terça-feira, 22 de março de 2011

O Caso do Macarrão

Feriado. Babybrother fazia o almoço. Cheguei pra comer. Ele empolgado lá nas panelas. Eu sentei pra ver tv. Ele me chamou pra olhar o macarrão com argumentos de "está desmanchando". Eu fui conferir. Estava mesmo. Cru e desmanchando em pequenos pedacinhos, como se fosse um macarrão de arroz. Não ia dar pra comer aquilo. E eu sou uma pessoa que não desperdiça molhos de tomate nessa vida. Foi um gênio quem inventou o molho de tomate.

Eu sou uma irmã legal, sabe. Sabendo da veia gastronômica de babybrother, sempre incentivei que ele cozinhasse. E quase tudo que ele se propõe a fazer fica realmente bom. E o incentivo nem é por folga nem nada, porque eu também gosto de cozinhar. Mas porque eu acho bacana incentivar quem quer que seja a fazer o que quer que queira. É sempre legal saber que alguém torce por nós, não é?

Voltando à cena: ele, inseguro, me olhando com receio que eu dissesse algo do tipo "claro que está desmanchando, você não fez direito!". Eu, sabendo disso, perguntei há quanto tempo estava cozinhando, pra dar um toque de interesse à situação. Ele respondeu, eu vi que realmente não tinha cabimento o macarrão desmanchar ali. Eu podia ter dito simplesmente 'tá, vamos comer assim mesmo', mas além de estragar o molho ia acabar com qualquer glamour que qualquer babybrother metido a chef pudesse ter. Aparência do prato é tudo nessa vida. Eu também podia simplesmente ter dito 'tá, vamos jogar fora então, faz outro'. Que foi o que eu disse. Mas não só isso, resolvi completar. Batendo o olho no pacote do macarrão, estava lá: Renata. E então, além do fato de querer levantar a bandeira de 'absurdo o macarrão que o babybrother super chef supimpa fez ficar assim feio', ainda virou questão de honra. Era o MEU macarrão.

Peguei o pacote de macarrão do lixo, tirei foto do macarrão quebradiço. Alguns dias depois, mandei um e-mail para o SAC:

"Boa tarde

Comprei um pacote de macarrão tipo gravata Renata com lote/validade 19/jan/2013 4.6 e gostaria de demonstrar minha insatisfação com o produto, pois apesar de estar no prazo de validade e ter sido bem acondicionado, durante o processo de cozimento - nos primeiros minutos, antes mesmo que ficasse cozido (ou al-dente) - o macarrão começou a quebrar. Em pedaços pequenos, como se fosse um macarrão de arroz, completamente impróprio para consumo. Foi para o lixo o pacote inteiro do macarrão, porque se eu esperasse cozinhar com certeza viraria uma papa. Antes tirei uma foto para anexá-la neste e-mail, como comprovação do ocorrido.

Acredito que tenha sido uma exceção do fabricante, visto que sempre fui cliente fiel à marca e é a primeira vez do ocorrido. No entanto, tive o prejuízo do pacote inteiro jogado no lixo e felizmente eu tinha na hora outro pacote de macarrão, de outra marca, o que me poupou de um maior constrangimento em um jantar com amigos. Espero com esse e-mail alertá-los para qualquer correção ou verificação de qualidade no processo de fabricação, visando e acreditando que o que ocorreu comigo tenha sido um ato isolado e com a confiança de que eu possa continuar sendo uma cliente fiel à marca, confiando que o ocorrido da situação anterior não se repita.

Afinal, a marca do macarrão leva o meu nome. E eu espero que seja um produto de ótima qualidade.

Guardei a embalagem para o caso de qualquer verificação.

Atenciosamente,"


Veja bem: apesar do macarrão ter MESMO se quebrado durante o cozimento, antes mesmo de ficar pronto, e apesar da minha vontade de satisfazer o babybrother dizendo que 'não, a culpa não foi sua, foi o negócio que veio com defeito mesmo', ninguém ia levar a sério se eu dissesse 'foi meu irmão mais novo que cozinhou'. Por isso a mudança no contexto, afinal de contas eu sou uma pessoa séria, com um nome sério e acredito na seriedade do meu irmão, coisa que o pessoal do macarrão poderia muito bem fazer como faz a seguradora do meu carro dizendo "não importa o quão bom motorista ele seja, não pode ter condutor menor de 24 anos, seu irmão está proibido de dirigir o seu carro". Enfim.

