Depois DELE, eu não quis mais ninguém. Ainda hoje, quando republiquei aquele post aqui, me vieram lágrimas nos olhos de lê-lo. Eu era perdidamente apaixonada por ele. Tanto, que dia desses eu vi um gato branco andando pela sala da minha casa. Que nem é a mesma casa que eu morava quando ele existia, mas ver aquele gato branco e peludo ali, andando do nada no meu apartamento me fez pensar que talvez hoje, mesmo que ele não seja mais vivo, talvez ele ainda vele o meu sono como fazia antigamente.
Depois dele, nem toda a minha paixão por gatos me fez querer trazer outro pra casa. Apesar de eu ter chorado diversas vezes em diversas feiras de animais, quando colocavam mais algum persinha branco em meus braços. Não. Eu queria, mas não queria. Certa de que ninguém mais ia ocupar tanto meu coração bem ali no lugarzinho dos bichos de estimação. Bóris sempre foi único. E insubstituível. Até a sexta-feira passada. Que depois desse dia ele ainda continua insubstituível, mas não mais único.
Estava eu aqui, nesse mesmo computador, sentada nessa mesma cadeira. Ainda me recuperando de uma pereba aí que eu peguei. Com fones de ouvido, ouvindo a linda musiquinha nova da Pitty que eu ouvi no rádio e vim correndo baixar. E entre a voz doce dela cantando que ♪ o mundo acaba hoje e eu estarei dançando, um barulho ensurdecedor invadiu a minha cabeça. O grito inconfundível de um gato. Grito mesmo, não miado. Porque mesmo com fones de ouvido, o meu pensamento foi mesmo "estão matando um gato", tamanha altura de volume. Que triste.
Minha mãe chegou dizendo com a cara mais desesperada do mundo que uma mulher tinha gatinhos no motor do carro. E que, quando foi sair, um deles caiu na roda. Eu me arrepiei na hora e fui, com toda a dor no coração que me cabia, assistir o resgate. A cena do acidente era bem essa: carro parado no meio da rua, mulher estatalada ao volante, não conseguiu sair do carro de desespero. Capô aberto, dois rapazes enfiados nele. Um por cima, outro por baixo do carro. Um puxava uma pata de gato por cima, o outro puxava a outra pata do gato por baixo. Eu ali na torcida, morrendo de dó. O gato miando desesperadamente.
A mulher tinha gatinhos no motor do carro e não sabia. E a pergunta é: há quanto tempo ela não saía com esse carro da garagem, minha gente? Tudo bem que a suposição da minha avó foi a de que alguém colocou os gatos na garagem da mulher e eles entraram ali por livre e espontânea vontade, mas como pode a criatura sair pela cidade com gatos no capô sem saber, pípou? Enfim. Depois de muito custo, os gatos se salvaram. Não todos, porque depois meu pai veio contar que havia outro igualzinho, atropelado ali na rua mais à frente. A mulher, ou quem quer que tenha vindo atrás, não viu o gatinho que caiu do carro. E foi-se o primeiro dos três irmãos de que se teve notícia. Triste.
Eu, quando descobri que os outros dois que haviam restado estavam bem (porque se eu visse um gato machucado morreria ali mesmo), fui lá olhar. Eles, encolhidinhos, choravam e tremiam de medo. Eu, maior amante de gatos da face da Terra, quase chorei junto de dó. A mulher do carro finamente conseguiu sair de dentro dele, e enquanto dizia "não posso levá-los, meu marido vai me matar", entrava novamente dentro do carro e saía o mais rápido possível daqui. Nós, uma caixa de papelão e dois filhotes de gatinho dentro, pensamos em levá-los ao pet shop mais próximo, que lá eles doariam pra quem estivesse interessado. Minutos depois voltou o rapaz, a caixa de papelão, os dois gatos, um pacote de ração. Dizendo que eles não tinham aceitado a nossa proposta.
