terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Não sentem perto de mim

Ah, a vida social. Tão difícil de viver. Amar cinema, mas ter problemas em frequentá-lo aos finais de semana. Porque sexta, sábado e domingo (e quarta-feira, que é meia entrada!) são os piores dias possíveis para ir ao cinema. São aqueles dias em que as pessoas fazem questão de se amontoar umas em cima das outras. São os dias em que os pais separados levam seus filhos de pais separados para passear. Porque é um dia que eles TÊM que passear. Tipo, um momento que deveria ser leve e feliz e intuitivo se transforma NA OBRIGAÇÃO de ter que levar os filhos para passear. Mas é uma obrigação velada. Imagina. É ótimo levar os filhos pra passear. Foi tudo o que eles sempre quiseram. Babar o ovo do filho só pra tentar ser melhor que a mãe em dois míseros dias. E olha aqui a pipoca, meu filhote. E o refrigerante. E a bala. Blusa. Chiclete. Brinquedo! Vamos no cinema, garotão? Vamos. Que que a gente vai assistir? Ah, sei lá, chegando lá a gente ver. VAMOS VER AQUELE FILME QUE A RENATA QUER VER. E DAÍ A GENTE APROVEITA E SENTA DO LADO DELA, NÃO É SUPIMPA? Então. Essa é a sensação que eu tenho quando vou ao cinema aos finais de semana. Que o mundo inteiro quis sentar ao meu lado. Atrás de mim, a mãe dedicada que lê a legenda do filme para o filho "retardado" que enquanto isso chuta o assento da minha cadeira. Enquanto de um lado a criatura quase derruba o refrigerante em mim, do outro a pessoa não sabe onde botar a blusa que de repente fez o maior calor e, adivinha, sobrou pra ficar no meu colo! E na frente? Na frente sempre senta alguém que DEVE TER DOR DE BARRIGA, ou hemorróida, ou algo do tipo, porque nunca, NUNCA é alguém que para quieto na poltrona. 

Ah, a vida em sociedade. Passear na rua nas tardes de domingo. Aquela paz, aquela calmaria. E todos os carrinhos de bebês do mundo que atravessam ensandecidamente na minha frente bem naquela hora que não dá mais pra brecar. E os cachorros. E as crianças. E os patinetes. Mas quem é que quer passear nas tardes de domingo? Não, melhor coisa é ir no mercado.

Eu e a população mundial. No mercado. Não importa a hora do dia, se não for de manhã cedinho 8h da manhã assim que abre, se eu não vou na hora das velhinhas, adivinha. O mundo todo resolve ir comigo. E aí é um tal de JUNIOR, PEGA ALI O REQUEIJÃO, JUSTO AQUELE QUE A RENATA ESTÁ PEGANDO AGORA que meudeus. O mundo resolve ir comigo, de corredor em corredor, como uma grande canção dos Beatles Love, Love me do. You know, I love you. E então vamos todos juntos, lata de milho a vidro de maionese, cantando e dando as mãos. Às vezes eu tenho mesmo a impressão de que as pessoas fazem uma roda ao meu redor, tipo ciranda-cirandinha. É toda uma emoção.

Mas imagina, eu sou uma moça solteira. Tenho que ir pra balada pra aproveitar a vida. ATÁ. Às vezes eu tenho que me convencer disso. Daí eu vou. Chego no lugar e, danças do acasalamento à parte (em toda balada SEMPRE tem danças do acasalamento), é toda aquela emoção. Sensação de que todo mundo olha pra você porque, naquele momento, você é o frango da padaria que sai dançandinho no meio de um monte de cachorros vira latas, tipo desenho do Pica Pau. Ah, a balada. Ah, a socialização.

Ah, a família. Coisa bonita de se ver. Todo mundo parecido, falando no mesmo tom de voz e com toda a personalidade parecida (imaginem um monte de Renatas falando tudo junto). Família é uma coisa divertida. Aquilo ali de você ver qual será o seu futuro, tudo ali bem diante do seu nariz. É simples, só juntar toda a sua família, bater no liquidificador e voilá. Seu futuro. Aquela bunda caída que a sua tia tem, você também terá. Aquela coisa que a tia avó diz, que os pelos das partes baixas estão brancos, os seus também ficarão. Aquela gastrite/esporão/burcite que você também terá, claro. Tá preocupada com as varizes? Olha a perna da sua avó. Porque a sua também ficará igual. Ah, família. Aquele povo que te diz NOSSA RENATA COMO VOCÊ ENGORDOU/ENVELHECEU/EMPELANCOU desde a última vez que eu te vi! Você viu que sua prima viajou/casou/empirigou/botou silicone na bunda? E você ficou lá limpando a casa enquanto isso? E o trabalho/a casa/os amigos E QUE COISA QUE VOCÊ NUNCA ARRUMA UM NAMORADO! Ah, a família. Gente da gente. 

É por isso que, via de regra, eu prefiro o meu lar. Ah, a tranquilidade da vida. Ah, o meu pequeno sofá fielmente localizado na melhor parede da sala, porque me dá visão ampla de tudo, desde a tv, o céu da varanda e todos os outros cômodos, para o caso de eu assistir The Walking Dead e não ser pega desprevenida por zumbis que queiram adentrar no meu apartamento. Meus quadros fielmente localizados no ângulo perfeito de cada parede, assim como minhas plantas e flores, cujas quais eu já contei quantas argolinhas da corrente que os pendura no teto devem ter, já que elas formam um padrão. Meus discos, meus livros, meus filmes. Todos arrumadinhos em uma harmonia perfeita que dá gosto de olhar (e cujo quarto eu fecho a porta quando recebo visitas, já que esse povo não tem total noção de que não deve pedir NADA meu emprestado - já que, via de regra, é tudo sempre igual: ou não volta mais, ou volta em estado de lixo). Ah, meus armários. Com tudo fielmente arrumado para minha satisfação ao abrir as portas. Como é lindo viver. Sheldon Cooper me entenderia perfeitamente. Mas não só ele.


Em todos esses 33 anos nessa indústria vital, eu achei que fosse única. Achei que minhas neuroses e manias fossem únicas. Mas um dia eu achei alguém igual. MUITO IGUAL. 