Apesar de séria, fiz a reclamação mais por brincadeira, pra contentar ele mesmo, mas fiquei pensando. Um pacote de macarrão custa 3 reais. Míseros 3 reais. Não custava nada (custa, 3 reais, mais a gasolina, mais o estacionamento, mais o tempo gasto, mais a depreciação do motor do meu carro e pneus mais o risco de alguém bater em mim!) eu ir ali no mercado e comprar outro, como sempre fiz até hoje. Mas sabe. Com esses míseros 3 reais eu podia pegar um ônibus. Aliás, o novo valor da passagem de ônibus - que agora custa 3 reais - é motivo de passeata e protestos em São Paulo todos os dias. Tudo isso por 3 reais. Pra mim, felizmente, 3 reais não é nada. Mas pra muita gente é. Por outro lado eu sei muito bem que de grão em grão a galinha enche o papo. Papai me ensinou. E de 3 em 3 reais eu compro um sofá pra minha casa, que nem tv à cabo não tem ainda e eu não pude ver o Red Carpet do Oscar e tenho que assistir BBB). Então assim: por que não reclamar? É um direito meu. Apesar de ser constrangedor (minha mente ressoava 'que miséria, reclamar por 3 reais'), muita gente faz isso todos os dias. Já ouvi história de gente que reclamou do pão de forma porque veio com um buraco no meio. E aí recebeu outro pacote. Que veio com buraco no meio de novo. E então reclamou de novo. E então ganhou outro.

Hoje, rindo e contando do acontecido pra amiga (com ares de 'olha que absurdo o que eu fiz'), ouvi que ela já reclamou que a barra de cereal veio com bicho. E que o bico do desodorante emperrou. Em todas as situações, recebeu novos produtos. E então agora, no fim da história, já estou pensando que preciso prestar mais atenção nas coisas que consumo. Naquela embalagem de óleo de cozinha que vaza. Naquele feijão que veio meio duro. Porque não é possível que só eu pense que é constrangedor reclamar, enquanto as outras pessoas no mundo correm atrás de seus direitos. Outros, ainda, até se aproveitam disso. Reclamando de coisas não necessárias e sendo aí, sustentados por produtos ganhados em reclamações não procedentes.

O macarrão, aquele safado!

A conclusão do negócio (porque talvez vocês estejam interessados tanto quanto os colegas de faculdade do babybrother - estudantes de nutrição da USP, mas eu aposto que o interesse é muito mais pra rir da coisa do que pra estudar o que deu errado na composição de um simples pacote de macarrão) é que eu mandei o e-mail e a resposta quase que automática veio perguntando meu telefone para contato. Eu dei, rindo, pensando que não conseguiria me manter séria durante um contato a respeito de um pacote de macarrão que custou apenas 3 reais. Hoje a moça do SAC me ligou. Eu, depois de muito pensar e já achando que não era tão perda de tempo assim reclamar por 3 reais, respondi perfeitamente todas as perguntas e ouvi que o lote seria analisado, o controle de qualidade ia agir e blablabla. Além dos dados que eu já tinha informado no e-mail, ela me perguntou onde comprei e se era "Renata normal ou Renata com ovos". "Não sei, moça", respondi me imaginando cheia de ovos na cabeça. E ela: "era Renata da embalagem azul?" "Sim!" "Então era Renata com ovos!" No fim, acrescentou: "e no prazo de 15 dias a senhora estará recebendo um novo pacote de macarrão em sua residência".

Eu pensei nos meus porteiros. Aqueles mesmo, que me vêem chegar meia noite dando 'bom dia'. E que eu ligo pra reclamar que acabou a água, mas depois descubro que eu tava era limpando a torneira do registro e fechei o bagulho sem querer. Eles, que sobem debaixo de chuva pra bater na porta da minha casa, eu ocupada, atender "quié?" e o coitado me dizer que minha lanterna do carro ficou ligada. Eles, que ligam desesperadamente para a manutenção do elevador porque eu estou chorando na portaria dizendo que minha chave caiu no vão. Eles, que atendem meus visitantes loucos querendo ir em andares desconhecidos e pedindo para me ligarem loucamente de seus telefones particulares para meu celular pra dizer que 'o fulano esteve aqui pra visitar a senhora'. Eles, que brigam comigo pelo fato do carro estar estacionado fora do lugar porque não tem vaga suficiente naquela p#rra e ouvirem de mim, nervosa, que eu também fico "intranquila" por deixar o carro em qualquer lugar e no caminho desse pessoal que não sabe manobrar.

Sabe. Meus porteiros vão receber um pacote de macarrão. Pra mim.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Sobre o Japão

Faz um tempo já que eu queria falar sobre isso mas prorroguei por não saber direito como começar.

Eu sei que é um país que muito provavelmente eu nunca vou visitar nessa vida. Simplesmente porque eu não tenho vontade. Porque eu sei que visitar o Japão pra mim seria tipo quando vou na 25 de Março: chego de manhã, ando na rua, compro umas bugigangas e termino o passeio na hora do almoço no Mercado Municipal, no sanduíche de mortadela famoso. É, porque só de andar ali na 25 e ver os coreanos/chineses e seu jeito brusco de falar e de viver e as marmitas com aquelas comidas verdes e gosmentas e cheirando terrivelmente mal, pra mim um sanduíche de mortadela no fim da rua é um oásis. Ah, mortadela, amiga, te amo.

