domingo, 24 de outubro de 2010

Livin 'on a Prayer *

ou Sobre o dia mais legal da minha vida - relato completo - Parte 11 de 1849

Fazia um tempo já que a galera ao meu redor gritava “blayglory” e eu tava toda lá pensando que.... que música será essa, Deus? Como assim que eu tenho todos os CDs e não conheço? Tipo, cantou um dia lá num cd não oficial e o pessoal tá pedindo ou o que? AAAh, pode ser Blackout. Não, mas também não tem nenhuma música que eu conheça com esse nome. Tem Breakout mas sei lá, não é tão conhecida assim pra estar sendo tão pedida. Daí depois de um tempo eu processei. Bon Jovi tem músicas com nomes relativamentes grandes demais pra serem pedidas assim em show. Não é o caso dessa, mas o pessoal meio que abrevia pra ficar mais fácil de pedir e tal. É meio como um apelido íntimo, sabe? E aí eu entendi que o nome da música pedida era Blaze of Glory. Engraçado que quando eu entendi fiz coro também. E a menina que tava do meu lado e me olhava às vezes olhou também quando eu entrei no coro. E aí deu só ela pedindo uma música com nome nada a ver lá, coitada. Acho que ela também não entendeu qual era o esquema da coisa.

Então veio Blaze of Glory e depois I’ll be there for you e eu lembrei do babybrother que tinha dito que não gostava muito dessa. É meio mela cueca mesmo, daquelas que a gente acaba com a garganta de cantar o refrão e tals. Por isso mesmo, todo mundo sabia, todo mundo cantou. Aliás TODO MUNDO CANTOU TUDO. Lá ao meu redor pelo menos, assim que tocavam o primeiro acorde de cada música, o pessoal já entrava com a letra. Do primeiro disco da banda ao último. Todo mundo sabia tudo. Em uma música teve até o primeiro acorde, a galera entrou... e o Jon fez um sinal de não assim com o dedinho (fofo!), pra dizer que a gente entrou errado. Ai que se duvidar a galera tava sabendo cantar as músicas mais que ele.

Daí que todo mundo acabou com a garganta no I’ll be there for you e depois começou Have a Nice Day. I’ll Sleep When I’m Dead, Work for the Working Man. E Jon trocava de camiseta algumas vezes durante o show. Talvez não por ser um showman, mas porque estava transpirando muito mesmo. O bom é que nas fotos a gente pode analisar: de preto ele fica lindo. De azul ele fica gato. De vermelho ele fica divino. E eu penso que se esse cara usar uma roupa verde de bolinhas roxas eu vou achar sensacional.

Tocava Who Says You can’t go Home, e então veio Keep the Faith. Jon pegou as maracas e eu me preparei pra gravar ao vivo a única estrofe não cantada de suas músicas. Que eu ouvia à noite no walkman quando era adolescente e pensava que queria um namorado com uma voz como aquela pra sussurrar no meu ouvido. E aí eu gravei sim mas talvez não com tanto sucesso, porque o cara atrás de mim estava não sussurrando, mas gritando as frases no meu ouvido como se não houvesse amanhã. Sei lá. Às vezes ele sonhou em ser o cara que sussurra no ouvido de alguém. E aí eu até pensei em avisar que ele tava errando assim, levemente, no tom. Mas evitei a fadiga.

Daí a música acabou e os caras saíram do palco e eu fiquei nervosa. O show tava acabando. Podia ter mais uma ou duas músicas de bis só. E eu nem vi o tempo passar! O que? Os caras tocaram uma meia hora só! Não deve ser nem 10 horas da noite ainda! Como assim já vão??? Então conforme combinado todo mundo levantou os cartazes de Happy Birthday Tico para o baterista, que quando Jon voltou para o bis, viu e puxou o coro pra cantarmos. E aí eu senti vergonha alheia do pessoal que não sabe cantar nem parabéns pra você em inglês. Jon se deu por satisfeito com a repetição de ‘Happy birthday to you’ por 4 vezes, porque NUNCA que ia sair um ‘happy birthday dear Tico’ dali. Mesmo assim, li no twitter oficial depois “Fans in Sao Paulo have come up with a very cool way to wish Tico a happy birthday”. Eles se contentam com pouco.

Voltando ao show, tocaram These Days, porque a galera tava pedindo e é a preferida de muita gente. Wanted Dead or Alive, uma das minhas preferidas e Someday I’ll be Saturday Night, que eu nunca pensei que ouviria pessoalmente em show nenhum. Porque eu gosto muito dela sim, mas no cd ela vem respectivamente antes de Always. E isso é quase como ir pra balada com a amiga loira, alta e magra, sabe. Mas eu acho que gosto dessa música justamente por ela ser amiga da favorita. Sei lá, da mesma turma. Gostei.

Depois teve Livin ‘on a Prayer e eu já tava chorando não só por ser a música principal da banda, aquela que todo mundo conhece e que quem não conhece a banda diz que eles só têm uma música e pode crer... é de Livin ‘on a Prayer que a pessoa está falando. Mas tava chorando porque eu já tinha visto na internet que é a música que costuma fechar os shows. E eu não tava acreditando, não tava querendo, não queria acordar. Não queria que acabasse nunca e enquanto ele cantava que “ô-ô livin ‘on a prayer” eu, com as mãos levantadas e cantando pedia aos céus que o momento parasse ali e que não avançasse nunca mais. Eu queria ficar ali na muvuca sendo encoxada e levando pisões no pé pra sempre. Comendo cabelo. Suando, chorando, com sede e dor no pescoço. Com os braços doendo tanto que eu não conseguia nem levantá-los mais totalmente, já apoiava em cima da cabeça pra descansar um pouco. Com a garganta doendo, sem voz, pescoço acabado, não sentia as pernas há tempos. Mas mesmo assim eu queria que o tempo parasse ali, naquele momento. Queria que ele cantasse pra mim pra sempre. Que não fosse embora. Que eu não tivesse que lembrar de tudo como se tivesse sido um sonho. Eu não gosto de sonhar. Gosto de realidade.

2 comentários:

  1. Ai Renata, eu também odeio perceber que algo que eu estou gostando muito está acabando! Mas durou o tempo necessário para ser inesquecível, com certeza!
    Beijos

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  2. O show foi tão bom que nem parece que teve 3 horas de duração! Porque passou super rápido pôxa!E fala a verdade: eles gostaram da galera de Sampa pra caramba né! Nós arrasamos no show!Rs!
    Beijo

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