Há exatos 19 anos existe uma mineira de Berlândia que consegue ter exatamente os mesmos pensamentos que eu. E as mesmas atitudes. O mesmo pensamento de arrumar desculpas infinitas para os amigos só pra não ter que sair de casa e poder ficar assistindo séries de pijama no sofá. Alguém que prefere viver a party hard da vida no mundinho de um apartamento, assim como eu. ♥ Gente que tem os móveis todos bem dimensionados com relação ao tamanho do quarto. ♥ Gente que tem os livros organizados por cor. ♥ Gente que anda pela rua e não cumprimenta ninguém não porque seja metida, é que ela só vê borrões ao invés de pessoas. ♥ Gente que tem milhares de caixinhas pra guardar não interessa muito bem o que, porque o que importa é ter caixinhas para guardá-los. ♥ Gente que anda pela casa rumo à cozinha com o telefone na mão pra beber água e de repente se vê com a geladeira aberta, sem o telefone que você provavelmente colocou no congelador, tirando a carne pra fazer o almoço mas encontrando a escova de cabelo que perdeu semana passada dentro da panela. ♥ Gente que tem vontade de botar na bio do twitter "pareço gostar de acelga mas sou legal. ♥ ♥ ♥ Gente que, apesar do brilhantismo, é daquele povo que é capaz de andar divamente rua afora até tropeçar fenomenalmente em um buraco e sair caindo em câmera lenta pra todo mundo que estiver passando assistir comendo pipoca. ♥ Gente que as pessoas sempre acharam ser metida porque tem cara de quem comeu e não gostou. ♥ Gente que fica desesperada quando esquece se tomou o remédio ou não - porque isso com certeza é Alzheimer. ♥ Gente que as pessoas nunca imaginam que faça alguma porquice ou mistura gastronômica considerada errada. ♥ Gente que tem aflição com bolinhas (eu não tenho, mas acho extremamente divertido praticar bullying com essas pessoas). ♥ Gente que tem um lugar preferido em algum lugar comum só porque o lugar em si tem particularidades que só a gente percebe e ama - e fica absurdamente nervosa quando algum desavisado o ocupa. ♥ Gente que nunca sabe dizer se o copo está meio cheio ou meio vazio. ♥ Gente que se preocupa em puxar assunto com alguém e estar incomodando. ♥ Gente que tem amigos mas não sabe bem o real motivo de tê-los (eu sei, eles vão lá em casa pra comer). ♥ Gente que passa o dia lembrando de algo pra não esquecer e, no fim do dia, não faz ideia de que precisava lembrar de, inclusive, anotar aquela coisa que esqueceu na agenda, coisa que também esqueceu de fazer. ♥ Gente que não sabe conversar com pessoas (eu por exemplo atravesso a rua e mudo de calçada e vou olhando para o outro lado pelo simples motivo de não saber como conversar com aquele colega de escola que vem andando na minha direção lá longe - é ótimo ter a visão perfeita). ♥ Alguém que as pessoas têm medo de chegar perto, mas que, em todos esses anos da minha vida de blog, é a única que permaneceu na minha vida desde quase o início - e melhor, há vários meses ela faz parte da minha vida pessoalmente também - porque ela existe! ♥ Gente que eu não vou esquecer que eu não fui a primeira a abraçar, mas quando eu consegui foi a sensação linda de reconhecer alguém que há muitos anos eu já conhecia - e admirava absurdamente. E em vez de ela dizer algo comum do tipo "prazer em te conhecer", ela disse "como seu cabelo é cheiroso!" ♥ ♥ ♥

Anna Vitória, essa linda, tem futuro. Não é minha parente de sangue (mas é de coração, porque eu adotei virtualmente como a filha perfeita que eu gostaria de ter), mas eu já consigo prever como ela será só analisando a minha própria vida e vendo como somos parecidas. Anna Vitória, assim como eu, se um dia tiver a pretensão de dirigir (porque eu também não tinha, mas meu patriarca achou que devia ser assim e eu não quis decepcioná-lo) vai estacionar o carro sempre nos mesmos lugares do shopping para não perdê-lo. Anna Vitória um dia terá sua própria casa, cuja qual terá uma harmonia perfeita em sua decoração frufru e cool ao mesmo tempo (aquela coisa de sofá florido com o poster de algum filme foda tipo Pulp Fiction pendurado na parede logo em cima). Anna Vitória terá um guardarroupa com as roupas arrumadinhas por cor (porque tem uma hora da vida que a gente descobre que a gente quer ser uma mulher diva e bem vestida - e arruma todas as roupas estampadas seguindo a cor base de cada estampa), mas que a porta logo ali do lado, a dos papéis, será sempre aquela zona que a gente não consegue organizar (e ao abrir a porta do armário cai tudo em cima da gente). Anna Vitória continuará tendo seus amigos (quanto mais malucos melhor), mas a união perfeita será sempre com o seu animal de estimação (Pandora no meu caso, Chico no dela). 

Mas Anna é ainda melhor que eu. Anna é a personificação do que é saber perfeitamente TUDO o que acontece no mundo relacionado à cultura. Anna é ler todos os melhores livros, é assistir todos os melhores filmes, é escrever desde sobre a sorveteria da esquina até um texto sobre o Oscar que poderia perfeitamente ser publicado na melhor revista sobre o assunto. Anna é a pessoa que assiste quase todas as séries e que, se não assiste, sabe do que se trata. Anna tem a pretensão de viajar e de conhecer e de saber ainda mais do que toda a bagagem que já sabe em seus poucos 19 anos de vida que completa hoje.


Muitas felicidades, minha filha virtual mais admirada e querida do mundo! Te amo infinitamente e te quero pra sempre na minha vida, real e virtual, floreando meus dias, dançando forró, comentando os melhores filmes e as melhores séries e aprendendo com você tudo o mais que eu quero ser de linda nessa vida. 

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Um chá da tarde fora de série

Rafaela, aquela linda da voz de mulherão e adepta a foie grass e carpaccio, teve uma ideia aí de vídeo falando a respeito de juntar os personagens literários preferidos pra jantar. Analu, sempre ela, me indicou para tal empreitada e, diga-se de passagem, eu não estava presente no momento da ideia do meme porque, né, eu sou uma pessoa idosa e que precisa dormir cedo (e as ideias mirabolantes sempre acontecem de madrugada enquanto eu estou nos braços de Morfeu). 

(magro esse Morfeu)

Conhecido tal fato, venho por meio deste informar que, já que Rafaela é a integrante mais neném da Máfia e eu, terceira idade que sou, não sou a mais velha mas de comportamento eu ganho de qualquer um na velhice, estou no meu total direito de modificar o meme (e a chefe-afilhada-filhaadotivavirtualnúmeroquatro Analu me deu aval para tal).