Eu sei que chineses e coreanos não são japoneses. São bem diferentes, aliás. Mesmo assim, vai demorar ainda umas 20 encarnações pra eu comer um sashimi e me sentir feliz. Porque gente, pelamordedeus, eu nasci pra comer pastel com caldo de cana. Que peixe cru o que! E eu vou sim viajar e conhecer muitos países ainda, mas oriente, meu filho. Sem condições. Porque por mais que eu saiba que igual à comida brasileira não tem em mais lugar nenhum do mundo, o oriente se supera no mau gosto alimentício. E na hora do almoço eu vou querer arroz e feijão. E vão me servir tofu. E aí vai ser um problemão.

E sabe. Eu não tou nem aí se o pessoal da Líbia tá se matando. Se lá no Irã é guerra faz sei lá quantos anos. Também achei triste (e só) quando caiu tudo lá no Haiti. Pessoal na África tem Ebola, verdade. Han. Eu ouço todas essas e outras catástrofes/guerras/doenças na tv e o sentimento que tenho é sempre o mesmo. 'Puts, que pena. Nossa, amanhã tenho que ir ao mercado.' E sabe, me poupe se você tá lendo isso e depois vai escrever na minha caixa de comentários dizendo que blablabla tenho tudo e não tenho coração pra ajudar o próximo. Bah. Vai pregar pra outro, que eu tenho minhas concepções aqui muito bem resolvidas. Eu sempre acho que é uma pena e só. Não tem o que fazer. Acontece. E não sei, eu até acho legal quem se mobilize pra ajudar e mandar dinheiro e comida e roupa e papel higiênico, mas sabe. Talvez eu ache que não é DOANDO COISAS que se ajudem pessoas. Enfim.


O Japão é um país lá do outro lado do mundo. Que veio, encontrou porto seguro no Brasil e hoje tem sua maior colônia de descendentes. Aqui, como qualquer indivíduo (se chegar um Orc também) são amados e brasileiros assim como todos nós, nativos e misturados com descendentes do mundo inteiro. O Brasil é mesmo um grande carnaval. E, mesmo depois de acolher cada um desses traquinas com o maior amor e torná-los cidadãos brasileiros como nós mesmos, mesmo assim, quando um brasileiro vai trabalhar no Japão ainda é maltratado e quase escravizado em trabalhos sub-humanos que para nossos padrões talvez valham a pena, mas para eles são só mais um descendente de imigrante que fugiu de suas origens e misturou sua raça com um brasileiro. No sentido pejorativo da palavra.

O Japão deve ter aquele cheiro de ovo no ar. E os japoneses eram (talvez sejam ainda) os donos dos maiores baleeiros do mundo. E os japoneses são aqueles que, apesar de mais baixos que nós, nos olham com cara de quem é superior. De quem tem o controle.

Mesmo assim, toda vez que eu vejo na tv as cenas do tsunami, meus olhos enchem de lágrimas.


Veja bem, eu não choro nem em filme. Mas me dá dor no coração. Porque eu acho que a mãe brasileira que chega fazendo escândalo no hospital porque o filho traficante levou um tiro não tem a dor de um japonês que, vítimas das maiores desgraças da humanidade, continuam quietos. Você não vê japonês falando para as câmeras. Chorando desesperadamente. Não vê como no Datena, que todo dia alguém funga o nariz e pede JUS-TI-ÇA para a câmera. No Japão pode não ter tanto calor humano, mas também não tem descontrole.

Quando eu vejo na tv que uma criança em Fukushima é encontrada nos escombros, eu tenho vontade de mandar levar lá pra casa. Porque se Deus quis que alguma raça humana tivesse crianças tão lindas, com certeza deu o mérito aos japoneses. Cada vez que eu vejo a cena de alguém procurando parentes ou sentado ao lado do corpo da mãe, ainda que sem chorar, eu tenho vontade de ir lá consolar. Porque o que me admira é a aparente calma. Que não tem nada a ver com frieza, por sinal.


Eu sou afilhada e neta de coração de um descendente de japoneses. Esse ano vai fazer - um dia depois do meu aniversário - dez anos que ele não está mais entre nós. Mesmo assim eu lembro, como se fosse ontem, o beijo na testa que ele me deu, seguido de um "Deus te abençoe", a última frase que ele falou pra mim. Em vida, porque depois dela eu já tive várias situações que me levam a crer que ele ainda está comigo. Meu avô era um japonês que gostava de sentar com a gente (eu e seus dois filhos, os três com idades próximas) pra conversar de igual pra igual. E, quase no fim da vida, chegou a visitar o Japão. Foi para trabalhar, como quase todos os descendentes. Ficou seis meses lá e eu ainda tenho as cartas que ele mandou pra mim guardadas. Falando das crianças que iam para a escola de manhã, todos uniformizados e bem arrumados e com seus bonezinhos amarelos em fila indiana perfeita e em silêncio, pela rua. Falava da organização, da disciplina japonesa. E dizia, cada vez mais, que não via a hora de voltar para o Brasil, cheirando à bosta e cheia de ladrão, assim como é. Aqui era o lugar dele.

