujos. Um amarrado, outro não. Um dobrado ao meio, outro não. Um com a barra da calça pra dentro, outro não. Um com os cadarços desalinhados, outro não. E eu, em meio à distração, de repente fiquei curiosa pra saber o rosto do dono de algo tão surreal e desalinhado nos pés. E quando meu olhar subiu do corpo dele ao rosto, dei de cara com alguém que me encarava. E aí eu quase tive um treco. Porque ele tinha cara de assassino. Daqueles que prendem a gente na mesa cheia de plástico. E que antes disso já sabem exatamente quem a gente é, porque passou um tempo se dedicando a conhecer suas vítimas. Ah é. Isso aqui não é Dexter. É só o metrô. Mas quem me garante, que ali em meio a tantas pessoas, enquanto a gente está no vuco-vuco da hora do pico no transporte público, quem te garante que aquela pessoa que escorrega a mão pelo ferro do metrô até encostar na sua mão, não é um assassino? Quem te garante que aquela criatura que espirra na mão pra logo em seguida segurar no ferro, não acabou de esquartejar alguém, colocar num saco de lixo e jogar em alto mar? Em meio a tantas pessoas, com certeza há, ali na vida cotidiana, algum psicopata? Com certeza há.

Mas a minha estação chegou, e enquanto eu pego minha meia dúzia de bolsas e saio andando com pressa em meio às pessoas, enquanto tento desviar de velhinhas, crianças e gente louca que sai correndo pra entrar na porta em que você precisa sair, porque o limite é o apito das portas, um rapaz relativamente grande empaca no meu caminho até a escada rolante. Um rapaz alto. E grande. E que usa uma blusa também maior que ele. Andando desengonçadamente. Tanto, que eu não consigo ultrapassá-lo. E então, por trás dele, começo a pensar que ele não tem um jeito bem peculiar. Tanto, que chego a pensar que, caso haja alguma vida não humana entre nós aqui na Terra, se houver outro tipo de vida tentando se disfarçar de humano.... talvez aquele rapaz não esteja conseguindo fazer isso tão bem. Mas ele não tem jeito de ET. Ele está mais para um Ciclope. Feito Tyson, o meio irmão de Percy Jackson. Tyson, chamando centauros de pôneis. Colocando nome de Arco-Íris em cavalos marinhos. E chamando Donuts com açúcar no mato.

Queria chegar logo em casa pra continuar a ler meu livro. Mas agora eu ainda estou no metrô indo para o trabalho.

Ah, o metrô de São Paulo. Sempre tão cheio. Todo mundo sempre com tanta pressa. Multidão de gente, todo mundo correndo pra lá e pra cá, como formigas quando a gente pisa sem querer num formigueiro. Todo mundo andando na mesma direção, mas sempre tem uma barata tonta no meio do caminho. Gente pra lá e pra cá, levando com a maré qualquer desavisado indeciso que estiver no meio. Gente. Muita gente. E então eu passo a imaginar como seria se toda essa multidão de gente fosse zumbi. Milhares de zumbis, pelos túneis do metrô. Cadê meu taco de beisebol? Eu preciso realmente comprar um taco de beisebol para o caso em que um dia todo mundo vire zumbi nos metrôs de São Paulo. Porque sabem como é: não dá pra atirar em zumbis, porque os outros escutam e isso os chama pra perto de você. Tacos de beisebol são silenciosos. Mas são milhares de zumbis. Muitos, vindos dos corredores. E o metrô tem muitos corredores subterrâneos. Ai Deus, como eu vou sair daqui, do meio desse Walking Dead?

Finalmente, eu no trabalho. Reunião de diretoria. Presidente da empresa vai falar. E eu, enquanto entendo um indiano falando inglês, penso que ele parece alguém que eu conheço. Que ele se chama Goku, mas não é com o das esferas do dragão que ele parece. Não. Ele me parece meio tímido. Um indiano presidente de uma empresa, porém tímido. E, enquanto ele faz piadas tentando interagir com os funcionários brasileiros, enquanto ele sorri com a bochecha rosada apesar da pele morena, eu lembro com quem ele se parece. Rajesh Koothrappali. Que bebe pra conseguir conversar com mulheres. E que, em meio a frases inteligentes e dignas de seu cargo de doutor, fala inocentemente absurdos mal compreendidos por quem os ouve. Ah, Raj. Acabe logo de falar e chame Sheldon, meu grande ídolo de The Big Bang Theory.

Do meu lado, a colega de trabalho tem o rosto todo vermelho por algum tipo de reação alérgica que ninguém sabe o que causou. A cada dia, a pele dela está mais inchada. Os médicos se limitam a dizer que ela está horrível. Mas eu não. Em conversas casuais, tento entender o que causou toda essa alergia absurda. Pergunto com quais tipos de produto ela está fazendo faxina em casa. Analiso momentos em que ela pode estar estressada no trabalho, e a chamo em meio a eles pra ver se a vermelhidão do rosto dela melhora ou piora. Pergunto o que ela vem comendo nos últimos dias e sugiro coisas que ela deveria parar de comer por uns tempos. Pergunto da família dela, se há algo parecido em alguém. Me certifico de não ser sarcoidose. Nem lúpus. Dr. House com certeza me contrataria.





Eu quero uma casa no campo
Do tamanho ideal, pau-a-pique e sapé
Onde eu possa plantar meus amigos
Meus discos e livros (e e filmes e séries) e nada mais.

terça-feira, 23 de abril de 2013

Meu pé de laranja lima

Eu devia ter bem uns 10 anos. Me lembro vagamente que foi da minha avó e madrinha que eu ouvi falar sobre esse livro. Ela tinha, entre outros do mesmo autor, um livro encapado com contact de estampa de madeira. Ou seja, o primeiro livro pelo qual eu me apaixonei na vida não tinha uma capa. Engraçado pensar que eu quase sempre escolho um livro pela capa, mas o meu primeiro livro não tinha uma. 

Algum pouco tempo depois me lembro de meus pais dizendo que eu podia escolher um livro pra levar pra mim. Devia ser em uma livraria, mas eu não lembro. Lembro que vi, em um livro pequenininho, o desenho de um menino sentado em uma árvore. E reconheci nesse livro aquele nome que tinha ouvido a minha avó falar sobre: Meu pé de laranja lima. Peguei esse e meus pais me elogiaram dizendo que eu não poderia ter escolhido um livro melhor, apesar de tão pesado para a minha idade. Mas que eu ia gostar.