Então. Não, vocês não vão ver a minha fuça em vídeo. Sabem como é, hoje eu acordei meio descabelada (é verdade). E não, eu não vou imaginar um jantar com meus personagens literários preferidos. Eu vou é fazer um chá. Porque chá é chique, vocês sabem. E como meus personagens literários preferidos são sempre vampiros/bruxas/seres mitológicos e afins e como eu estou um pouco afastada do mundo literário no momento (gente, essa Guerra dos Tronos não acaba nunca, meudeus, eu durmo a cada meia página lida, a história é muito boa mas eu tenho sono, tá difícil) então.... eu vou é fazer um chá. Com meus personagens preferidos DE SÉRIES, beijos. Porque né, eu estou a louca da série (e em séries eu não durmo, yes!).



Então. Dá licença que o chá é meu e eu convido quem eu quiser.



Meu primeiro e mais ilustre convidado com certeza seria o primeiro porque ele tem TOC e precisaria sentar em um lugar feito especialmente pra ele. E como eu me identifico muito, sei como é esse tipo de coisa. Sheldon Cooper, em uma cadeira com estofado de couro marrom e almofada listrada colorida, ele precisa ficar em um lugar estrategicamente planejado e que tenha a distância perfeita entre o bule de chá e a cesta de torradas, mas que seja igualmente bem localizada para que a brisa que vem da janela seja direcionada em sua direção, porém não o sol que o incomodaria.



Ali, bem do ladinho do Sheldon, sentaria George Costanza. George com certeza trocaria com Sheldon altos papos a respeito de como se demitir por fúria do trabalho em um dia e depois voltar no outro como se nada tivesse acontecido. George também pode contar para Sheldon como foi aquele dia em que ele resolveu correr pelado no meio do campo de beisebol, mas como ficou com vergonha, comprou uma cinta modeladora inteiriça e coladinha da cor da pele.




Bem do meu lado na mesa se sentaria nada mais nada menos que Monica Geller. E a seu lado seu brilhante marido Chandler Bing. Chandler ficaria bem ao lado de George (porque Sheldon precisa ficar estrategicamente sentado na ponta da mesa para ser mais fácil de chegar e de sair em caso de qualquer eventualidade e ter menos riscos de levar uma cotovelada já que só tem vizinho de um lado). Chandler trocaria ideias incríveis sobre seu trabalho que ninguém sabe exatamente o que ele faz com George e Sheldon e, enquanto isso, eu poderia trocar figurinhas com Monica sobre como arrumar melhor meus armários e minha grande teoria de como é relaxante lavar o banheiro às 3h da manhã de um sábado. Não há motivos para que eu e Monica não sejamos grandes amigas, já que eu entendo perfeitamente que os castiçais dela precisem ser exatamente em par e estar posicionados exatamente na mesma direção e ocupando o mesmo espaço em cima da estante. Eu e Monica, melhores amigas para sempre.



Do meu outro lado, brincando de casalzinho comigo assim como Chandler e Monica fazem um casal perfeito, estaria simplesmente o melhor oncologista do mundo: James Wilson. O melhor amigo que alguém poderia ter, principalmente porque não importa se o melhor amigo em questão é o maior safado de todos os tempos. Wilson com certeza me amaria como sou, com minhas manias e rabugices e mau humor característico que eu tenho quando me dá na telha, além do fato de eu ter a certeza que Wilson faria de tudo para satisfazer todas as minhas vontades, por mais absurdas que fossem. Wilson seria com certeza o melhor pai, melhor confidente, melhor pulador de janelas pra invadir a casa de alguém suspeito e melhor companheiro para o resto da vida. E eu me casaria com ele fácil.



Na minha frente na mesa, imaginem se eu ia deixar passar, o salve-salve James Sawyer (repare que já é o segundo James da minha vida). Porque entre minhas idas e vindas entre meus personagens preferidos das séries mais incríveis do mundo, eu não o abandono como lugar número 1 nunca. E, sabem como é, mulher de médico, oncologista ainda, às vezes chega em casa depressivo. Wilson tem a maior cara de não dar conta do recado. E pra isso existe o Sawyer. Sentadinho bem na minha frente na mesa, pra eu mergulhar em seus olhos azuis e suas covinhas sempre que possível. Pra roçar as pernas por debaixo da mesa. Sawyer, com aquele olhar de safado e atitude de cafajeste me olharia de canto de olho e daí eu ia enfiar a cara no bule de chá e puf. Aiai. Ah é, o resto da mesa:




Quero como convidados Dexter e Debra Morgan, mesmo que eu ainda não tenha engolido essa história de eles serem irmãos mas Deb ser apaixonada por Dex. Assunto esse que não viria à mesa, porque Dex é muito introspectivo. 


(Glenn promete tomar banho antes de se sentar à minha mesa)

Fato é que enquanto eu e Monica tentássemos convencer Deb que manter uma casa cuidadosamente bem arrumada e com a cama cuidadosamente forrada com lençóis milimetricamente retos, Dex trocaria meias ideias (porque Dexter é um cara quieto) com Glenn Rhee. Ideias muito em comum, aliás, já que matar humanos que merecem e matar zumbis cheios de vida pode ser relativamente parecido. Mas Dex também pode conversar comigo e com Monica, já que, com certeza, o cara é virginiano e mesmo sendo um homem sozinho tem o apartamento arrumado e brilhando.



Então Sawyer de repente olhou para alguém que não era eu na mesa e me lembrei de outro ilustre integrante: Damon Salvatore. Que deixou de ser Boone em Lost para arrumar um novo emprego como vampiro em The Vampire Diaries. Sawyer não gosta dele por ter simplesmente se deixado morrer pra fugir de todo o trabalho duro na ilha. Sawyer não gosta de quem faz corpo mole. Por isso Damon ficará na outra extremidade da mesa. 



À frente de Glenn, quase esqueci mas não contem pra ele: Lafayette Reynolds, porque tem que ter algum gay nessa mesa. Com Lafayette eu trocaria altos truques sobre culinária e moda. Lafayette é o amigo gay e boca suja que todo mundo deveria ter e por isso se daria muito bem com a Deb, mas eu já sei que ele não iria gostar de se sentar logo à frente de Damon, um vampiro. Mas as atitudes de Lafayette são muito mais divertidas quando há um vampiro por perto, por isso é assim mesmo que a minha mesa ficaria.