Seu Minor faleceu de um ataque cardíaco na sala de casa e eu me lembro muito bem da primeira noite inteira sem dormir da minha vida. Hoje, diferente daquela noite que eu passei pensando "e agora?", eu durmo e sonho com ele me dando orientações sobre o que fazer na vida. Sonho com ele me ajudando a pensar sobre tantas coisas. Me dizendo para onde seguir. Como agir. Sonho com ele me pentelhando. Amarrando meus cadarços de tênis um no outro. Enfiando o dedo no meu copo de refrigerante. Dando nós no meu cabelo. Escondendo meu chinelo. Exatamente como era antes, lá no meu sonho eu continuo sendo sua neta preferida. Neta torta, afilhada verdadeira, eu aqui com meus olhos redondos e cabelos claros totalmente protegida por meu avô. Japonês.

Há quase 1 ano atrás, eu estava com ele lá no Japão. Em um terremoto. Onde ele me levava pela mão por um caminho seguro, para um lugar seguro. Eu não tinha medo. No fim do caminho, me deu um beijo na testa e disse que não podia ir junto. Mas que para lá era o meu caminho. Que eu seguisse e fizesse as coisas do meu jeito. E foi embora.


Cada vez que eu vejo sobre a tragédia do Japão, me sinto lá. Não sei, não é um país qualquer. Eles são sim uma potência mundial, são ícones de sabedoria espiritual e tecnológica, são excelentes em tudo o que resolvem fazer. Mas toda vez que eu os vejo na tv, penso que podem ser como o meu avô. Que demonstrava frieza por fora, mas nunca me deu um olhar que transmitisse nada menos que muito carinho.

Eu sou neta de um japonês. Esse país também é meu.


Eu sonhei com terremoto dessa vez, mas já sonhei muitas, MUITAS vezes que estava em um tsunami. Quando eu nem sabia o que era isso, inclusive. Muito antes de ter toda essa moda de tsunamis nos lugares, pra mim era um pesadelo muito improvável. Até pensei se alguma coisa respectiva me aconteceu em alguma outra vida, tamanha a insistência do sonho. Hoje, vendo na tv, tudo aquilo, real, ali, atingindo pessoas, é assustador. Sonhos só são improváveis até se tornarem realidade. E o tsunami que atingiu a Tailândia aconteceu exatamente no dia do meu aniversário de 25 anos.

domingo, 20 de março de 2011

Eu, terceira idade

Domingo. 9h da manhã. Eu aqui arrumando o guardarroupa (babybrother diria: OUTRA VEZ?) e, como toda mulher, fazendo mais de uma coisa de uma vez. Estou arrumando minhas mp3 do computador enquanto isso. E aí estou aqui. Ouvindo Dalva de Oliveira. Oi? É.

Se meu irmão já acha o cúmulo eu gostar de música brasileira dos anos 80 (é a minha época, pô! Eu danço loucamente ao som de RPM até hoje!) fico aqui pensando o que ele diria se me visse ouvindo Dalva de Oliveira. Aliás, fico pensando o que diria meu pai. O indivíduo influenciador de nosso gosto musical (roqueiro e internacional) lá de casa. Mais ainda, fico pensando o que diriam minhas avós se me vissem ouvindo Dalva de Oliveira. Minha avó paterna eu não sei bem, porque nunca fui muito próxima dela, assim no sentido pessoal da coisa. Ela não sabe meu gosto musical (talvez saiba pela extensão de seus filhos e netos - todo mundo gosta do mesmo rock internacional da vida), mas eu, assim, cheia das peculiaridades, não. Ela não sabe meus gostos musicais. Nem eu os dela, enfim. Mas a minha avó materna sim. Minha avó materna gosta de todas as músicas bem brasileiras mesmo. Bem da terrinha. Afinal, mineira (e eu acho que os mineiros são mais brasileiros que o resto da população) e filha de índio. Minha avó é muito mais brasileira que eu, devo dizer. Mesmo assim eu poderia ouvir um MINHA FILHA, MAS QUE MÚSICA É ESSA QUE VOCÊ ESTÁ OUVINDO PELAMORDEDEUS? E então chego a rir sozinha só em imaginar. Porque no gosto Leandro e Leonardo e Sérgio Reis dela, acho mesmo que Dalva de Oliveira vai um pouco mais além de toda a coisa. E eu acho engraçado e fico aqui rindo sozinha não só porque eu tenho alguns genes da minha mãe (pessoa que gosta de ser do contra) mas porque eu realmente gosto de umas coisas estranhas (achei um cd do É o Tchan na minha arrumação - abafa). E conforme passa o tempo eu vou descobrindo mais.

