quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

33 Renatas

Trinta e três. Onde isso vai parar?

Fato é que, quando eu tinha quatro anos e bati na bunda do menino na escola porque ele pisou na minha tiara amarela e a quebrou, não imaginava como seria ser uma mulher de 33 anos. Ter 33 anos é melhor. Melhor que todas as outras idades. Porque eu, capricorniana (da cabra que sobe a montanha sozinha apesar dos percalços da vida para olhar por cima e ver que conseguiu), do horóscopo chinês cabra, elemento terra e ascendente virgem, também de terra. Eu preciso de pés no chão pra ser feliz. Preciso estar segura. Preciso saber onde piso. Responsabilidade.

Ter 33 anos é melhor que todos os outros, porque ao longo da minha existência foram 33 anos de vida que eu passei crescendo. Aprendendo. Evoluindo. E hoje, com a sabedoria que meus 33 anos me permitem, eu posso dizer pra vocês que tudo é muito melhor. Eu nunca gostei de ser criança, porque infância significa dependência. Nunca gostei de ser adolescente, porque adolescência significa inconstância. Eu gosto de ser adulta. Madura.

No último ano da minha vida eu mudei. Bastante, aliás. E pensei nisso quando, no sábado passado, cheguei num restaurante mexicano que já fui algumas vezes e o garçom me olhou e disse "essa moça eu conheço, essa é aquela moça simpática e animada que sempre vem aqui". Simpática. Quem diria? Animada eu sempre fui (para os que entendem meu humor sarcástico, claro). Mas simpática?

Nesse tempo eu troquei de emprego (e por isso estive tão ausente desse blog, infelizmente) e, como tudo na minha vida é planejado, planejei ser uma pessoa melhor. Porque da minha capacidade profissional de produzir eu nunca tive dúvidas, mas tenho consciência que sempre deixei a desejar no quesito relacionamentos interpessoais. E então, como meta previamente estipulada, eu decidi ser uma pessoa mais sociável. Mais leve.

Agora as pessoas fazem reunião no trabalho pra questionar a qualidade da minha produtividade (lembra que eu disse que nunca tive dúvidas da minha capacidade profissional? Então. Porque eu produzo mais e melhor, sabe, isso irrita os outros) e eu fico quieta. FICO QUIETA, BRASIL. Juro. Tá lá a galera "é, porque tem que ver isso aí, é impossível a pessoa fazer tanto e tão bem" e eu fico calmamente sentada no canto da sala com os braços cruzados. JURO. Quem me imaginaria assim, mundo? Porque há 1 ano atrás, nesse momento, eu faria igual o Hulk fez com o irmão do Thor em Os Vingadores. Sabe quando ele pega o cara pelas pernas e bate uma meia dúzia de vezes o cara no chão?



Mas não. Agora eu sou uma pessoa mais pacífica. Já sei que isso aí seria ótimo e extravasaria meus sentimentos, mas ao mesmo tempo atiçaria os "Lokis" da vida e então eu nunca mais teria sossego. Hoje eu deixo falar. Reclamo sim, mas para a pessoa certa. E a minha vingança (é, porque eu continuo sendo vingativa, não pense você que eu alcancei a paz espiritual não porque daí tudo ia ficar muito chato na minha vida) virá em forma de valores: a pessoa que me agrediu (porque duvidar do meu trabalho pra mim é agressão) não alcançará um aumento de salário que poderia, porque falar mal de mim implica um mal resultado na análise de desempenho dela (minha chefe me ama, beijos).

Mas intrigas trabalhísticas à parte, hoje eu posso dizer que estou mais calma. Mais pacífica. Não falando o que todo mundo quer ouvir, mas deixando de falar e de fazer o que com certeza me prejudicaria futuramente. O lado bom da história: meus amigos estão levando vantagem. Porque me tornei uma pessoa mais agradável. Exemplo disso é que daqui a algumas horas eu, que nem ia comemorar o aniversário, terei a maior galera presente na minha casa. Todos por espontânea vontade (eu nem tive que ameaçar ninguém). Mas queria muito mais.

Queria as amadinhas virtuais que se tornaram reais no decorrer do ano e que me fizeram surpresa hoje e que vocês podem ler lá todo o amor que eu já li e me emocionei: Anna - Analu - Tary - Dedê - Milena
Trinta e três. Gosto da minha idade. Gosto de tudo o que passei até hoje porque eu aprendi e tudo me trouxe para o que eu sou hoje. Uma pessoa feliz por ser quem é. 