Do outro lado do Sawyer (porque veja bem que eu confio bastante nas amigas para deixá-lo no meio de várias mulheres - mentira, é só porque eu sei que Sawyer se daria bem com Deb somente no quesito melhores palavrões e expressões de sarcasmo) sentaria Miranda Hobbes, que com certeza trocaria informações peculiares comigo sobre como ser a pessoa mais atrapalhada do grupo de amigos, como colocar o trabalho em primeiro lugar e relativamente muito acima dos relacionamentos interpessoais e como sobreviver a um mês de abstinência de sexo com um bolo de chocolate inteiro comido de uma única vez. Apesar disso tudo, Miranda com certeza é a única de Sex and the City que habitaria meu coração restrito de amizades, já que é a única que pensa racionalmente em tudo o que é relacionado a homens - e é por isso que eu confio plenamente em deixá-la sentar na mesa ao lado de Sawyer.



Ao lado de Miranda, imagina se eu não ia ter nenhuma vilã na mesa, se sentaria Regina Mills, porque além de bruxa (eu adoro as bruxas) ela é incrivelmente a personagem mais rica e inteligente (enfeitiçou TODOS os contos de fada de uma só vez!) e chique e linda (a mais bela!) e a menos mimimi de toda Storybrooke. E eu nunca escolheria uma princesa no lugar dela.



Quem melhor pra sentar à frente de Sheldon, que Chloe Sullivan? Chloe, que sabe se defender muito bem de qualquer que seja a ameaça, mas sabe muito mais de todos os sistemas relacionados a tudo, conversaria no mesmo nível com Sheldon, principalmente a respeito de seu amor platônico por Clark Kent, o lento, já que Chloe levou dez temporadas de uma série nas costas sozinha enquanto o "superman" só levou fama. Chloe, extremamente usada e injustamente eliminada da vida de Clark Kent porque ele preferiu a banana da Lana Lang. Sheldon com certeza se apaixonaria por Chloe a ponto de deixar qualquer Amy Farrah Fowler morrendo de ciúmes.




Na outra ponta da mesa e exatamente ao extremo de Sheldon e Chloe,  as integrantes que também são exatamente o oposto dos dois: Rochelle Rock e Janet Kyle, que já foram vizinhas em Everybody Hates Chris, até Janet conhecer Michael Kyle e se tornar uma incrível mãe de família em My Wife and Kids. Uma em frente à outra e ambas logo ao lado de Lafayette. Pra todo mundo trocar figurinhas a respeito da vida dos outros, claro. 



E, do outro lado de Lafayette, uma linda ilustre presença: Kat Von D (porque a mesa do chá é minha e eu convido pessoas do tipo de séries que eu quiser). Kat é necessária não só pra embelezar a mesa (bem longe de Sawyer), mas também para a troca de figurinhas no quesito tatuagem. Talvez dê algum problema aí com o Dexter, já que Kat tem um quê de ser parecida com Lila, a namorada que ele encontrou no Narcóticos Anônimos. 



Mas Kat com certeza seria ofuscada pela presença de um de meus convidados mais ilustres (e mais gordos): Hugo Reyes, meu Hurley querido e maior amigo de Sawyer. Porque a gente tem que convidar o melhor amigo do amante pra tomar chá, né? E porque Hugo foi o meu segundo personagem preferido em Lost, e com certeza voltará para a minha vida, já que eu fiquei sabendo agora a pouco que ele está presente na segunda temporada de Once Upon a Time, que eu assistirei no final de semana (é, eu sou dessas que assiste uma temporada inteira de série em um fim de semana). Hurley será agora um gigante (Google spoiler fail) e eu AMO gigantes (qual conto de fada que tem um gigante, minha gente?)



Finalmente, sobrou um lugar na minha imensa mesa de 20 lugares. Bem ali, entre a Regina e a Chloe. Um lugar ilustre para uma pessoa ilustre, no canto dos nerds e bem de frente para George, o fanfarrão. E então, já que a mesa é minha e eu convido quem eu quiser da série de tv que eu quiser, bem pensei eu em convidar o Quico. É, o do Chaves. Mas o Quico com certeza atrapalharia os pensamentos mirabolantes de Chloe. Quico tiraria Sheldon do sério na primeira palavra que ousasse manifestar e, imagine, Regina, a bruxa má da Branca de Neve, ao lado do Quico! Ia rolar maçã envenenada na certa. Então decidi que Quico é criança demais pra ocupar uma mesa com bruxas, vampiros e serial killers. E então, veja bem, eu convido quem eu quiser, e tive uma ideia brilhante de alguém que ocupe com louvor esse lugar ilustre: Jamie Oliver (ele também é um James, repare!). Porque se eu convido Kat Von D, com certeza também posso convidar o Jamie. Assim, lindo-lindo e cozinheiro. Jamie não trocaria figurinhas com o também cozinheiro Lafayette, mesmo porque esse estará do outro lado da mesa e também porque Lafayette não suportaria algum mauricinho almofadinha e lindo-lindo dando palpite em suas panelas. Jamie ficaria perfeitamente bem instalado ao lado de Chloe. Porque eles combinam. Porque Chloe precisa esquecer Clark Kent. E ela é tão lindinha que eu até liberaria o Jamie nesse caso. E Jamie do lado de Regina não teria o menor problema: Jamie nunca comeria uma maçã crua e mal feita oferecida pela bruxa, por mais bonita que ela seja. Só Jamie na mesa, porque o cheff Gordon Ramsay estaria na cozinha coordenando o cardápio e a execução dos pratos servidos no meu chá, claro.



Quase findada a lista de convidados do meu chá, esqueci de ocupar as pontas da mesa (porque uma bela mesa tradicional tem que ter 22 lugares). E então decidi que na ponta perto de Rochelle e Janet o lugar seria perfeito para meu personagem preferido de The Fresh Prince of Bel-Air: Carlton Banks. E eu com certeza escaparia de meu lugar no meio da mesa toda hora pra fazer parte da conversa da ponta dessa mesa.





E, na ponta da mesa do outro lado, perto de Sheldon e Chloe, ficará um lugar vazio, para a alegria de Sheldon. Mas é por pouco tempo: só o tempo de eu terminar de ler o primeiro livro de Guerra dos Tronos (faltam só 100 páginas das quase mil gente, eu consigo) porque então começarei a assistir Game of Thrones, cuja ponta da minha mesa de chá será ocupada posteriormente por meu personagem preferido dessa série. Lendo o livro sei que esse lugar pode ser ocupado por Eddard Stark, Jon Snow ou Daenerys Targaryen, mas assistindo a série meus personagens preferidos podem mudar. Aguardemos.


Esse negócio de ter integrantes importantes ao redor de uma mesa é muito importante. Já diria Jesus Cristo

Quem já teve o prazer de comer a minha pizza diria que eu devia servi-la aos meus convidados, ao invés de chá. Imagine Jesus Cristo servindo pizza aos apóstolos ao invés de pão e peixe. Aposto que até Judas teria curtido.