Meu gosto por Dalva de Oliveira veio das breves assistidas da série da Globo, Dalva e Herivelto. Que eu assisti quase nada mesmo, talvez só o último capítulo. Mas queria muito ver tudo. Na verdade eu queria mesmo era o dvd. Já achei aqui pra comprar e devo fazer isso em breve. Não só porque gosto de Adriana Esteves e Fábio Assunção (mesmo prestes a engolir pilhas), mas porque meu gosto cinéfilo tem uma peculiaridade - eu ADORO filmes de artistas musicais. Prestenção: eu odeio filmes musicais. Mas adoro os que são SOBRE cantores e cantoras. Não indo muito longe na história, quem leu o post que eu escrevi sobre enriquecer o gordinho da locadora talvez não tenha entendido que eu AMEI Johnny e June. Adorei ver a história do cara que eu nem sabia quem era. Adorei ver o suposto Elvis nos bastidores. "Um cara qualquer ali". Acho mesmo que a minha paixão para música se junta com minha veia cinéfila e daí sempre dá um casamento perfeito. Porque eu acho linda a junção da vida da pessoa com a carreira musical e daí a história de cada música casada com a vida da pessoa sabe. Gente, HISTÓRIA de cada música! Se eu adoro músicas, acho fantástico saber o que aconteceu na vida da pessoa pra ela fazer aquela música falando sobre aquele acontecido, sabe? Sensacional. E quando o filme é assim tipo show, como foi o This is it então! Eu me sinto no show, só que no cinema. No show sentada! Isso é tudo que eu pedi a Deus (eu cantei loucamente quando fui assistir Cazuza no cinema. Não tinha nenhum conhecido no mesmo ambiente - acho).

Estou aqui ouvindo Dalva de Oliveira. Que com músicas como Palhaço, Calúnia, Tudo Acabado e Sem Ti, além da famosa Bandeira Branca, se a gente deixar de lado o chiado característico de música originalmente gravada em LPs e fitas K7, têm toda uma história de amor e ódio com Herivelto, o marido. E depois de ter assistido mesmo que pouco a série, acho sensacional a minha capacidade de não só ouvir a música mas imaginar a vida de tapas e beijos, tão comum na vida de qualquer mulher com qualquer homem, mesmo naquela época e que Dalva teve o desprendimento de passar todo o sentimento (e as reais brigas) para a música e fez com que sua carreira de sucessos fosse tão simplesmente sobre sua vida.

Eu, aqui. 31 anos, apaixonada por Dalva de Oliveira. Domingo, 9h da manhã. Me interna.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Morre Diabo

Eu gosto dessa expressão. Porque no Solitários (reality show do Silvio Santos pra combater o BBB) do ano passado tinha o Cadu, roqueiro (isso sim é um roqueiro, não aquele frufru do Mau Mau do BBB11), que fazia tudo ao contrário do que deveria fazer. Eu gosto de gente doida, já falei. Enfim, Cadu, diferente do comportamento submisso dos outros participantes, expressava seu ódio com relação às tarefas com um "morre, diabo!". Eu, aqui do outro lado da tv, ria. Daí que a expressão foi mais uma que entrou para a minha lista de favoritas, bem ali do ladinho do carimbo de "Morra!" (que é até uma tag aqui), idéia da fofa da Pri.

Vamos ao post: estava eu ontem chegando em casa, quando no elevador (estou acumulando histórias de "no elevador") acabei subindo com uma moça que devia ter mais ou menos a minha idade e sua mãe. As duas conversavam assim empolgadamente sobre as coisas do universo e tudo o mais quando a moça começou a dizer para a mãe que está com alergia nas mãos. A mãe comentou que tinha que ver o que ela fez, qual produto pegou. "Lavei louça ontem", disse a filha. Eu, cá com meus botões, reparando que o ato de lavar a louça deve ser um evento raro pra ela, tamanha intensidade de efeito isolado que deixou transparecer quando disse a frase. Rá que eu lavo louça todo dia há bem uns 25 anos de vida. E odeio (já fiz um post sobre lavar louça, eu sei). Mesmo assim acho o cúmulo quem acha que lavar louça é uma coisa assim do outro mundo. Enfim. "Você não lava a louça em casa e vai lavar na casa dos outros?" perguntou a mãe. "É que a fulana foi varrer a casa porque eu não podia por causa da dor nas costas. E então a siclana foi lavar o banheiro e eu não podia por causa do cheiro do produto de limpeza..." e saiu do elevador enumerando o tanto de tarefas feitas por pessoas que deveriam estar dividindo uma casa no carnaval, que ela não podia fazer por esse ou aquele problema. Sobrou lavar a louça. E daí deu alergia nas mãos.