Queria agradecer por tudo. Por quem é presente hoje na minha vida. Quem vai vir me dar abraço pessoalmente, quem voou de Curitiba só pra me dar abraço, quem deixou videozinho de parabéns desde ontem no meu whatsapp. Quem vai só atravessar a rua pra vir me ver e quem vai vir de longe. Quem não vai vir porque mora espalhadinha pelos arredores do Brasil. Mas que queria. Agradeço muito, muito mais, por quem esteve SEMPRE na minha vida. No ano passado e no anterior e no anterior e no anterior. Que ouviu minhas alegrias, mas também minhas tristezas. Quem me ajudou a seguir em frente e quem demonstrou carinho mesmo que distante. Obrigada, gente. Eu sei que eu fui um porre, Edgar. Mas hoje se eu estou aqui feliz e comemorando, com certeza grande parte disso é culpa de vocês. 

Agora eu vou lá que tenho que fazer bolo (e lembrarei a cada segundo da carinha que Dedê fazia ao comê-lo).

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Sobre essa gente que não gosta de Natal

Desde que a internet virou modinha e que todo mundo tem acesso (eu já fiz um post sobre inclusão digital, vocês sabem), que todo mundo se sente no direito de expressar seus sentimentos. Ok, eu acho válido, um belo dia você não acorda bem e sai apertando o foda-se do mundo (eu também faço isso às vezes) e o resto do pessoal tem que ficar vendo que aé, hoje a Renata não acordou legal, beleza, vamos relevar, amanhã o dia será melhor.

Certo. Eu não tenho nada contra você expressar seus sentimentos. Vai lá, xinga ae o mundo, tá supimpa. Mas hoje eu resolvi falar do pessoal que FAZ QUESTÃO de xingar. 

Sabe esse BOOM dos gays? Que hoje não importa o que quer que signifique ser gay, também não importa se as pessoas nascem assim ou se viram gays, ou se é o meio em que vivem e o tipo de educação que faz alguém ficar gay. Não importa lutar em prol de maiores condições para os gays ou pelo direito de ser gay. Hoje em dia É MODA ser gay. E eu não sou gay, sei lá, pra mim ia faltar o principal da história, mas a impressão que eu tenho é que as pessoas acham que se não forem gays não tem mais graça. Pra mim parece que aquele adolescente gay que sai soltando a franga e falando alto no meio do metrô às 18h da noite talvez nem saiba realmente qual é a própria opção sexual. Mas uma coisa ele sabe: ser gay chama a atenção. Ser gay é o que está dando status e, se é o que a mídia fala, então que se dane, serei gay também. Porque o que importa não é o que eu sou ou o que eu acho, o que importa é que eu estou chamando a atenção. 

Mas o assunto aqui não são os gays. São as pessoas que não gostam de Natal. Mas seguindo a mesma linha de raciocínio, hoje com a internet liberadona e você escreve aqui o que quer que seja que a minha amiga lá no Japão vai ler, o negócio também é chamar a atenção. E hoje, 24 de dezembro, qual é o assunto do momento? O Natal. E o que você pode dizer pra chamar a atenção e para que os olhos estejam focados para você ao menos dois segundos? Reclamar do Natal. 

Sério, galera, tá clichê já. Eu já cansei. E, se tudo que eu nunca quis na vida foi chamar a atenção, se o meu objetivo na vida continua sendo há quase 33 anos o de passar despercebida em tudo o que possa virar os holofotes em minha direção, eu digo pra vocês que, olha que chato, eu sou igual a todo mundo "normal" e gosto de Natal. Eu curto dezembro. Eu curto presentes. Eu curto rabanada. Eu curto árvore de Natal e pisca piscas. Eu curto a correria natalina e o fato de todo mundo querer me ver ao mesmo tempo. Eu faço aniversário também, ou seja, dezembro é o meu mês preferido. Eu curto pensar que nesse momento está todo mundo com o peru no forno e embrulhando pacotes. Eu curto olhar pela minha janela e ver a rua deserta porque todo mundo está no mercado se acotovelando pelo último tender passado que sobrou. 