Eu sou hoje uma pessoa que se acaba na estante de livros estrangeiros em uma livraria, mas que fique claro que meu primeiro livro de verdade foi um livro de um autor brasileiro. José Mauro de Vasconcelos tem um sobrenome igual ao meu. E é claro que aos 10 anos eu já sabia que de um Vasconcelos sempre pode sair uma coisa bacana. Quando a gente quer.

Eu tinha uns 10 anos mas me lembro de ter lido as mais de 100 páginas sem figuras quase que de uma vez. E em meio a uma história tão infantil, mas tão carregada de densidade, eu me identifiquei em algumas passagens. E chorei. Meu pé de laranja lima se tornou ali o meu primeiro livro preferido da vida. Foi Meu pé de laranja lima que despertou em mim o gosto pela leitura.  Gosto esse que se aprofundaria tanto que poucos anos depois eu teria lido todos os livros da biblioteca da escola.

Meu pé de laranja lima é uma história ao mesmo tempo inocente e complexa. História mesmo, porque José Mauro de Vasconcelos se baseou em sua própria infância pra escrever o livro. Carregada de pequenas alegrias e tristezas. Tão do tamanho dos 7 anos de Zezé. E eu, tendo tido aos 10 anos esse como meu primeiro livro favorito da vida, o que mais poderia se esperar de mim senão todo gosto pela melancolia que eu tenho hoje?

Li Meu pé de laranja lima bem umas 10 vezes nessa vida. E chorei em todas elas. Bem eu, que não costumo chorar, me debulhei em lágrimas. Bons livros são os que me fazem chorar.

Mais de 20 anos depois de ter lido meu primeiro livro favorito da vida, resolveram fazer um filme. E lá fui eu assisti-lo. Sozinha, pra chorar o quando eu quisesse. E assim foi. Começou o filme e logo depois da apresentação do patrocínio da Petrobrás, começou a musiquinha e o letreiro com os nomes dos autores. E então minha gente, já foi ali que eu comecei a chorar. E assim foi durante todo o tempo do filme, que eu nem sei quanto durou porque eu estava ocupada chorando. E eu levei uma coca cola e uns salgadinhos na bolsa pra comer ao invés de chorar, mas de nada adiantou. Cinco minutos de filme e eu lá soluçando cheia de salgadinho e aquela coca cola nunca esteve tão salgada. Estava vendo a hora que a outra meia dúzia de pessoas que estava vendo o filme comigo ia vir perguntar se eu estava tendo algum problema. 

Saí com a gola da blusa molhada. O rímel borrado. O nariz vermelho. A calça caindo. O cabelo despenteado. O ápice da falta de sensualidade da mulher brasileira. Mas cheia de consciência do meu estado deplorável, saí do cinema de cabeça baixa e corri pro estacionamento pagar e ir embora. No caminho de casa, fiquei pensando na vida. Nas dores da vida. Nas tristezas da vida. Na densidade da vida. E tudo isso aliado a alguma música melancólica que estava tocando no rádio, chorei de novo. E então a luz do painel piscou. Gasolina. Ok, carro, vamos abastecer. 

Cheguei no posto com a cara vermelha, descabelada, rímel borrado. E eu não sei porque os flanelinhas precisam olhar pra gente pra saber o que a gente quer "moçooo snif boa noitee snif bota cinqüenta reais de gasolina comum snif". 

Foi a gasolina mais cheia de compaixão que meu carro já recebeu na vida. 


O MEU pé de laranja lima

Obs. 1: Se você tem ou ainda vai ter um exemplar de Meu pé de laranja lima dado por mim, saiba que o que eu te dei não é só um livro simples e cheio de ternura. É também um pedaço da minha história e do meu coração.

Obs. 2: José de Abreu, eu sempre te achei bem mais ou menos. Mas agora, depois de interpretar o Portuga, talvez o meu personagem preferido da literatura, você vai ter minha admiração pra sempre.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Otilita

Jorge Mario Vargas Llosa (28 de Março de 1936) é um escritor, jornalista e político peruano, laureado com o Nobel de Literatura de 2010. (fonte)


E eu nunca tinha ouvido falar nesse cara.

Na verdade, o que acontece, é que eu nunca me prendi a nenhum escritor que fosse. Até hoje pouco me importava quem escrevia o que e só o que eu posso dizer, vergonhosamente, é que até hoje eu sei que Stephanie whatever escreveu o Crepúsculo. E que J.K. fulana de tal escreveu o Harry Potter. E só. (ok, eu sei que Bernard Cornwell, um dos meus escritores favoritos da minha seleta lista de escritores, escreveu uma de minhas trilogias favoritas - aquela lá do Rei Artur). Mas é isso. Contemplo, com toda a vergonha possível, minha lista de livros preferidos do facebook. ISSO AÍ QUE EU DISSE ACIMA e mais uns 3 livros. Essa pobreza de literatura preferida.

Estava eu pensando esses dias onde foi que deixei toda aquela minha sede de leitura. Aquela minha origem tão peculiar que até hoje sou lembrada por sair da biblioteca da escola com uma lista de 10 livros emprestados nos braços toda semana. Eu posso dizer sem exagero nenhum que em um ano li e reli toda a biblioteca considerável de uma escola. Feita de livros infanto-juvenis em sua maioria, mas que seja. Li mais de uma vez muitos títulos que lembro com saudade até hoje. Lembro também o orgulho no olhar da professora Berenice, de português, me dizendo que bom seria se todos os alunos dela fossem assim. E a professora da biblioteca dizendo que o máximo de livros permitidos para empréstimo eram três, mas que dessa vez ela abriria exceção para os meus dez. Ela abria exceção pra mim toda semana.

Fora da escola e de sua respectiva biblioteca, continuei lendo bastante. Fiz ficha em uma biblioteca perto de casa e passei a frequentá-la toda semana. Mas namoro vai, namoro vem, depois de um tempo eu tinha coisas "mais importantes" pra fazer. Mas meu amor pela leitura não passou: foi o namorado da época que me deu de presente os livros que até hoje foram meus preferidos e que eu exalto na minha prateleira com orgulho (e rezando pra ninguém pedir emprestado) - pena que ele percebeu que eu gostava de livros meio tarde. Antes disso gastou dinheiro considerável me dando bichos de pelúcia. Desperdício.

