sexta-feira, 17 de julho de 2009

Sobre Crepúsculo

(porque se enganou quem achava que eu já tinha feito um post sobre isso)

Não, eu não tinha feito. É, eu só comentei. Sim, eu esperei para ver o filme 3 vezes, ler todos os livros e mais o Sol da Meia Noite, projétil de livro. E conversei com tudo e com todos até formar toda a minha opinião. Porque post como esse é preciso ser bem feito. E breve, espero.

Eu inicialmente não quis ver, o filme era romance adolescente, até que as pessoas enlouqueceram e a febre chegou até às supostas sãs que possuem sangue do meu sangue. Assisti o filme, zoei porque sou do contra de modinhas, purpurina e tal, depois li um a um todos os livros, um ganhado, uns emprestados, outros comprados de última hora e desesperadamente, e por fim o Midnight Sun baixado. E passei a amar cada centímetro da história. Certo. Tudo isso vocês já sabiam.

Passado o tsunami, tenho a dizer que:

- Homens, o coração de TODAS as mulheres que lêem esses livros sofrem de palpitação. Se vocês não entendem, apenas aceitem. Sem pré-conceitos e sem chutar o pau da barraca, porque um belo dia periga você acordar e a sua namorada/noiva/amante/esposa te tacar o pé na bunda e ficar com os livros dela. Sério, experiência real e próxima. Vai por mim e segura sua onda de ciúmes.

- Mulheres que não leram os livros porque são acéfalas (porque falar de algo que não sabe e dizer que não nasceu pra ler livros pra mim se resume a isso). Todo o mundo tá careca de saber que o cinema adapta para leigos e menos providos de inteligência as grandes obras literárias, mas essa adaptação sempre deixa a real essência e riqueza de detalhes da coisa para o lado. Minha filha, tá legal sair falando que é uma bosta? Que bom. Dá ibope, né? Todo mundo acha absurdo e daí começa o bate boca, não é? Experimentou pôr a melancia na cabeça já? Ôpa, dá um efeito sensacional. Experimenta lá que você vai gostar.

- Não, eu não tou matando quem fala mal da coisa. Gosto não se discute e o que seria do amarelo se todos gostassem do azul. Eu só penso que, para tudo na vida, antes de dar pitaco é necessário saber do assunto. Pesquisar, procurar. E aí sim, baseado em fatos concretos, dizer a sua real opinião. Não a que alguém falou ou o que você acha bonito dizer. Bom seria se no mundo houvesse mais peixes de presépio, cheios de inteligência e sensibilidade para analisar o que quer que seja.

- Estudos sobre a evolução humana comprovam que a visão masculina é central, e a visão feminina é periférica. Ou seja, o homem foca no objetivo, a mulher no procedimento. Claro que um homem vendo o Crepúsculo vai chegar no 'tá, daí que a adolescente se apaixonou pelo vampiro, han?'. E a mulher pouco se importa com o fim da história, porque ela tá prestando atenção mesmo é no desenrolar da coisa. Em tons de voz, olhares, sentimento. Enfim, a ciência explica as reações de cada sexo perante o fato em si. Pronto, não se matem. Os homens são insensíveis mesmo e a gente chora mesmo por qualquer coisinha. Fato.

- Me identifiquei totalmente com uma parte do livro. Mas é melhor deixar isso pra lá.

- A vida é tão cheia de coisas ruins, sabe, gente? Tanta fome, tristeza, desolação. Realidade dura mesmo. E então inventaram as artes para nos entreter e animar. A música pra mudar nosso humor do nada no meio do dia. A pintura pra gente deixar a coisa mais colorida e podermos expressar no papel os sonhos. Os filmes, para participarmos de perto da imaginação fértil das outras pessoas. A dança, para esquecermos da vida e sentirmos outras energias sem que haja qualquer envolvimento que não o entrosamento entre as pessoas. O bordado, para que as vovós ocupem o tempo. A culinária, pra gente ficar cada dia mais gordo. Tantas coisas boas provenientes das artes! Tantas atividades diferentes, que têm tantos poderes sobre nossos sentimentos. Deixem-se apreciar qualquer uma delas. E deixem que as pessoas ao redor apreciem também. Deixem que suas irmãs, namoradas, amigas, esposas babem de chorar no Crepúsculo. É só um filme/livro, que com certeza vai deixá-la mais feliz depois de vê-lo/lê-lo. E aí quem vai aproveitar desse momento de felicidade é você. Você, homem. Se você não consegue se permitir um momento de satisfação apreciando alguma coisa que gosta, não recrimine o momento de outra pessoa. Porque você com certeza não tem o que aquela sua amiga que tá chorando em bicas pelo Robert-não-sei-das-quantas tem. O sonho. A sensibilidade. Você vai lá dizer pra criancinha de 3 anos que Papai Noel não existe? E vai dizer para a adolescente/moça/mulher, que príncipe encantado também não? Não faça isso. Guarde sua insensibilidade pra você.

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