Ficaram ali no banheiro, a caixa de papelão, os dois gatos, a ração e um potinho de água. Mais tarde, lá dentro já tinha um pote de leite e uma bolacha Maria. Nós aqui, sem sabermos o que fazer com os gatos. Até que alguém olhou pra mim e fez a fatídica pergunta "você não quer levar um?".
Rá.
Eu, pessoa com rinite, morro de espirrar só de ouvir falar a palavra gato. Mas eu tava me coçando (nos dois sentidos). E um deles era tão bonitinho. Prateado. De focinho preto. E olhos azuis. Ou verdes. Ou cinzas, sei lá. Fui lá. Peguei, tirei foto, contei pra galera. Virei os gatos de cabeça pra baixo, tentando ver o sexo. Procurei na internet. Fêmeas, decidi. Apesar da minha avó sempre ter me contado que nunca soube os sexos de seus gatos e que já teve até gato com depressão porque tinha nome de fêmea e era macho. Mas eu olhei direito. E olhei de novo. E apesar de o menino aqui ter dito que a gata dele era fêmea e depois de algum tempo terem nascido testículos, eu decidi: eram fêmeas. Uma prateada e a outra, a que havia caído na roda do carro, rajada. Eu, claro, querendo a mais bonita e saudável (porque se eu tiver outro gato que for morrer logo eu desisto dessa vida), decidi: gatinha prateada, você vai morar lá em casa.
As duas estavam dormindo (ou se protegendo do mundo recém-conhecido porém muito injusto - cuja opinião eu concordo plenamente) abraçadas, e minha mãe já quis me trollar logo de cara sugerindo que eu levasse as duas. Minha gente, eu mal sei se vou aguentar um gato em casa. Tipo, um gato e toda a minha rinite. Que dirá dois! Mas morri de dó do destino do Tobias (eu sei, era fêmea, mas minha mãe não perde tempo trollando a humanidade e decidiu que ela parecia o Tobias do comercial e botou o nome da criatura de Tobias mesmo sendo fêmea - se bem que minha mãe competiu de perto com a outra sugestão de nome dos gatos por aqui: Doce e Gabana eram a segunda opção) e cheguei pra criatura inventora do segundo nome e que deu bolacha Maria com leite e passei a maior conversa tadinho do gatinho tão coitadinho vai morrer de fome por aí. Daí que meu poder de persuasão anda supimpa e eu convenci a pessoa. Tobias teve um destino feliz, mesmo sem ter ficado com a família dele (porque a mulher dele mandou TIRAR ESSA COISA DAQUI), mas a vizinha adotou Tobias de bom grado. E Tobias foi feliz.
Comigo ficou a outra. De cor peculiar e olhos lindos, foi nela que eu coloquei o nome mais legal e cheio de mitologia que eu sempre gostei mais: Pandora. A da caixa do motor do carro. Coube bem na descrição.
Pandora, por volta de seus dois meses, chegou em casa cheia de medo e insegurança. Mas ganhou da vovó, logo de cara, caixinha de areia e ração. E uma dona babona e amante de gatos. Pandora agora reina na casa e na cama que antes pertencia só a mim. Pula feito um macaco em tudo e por "tudo" entenda brinca de amarelinha em cima de mim enquanto estou dormindo. Me escala dos pés à cabeça enquanto estou lavando louça e senta no meu ombro. Ou no alto da minha cabeça. Pandora é um gato que queria ser um macaco. Ou cacatua, que seja. Do alto de seus em média dois meses, enche a casa de todo o seu provável signo de virgem e seus miadinhos faladeiros. Tagarela que só ela, mia de dia e de noite e quando mais der na telha. No chão branco que eu sempre prezei pela limpeza. E na casa cheia de detalhes que eu sempre cuidei da organização e que antes ninguém mais fora eu mexia. Pandora dá conta de tudo e morde tudo. Cheira tudo e brinca com tudo. E pula-pula-pula, mia-mia-mia. Com a felicidade que Deus lhe deu. E o objetivo de alegrar e chamar a atenção da dona mais rabugenta porém babona que ela podia ter. E que não tem mais tempo nem de espirrar, pela antes rinite e alergia de gatos que tinha. Agora minha vontade de espirrar é abafada por frases do tipo PARE JÁ DE MORDER ESSE FIO, TIRE ESSA SUA PATA DO MEU IPHONE e NÃO SENTE NO MEU TRAVESSEIRO.