Então eu lembrei do vídeo do prefeito amazonense que mandou a mulher morrer. E aí eu penso que beleza, ele é uma figura política, com salários pagos pela população, que não deveria dizer esse tipo de coisa porque o dever dele é justamente achar meios para que a sociedade viva melhor. Mas lá no fundo no fundo eu também tenho vontade de mandar o pessoal morrer às vezes, sabe. Pô. Não quer desocupar a casa que vai desabar? Morra. Não sabe ser útil pra ajudar em alguma coisa? Morra. Eu juro que se tivesse dividido uma casa com essa menina eu ia olhar bem pra cara dela e dizer "fulana, não precisa fazer nada não. Senta aí e morre." Por isso que eu não sou prefeita, sabe. Nem tenho nenhum cargo público. E aí eu sei que o prefeito não devia ter feito isso e blablabla mas no fundo no fundo eu soltei foi uma bela gargalhada quando vi o vídeo. Admirei a coragem do cara de dizer o que pensa, sabe? Porque ninguém gosta de ouvir verdades, muito menos as verdades que todo mundo pensa, mas ninguém fala porque tem que ser "político". E veja bem que coincidência o encaixe dessa palavra no contexto do meu texto - político é alguém que bota panos quentes nas coisas pra se dar bem com todo mundo e dá um sorrisinho engolindo o próprio pensamento polêmico. Mas muitas vezes dá mesmo vontade de falar o que a gente tá pensando, ô se dá. "Ah, minha senhora. Então morre."

Prefeito amazonense, cara. Sou sua fã.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Sobre Recomeçar

Carnaval foi-se e dessa vez eu nem parei pra perceber que passou. Mesmo sem ter ainda tv à cabo em casa, esse ano eu não me preocupei com todo o falatório a respeito nem nada. Teve só uma noite aí que eu dormi com a tv ligada e esqueci de colocar o timer e daí acordei sabe-se lá qual hora da madrugada com o maior TCHIGUIDUM TCHIGUIDUM TCHIGUIDUM na minha casa mas tudo se resolveu quando depois de um tempo perdida e sem entender no meio do samba enredo eu descobri o botão de liga/desliga do controle remoto da tv e tudo voltou à maior santa paz do silêncio da madrugada. Interesse de Renata pelo Carnaval NOTA... ZERO! (imaginem a voz do pessoal da apuração de escolas de samba nessa última frase, sim?)

Então. Nem me liguei que era o carnaval e tals. Pra mim foi um feriado bem do supimpa. Deixei o gordinho da locadora rico. Me senti a Anna, toda amiga do atendente da locadora. É, porque agora a gente troca a maior idéia a respeito dos filmes. O que eu achei, o que deixei de achar. Ele me sugere mais umas coisas e daí se eu não gosto, vou lá e reclamo. Enfim. Fiquei tranquilinha na casinha, eu mais babybrother. Feliz, feliz. Então eu vim aqui contar pra vocês que eu aluguei Salt, aquele da Angelina Jolie. E apesar de ser de ação, achei monótono. Não sei, eu esperava mais. Tava na cara que a identidade dela era a que eu imaginei desde o início. E assisti Garota Fantástica, sugestão do gordinho da locadora, fã da Ellen Page, como babybrother. E achei simpático, apesar de achar estranha essa nova linha de filmes adolescentes sem noção, tipo Scott Pilgrim e Kick Ass. E é dirigido pela Drew Barrymore, que eu gosto muito e a cada dia que passa a acho mais doida. Talvez por isso eu goste. Alugamos Brüno, e esse eu devo dizer pra vocês que a gente não conseguiu assistir mais que 10 minutos. Porque a gente achou que era uma coisa assim meio Borat, mas no fim das contas o apelo sexual é tão ABSURDO que babybrother fechou os olhos mesmo nesses 10 minutos de filme que se passou. Eu, toda querendo me revoltar com alguém, cheguei na locadora pra devolver o filme e dizendo que foi um absurdo eles me deixarem alugar aquilo, ouvi do gordinho que a história é real, existe mesmo um Brüno que invade desfiles e é jurado de morte num país daqueles lá das arábias por uma ou outra briga política e religiosa e tals. E que daqui pra frente ele vai prestar mais atenção nos filmes que eu alugo e qualquer coisa me orientar a respeito. Haha.


Assisti Embriagado de Amor, que foi alugado por engano. E achei muito-muito-muito estranho, por sinal. E fiquei pensando se alguém no mundo gosta de um filme desse tipo. Apesar de ter Adam Sandler, foi uma coisa muito estranha de se assistir. Na verdade o filme que eu queria alugar era Ressaca de Amor, veja bem, quase igual. Embriagado, ressaca, bêbado. O que importa é que bebeu demais e foi pro amor. E a gente queria alugar esse filme por um motivo bem incomum: o ator principal do filme parece DEMAIS o Bruno, nosso ex-tio. Mas no quesito do filme ser assim BOM eu acho que deixou mesmo a desejar. Não assim tanto tipo Brüno (que a gente também alugou por causa dele - e eu ia ter vergonha de me chamar assim se assistisse esse filme) ou Embriagado de Amor. Mas também não entra na minha lista de filmes bons.