(aposto que o Rei Arthur serviu pizza aos cavaleiros da Távola Redonda)




Finalmente, a dinâmica da minha mesa de chá:


sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Sobre nomes

Todo mundo se preocupa com o nome que dará aos futuros filhos. Muitas meninas já quase nascem sabendo os nomes que seus filhos terão. A gente brinca de boneca, pequenininhas, já colocando em cada uma os nomes de nossos filhos. E eu também já conheci homens que queriam colocar nomes nos filhos. Homens que sonham com os nomes de suas filhas. Acho bonitinho. 

Se o bebê já vai nascer e os pais não têm a mínima ideia de qual nome colocar, já entram em cena os clássicos livros de nome. As buscas na internet. Os significados dos nomes. A Bíblia, como sugestão de nomes de seus personagens. Um nome. Coisa tão importante, que vai determinar a personalidade de alguém a partir dali (e eu acredito bastante nisso). Um nome, cujo qual pode vir logo de cara associado a bullyings na escola e traumas de infância. Nomear alguém é muito complexo.

... mas por que raios as pessoas não se preocupam com os nomes que dão aos seus animais?

Sério, gente, nomear animal também é importante. Só por não ter registro, por poder ser mais variável e por não ser alguém que vá reclamar com o dono a respeito do nome lhe dado, não quer dizer que o animal será feliz com o nome que deram a ele. Você tem um mundo de possibilidades de nomes para dar ao seu animal. Pode abusar da sua criatividade. Mas as pessoas fazem o que?

Eu aposto que os Totós estão cheios de terem um nome tão comum.Os Bidus.Os Costelinhas. Faísca. Kiara. Lady. Myke. Pingo. Quico. Rico. Sacha. Xuxa. Snoopy. Kitty. Thor (acredite, esse é um nome de cachorro bem rodado). E ah, gente, presta atenção. Olha quanto nome que a gente vê de monte nos cachorros e gatos por aí. E que falta de originalidade. Todos referentes ou a cachorros da televisão ou a personalidades ridículas. E sempre, SEMPRE são nomes dissílabos. Ah não.

Eu sou a favor de nomes bem pensados para os animais de estimação. Principalmente porque eu julgo pessoas pelos nomes que elas dão aos seus animais. Há alguns dias atrás Anna Vitória me mostrou no whatsapp que a casa em que ela estava tinha uma gata. Linda, era o nome dela. Eu prontamente respondi que "ai que nome mais sem originalidade". E então ela explicou que o nome da gata anteriormente era Lindinha. Porque quando ela chegou na casa havia uma criança que colocou esse nome. E que havia ainda uma outra gata na casa, que hoje se chama Doce, mas que antigamente chamava Docinho. Meninas Superpoderosas era a referência. E aí depois de toda a explicação e o plus de os nomes terem saído do diminutivo... até aceitei os nomes das gatas. 

Eu até acho criativos os nomes de pessoas em animais, mas eu curto mesmo é o cachorro da Anna. Chico, inspirado no Buarque. Curto o gato da Silvia: Elvis. Curto o cachorro do Edgar: John. Que pode ser do Lennon, de Elton John ou de até Jon Bon Jovi. E uma vez eu fiquei amiga de uma moça só porque o cachorro dela chamava Ozzy. Assim como teve uma novela aí em que os filhos de alguém se chamavam Led e Alanis. E também tem a cachorra da amiga: Polly. E então você me diz "quem é essa cantora?" e eu respondo: não é cantora, é só uma das músicas mais famosas do Nirvana. Ah, o mundo da música é fascinante, mas eu tenho uma colega de trabalho que tem um cachorro com o nome incrível: Valente. E eu acho incrível não por causa da ânsia dela que o cachorro fosse valente, mas sim porque é o nome de um dos Ursinhos Carinhosos!

Pandora se chama Pandora porque além de ter sido encontrada na caixa do motor e além de ela amar uma caixa de papelão, eu curto mitologia (meus pais já tiveram cachorros que se chamavam Sansão e Dalila e minha avó teve um cachorro que se chamava Faraó. Todos filas brasileiros, eram lindos! - tivemos também uma sucessão de Leão, Ursa, Paquinha, Rosinha, Paco Totó e Sasha também, mas deixa pra lá). Mas talvez eu não siga a mesma linha de raciocínio quando tiver meu próximo gato, porque já está estipulado. A próxima gata será a Penélope. É, vou fazer um esquema língua do P. Mas pensando no exemplo que a Anna me contou das gatas que têm seu nome como referência de As Meninas Superpoderosas, eu até que teria animais com a mesma linha de raciocínio. Panthro, Tygra, Cheetara, Wili Kyt, Wili Kat, Snarf e Lion. Todos gatos, claro. E com referência à Thundercats com louvor. (guardarei a referência para o dia em que eu tiver 7 gatos de uma vez). E ah, eu reclamei dos nomes de cachorros que as pessoas colocam de acordo com os cachorros famosos da tv, mas um dia eu ainda terei um gato chamado Satanás!


A propósito: pensando em nomes de animais, achei um site com sugestão de nomes específicos para os animais. Andei dando uma olhada e achei alguns bem bacanas. Segue meu teste para a sonoridade de alguns  (tem até o Janjão da Tary lá):

- Bem-Hur, venha cá!
- Bionicão, senta!
- Careca, vamos tomar banho!
- Cheiroso, larga o meu sapato!
- Coruja, desce daí!
- Cashemira, vamos passear!
- D'artagnan, desce da cortina!
- Godines, fica quieto aqui!
- Kruguer, volta aqui com esse bife!
- Looping, cale a boca!
- Menudo, desde da minha calça!
- Rambo, para de morder o tapete!
- Shakesperare, vai deitar!

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Sobre iguais

Faz um tempo já que venho pensando nas coisas que me atraem nas pessoas. Nem tanto só em homens, mas também nas mulheres. Não, eu não sou lésbica. Só penso a respeito do que faz com que eu queira me relacionar com alguém. Namorar, ser amiga, estar perto, que seja. Porque isso pode ser automático e sem pensar nas outras pessoas, mas quando as coisas se referem a mim e a quem eu quero perto de mim, tudo muda de figura.