Faz bem uns 3 anos que parei de ler, quase que totalmente. Com a mudança de casa e comigo tendo exatamente tudo pra fazer dentro dela, me distanciei dos livros. Me apeguei aos filmes (reparem na aba de filmes que eu assisti uma quantidade considerável deles em 2011), séries (duvido que alguém tenha uma lista de séries assistidas maior que a minha), e música (dvd de Clips Pop bombando lá em casa), grandes paixões também. Mas eu sentia falta da leitura. Da paixão de entrar em uma história simplesmente lendo um livro (História Sem Fim, oi.).

Até esses dias.


Chegou em casa, quase que de surpresa, o presente de aniversário que Analu (claro, sempre ela!) me mandou. O primeiro de todos os que eu receberia depois, Analu nem pensou duas vezes nem teve receios de pensar o que me dar de presente que eu gostaria de ganhar. Travessuras da Menina Má, de Mario Vargas Llosa, foi o que chegou lá em casa, junto com um cartãozinho fofo típico dela. Eu, recém saída da leitura de O Barulho na minha cabeça te incomoda?, de Steven Tyler, muito mais despojado, demorei um pouquinho pra engatilhar na leitura. Mas só um pouco: apesar das referências que Mario Vargas Llosa faz à política peruana (e eu não me interesso nem por política brasileira, imagine) logo me vi envolvida no romance mais trágico que divertido, onde ora torci por ele, mas grande parte do tempo torci mesmo foi pra ela (porque Ricardito era lerdo, mereceu sofrer!).

Li Travessuras da Menina Má em pouco mais de uma semana. Afoita, não querendo ter sono pra ler mais da história, mas ao mesmo tempo cambaleando - "vou descansar só esse olho enquanto eu continuo lendo com o outro" é meu lema. Com Pandora enroscada em meus braços, ao mesmo tempo em que eu cuidava do trabalho, da casa, dos amigos, da família (e de algunas cositas más) e exclamava frases do tipo: "Pandora, desce da árvore/da cortina/larga o papel higiênico/sai de cima da mesa/da cama/da roupa limpa!", nas páginas do livro que Analu me deu revivi minha adolescência e retomei todo o meu gosto pela leitura. Leitura diferente, eu digo. Porque Harry Potter e Crepúsculo qualquer macaco lê fácil.


Nesse amigo secreto/Natal/aniversário eu ganhei algo mais que 10 livros. Diferentes entre si, tenho lá romance, aventura, referência de músicas, de toda uma década. Mesmo assim, vim dizer pra vocês que nessa última semana eu fui capaz de visitar bem uma meia dúzia de livrarias. E não saí de mãos abanando de nenhuma delas. Saraiva (ACHEI!), Nobel, Fnac, Livraria da Vila (me apaixonei terminantemente por essa última e tive que sair de lá arrastada). Comprei alguns livros, mas me apaixonei um tanto por muitos outros. E é com imenso prazer que eu vim dizer pra vocês: no fim de 2012 poderei fazer uma retrospectiva literária tão apaixonante quanto à da Aninha. E a da Anninha. E a da Gabs. E a da Paloma (meudeus!).


Pra quem me dá sabonetes, hidratantes e canecas de presente, eu tenho a dizer: se você quiser me fazer feliz e se interessar em me dar algo que eu realmente goste, me dê livros. Gosto de outras coisas também, mas se você não quiser arriscar, dê sempre livros. Para a sua facilidade, minha lista do Skoob, ali do ladinho, está completamente atualizada (é, eu leio de Garfield a Otelo, e daí?). E para as queridas que já me deram livros de presente: obrigada, meninas. Não só pelos livros em si, mas por me lembrarem que no meu coração, além da música, séries, filmes, da Pandora (e de algunas cositas más), existe um espaço consideravelmente grande de amor a eles também.


sexta-feira, 16 de setembro de 2011

... foi por causa do imbecil que não soube remar ♪

Então que a Ana Lu entrou no meu carro falando do mundo maravilhoso da Livraria Cultura. Segundo ela, um local mágico para toda a galerinha, cheio de altas aventuras e ação para a turminha do barulho aprontar muita confusão.

Hm. Ana Lu. Sai de Curitiba, a terra do frio congelante e chuva que eu vejo todo dia na previsão do tempo no mapa pintado de azul. Ana Lu saiu de lá, pra chegar aqui na minha terra da garoa e das 4 estações em um dia só e com sua população cheia de problemas respiratórios. Ela veio aqui, DO LADO da minha casa, pra mergulhar em toda a curtição da Livraria Cultura do Shopping Villa Lobos. Que tipo assim, fica há uns 5 quilômetros da minha casa. E que em todo esse tempo nessa indústria vital, desde que fizeram esse shopping há, sei lá, uns 20 anos, eu devo ter entrado nessa livraria umas 5 vezes, no máximo.

Ana Lu saiu de lá da casa dela pra chegar aqui no meu shopping e me contar que entrou no mundo mágico e maravilhoso da Livraria Cultura. Com toda a empolgação que só Ana Lu sabe ter. E me fez pensar em todas aquelas coisas que eu sempre penso quando alguém faz uma coisa desse tipo: eu tou aqui, DO LADO do negócio, e não sei aproveitar. Cara, as pessoas precisam sair da pqp pra chegar aqui e me contar que esse lugar aqui, que fica exatamente do lado da minha casa, é fantástico. Pra que eu possa levantar a bunda da minha cadeira e enfrentar trânsito e poluição e macacos motorizados pra conseguir chegar ali e aproveitar também desse lugar que sempre esteve aqui, mas que eu nunca tive a empolgação merecedora para tal ato. E que, mesmo amando livros e tendo entrado outras vezes nessa e em todas as outras livrarias da zona sul da cidade, só agora, depois de ouvir tamanho relato empolgante saído da boca da Ana Lu, eu consegui entrar naquela livraria já querida mas nem tanto AMADA e me deliciar TANTO com as preciosidades que encontrei por lá.

Ontem eu fui na Livraria Cultura e fali. Fali e fali bonito. E só não fali mais bonito ainda porque uma das coleções de livros que eu queria não estava completa lá. E mais: me controlei muito. MUITO mesmo. Pra não pagar os olhos da cara em séries de tv completas e históricas que têm lá, só lá, e em mais nenhum outro lugar dessa cidade. Força interior, não tem outra explicação.