E aí, depois de idas e vindas da vida, depois de tantos poréns e revés. Você entrou na minha vida. Pandora.
Na mitologia grega, Pandora "a que possui tudo" foi a primeira mulher, criada por Zeus como punição aos homens pela ousadia do titã Prometeu de roubar do Olimpo o segredo do fogo para dar aos homens. Foi a primeira mulher que existiu, criada por Hefesto (deus do fogo, dos metais e da metalurgia) e Atena (deusa da guerra, da civilização, da sabedoria, da arte, da justiça e da habilidade) auxiliados por todos os deuses e sob as ordens de Zeus. Cada um lhe deu uma qualidade. Recebeu de um a graça, de outro a beleza, de outros a persuasão, a inteligência, a paciência, a meiguice, a habilidade na dança e nos trabalhos manuais. Hermes, porém, pôs no seu coração a traição e a mentira. Feita à semelhança das deusas imortais, destinou-a Clus à espécie humana, como punição por terem os homens recebido de Prometeu o fogo divino. Foi enviada a Epimeteu, a quem Prometeu recomendara que não recebesse nenhum presente dos deuses. Vendo-lhe a radiante beleza, Epimeteu esqueceu quanto lhe fora dito pelo irmão e a tomou como esposa.
Epimeteu tinha em seu poder uma caixa que outrora lhe haviam dado os deuses, que continha todos os males. Avisou a mulher que não a abrisse. Pandora não resistiu à curiosidade. Abriu-a e os males escaparam. Por mais depressa que providenciasse fechá-la, somente conservou um único bem, a esperança. E dali em diante, foram os homens afligidos por todos os males.
Ainda não consegui ver o vídeo, aliás, ta difícil até pra comentar, sei lá que mal acometeu esse google chrome hoje, tanto lá em casa como aqui na IEME tá tenso o negócio. Enfim, eu amo cachorrinhos, mas não tenho paciência pra cuidar. Quando a mamãe viaja, eu já passo todas as funções relacionadas à Kimmy pra Helena, o que acaba fazendo com que eu tenha que lavar toda a louça. Falo com minha mãe que se ela me desse um irmãnzinho(a) eu ficava cuidando numa boa, agora, cachorro não. ROLO no chão com a Kimmy, aperto, beijo, esmago, e só. Tirar cocô NEM A PAU, Juvenau. Agora, não sou fã de gatos, mas eles filhotinhos são tudo de fofos, e gato é mais independente né... hahaha. Pandora é uma fofa, e eu adorei o nome dela!!
ResponderExcluirMENINA EU QUERO ESSA SUA GATA PRA MIM!
ResponderExcluirQUe coisa mais fooooooooooooooooooooooooofa de tudo! E o nome mais lindo também, amo mitologia grega e a Pandora é DI-VI-NA (perdoa o trocadilho sem noção).
Muito amor, vou roubar ela de você, 1 bj.
Gente, que gatinha linda! Acho que você escolheu muito bem, tanto ela quanto o nome. Não gosto muito de ficar sabendo de histórias tristes como essa, meu coração é mole demais :( mas ainda bem que teve um final feliz.
ResponderExcluirA Pandora vai te trazer muita alegria! Não deixa de ser uma energia nova na casa :D
Rê, cheguei a chorar aqui. Parabéns, a Pandora vai ser muito feliz! E saiba que o Bóris teve a maior sorte do mundo de ter como dona, enquanto viveu. Pense que tu proporcionou pra ele a melhor vida possível ;)
ResponderExcluirBeijo!