Eu escolho pessoas. Escolho quem eu quero deixar que, ao menos, tenha alguma atenção minha. Escolho a dedo cada amiga. Namorado então, gente. Mais difícil que passar em concurso público. Eu escolho totalmente e nem me sinto cometendo um crime por isso. Eu não sou uma universidade, não sou um órgão público. Não tenho cotas. Tenho pessoas de diversos tipos, diversas classes sociais, diversos pensamentos, mas que se relacionam comigo porque eu permiti. Porque alguma coisa em cada uma dessas pessoas me chamou a atenção a ponto de eu querer que ela participasse da minha vida. São pessoas especiais. Que eu julguei especiais. Não são perfeitas, porque ninguém é. Mas suas imperfeições são facilmente eliminadas perante à qualidade que eu identifiquei em cada uma delas e que fez com que eu tivesse suas amizades. Gente pelo qual valeu a pena eu ser tão presente em suas vidas a ponto de quase anular as outras amizades que elas pessoas tinham. 

A qualidade mais marcante e mais presente em todas as pessoas com as quais me relaciono: inteligência. Está escrito até no meu mapa astral que eu só me aproximo de quem é inteligente. Quem sabe raciocinar. Quem não foge da raia. Quem discute e quem defende seu próprio ponto de vista. Quem me faz enxergar o que eu ainda não vi. Nossa, como é legal descobrir a inteligência das pessoas. Como é legal descobrir pensamentos e atitudes novas, que me ensinam e modificam meu pensamento perante a tudo.

Como é legal descobrir pessoas.

Dentre todas essas, sempre tem aquela que um dia você conhece e acaba se identificando. Alguém que nem conviveu com você durante a vida. Alguém que nem sabe de onde você é. Mas que, de repente, puf. A pessoa é igual a você. E aí no começo é legal, sabe? A pessoa tem o mesmo pensamento que você. As mesmas manias. Os mesmos medos. Toma as mesmas atitudes que você perante as mesmas situações. A pessoa se veste como você, tem o corpo parecido com o seu, o mesmo corte de cabelo. Tem gente que de repente você conhece que já é assim e tem gente que se tornou assim com a convivência com você. E aí, em ambas as situações, uma hora você percebe que a pessoa é tão igual a você que chega até a saber seus pensamentos, porque afinal de contas a pessoa pensa as mesmas coisas que você.

Ai, cara, que chato. BORING. Daí aquela pessoa que antes era "nossa, que legal, nós somos tão parecidas!" de repente muda pra "porra, que saco, para de ser tão parecida comigo!". Caramba! Para de me imitar! PARA DE PEGAR AS MESMAS ROUPAS QUE EU NA LOJA! Sabe? Sabe o que é você estar na loja de roupas com a pessoa e enquanto você vê uma roupa a pessoa vai lá e pega A MESMA? Não, ela não pegou uma roupa igual à que eu peguei. Ela pegou A MESMA. Mano. Para de pensar igual a mim. Para de dizer que é igualzinha. Para de querer controlar o que eu como porque se você tem toc eu também tenho que ter. Para de comprar o mesmo sapato que eu. PARA de querer ir onde eu vou e de querer ter a vida igual à minha. PARA DE QUERER ME ARRUMAR MARIDO SÓ PRA EU TER UMA VIDA BUNDA IGUAL À SUA. Para, porra. PARA!

É aí, minha gente, que acaba uma amizade. Com uma pessoa igual ou querendo ser igual a mim. Porque o que eu mais gosto nas pessoas é o novo, é descobrir coisas novas e pensamentos novos. E então de repente quando eu descubro que a pessoa é ou se tornou exatamente igual a mim... qual é o novo? Não tem novo. Eu vejo só alguém querendo ser eu. Querendo ter a minha vida, ou querendo que eu tenha uma vida igual à dela. Vejo alguém sem personalidade, alguém querendo roubar a minha personalidade. Alguém querendo ~entrar~ em mim. 

E é aí que mora o meu desprezo. 

Nasci sozinha. Vivo sozinha. Moro sozinha. Eu quis um irmão HOMEM, pra não mexer nas minhas coisas nem querer ser o que eu sou. Babybrother faz bem esse papel. O de ser ele mesmo. E eu até gosto de ser exemplo pra alguém, como fui por muitos anos para a prima 9 anos mais nova. Mas ser exemplo não é a mesma coisas de ser a própria pessoa. 

Eu nunca suportaria ter uma irmã gêmea. 


quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Meme

Um meme! Tanto tempo faz que eu não respondo um meme (mas tenho vários que foram indicados a mim que eu não esqueci tá, gente? Postarei todos com o passar do tempo, não desistam de mim)! Esse foi indicado pela Tary e tem tudo a ver com o blog, o que é legal para os novos leitores me conhecerem mais e para os antigos leitores lembrarem das minhas proezas da vida. Porque eu tenho uns leitores bem há quase 10 anos! Vamos lá:

1- Como escolheu o nome do seu blog?
Já diz  o perfil do mesmo: "Lonesome: retirado, arredio. Pumpkin de abóbora. Primitiva, da derivada abobrinha. Doce ou salgada, depende só do chef. De Halloween à carruagem de Cinderela - e é exatamente por isso que tudo faz tanto sentido. - Abóbora Selvagem, como disse a amiga. E não, isso não é um filme pornô." Eu estava em um momento mais introspectivo da minha vida, somado à palavra "pumpkin" que eu sempre achei de sonoridade bacana. Eu gosto de Smashing Pumpkins. Mas faz um tempo já que eu estou achando que não é mais a minha cara. Talvez eu mude daqui um tempo.

2- Há quanto tempo tem o seu blog?
Esse blog tem postagens desde 2007, mas ele é sucessor de um blog antigo que eu tinha desde meados de 2000. Tenho saudades dos meus posts antigos, da época que eu tinha 20 anos e escrevia tudo bem florzinha. Apaguei esses posts. Sabe como é, um dia deu um surto. Pena.

3- Como você divulga o seu blog?
Não divulgo. Eu sou contra a divulgação do meu blog. Sou contra divulgação de blogs no geral, porque eu acho uma coisa muito íntima. Poucas amigas reais têm o endereço do meu blog e as duas vezes que mudei de blog foi justamente para despistar pessoas. O meu blog é, depois do twitter, o único lugar desse mundo que eu posso ser eu mesma e compartilhar com as pessoas os meus pensamentos mais malucos. E não quero ver ninguém na rua me apontando o dedo e me julgando por isso. 

4- Quais assuntos têm mais visualização no seu blog?
Ah, só assuntos malucos, que de tão estranhos eu nem lembro pra citar. No momento, de acordo com as estatísticas do blog, as pessoas chegam aqui pesquisando por "fim do mundo", "lugar de poltronas", "atriz do filme exorcista", "axl nariz perfeito", "como renovar meu sofá", "era venenosa", "meme o homem polvo", "como fazer para um bebê de verdade", "gato cor de marmelada", "homem mais lindo do mundo pelado" e "nuvens a deitar chuva". Bem característico assim. Eu falei que é só maluco que frenquenta esse lugar.