E então que, eu lá, enfiada nos corredores mais escuros e mais escondidinhos, atolada de livros nos braços e sorriso no rosto, uma hora sentei pra descansar. Do lado da amiga que, como sempre, carregava os livros mais bizarros que alguém pode encontrar. Já quase no finalzinho do horário pra loja fechar, chega ela com um livro chamado Como fazer alguém se apaixonar por você em até 90 minutos. Eu, curiosa a respeito do que exatamente estava escrito sobre isso no livro (imaginei algo tipo maconha+cocaína), peguei para folhear. E eis aqui o trecho que, me desculpem, eu até tirei foto pra poder depois escrever aqui e compartilhá-lo com vocês:

"Imagine que você terá de passar o resto de sua vida em um barco a remo. É um barco grande, portanto é necessário que duas pessoas remem para que ele continue se movimentando. Você e o outro remador devem decidir qual direção seguir, devem remar com o mesmo ritmo e a mesma velocidade e se contentar em ficar cada um do seu lado do barco - caso contrário, andarão em círculos até enlouquecerem."

Daí que o xis da questão no livro era dizer a respeito da importância de se escolher bem alguém para um relacionamento amoroso. Eu, claro, me imaginei na situação. Eu lá, bonita, barco limpinho, envernizei meu remo, coloquei galochas pra não molhar o pé, prendi o cabelo em um rabo de cavalo pra não atrapalhar, levei lancheira, lenço de papel, protetor solar, palavra cruzada e lixa de unha. E então eu estou toda lá preparada pra remar e chega, infelizmente, o meu parceiro de remo. E então eu, que me conheço, até já sei. Vou olhar pra criatura e pensar 'ih, não vai saber'. Ou 'ih, é fraquinho, não vai conseguir'. Ou 'ih, esse aí não conseguiu nem limpar o nariz, será que ele sabe o que é um remo?'

Mas tá, que o livro dizia que o barco tinha que ser remado por dois (e infelizmente eu com certeza já haveria tentado remar sozinha e vi que apesar de todo o meu esforço não tinha saído do lugar), então eu teria que dar uma chance à criatura. 'Remar você sabe, né?' já me imagino perguntando a ele. "Ôpa, claro, sou maravilhoso nisso", coisa que todo homem diz, mesmo sem saber quanto é dois mais dois. 'Tá, vamo lá então, pega aê seu remo', eu finjo que acredito na afirmação dele, não sem antes dar as minhas coordenadas sobre como remar e pra onde. "Xá comigo, gata", ele vai dizer. Eu com certeza sentarei no meu lugar respondendo 'AHAM', com misto de sarcasmo e incredulidade, olhando-o de cima a baixo.

E então consigo claramente me imaginar, alguns segundos depois, olhando para o indivíduo cheio de empolgação e vontade, e imaginando que porra é essa que ele tá fazendo que nós, além de não sairmos do lugar, ainda estamos girando. Até enlouquecermos, como disse o livro. Ou até que EU enlouqueça, visto que não há como provar que essa criatura que os céus selecionaram pra me ajudar a remar tem, realmente, um cérebro que possa enlouquecer. E então nesse momento eu me lembro que as regras do livro foram claras e disseram que cada um deve ficar no seu lugar, do seu lado do barco. Lógico, já que os dois de um lado só fariam mais peso que resultaria no bagulho todo virado e nós dois na água abaixo. Então, infelizmente, eu não posso ir lá e dar uns tapas no infeliz pra ver se acorda. Mas o livro nada disse a respeito de sobre o que falar.

E então, meus amigos, eu estou cá a imaginar a cena. Eu lá, toda pomposa, calça jeans e blusa de florzinha. O boca-aberta do meu parceiro de remo cá, babando, fazendo tudo errado e ainda jogando água em mim, o que felizmente é só água porque eu esperta já teria me esquivado várias vezes do remo que com certeza já teria vindo bem perto da minha linda cara. A minha grande vontade seria mesmo levantar aqui do meu lugar e ir lá enfiar um pedala na cabeça dele pra ver se fica esperto. Mas além de não poder, vejo daqui que ele baba no remo e que com certeza nem assim o indivíduo se daria conta da situação em que estaríamos. E então, nobres senhores, primeiro eu vou analisar a situação como um todo. Objetivo: remar pra sair do lugar. Alguém falou alguma coisa a respeito de pescar? Não. Isso quer dizer que se eu gritar e espantar os peixes, isso nada tem a ver com minha meta a alcançar, certo? Certo. Ok.

Vou recapitular pra vocês lembrarem da situação toda: "Imagine que você terá de passar o resto de sua vida em um barco a remo. É um barco grande, portanto é necessário que duas pessoas remem para que ele continue se movimentando. Você e o outro remador devem decidir qual direção seguir, devem remar com o mesmo ritmo e a mesma velocidade e se contentar em ficar cada um do seu lado do barco - caso contrário, andarão em círculos até enlouquecerem."

E então, minha gente, devo dizer pra vocês que enquanto eu lia esse trecho do livro e minha mente já imaginava tudo isso que relatei aqui pra vocês, no fim do parágrafo eu já tinha no meu imaginário toda a resposta a respeito da atitude que eu tomaria. E eu preciso deixar aqui registrado pra vocês algumas das minhas opções de conversa civilizada que com certeza eu teria com esse energúmeno que botaram pra ser meu parceiro de remo:

1 - Anda logo, sua anta, não tá vendo que o negócio tá rodando?

2 - Tô ficando tonta e vou vomitar em você.

3 - Eu tenho o dia todo, viu?

4 - É pedra aí onde você tá batendo o remo, museu. Não te disseram que quem rema, rema na água? Isso aqui não é jo ken po.

5 - No lugar que você fez curso de remo estava escrito 'aula de voo para patos'?

6 - Da próxima vez que você me jogar água com esse remo, eu aviso que o meu vai escapar da minha mão e que, acidentalmente vai acertar bem para o meio dessa sua cara.

7 - Se você deixar o barco virar, já sabe onde que eu vou enfiar esse remo, né?

8 - Você limpa a bunda com essa mesma eficiência?

9 - Você já pensou na possibilidade de morrer afogado?

10 - TCHIBUM! (todas as opções descritas ou ocultas resultariam nessa onomatopéia)


A canoa virou por deixá-la virar...

Por essas e outras que eu não passo perto da prateleira de livros de autoajuda. Porque se eu levasse um papo com qualquer um desses autores desse tipo de livros os encontraria depois, com certeza, com a pedra amarrada no pescoço e prestes a se jogar do Rio Pinheiros. E ainda daria um empurrãozinho.


Sou mesmo uma flor.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Sobre Livros

Daí que eu vi lá na Carolda e resolvi vir dar o meu pitaco inteligente (porque meme sobre livros é um treco phyno, como diria a saudosa Lilith, fala a verdade..). E lá vamos nós:

Sobre livros

- Livro de Infância: O Meu Pé de Laranja Lima, de José Mauro de Vasconcelos e Diário de Biloca, de Edson Gabriel Garcia.