Meu nome é ReNATA (reparou que tem a palavra Natal quase inteira no meu nome?). Significado: renascida (porque se Natal significa nascimento, Renata só pode significar REnascimento. Nasci no Natal. Minha época preferida. MEU SONHO é passar um Natal com a minha família em Nova Iorque, em uma casinha aquecida, a neve lá fora, a árvore natural escolhida ainda plantada, a ceia gordurosa, os suéteres coloridos. Bem ao estilo Férias Frustradas de Natal, Esqueceram de Mim ou O Diário de Bridget Jones. E convidarei Anna Vitória e sua família para partilhar o momento. 

E vocês, que reclamam do Natal, please, calem a boca. Porque nem é moda mais reclamar do Natal no momento em que tem mais milhares de pessoas que, na ânsia de serem do contra, acabam sendo todas iguais. Tire essa sua melancia da cabeça. E vá ajudar a sua mãe a preparar o manjar.


sábado, 22 de dezembro de 2012

O fim do mundo que não foi

É. O mundo não acabou.

E agora, você faz o que? Se acotovela pela loucura das compras de Natal que você deixou pra fazer de última hora, porque você ficou na esperança do mundo acabar antes de ter que fazer isso, claro.

Boa sorte ae pra você. Eu vou ficar aqui em casa na boa vendo Dexter. 


terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Sobre o fim do mundo

O fim do mundo está próximo. E já não era sem tempo. Diante de tal fato, eu gostaria de sugerir aos deuses uma ordem de extinção da raça humana. Nada muito complexo, seria só pra ficar uma coisa mais organizada. Porque Deus talvez tenha a lua em virgem e, sabe como é, esse povo gosta de tudo bem planejado. Lá vai:

- Gente que devia morrer primeiro: esse povo que fala "perca". Sério, Deus, por favor, vai?

- Segundo lugar: gente que encosta na gente em ônibus/metrô. Não, não é necessário encostar em alguém, mesmo que o transporte público esteja lotado. EU não encosto em ninguém. Por que alguém tem que encostar em mim?

- Terceiro lugar: gente que ouve funk. Fala sério, Deus. Esse povo merece morrer, não merece não?

- Quarto lugar: gente que não sabe se vai ou se fica. Sabe aquele povo que, enquanto você está andando em direção reta e apressada pela rua (pode ser a pé ou dirigindo), e então, de repente, chega uma criatura do além e INVADE seu caminho, feito barata tonta, não sabe se foi ou se vai, e você tem que parar no meio da rua pra esperar a criatura decidir, mas só porque você é educada, porque a vontade mesmo é passar em cima? Então. Esse povo aí.

- Quinto lugar: o garçom que tira seu suco/prato de comida/fim do milkshake que PARECIA, mas só parecia mesmo, PORQUE VOCÊ AINDA NÃO TINHA ACABADO DE COMER, e puts, justamente, estava ali naquele recipiente exatamente o finzinho do que quer que seja que você estava consumindo, mas tinha guardado o restinho MAIS GOSTOSO DE TODA A REFEIÇÃO e daí vem o ABENÇOADO e eficiente e, sem perguntar LEVA o bagulho que você ainda ia terminar de comer/beber.

- Sexto lugar: gente que escreve "menssagem" "derrepente" "com migo" "útel" e "aifone" (juro pra vocês que esses dois últimos eu vi no trabalho esses dias).

- Sétimo lugar: motoqueiros, taxistas e motoristas de ônibus, nessa ordem. Se você dirige, sabe o porquê.


Acho que é isso. Sete primeiras categorias de gente que deve ter prioridade pra morrer, assim como os sete mandamentos e os sete pecados capitais. Porque 7 é o número preferido de Deus. E eu quero agradar.

Não se esqueçam: caso dê tempo, quero um travesseiro bem confortável no meu caixão. Caso não dê tempo (tipo se eu ficar presa embaixo dos escombros e tals), que eu fique perto de uma antena da Vivo e com o meu iPhone (porque eu quero ficar sabendo das últimas notícias do fim do mundo. E, claro, com um travesseiro bem confortável, meu edredon e Pandora.

Beijos, bom fim do mundo pra vocês. Valeuzão.

(pra vocês verem que desde sempre o bagulho que sempre dominou foi a hora do almoço)