5- O que motivou você a criar um blog?
Eu sou dos tempos antigos, da era em que não existia computador. Sou do tempo do diário, das várias folhas trancadas à cadeado e da ânsia absurda de ler o diário alheio (eu era dessas). Mas, já que eu era das que roubavam o diário dos outros pra ler, nunca fui tonta o suficiente para ter os meus ou deixá-los à mercê de qualquer um. Na internet eu vi uma forma de poder dizer o que eu penso e sem deixar pessoas conhecidas lerem, mas com um plus: sabendo a opinião dos desconhecidos. Curti.

6- Onde você mora?
Na minha casa. Hahaha. Em São Paulo, capital.

7- Quais são os objetivos do seu blog?
Poder dizer o que eu penso sem reprimendas e sem ter que pensar que vou agredir alguém. É um lugar de lazer.

8- Quais blogs você visita frequentemente?
So-contagious, Minha vida como ela é, Verdade mal contada, Ela Rafaela, Doces Rodopios, Tantos Clichês, Eu não tenho conserto e Edgariando. E todos os meus outros links, aleatoriamente de acordo com a minha vontade ou com meu tempo ou com meu interesse relacionado aos títulos dos posts que as pessoas escrevem.

9- O que te inspira na hora de criar os posts?
Minha vida, a vida alheia, alguma coisa que eu ouvi no trabalho, na rua, no metrô. Ou os pensamentos malucos que passam pela minha cabeça.

10- Qual é a sua idade?
33. E, a propósito, eu amo ter essa idade.

11- Além do blog, tem alguma outra ocupação? Se sim, qual?
Ah, é bom, né? Ainda mais na terceira idade em que eu estou. Trabalho, cuido da casa, alimento a filha, mantenho a proximidade das amigas, presencio os almoços de família, pratico jardinagem, culinária, tricô, crochê, bordado, corte e costura, pintura a óleo, academia, aula de dança e natação. Pretendo voltar para o meu curso de idiomas, estou pesquisando outra pós graduação e busco liquidar toda a minha lista de livros a ler, filmes e séries a assistir e shows de rock a presenciar. Quero viajar. E ah é: eu voltei pra acupuntura.

12- O que mais gosta de fazer nos finais de semana?
Todos os itens da lista anterior, tudo junto e misturado, menos trabalhar. Frequentemente também eu coloco na lista o item "arrumar o armário". Eu curto. É relaxante.

13- Gosta de café?
Eu gosto somente de manhã ao acordar. Café passado, sem ser solúvel nem de cafeteira. E achei essa pergunta super aleatória.

14- Pretende fazer algo em 2013?
Ah, eu pretendo. Além de continuar em todo o meu ritmo citado nos dois itens anteriores, pretendo me dedicar mais a esse blog e aos blogs favoritos. As pessoas que gostam de ler as insanidades que eu penso e escrevo e as pessoas que gostam de meus comentários em seus blogs agradecem.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Sobre monitoria

Eu, saindo do metrô na semana passada, já bem longe da empresa e mais perto de casa, estava na escada rolante ouvindo uma mulher atrás de mim falava ao telefone:

- Não, mas eu fui zerada na monitoria! Eu tinha uma ligação toda ferrada em que fiz várias merdas e a monitoria não pegou. Pegou a outra, que eu fiz tudo certinho, e me zerou! E aí agora é menos 10% do meu salário esse mês. Não, eu já nem estava a fim de trabalhar direito, agora muito menos!



... é o meu trabalho ferrando com a vida das pessoas ao redor do mundo (porque me pareceu que ela era de algum tipo de empresa que não uma operadora de telefonia - portanto não era da mesma empresa que eu. Mas, mesmo assim, monitoria existe em toda empresa que tem serviço de atendimento ao cliente, certo? Senão, devia existir)


É uma coisa tipo Dexter: a gente zera quem faz merda. Seu salário vai diminuir, mas porque você é um merda. Você não vai poder prestar processos seletivos internos pra melhorar seu cargo e seu salário, mas porque você fez merda. Ou seja, mereceu. Dexter mata pessoas que merecem. Eu zero pessoas que merecem. 

Simples assim.


domingo, 3 de fevereiro de 2013

Talent Management

Daí que lá na empresa tem esse bagulho. Quem já estudou em alguma área administrativa ou quem já trabalhou em uma empresa grande sabe mais ou menos o que é. É um bagulho aí que como vários outros tem um nome bonito só pra ocultar o real significado: é a hora que alguém vai dizer o que acha de você.

Sabe jogo da verdade? Então, isso aí. Só que sem a garrafa. E sem a roda de amigos. E sem você poder questionar o que estão te dizendo, sem brigas, sem risada, sem enfiar a mão na cara de ninguém. Porque quem estará falando as verdades a seu respeito é seu chefe. E você tem que ouvir e sorrir.

Pois é, teve esse negócio aí essa semana. Lá na empresa. E acontece com todo mundo, não dá simplesmente pra sair pelos fundos e dizer "amanhã eu faço". Não. Tem hora marcada. Tem sala marcada. E aí vai um por um, cada um na sua vez. E você fica nervoso esperando a sua vez chegar. Eu fiquei.

Chegou a minha vez e eu sentei lá na cadeirinha de frente pra chefe e no canto da sala que eu não sei se tinha temperatura de 5 graus negativos ou se eu tremia era de nervoso mesmo. Mas tava um frio do caramba. Talvez fora, talvez dentro de mim. E foram duas horas seguidas que eu conversei com a chefe sem nem reparar em quem passava por trás da parede de vidro, lá fora. Me concentrei de tal maneira que tudo ao meu redor meio que sumiu.

Conversa vai, conversa vem (mais da parte dela do que da minha, claro), a chefe é canceriana e, de acordo com a amiga, esse é o signo que por estar exatamente no oposto ao meu no mapa astral, é o que me completa. Talvez por isso essa chefe goste de mim. Talvez seja só porque todos as chefes mulheres que eu tive até hoje gostavam de mim, por mais carrascas que fossem. Chefes homens não. Eu não suporto homem mandando em mim. Mas a chefe falou muitas coisas bem bonitinhas a meu respeito. Muitas mesmo. Me senti muito envaidecida com tudo. Entre tantas, ela me comparou com a diretora da nossa área da empresa. Bem legal.