- Personagem que queria ser: a Bella, de Crepúsculo.

- Primeiro livro enorme que lembra de ter lido: O Diário de Ana Maria, de Michel Quoist.

- Filme que ficou melhor do que o livro: talvez... As Crônicas de Nárnia, de Clive Staples Lewis, no capítulo O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa.

- Livro que te fez sonhar acordada (o): Crepúsculo, claro. Ai que eu até topava morrer um pouquinho só pra ser vampira. E a coleção Harry Potter, sem dúvida.

- Livro que te fez chorar: As Memórias de Cleópatra, de Margareth George. Pareceu que era eu a amante de Júlio César e Marco Antônio, de tanto que sofri quando morreram.

- Livro que te fez rir: não me lembro de nenhum no momento.

- Livro que mudou a sua vida: Não. Eu não sou fã do tipo autoajuda.

- Livro que te causou dor: O Caçador de Pipas, de Khaled Hosseini e A Menina que Roubava Livros, de Markus Zusak.

- Livro de cabeceira: As Brumas de Avalon, de Marion Zimmer Bradley.

- Livro comercialzão: Total Crepúsculo e todos os outros que o seguem.

- Querido escritor: Nenhum em especial.

- Sente vergonha por não ter lido: O Mundo de Sofia, de Jostein Gaarder.

- Não suporta: Autoajuda, Paulo Coelho e todos esses livros/autores modinha que se acham.

- Para os apaixonados: Apaixonado lê livro? Eu aconselho a beijar na boca!

- Livro sensual: Aqueles do tipo Sabrina da vida. Que vende na banca por 50 centavos, sabe? De papel jornal? Então. Putaria, vou te contar...

- Para quando quiser ficar feliz: Coma chocolate.

- Para quando faltar esperança: Por onde caminham os Anjos, de Joan Wester Anderson.

- Livro que ganhou e nunca leu e nem vai ler: Otaku, os filhos do virtual, de Étienne Barral.

- Para quando for preciso paciência: O Guia do Mochileiro das Galáxias e todos os que o seguem, de Douglas Adams. Se você não for nerd apaixonado por ficção científica, homem e extremamente fã de coisas sem pé nem cabeça, nem tente. Vai por mim.

- Livro que comprou e nunca leu: nenhum.

- Biografia: Slash, Slash com Anthony Bozza.

- Para garotas: Melancia e todos os outros que o seguem, de Marian Keyes e O Diabo Veste Prada, de Lauren Weisberger.

- Difícil: Os Lusíadas, que eu fui obrigada a ler na escola e A Ilha Perdida (deve ser pq a professora mandou fazer resumo do livro).

- Para quem gosta de escrever: Trilogia As Crônicas de Arthur, de Bernard Cornwell, que escreve deliciosamente como poucos.

- Leitura de teatro: O Primo Basílio, de Eça de Queirós, e Dom Casmurro, de Machado de Assis.

- Conto gostoso de ler: Coleção Para Gostar de Ler.

- Não conseguiu terminar: A Vida, o Universo e tudo mais, de Douglas Adams. Da série dO Guia do Mochileiro das Galáxias.

- Está na fila: Brisingr, de Christopher Paolini, da série Eragon.

- Livro que daria de presente: Depende do indivíduo a ser presenteado.

- Pérola encontrada nos sebos: O Príncipe Fantasma, de Ganymédes José.

- O que está lendo agora: O Livro de Ouro da Mitologia - Histórias de Deuses e Heróis, de Thomas Bulfinch.

Postado por Renata às 10:29



Oi Renata.

Adorei essa sua lista.

Vou copiar. Posso ?

Você está no skoob? Meu nome é elvira_sp.

Bjs.

Elvira

Elvira | Homepage | 08.29.09 - 3:23 pm

Eu tô tão, mas tão sem tempo, que estacionei num livro do Dawkins e não consigo terminar. =/

Ah, te add lá no Skoob...bom, pelo menos tentei! hahahaha

Depois diz se deu certo!

=*

Silvia | Homepage | 08.28.09 - 11:17 am

Fala sério que esse meme é tuuuuuuuuudo de bom? E nem é pq é "phyno", é pq meme de livro pra pessoas viciadas como nós é uma coisa q desperta até arrepios... hahahaa.

Eu vou copiar, tá?

Um beijo!!

Taty | Homepage | 08.27.09 - 6:11 pm

eu tinha que vim aqui pra comentar o ítem dois. porque eu fiquei tão metida porque você disse que eu era ela. rs

Fiquei curiosa com "O príncipe fantasma". Já pensei em ler As brumas de Avalon, mas sempre fico com pé atrás e pego outro. Um dia eu leio.

Vou dar um Ctrl+C Ctrl+V nessa sua lista. rs

beijo phyna!

Bella | Homepage | 08.27.09 - 4:04 pm

Oi mocinha!!!

Sinceramente eu não tenho muita paciência pra meme, mas não teve como não ler esse...

Eu amei Melancia...

Sofri e chorei de solução com A menina que roubava livros...

Estou lendo A Cabana e estou gostando bastante...

Cronicas de Narnia é o próximo da fila...

Beijinhos

Evelyn | Homepage | 08.26.09 - 11:14 pm

Putz, lembrei de quando fui obrigada a ler Macunaíma, pro vestibular... ô livrinho chato!

Sabrina (não é a do livro, rsr | 08.26.09 - 8:20 pm

Tenho que fazer esse meme também e O Caçador de Pipas será um dos que me causou dor, mas A Menina que Roubava Livros foi um dos que me fez chorar...

Bjitos!

*Lusinha* | Homepage | 08.26.09 - 6:47 pm

Menina, O meu pé de laranja lima foi um dos livros que marcaram muito minha infância. Foi um presente da minha vó e eu me lembro até das figuras do livro... Melancia eu simplesmente adorei!!!! As brumas de Avalon eu nem tenho palavras para descrever, só posso dizer que mudou muita coisa na minha vida: passei a valorizar determinadas coisas etc depois de ter lido o livro. Faltou o Pequeno príncipe. Você não gostou não?? Coisa boa que é ler, né???

Bj

Com carinho

Gi

PS: E se vc achar estranho que esta estranha que te admira e lê o que você escreve todo dia te mandar bj, não se assuste, porque "tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas"...