Primeiro sobre o vídeo: OWWWWWWWWNNNNNNNNNNN <3 <3 <3 <3 <3 QUE COISA MAIS FOFA! Gente, os pulinhos dela são muito bonitinhos, que coisa mais miúda e delícia, socorro! O jeito dela correr atrás da bolinha é bem parecido com o do Chiquinho, mas ele é cachorro, logo, não é tão gracioso. Enquanto ela desvia lindamente dos obstáculos ele mete a cara na porta com tudo... Tadinho.
ResponderExcluirMas então. Chorei com o post! Sério! Primeiro com o do Bóris, coisa fofa, só quem já teve um bichinho e perdeu que entende essa dor. E depois com a história da Pandorinha dentro do motor, que judiação, gente... E eu desesperada pensando que o coitado do Tobias ia morrer de fome, morta de aflição já. Capaz de pedir pra você enfiar ele num envelopinho e mandar pra cá, mesmo não sendo a maior fã do mundo de gatos, MUITO alérgica e ainda moradora de apartamento com uma mãe que odeia gatos e um poodle deveras espaçoso. Bichinhos são meu ponto fraco, viu?
Pandorita não poderia ter encontrado dona melhor que você.
Beijos!
own fofa essa pandora!!! adorei!!! que bom q ficou com ela...
ResponderExcluir=)
:~~~~~~~~~~
ResponderExcluirEu tava curiosa de saber da historinha dela <3
Já tou imaginando ela grande, deitadinha na beira do sofá, em uma fase mais tranquila (quando eles crescem ficam menos espoletas e acaba dando saudade deles filhotes)
Da última vez que perdi um gato também disse o "nunca mais". Fiquei um bom tempo sem voltar a pensar em amar um bichinho de novo. Meu gato novo teve que me reensinar a amar sem medo, e até que eu aprendi rapidinho. Gato é um bicho mágico :). E a vida com eles afofando a nossa barriga é bem, bem melhor.
Que a sua vida com Pandorinha seja muito mais feliz! Ela é linda e misteriosa e diferente e incrível e FOFA DEMAIS.
Já gosto dela :)
Olha que nem gosto de gatos, mas me apaixonei pela Pandora (adorei o nome, por sinal)! Ela é a coisa mais fofa do mundo, brincando com a bolinha e fugindo dela e me derreti em 'oins' no fim quando ela desistiu da bolinha e foi atrás de você! Muito, muito fofo!
ResponderExcluirBjos
Amei a história dos gatos! A Pandora deve ser deliciosa. Hoje, no meu blog, publiquei o desenho que fiz em homenagem à minha gata preferida, a Lola. Beijo!
ResponderExcluirEsse projeto novo da Pitty é um amor!
ResponderExcluirNunca entendi essa de sexo de gato ser dificil de definir...
Doce e Gabanna, morri!!!!
Que linda a Pandora! Que ela te faça muito feliz! *---*
(cocei o nariz durante toda a leitura)
Beijo, Rê!
Aiiin, eu amo gatos e to nessa de "depois da minha gata não quero mais nenhum". Ela morreu em março desse ano e eu mal consigo falar sobre isso. :(
ResponderExcluirAchei a coisa mais lindinha a Pandora! :)
Beijo.
QUE GATINHO FOFO *O*
ResponderExcluirGatos sempre sao fofos, mas filhotes sao ainda mais! Adorei o nome e a historia dela é trágica demais, tadinha! Que motorista louca, aliás. Enfim, que a Pandora nao substitua o Boris, mas que lhe dê tanta alegria quanto ele! Beijinhosss
ganhei uma gata rajada, mas ñ sei que nome dá-la. O que me sugerem. Por favor. Obrigada.
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