Mas né, nada no mundo é perfeito e a minha imperfeição faz com que eu me apegue mais às críticas que aos elogios. E no decorrer de duas horas de conversa eu só tive duas críticas. Só duas, em milhares de itens avaliados. E são elas: 

1) "Você tem paciência e espera as pessoas falarem sem fazer cara de desdém, mesmo que não concorde com a opinião que elas dão, mas ao dizer a sua opinião você REPRIME as pessoas à sua volta, que se sentem obrigadas a seguir o que você diz."

2) "A linha entre seu autocontrole e sua explosão é muito tênue."


Então. Oi.        xD

Ai, gente, sério. O segundo item eu concordo plenamente que talvez seja desfavorável à minha pessoa, sabe, porque ela associou isso a uma situação específica: uma reunião em que uma pessoa específica questionava a qualidade do meu trabalho, já que eu sou a funcionária mais produtiva da área em grau absurdamente mais elevado que os demais. Daí, a criatura falava na reunião em tom de desprezo e sem mencionar em nenhum momento o meu nome, mas ÓBVIO que era pra mim, que "tem que ver a qualidade do trabalho dessa pessoa que faz muito mais que os demais, porque isso é impossível". Eu, queimando por dentro (porque você pode me xingar, mas questionar a qualidade do meu trabalho pode dar em morte), fiquei quieta. Quase botei um silver tape na boca pra me obrigar a ficar quieta. E a chefe percebeu, claro, porque eu fiquei quieta, mas sou tão transparente que estava escrito na minha testa que eu queria voar no pescoço da pessoa e esfregar a cara dela no asfalto. Mas eu me contive. A duras penas, mas me contive. Mas realmente: foi por pouco. Foi por muito pouco MESMO. Enfim, depois desse episódio eu já conversei não só com a chefe, mas com outras pessoas que me deram uma luz e me fizeram enxergar que eu tenho que reagir a certas situações de maneira diferente porque provavelmente o real objetivo da pessoa era o de justamente me tirar do sério e mostrar exatamente aí o fato de que eu não sou melhor que os outros, muito pelo contrário. 

Mas o primeiro item, gente. O primeiro item, sabe? Oi, mundo, eu sou mandona. Minha família é mandona. O sangue italiano que corre por entre minhas veias é mandão. E nem é de propósito, eu nem falo tanto no sentido de mandar assim em alguém. Falo no sentido de tentar convencer. Só que eu quero convencer no grito. Hoje nós vamos almoçar em tal lugar, e ponto final. Daí todo mundo vai. Mas sabe, minha mãe que me ensinou a ser assim. Ela mencionou milhares de vezes durante a minha vida uma situação específica que aconteceu quando eu era criança:

Um dia, em uma festa de família, uma tia colocava os refrigerantes para as crianças e olhou pra mim: "Renata, você quer Coca Cola ou guaraná?" eu respondi "Tanto faz, tia.". E pronto. Minha mãe estava bem ali ao meu lado no momento e aquela foi uma situação que ela fez com que eu nunca mais esquecesse na vida, tantas foram as vezes que ela repetiu na minha mente o acontecido (e ainda repete se precisar). O argumento da minha mãe é que eu não posso ser uma pessoa do "tanto faz". "Que tanto faz? QUE TANTO FAZ, RENATA? Você tem que ter uma decisão na vida, sempre! Você tem SEMPRE que optar por um ou por outro, mesmo que tanto faça dentro de você. Você nunca pode ser uma pessoa indecisa, alguém que os outros pensem 'ah, pra Renata tanto faz, qualquer coisa pra ela está bom'. Não, você não será uma pessoa do tanto faz. Você será uma pessoa da Coca Cola ou do guaraná. Será sempre uma pessoa de opinião." E daí é por isso que eu tenho opinião sobre tudo nessa vida.

Meu trabalho trata-se de um setor em que tudo é questionado constantemente. A necessidade das coisas, o porquê dos processos. Tudo. E por isso é que eu me identifiquei tanto com tudo lá. Mas em uma equipe de quase 40 pessoas existe gente de tudo quanto é tipo e os mandões nem são a maioria. Tem muita gente omissa. Do tipo que tem opinião, mas que fala baixinho. Sabe? "ah, eu acho que talvez quem sabe um dia se...". E não, gente, não. Ou você é Coca Cola, ou você é guaraná. E eu espero todo mundo falar, a gente faz reuniões absurdas que todo mundo quase sai no tapa, mas quando a discussão não chega em um meio termo, eu sempre digo a minha opinião assim no finalzinho e junto com ela eu já digo todos os prós e contras e tudo o que pode dar de certo e errado caso adotarmos a minha opinião sobre o assunto. E então milagrosamente a discussão cessa. Gente, tem que ser Coca Cola, porque ela é viciante, porque depois de comermos o sanduíche de mortadela do Mercadão nada mais pode ser tão seguro e libertador do que a Coca Cola que vai ajudar a acomodar melhor a gordura da mortadela no organismo e trazer melhor saciedade e a sensação desengordurante de que tudo foi perfeito. Guaraná é doce demais, leve demais, gasoso demais, tem maior probabilidade de te deixar enjoado depois e a propaganda do guaraná com a pizza pode nem ter sido tão perfeita assim, visto que a propaganda da Coca Cola com os ursos polares e o caminhão do Papai Noel vem tornando há anos a marca muito mais rentável apesar de seu poder viciante e que as más línguas digam que é um ótimo desentupidor de pia. Ou seja, faz mal mas mesmo assim o mundo inteiro ama. E fim.

E então todo mundo bebe a Coca Cola feliz e certo de que foi a melhor escolha. E gente, desculpa. Se ainda tinha alguém que pensou que o guaraná era melhor e não continuou defendendo a sua opinião, é bunda. É, porque foi omisso. Porque só porque eu falei melhor e mais alto, ficou com medo. Ah, gente. Veja se isso é jeito de viver! Deixando as coisas pra lá e pensando no tanto faz! Não. Eu sou a favor de gente que discute, que leva suas opiniões a diante, que tem opiniões. Porque se a pessoa fizesse isso, talvez me convenceria mais pra frente que não, guaraná é um produto nacional, mais saudável, mais barato, mais bonito e com poderes medicinais, que fosse. Eu falo melhor e mais alto, mas nem por isso sou do tipo que não muda de opinião. Eu mudo sim, basta me convencer de que o seu ponto de vista é melhor.

Brigada mãe, desculpa chefe. Eu sou uma pessoa de opinião e acho que quem enfia o rabinho entre as pernas e aceita a opinião dos outros mesmo sem achar que é a melhor merece morrer.


Os Menudos apoiariam minha dica pra vida: não se reprima.