Giovana | Homepage | 08.26.09 - 5:58 pm

Eu amei claroooooo, e assim quando tiver "no dia" vou copiar, mas sabe, tem umas questões que vão parecer plágio kkkkk

beijo

Jana | Homepage | 08.26.09 - 5:17 pm

Rê eu amei esse meme!Nos temos um gosto literário muuuuito parecido(eu amo Crepúsculo e Harry Potter).Acho que vou pegar esse pra mim.Beeijo

Erica | Homepage | 08.26.09 - 2:25 pm

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Sobre Cultura

Daí que nessa minha coisa de casa nova, enquanto compro/limpo/pinto/arrumo as coisas, o salário fica focado pra isso e eu estou em abstinência de tv à cabo. Não, não vamos falar sobre isso senão eu choro de saudade do Jamie Oliver. Então que eu tenho que me virar procurando por programas que goste na tv aberta mesmo, e isso por acaso não inclui nenhum programa sensacionalista ou telejornais. É, essa coisa de tragédia já me basta. Então que sapeando ali e acolá na meia dúzia de canais que me restam, lembrei os velhos tempos e parei na tv Cultura. E aí lembrei como são bons os programas de lá.

Sei que eu me racho de rir com um desenho lá de massinha, que tem umas ovelhas e um cachorro. E, depois que terminou, começou um programa fofo, que continuei a assistir e amei. Chama-se Tudo o que é Sólido Pode Derreter. E é tipo uma série, juvenil, sobre uma adolescente que mistura a sua história real com histórias de livros de autores conhecidos. Cada dia, um livro diferente. No primeiro dia que assisti era um livro de Clarice Lispector. E eu já disse pra vocês que essa coisa de literatura nacional não é a minha praia, que eu acho a maior modinha a gente passar em vários blogs e ler trechos de livros... ah, sei lá, fiquei traumatizada com as aulas de literatura da escola. Não gosto e ponto. Mas o programa é tão fofo, tão voltado para linguagem adolescente, tão bonitinho, tão delicado... que eu até tive vontade de ler o livro em que o episódio era baseado. Tão gostosinho de assistir!

E aí que você pode falar que eu sou retardada e preciso que tenha linguagem adolescente pra me interessar, e eu te respondo que essa coisa imposta, que a gente TEM que saber a cor da cueca de Machado de Assis é tão chata... que eu te digo mesmo que se for resumida e fofa eu tou topando. Ah, e daí?

'Tudo o que é Sólido Pode Derreter é uma série juvenil que busca explorar de forma atraente e com bom muito humor o universo adolescente a partir do cotidiano de uma jovem, Thereza, que estuda na escola grandes obras da literatura de língua portuguesa, descobrindo e envolvendo-se com suas histórias.'

Segunda a quinta, 18h45, na TV Cultura.

Postado por Renata às 11:38


Deve ser um programa bom mesmo, fiquei com vontade de conhecer.
Bjitos!
*Lusinha* | Homepage | 08.19.09 - 5:14 pm

Meu filho fika o dia td na cultura, o Shawn é demais, hehehehe....
mas eu curt mais portal do intercâmbio
bjs!
kelly | Homepage | 08.11.09 - 9:52 pm

Oi Re.
Eu adoro leitura mas não obrigo ninguém a gostar. Cada um é do jeito que é.
Eu adoro essa séria da TV Cultura. Sempre que posso eu assisto.
Ah, Thereza !
Obs: tem um selinho para você lá no blog.
Bjs.
Elvira
Elvira | Homepage | 08.11.09 - 5:07 pm

Ninguém é obrigado a gostar de nada e acho ridículo ficar fingindo que gosta pra parecer "cult" ou intelectual. Gosto é gosto.
Nunca assisti esse programa. Nem sei se a TV cultura pega na minha Tv aberta...
Bjs.
Tathiana | Homepage | 08.11.09 - 4:55 pm

Oiii
pois é, as vezes a sociedade cobra tanto que saibamos do mundo, dos acontecimentos, que esquecem das pequenas coisas boas da vida.
Alias adoro esse desenho, dou muitas risadas com ele tbm kkkkkkkkkkkkk
bjs ^^
Vê | Homepage | 08.11.09 - 4:44 pm

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Sobre Crepúsculo

(porque se enganou quem achava que eu já tinha feito um post sobre isso)

Não, eu não tinha feito. É, eu só comentei. Sim, eu esperei para ver o filme 3 vezes, ler todos os livros e mais o Sol da Meia Noite, projétil de livro. E conversei com tudo e com todos até formar toda a minha opinião. Porque post como esse é preciso ser bem feito. E breve, espero.

Eu inicialmente não quis ver, o filme era romance adolescente, até que as pessoas enlouqueceram e a febre chegou até às supostas sãs que possuem sangue do meu sangue. Assisti o filme, zoei porque sou do contra de modinhas, purpurina e tal, depois li um a um todos os livros, um ganhado, uns emprestados, outros comprados de última hora e desesperadamente, e por fim o Midnight Sun baixado. E passei a amar cada centímetro da história. Certo. Tudo isso vocês já sabiam.

Passado o tsunami, tenho a dizer que:

- Homens, o coração de TODAS as mulheres que lêem esses livros sofrem de palpitação. Se vocês não entendem, apenas aceitem. Sem pré-conceitos e sem chutar o pau da barraca, porque um belo dia periga você acordar e a sua namorada/noiva/amante/esposa te tacar o pé na bunda e ficar com os livros dela. Sério, experiência real e próxima. Vai por mim e segura sua onda de ciúmes.

- Mulheres que não leram os livros porque são acéfalas (porque falar de algo que não sabe e dizer que não nasceu pra ler livros pra mim se resume a isso). Todo o mundo tá careca de saber que o cinema adapta para leigos e menos providos de inteligência as grandes obras literárias, mas essa adaptação sempre deixa a real essência e riqueza de detalhes da coisa para o lado. Minha filha, tá legal sair falando que é uma bosta? Que bom. Dá ibope, né? Todo mundo acha absurdo e daí começa o bate boca, não é? Experimentou pôr a melancia na cabeça já? Ôpa, dá um efeito sensacional. Experimenta lá que você vai gostar.

- Não, eu não tou matando quem fala mal da coisa. Gosto não se discute e o que seria do amarelo se todos gostassem do azul. Eu só penso que, para tudo na vida, antes de dar pitaco é necessário saber do assunto. Pesquisar, procurar. E aí sim, baseado em fatos concretos, dizer a sua real opinião. Não a que alguém falou ou o que você acha bonito dizer. Bom seria se no mundo houvesse mais peixes de presépio, cheios de inteligência e sensibilidade para analisar o que quer que seja.