Falando em Adam Sandler, foi o feriado dele. Além de Embriagado de Amor, assisti Gente Grande, que é uma comédia simpática. Nada que se diga que nossasenhora que comédia engraçada nem nada, mas beleza. Achei a Salma Hayek bonitona e bem parecida com a Penélope Cruz, por sinal. E assisti também Um Faz de Conta que acontece, que gostei mais e fiquei pensando que podia chover chiclete por aqui (num dia que meu carro estiver num lugar coberto, claro). E teve também Johnny & June, que eu aluguei sabendo que tinha ganhado Oscar de sabe-se lá o que e pensando que eu nem gosto do Joaquin Phoenix desde que ele acabou com a vida do Gladiador e talz, mas sabe. Eu me surpreendi. Sou suspeita pra falar a respeito de filmes de astros da música, mas eu achei tudo tão sensacional e sabendo que todas as músicas do filme foram cantadas de verdade por ele e pela Reese Whiterspoon eu realmente descobri que vou precisar comprá-lo (o filme) assim que achar por 12 reais nas Lojas Americanas, assim como Julie & Julia, que achei muito bom tanto quanto. Gente, que filme bom! Ainda bem que depois de tantos filmes estranhos e insossos eu ainda acho filmes sensacionais como esse pra assistir. Super recomendo!


Assisti também Percy Jackson, que eu nem sabia do que se tratava e peguei só porque eu vi a linda-linda Uma Thurman (sou muito fã depois de Kill Bill - eu sou fã das pessoas pelo tanto que eu gosto dos filmes que fazem, me deixa) de Medusa no trailer, mas nem me liguei. Daí que o negócio do Percy Jackson é que ele é filho do Poseidon, gente! Eu NEM gosto de mitologia nem nada!! Achei um ABSURDO eu não saber que o filme era sobre deuses e criaturas mitológicas, adorei e agora vou procurar os livros pra comprar. E vi também Aprendiz de Feiticeiro, e apesar de ter em casa histórias concretas sobre Merlin e Morgana e saber que não se odiavam assim nessa intensidade e que, veja bem, Nicolas Cage, meu nego, você é o cara que corta o dedo ao invés de cortar o pêssego, não vem que não tem essa sua vontade de ser feiticeiro, ôpa que eu tenho lá em casa várias coleções de livros sobre os tempos do Rei Arthur e esses magos e bruxas e tals. Conclusão: minha praia. O filme não é nada que se compare assim com Harry Potter nem nenhuma outra obra prima cheia de detalhes de magia e bruxaria e tals, mas é simpático. Tem um cara lá que me lembra MUITO um defunto do passado, mas beleza. Mesmo assim achei legalzinho.


Alugamos também, veja bem povo, Dança com Lobos. Porque babybrother ficou encantado com essa coisa de Oscar, de opinar, de assistir os filmes, de ter opinião a respeito, de gritar e balançar os pompons bravamente na torcida de Natalie Portman em Black Swan, que decidiu pegar a lista de filmes premiados como melhor filme em todos os Oscars até hoje e assisti-los. Todos. Adivinha quem ele escalou pra assistir junto. E alugar os filmes pra ele. Aham. Fato é que eu aluguei o Dança com Lobos pra começar, porque eu já tinha visto antes sim mas nem lembrava. Me diverti, achei simpática aquela coisa de socializar com os índios e tal. Agora pergunta quem dormiu no filme. O irmãozinho. E eu fiquei lá SOZINHA assistindo. E ó, era Dança com Lobos hein. Imagina quando chegar A Lista de Schindler. E O Vento Levou (no dia que for passar esses eu vou ter dor de barriga, já avisei).


Sei que nessa "vibe" de filmes que ganharam Oscar acabou que assistimos também As Horas. É, porque lá no gordinho você aluga 3 lançamentos e ganha de grátis 2 filmes de catálogo pra ver e isso me lembra que na época da escola a gente comprava um pastel na rua da escola e ganhava um brinde e eu me lembro bem de ficar quase toda semana entupida de pastéis só porque era de graça. Daí que eu levei As Horas pra casa, porque eu sou fã de Meryl Streep (já falei do Julie & Julia, mas ela pra mim é sensacional em O Diabo Veste Prada - e sinto dizer que Mamma Mia seria uma lástima se não fosse ela e as músicas do Abba... porque eu odeio musicais. Dirty Dancing nem é musical, vai!). Daí que eu achei o filme meio confuso e babybrother teve que pesquisar no Google qual que era a história que quem estava escrevendo de quem. Enfim, confusão à parte, talvez a gente não tenha entendido de primeira porque nós ficamos o tempo todo reparando no nariz postiço que botaram na Nicole Kidman! Ficou tão perfeito que demoramos para reconhecê-la! Nicole pra mim é uma bela mulher de 1,80m de altura (mulheres altas rulez!) e nariz empinado à lá Bewitched (preciso dizer que sou fã?)


