Trinta e três. Onde isso vai parar?
Fato é que, quando eu tinha quatro anos e bati na bunda do menino na escola porque ele pisou na minha tiara amarela e a quebrou, não imaginava como seria ser uma mulher de 33 anos. Ter 33 anos é melhor. Melhor que todas as outras idades. Porque eu, capricorniana (da cabra que sobe a montanha sozinha apesar dos percalços da vida para olhar por cima e ver que conseguiu), do horóscopo chinês cabra, elemento terra e ascendente virgem, também de terra. Eu preciso de pés no chão pra ser feliz. Preciso estar segura. Preciso saber onde piso. Responsabilidade.
Ter 33 anos é melhor que todos os outros, porque ao longo da minha existência foram 33 anos de vida que eu passei crescendo. Aprendendo. Evoluindo. E hoje, com a sabedoria que meus 33 anos me permitem, eu posso dizer pra vocês que tudo é muito melhor. Eu nunca gostei de ser criança, porque infância significa dependência. Nunca gostei de ser adolescente, porque adolescência significa inconstância. Eu gosto de ser adulta. Madura.
No último ano da minha vida eu mudei. Bastante, aliás. E pensei nisso quando, no sábado passado, cheguei num restaurante mexicano que já fui algumas vezes e o garçom me olhou e disse "essa moça eu conheço, essa é aquela moça simpática e animada que sempre vem aqui". Simpática. Quem diria? Animada eu sempre fui (para os que entendem meu humor sarcástico, claro). Mas simpática?
Nesse tempo eu troquei de emprego (e por isso estive tão ausente desse blog, infelizmente) e, como tudo na minha vida é planejado, planejei ser uma pessoa melhor. Porque da minha capacidade profissional de produzir eu nunca tive dúvidas, mas tenho consciência que sempre deixei a desejar no quesito relacionamentos interpessoais. E então, como meta previamente estipulada, eu decidi ser uma pessoa mais sociável. Mais leve.
Agora as pessoas fazem reunião no trabalho pra questionar a qualidade da minha produtividade (lembra que eu disse que nunca tive dúvidas da minha capacidade profissional? Então. Porque eu produzo mais e melhor, sabe, isso irrita os outros) e eu fico quieta. FICO QUIETA, BRASIL. Juro. Tá lá a galera "é, porque tem que ver isso aí, é impossível a pessoa fazer tanto e tão bem" e eu fico calmamente sentada no canto da sala com os braços cruzados. JURO. Quem me imaginaria assim, mundo? Porque há 1 ano atrás, nesse momento, eu faria igual o Hulk fez com o irmão do Thor em Os Vingadores. Sabe quando ele pega o cara pelas pernas e bate uma meia dúzia de vezes o cara no chão?