- Estudos sobre a evolução humana comprovam que a visão masculina é central, e a visão feminina é periférica. Ou seja, o homem foca no objetivo, a mulher no procedimento. Claro que um homem vendo o Crepúsculo vai chegar no 'tá, daí que a adolescente se apaixonou pelo vampiro, han?'. E a mulher pouco se importa com o fim da história, porque ela tá prestando atenção mesmo é no desenrolar da coisa. Em tons de voz, olhares, sentimento. Enfim, a ciência explica as reações de cada sexo perante o fato em si. Pronto, não se matem. Os homens são insensíveis mesmo e a gente chora mesmo por qualquer coisinha. Fato.

- Me identifiquei totalmente com uma parte do livro. Mas é melhor deixar isso pra lá.

- A vida é tão cheia de coisas ruins, sabe, gente? Tanta fome, tristeza, desolação. Realidade dura mesmo. E então inventaram as artes para nos entreter e animar. A música pra mudar nosso humor do nada no meio do dia. A pintura pra gente deixar a coisa mais colorida e podermos expressar no papel os sonhos. Os filmes, para participarmos de perto da imaginação fértil das outras pessoas. A dança, para esquecermos da vida e sentirmos outras energias sem que haja qualquer envolvimento que não o entrosamento entre as pessoas. O bordado, para que as vovós ocupem o tempo. A culinária, pra gente ficar cada dia mais gordo. Tantas coisas boas provenientes das artes! Tantas atividades diferentes, que têm tantos poderes sobre nossos sentimentos. Deixem-se apreciar qualquer uma delas. E deixem que as pessoas ao redor apreciem também. Deixem que suas irmãs, namoradas, amigas, esposas babem de chorar no Crepúsculo. É só um filme/livro, que com certeza vai deixá-la mais feliz depois de vê-lo/lê-lo. E aí quem vai aproveitar desse momento de felicidade é você. Você, homem. Se você não consegue se permitir um momento de satisfação apreciando alguma coisa que gosta, não recrimine o momento de outra pessoa. Porque você com certeza não tem o que aquela sua amiga que tá chorando em bicas pelo Robert-não-sei-das-quantas tem. O sonho. A sensibilidade. Você vai lá dizer pra criancinha de 3 anos que Papai Noel não existe? E vai dizer para a adolescente/moça/mulher, que príncipe encantado também não? Não faça isso. Guarde sua insensibilidade pra você.

domingo, 7 de junho de 2009

Que livro eu sou?

E, mais um meme (pra que posts quando a gente consegue viver de meme?) que todo mundo já fez e só faltava eu. No início eu fiz assim como que só pra ver se ía mesmo bater com o que eu sou. E não é que o negócio saiu mesmo parecido?


:: Postado por às 21h33



Uau, Clarice, hein...
O meu deu Dom Casmurro rsrsrsrs
Jaque | Homepage | 06.09.09 - 11:42 am

Então que eu fiz esse meme quando a Jana postou ele, e eu sou o mesmo livro que você. rs
Eu procurei ele na biblioteca pra ler, mas ainda não encontrei. (Afinal preciso saber quem sou eu né?! rs)
Adoro a Clarice!
Beijo Rê
Fernanda | Homepage | 06.08.09 - 7:27 pm

eu achei super vc, principalmente a parte dificil de lidar! rsrsrs
Beijos
Jana | Homepage | 06.08.09 - 6:46 pm

O meu também saiu esse! Beijos
Lilica | Homepage | 06.08.09 - 5:48 pm

Memes, memes, memes... eles são legais. Mas de todos que me passaram até hoje, só fiz um. Que chato. ha
Beijo
Carolda | Homepage | 06.08.09 - 5:43 pm

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Sobre leitura não convencional

Daí que no mundo dos blogs fala-se muito de autores famosos como Fernando Pessoa, Clarice Lispector e outros afins. E eu já disse, apesar de ler ser um dos meus hobbies favoritos, eu geralmente fujo dessa coisa mais famosa, de autores nacionais e tal. Não sei o que me atrai em autores internacionais, talvez por eu achar que eles não rodeiam tanto em escrever coisas simples, mas o mais provável é que a minha professora de literatura no colegial tenha mesmo me deixado traumatizada quando me obrigou a colar sobre a cor da cueca do Machado de Assis ou sobre a frequência em que Jorge Amado tomava suco de abacate. É, colei, vidas e mais vidas de autores que somos obrigados a saber nesse método de ensino um tanto precário, visto pela minha humilde opinião. Preconceito de leitura nacional, obrigatória em fase pré-vestibular. O fato é que eu acho que leitura internacional é mais simples, mais clara, mais limpa. O que você lê é realmente o que está escrito. O que eu realmente prefiro.

Daí que desde sei lá quando estamos em uma era que livros viram filmes e vice-versa. Legal, as histórias atingem tanto os apaixonados pela leitura quanto os preguiçosos, que preferem os filmes. Ou o contrário, comigo já aconteceu de não me interessar por um determinado livro, só porque era modinha (eu odeio essa coisa de modinha), mas ver o trailer do filme me chamou a atenção, assistir o filme me apaixonou e me fez comprar toda a coleção de livros, que amei ler do começo ao fim. Boa mesmo essa coisa de interação livro-filme.

E temos também a parte de histórias verdadeiras que viram livros, as famosas biografias, categoria essa em que eu não havia entrado, até dia desses. Hitler, Madonna, Van Gogh, Roberto Carlos, Paulo Coelho, o Papa. Tá cheio de biografias e auto-biografias, autorizadas ou não, nas livrarias por aí. E eu, aqui no meu mundinho, tentando imaginar sobre qual dessas super pessoas poderosas eu gostaria de ler.

Aí chegou o meu irmão com o primeiro grande livro que comprou pra si debaixo do braço. E deu para que eu lesse. E sabem, outra coisa que eu gosto bastante nesse mundo é música. Claro, mais voltada para o rock, meu estilo favorito, mas me encanta saber sobre a história da música, sobre início e ramificações que nos trazem aos dias de hoje os vários estilos musicais que possuímos. Ver que a música muda conforme sua população na época, esta também sofrendo mutações de acordo com as músicas e estilos que criam tendências e costumes novos. Troca mútua. Coisa linda.