Enfim, preciso dizer que também dou o maior apoio para o cinema nacional, e apesar de achar que filmes brasileiros parecem novela porque a gente cansa de ver os atores todo dia na tv, acho sim que com um ajuste aqui e outro ali e mais alguns anos de praia chegaremos à quase perfeição dos efeitos especiais e atuação e edição de som e imagens dos filmes hollywoodianos. Para incentivar o cinema nacional e ver a quantas anda o mesmo, aluguei O Bem Amado. Achei bom, divertido, história boa, bacana que juntam os fatos históricos reais com a ficção e sei que é um filme adaptado de uma novela que passou na época da minha avó, mas gente, durou umas 4 horas esse filme! Ô coisa longa de se ver! Por isso ficou meio cansativo, e apesar de eu achar Marco Nanini um ator sensacional, ele mais Mendonça e Marilda lá no mesmo filme e atuando juntos eu tive a impressão que de repente o Mendonça ia olhar para Odorico Paraguaçu e chamar de Lineuzinho! Mas devo falar de Zeca Diabo: sou fã de Zé Wilker, não associado à nenhum personagem específico, apesar de eu ter gostado muito de uma novela lá que ele era fantasma. Mas porque minha avó sempre disse que meu avô era a cara dele! E assim, como Zeca Diabo, fiquei pensando que eu bem que ia gostar de ser neta do matador mais temido da cidade! haha.


Eu sei que tá comprido, mas se você chegou até aqui, aguenta aê. Eu fiz esse post pra contar pra vocês que eu assisti o Nosso Lar. Sim, eu já tinha visto Chico Xavier. Eu sou católica, não espírita. Mas já fiz um post sobre minhas opiniões a respeito de diversas religiões e pra quem não lembra eu digo que algumas coisas no espiritismo me agradam mais que no catolicismo. Daí que eu aluguei porque desde que esse filme estava no cinema o pessoal do trabalhou passou a comentar a respeito e todo mundo faz tempo que tava dizendo pra eu assistir, mas nunca dava certo. Agora deu. E então eu assisti o filme com o coração todo aberto, porque essa coisa de psicografia eu acho meio suspeito, mas achei a história bem boa, apesar dos protestos de meu irmão de "você vai dar ouvidos pra esse pessoal e alugar essa porcaria???" Enfim, achei que a edição de som do filme deixou a desejar, a imagem é ótima, mas o conceito abordado me deixou muito pensativa sobre tudo. Achei muito boas as explicações sobre O DEPOIS, mas talvez eu tenha gostado do filme porque enquanto eu assistia pensei em mim. Pensei na minha vida, no que eu vou passar se toda essa visão for verdade, nas coisas que fiz, nas que ainda farei e, principalmente, na minha atitude sobre tudo. Pra mim o filme foi muito mais uma reflexão do que um momento de lazer. E eu achei muito bom. Muito bem feito, por sinal (e eu tou até sendo paciente com as pessoas no trânsito depois de assistir esse filme, vocês precisavam ver).


Enfim queria terminar o post falando do último filme que vi, que cheguei correndo pra pegar quando vi na prateleira e com certeza fui a primeira a assistir assim que chegou na locadora. Comer, Rezar, Amar.


E então eu queria dizer que, de todos os filmes foi o melhor - olha o peso na consciência de achar melhor que Johnny & June, mas eu explico: me identifiquei. E aí, assim como o Nosso Lar, que eu me peguei olhando pra mim, para meus sentimentos, para minhas atitudes que acabam comigo mesma, eu achei que eu coube ali perfeitamente no lugar da Julia Roberts em Comer, Rezar, Amar. Devo dizer também que eu nunca li o livro não, porque eu amo livrarias mas assim como livros psicografados, eu passo longe da prateleira de autoajuda. E diferente do esquema do Percy Jackson, que vou procurar saber sobre os livros pra ler, não vou ler Comer, Rezar, Amar não. Porque eu continuo não gostando de livros do tipo. Mas eu queria muito-muito-muito ver o filme, apesar de ter visto todo mundo falando que era cansativo. Eu não achei não. Principalmente porque sou fã da Julia (oi?), acho ela uma fofa, adoro todos os filmes que faz e eu sei lá se acho que ela é uma boa atriz ou não, pra mim o que importa é que me sinto sempre feliz depois de ver os filmes dela. Acho que são leves, felizes, delicinha de assistir. E não foi diferente em Comer, Rezar, Amar. Eu me vi lá. Me vi como ela, precisando olhar mais pra si mesma. Precisando ter equilíbrio. Precisando deixar as coisas passarem para novas virem. E então depois de pensar que meodeus eu preciso ser mais calma pra não me suicidar (depois de ver Nosso Lar) me peguei pensando meodeus, preciso me renovar (depois de ver Comer, Rezar, Amar). Renovar minhas energias. Recomeçar minha vida. Preciso meditar, preciso ser uma pessoa melhor. Não para os outros, porque isso eu já sou. Mas preciso olhar pra mim. Preciso pensar em mim mesma, preciso me cuidar. E então eu decidi.

Decidi que as coisas vão mudar.