quarta-feira, 20 de outubro de 2010

We Got It Going On *

ou Sobre o dia mais legal da minha vida - relato completo - Parte 8 de 1549

Então a próxima música era Born to be my baby e o pessoal já estava suando fazia tempo. Eu, pessoa que pertence à família do 'transpiramos horrores' me vi com os braços grudando nos cabelos das meninas da frente. Pensei nos caras atrás de mim e prendi meus cabelos, o que deve ter aliviado a nação por lá. Mas eu continuava a grudar nos cabelos das meninas e via o mesmo acontecendo com todo mundo que estava dos meus lados. Poxa que eu sei que você fez chapinha pra vir toda linda e lisa no show mas pô....... tá grudando, mano! Eu até tentei pedir desculpas para a menina da frente nas primeiras vezes que puxei os cabelos dela (e ela me respondeu que puxar podia, só não podia arrancar e eu pensei que ela é da minha turma... a das carecas), mas se eu fosse ficar me desculpando por toda vez que eu levantava os braços e os cabelos dela vinham junto eu não ia fazer mais nada na vida. Então eu tive a brilhante idéia de jogar os cabelos dos outros pra frente. Pô, o cabelo é seu, que adorne aí o seu próprio pescoço porque ta me atrapalhando. Elas entenderam e puxaram os cabelos, felizmente. É, não basta estar de botas de astronauta na grade? Que prendam esse cabelo pelo menos! Botei ordem na cabeleira da fileira da premium e fomos felizes depois disso.

Lost Highway tocava e nessa eu pensei que não é mesmo das minhas favoritas, mas que depois de ouvi-la assim ao vivo e com tanta gente ao meu redor sabendo cantá-la do começo ao fim, passará a ser. Superman Tonight fazia parte das músicas da turnê, do novo cd e eu não sabia cantar. Mas vendo Jon ali, com os braços abertos para o público e prestando atenção na letra.. devo dizer que agora ela está entre as minhas favoritas. O público masculino que me encoxava vibrou quando ela começou e eu fiquei pensando se eles sonhavam em ser superman de alguém. Pensei também que quando ele me perguntou qual era meu super herói preferido, eu não soube responder. Mas que agora já saberia e que depois desse dia já acho legal ter uma tatuagem com o S de Superman. Falta só escolher o lugar, porque no braço fica meio masculino. Na bunda, talvez.

In These Arms começou e mais ou menos por aí foi dando sede. Vendedor nenhum de nada conseguia ter o acesso a nós mas os seguranças do outro lado da grade começaram a passar copos de água de graça pro pessoal. E aí era legal porque quem tava na frente ia passando os copos de água pra trás e eu só sei que bebi uma meia dúzia de copos de água durante o show, assim, facinho e de graça. Água geladinha. Foi feliz.

Captain Crash & The Beauty Queen From Mars. O show corria solto e tava tudo muito bom e tudo muito bem. O fato de estar num lugar tão apertado que se eu levantava os braços não conseguia mais abaixar era só um detalhe e eu nunca pensei que algum dia passaria por essa situação e não me incomodaria. Tirar um dos pés do lugar pra tentar mudar um pouco de posição ou pender um pouco para o outro lado estava for a de cogitação. Mas tava bom, tava feliz. Às vezes o pessoal dava uma empurrada daqui e dali e alguém interrompia a cantoria pra xingar um pouco mais isso é normal. Às vezes também alguém empurrava o pessoal com o apelo de “tá passando mal aqui” e aí lá vinha o segurança pegar a criatura morrendo e puxar pela grade. Uma hora foi uma das meninas dos dois casais que estavam ao meu lado lá na fila. Ela tinha me contado antes que deixou um bebê de 4 meses em casa pra ir ao show. Pensei que era ruim você passar por tanto aperto, sol, fila o dia inteiro... e aí chegar no show, passar mal e ter que ir pra enfermaria e não ver mais nada. Chato. Daí passou um tempo e empurraram de novo, mais um “tá passando mal aqui”, mas dessa vez foi um empurrão que machucou. Aí a menina do meu lado: “desculpe, é que ela tá passando mal e é meio grande”. Daí pronto. A menina que tava morrendo devia dar mais ou menos umas três de mim (na altura e na largura), e olha que eu sou grandinha. E então eu não sabia se via o show ou se segurava o riso, porque quando o segurança viu que ia ter que carregar tudo aquilo por cima da grade meio que ficou em pânico. E o pessoal do lado de cá empurrando, levantando as pernas da garota, porque todo mundo queria mais é que ela fosse embora logo mesmo porque no lugar que ela ia deixar ia caber mais umas 3 pessoas.

When We Were Beautiful. E aí deve ter sido mais ou menos por aí que a menina baixinha do meu lado me cutucou e apontou pra uma de cabelo guaxinim na frente dela. A menina tinha os cabelos escuros em cima e descoloridos embaixo. Guaxinim, portando. E pixaim, porque aquele cabelo tinha era MUITA chapinha. A pequena atrás reclamava que a guaxinim passou na frente dela de um empurrão que todo mundo reclamou mas ninguém viu o ocorrido. Pedia ajuda pra empurrar a menina pra trás. Eu faria mesmo justiça com minhas próprias mãos se fosse em outro ambiente e em outra situação. Mas ali eu tava no meu show. No meu céu. E não era justo querer brigar bem nesse momento. Relaxei. Eu não ia MESMO arrumar encrenca e perder tempo do show da minha vida. A baixinha que lerdou então é problema dela. Eu deixei a guaxinim lá, que me fez comer cabelo às vezes porque ô cabelo de vassoura! Até que eu mandei ela prender e gritei absurdamente no ouvido dela durante as músicas pra me vingar um pouco e foi só.

E então veio Runaway. Primeira música do primeiro cd da banda. Entre as minhas favoritas, eu gritava a letra inteira nos ouvidos da menina com cabelo de guaxinim na minha frente. Deve ser praga dela o fato de eu estar com dor de garganta e tomando remédio até hoje. Mas não tem problema não. Eu pelo menos vou melhorar. E ela que tem cabelo sarará?


Um comentário:

  1. Rindo muito com esse post! O povo que passa mal, juro, tenho muita pena, porque ninguém merece, mas que sempre acaba ajudando quem tá mais atrás, ah isso é fato! Sai uma passando mal e vem uns 10 não sei de onde ocupar o lugar da pobre vítima!

    E sobre a água, agora que vc falou me lembrei que no U2 tb os caras distribuiram agua de graça para o povão da frente! Esse nosso país está quase desenvolvido nesse ponto hein! Gente do bem! Rs!

    Beijos

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