E então eu li sobre a vida do Slash, pra quem não sabe, um dos maiores guitarristas da atualidade e do mundo do rock, conhecido por ter ajudado a fundar e ter participado do grupo musical Guns 'N Roses, modinha entre jovens dos anos 80. É, o Slash não é o Hitler, não é o Ghandi, não é o Papa. Mas é legal ler sobre a vida de uma pessoa que participou de uma banda que indiretamente influencia a vida de muita gente, seja ouvindo no carro, seja de gente que chega em loja de instrumentos musicais querendo "uma guitarra igual à do Slash". Ah, você não curte esse estilo musical, não te interessa, não quer saber? Certo, mas eu estou aqui para te indicar que leia uma biografia de alguém que você goste, que esteja envolvido em um mundo que você goste. Procure identificar e se interessar sobre de onde vem aquilo que te interessa. Legal, sabe?

Porque eu, lendo sobre as origens de uma banda de rock que muito me agrada, percebi que esse mundo é mesmo cheio de drogas, sexo e rock 'n roll, mas pude saber também quais foram as pessoas e bandas que os influenciaram e quem eles vieram influenciar depois, o que eles pensavam na época e o que pensam hoje, como as músicas eram feitas e como são hoje, quem foram os grandes parceiros e os grandes inimigos, como foi a administração de tudo e como pularam da parte sofrida de banda adolescente para um sucesso mundial, e o que levou à separação do grupo e ao álbum tão criticado que saiu dia desses.

Minha primeira biografia. Excelente. História. Da música. Inútil? Nem só de grandes nomes vive uma boa literatura. Pense nisso.


:: Postado por às 10h13



[Ju] [www.avidaecorderosa.zip.net]
olha só... eu tbm não me lembro de alguma biografia não, mas acho q começaria pela madonna =)
02/12/2008 14:19

[Thy] [www.christhy.com]
Acho que mudou muita coisa hoje em dia, então fica interessante saber como era antigamente!!! Então Hostee é isso que você lêu no meu post deu para entende agora? =)
02/12/2008 11:28

[Mari] [www.perfeitamente-imperfeita.blogspot.com]
É legal mesmo e muito importante saber a historicidade das coisas, sobre o pq é hoje assim, e como funcionava antigamente. PS.: Sobre a frasqueira, menina, essa foi a compra mais certeira que já fiz atualmente, baratinha e do tamanho que eu queria, fora ser super útel para nós, mulheres, rs. Beeejs ;]
02/12/2008 10:23

Esse ano eu estive em falta com os livros. Os poucos que li foram no computador.
Mas em 2009 eu vou ser obrigado a ler vários. Monografia é uma peste mesmo.
E em parte concordo com seu comentário sobre escritores brasileiros. Como a língua portuguesa é rica em recursos estilisticos, por vezes o povo acaba exagerando. E eu odeio a Clarice Lispector.
Thito | Homepage | 12.04.08 - 8:16 am

Acho que a história das pessoas sempre acrescenta algo para nós.
Bjitos!
*Lusinha* | Homepage | 12.03.08 - 7:55 am

Ai, me deu vontade de ler... To só esperando as férias chegarem pra devorar livros e mais livros...
:*
Ciça. | Homepage | 12.02.08 - 9:25 pm

Eu amo ler mas alguns desses autores tipo Clarice, eu não entendo bulhufas, fico meio entediada! Prefiro histórias de ficção, suspense, biografias...
Beijos
Lilica | Homepage | 12.02.08 - 6:21 pm

Re, tb amo ler especialmente biografias e histórias verídicas. Quanto mais verdadeiro, melhor. Tb acho otimo o casamente cinema e livros, muito embora nem sempre seja possível tamanha fidelidade...
Falando em casamento, coloquei mais um ultimo post foférrimo sobre o dialogo nos relacionamentos. Vai lé ver!
E chega desse assunto antes que vcs me conhçam pelas páginas policiais da Folha de São Paulo - afeeeeeeeeeee!
Beijo
Andrea Mentor | Homepage | 12.02.08 - 5:35 pm

Então né, vamos lá..
Como estava dizendo, a única biografia que eu li foi da Cássia Eller e achei bem interessante. Embora o livro já comece pelo fim, eu gostei muito da forma como toda a história foi contada e tal. Já curtia o som que a Cássia fazia e depois de ler o livro, fiquei ainda mais fã. Agora quanto a preferir ler autores nacionais ou não.. Sei lá, eu tenho meus autores preferidos.
Detesto Machado de Assis. Pra mim, ele não escrevia bem. Mas qualquer opinião contrária ou objeção feita à obra dele são vistos como um sacrilégio. Acho isso uma bobagem! Eu não gosto mesmo e pronto. Cara mais chato!
A Clarice é outra escritora que me deixa com o pé atrás. Até gosto. Mas eu leio, leio, leio.. E não compreendo o porquê de toda essa aura de adoração incomum em torno dela. Quem sabe seja pelo fato dela ter uma escrita muito autobiográfica, muito intuitiva, muito confessional. Então, os leitores influenciáveis (sobretudo, as feministas) se sentem envolvidos não só com a obra, mas com a pessoa dela também.
Ah, sei lá viu.. Vai ver o problema está em mim.
Edgar | 12.02.08 - 5:27 pm

Eu também, apesar de mar ler, tenho birra com os autores nacionais. eles sempre me pareceram cansativos e extremamente pomposos até para as coisas mais simples!
roHh | Homepage | 12.02.08 - 4:04 pm

Sabe, a única biografia que eu li até o fim, foi da Cássia Eller.
Ah, depois eu volto aqui pra comentar melhor o seu post.. Que diga-se de passagem, eu adorei. Beleza!
Bjo Rê.. :D
Edgar | 12.02.08 - 3:39 pm

É, Rê... Tb fiquei traumatizada com Machado de Assis e Cia... Tanto que tentei ler "O Primo Basílio" depois que passou a série na TV, mas nem assim consegui. Ah, então, aquela história é toda real, as pessoas existem e são daquele jeito que eu escrevi (ou até um pouco pior). E vc não sabe, que elas têm a capacidade de mentir tão bem, que a gente acredita quando elas se fazem de boazinhas. Igualzinho a Flora, sem tirar nem por. Triste né... Bjs
Adri | Homepage | 12.02.08 - 12:43 pm

bem, eu adoroooo livros, mais do que evidente, e um dos meus autores é Caio F, que é de lu, direto que chega a cortar com gilete, ou evasivo.... mas amo, amo e amo. Só não é um bom momento para le-lo pq me deprime....
Eu gosto de biografia, já li algumas, e acho interessantissimo... ´ Beijos
Jana | Homepage | 12.02.08 - 10:05 am