Então. Já falei que eu passei um tempão na cidade que não tem nada e nada tem. Já tinha andado pelo comércio da região, já tinha ficado a par de todas as fofocas familiares, já tinha matado o pessoal jogando WAR. Já tinha comido tudo o que eu tinha direito e o que não tinha também. O que mais fazer?
Dessa vez eu decidi me informar mais sobre as altas aventuras da cidade e resolvi: ia fazer massagem. É, porque o atrativo turístico do lugar são as águas minerais naturais, cujas quais fazem com que a Nestlé ganhe muitos rios de dinheiro explorando tudo e tals. Então que dentro do parque que a terceira idade toda do mundo inteiro passeia o ano todo (porque só terceira idade se interessa pelos benefícios da água mineral no organismo) tem lá um prédio que é especializado em banhos, massagens e coisas do tipo. Já pensou em tomar banho de água mineral natural gaseificada? Bolinhas de gás saltitantes entrando pelos buracos do seu corpo? Então.
Eu, decidida a explorar as altas aventuras nunca antes vistas no lugar que eu vou sempre, cheguei lá pra perguntar como funcionava. E aí tinha banho de tudo quanto era coisa (que eu não tomei não, tinha água na minha casa e era de graça) e mais um monte de tipos de massagens bem diferentes. Eu até estava disposta a fazer a fangoterapia (mais conhecida como você, porco, na lama) mas não era MASSAGEM assim em si. Então comentei com a moça que eu tenho um problema sério ao fazer massagem - tenho cócegas. Ela me olhou como se eu fosse um ET e me sugeriu a massagem com bambus. Marquei, paguei.
Devo dizer que desde o dia que eu marquei até o dia que eu fiz a massagem em si, o que eu mais ouvi foi 'massagem com bambu? se você quiser eu vou lá fora, pego um bambu e bato em você com ele' daquelas pessoas que se dizem minha família e que, por menor quantidade que seja, ainda possuem sangue do meu sangue. Mas eu pensei que ainda bem que o pessoal queria me bater com o bambu mas eram ingênuos, sabe? Porque eu ia fazer um comentário desse igual o deles mas ia trocar o 'bater' por 'enfiar' mesmo. Enfim.
Cheguei lá no dia combinado e me encontrei com a Elizabeth, a massagista. E então veio aquela frase que eu não gosto muito de ouvir sem a preparação necessária. Aquela coisa de "tira toda a roupa e deita ali" me deixa encabulada quando dita assim do nada e sem carinho. Mas fui. Na sala, a parede toda era uma grande janela. Assim, de vidro, transparente. Eu pensando que os patos do lago estavam lá todos vendo a minha nudez quando a Elizabeth me falou que o vidro era espelhado do lado de fora. Não questionei. Se fosse ou se não fosse verdade, a essa altura do campeonato eu já tava lá peladona pra quem quisesse ver.
A massagem é feita num futon (procure no Google se não sabe o que é) ao invés de numa cama ou maca. Eu lá, pelada, mostrando tudo pra quem quisesse ver, virada de barriga pra cima num futon no chão, enquanto Elizabeth explicava que trabalharia com 16 tipos de bambus diferentes e blablabla. E então a massagem começou com ela enfiando um bambu entre os dedos do meu pé.
Eu, entendida de momentos em que é preciso relaxar e eu só penso que tenho que pagar essa ou aquela conta, lavar roupa ou limpar a casa, brigar com essa ou aquela pessoa, dessa vez fui na massagem com o peito aberto (e pelado). Decidi mesmo que não ia pensar em nada nem ninguém e ia meditar. Elizabeth percorria minhas pernas e braços com seus 9832168 tipos de bambus e eu tava lá curtindo na boa, feliz. E então ela chegou na minha barriga.
Eu havia avisado pra ela que tenho cócegas. Que saio das massagens mais tensa do que estava antes, porque passo o tempo todo me preocupando que não posso rir. E então ela me disse que tinha escolhido o tipo certo de massagem, porque a pressão com a qual ela passaria os bambus em mim não me deixaria ter cócegas. Certo.
Elizabeth passou aquele bambu na minha barriga como se eu fosse uma massa de pizza. E como que, ao invés de bambu, ela segurasse um rolo de macarrão. Então a partir desse momento eu passei a pensar que ela não fazia uma massagem. Ela abria uma massa. E nesse momento eu não consegui mais relaxar. Eu só conseguia pensar nas alternativas. Se eu era uma massa de pão ou de pizza. Se tinha que ficar fininha ou tipo Pizza Hut. Se eu era um pão de calabreza ou de queijo. E se depois que me abrisse ela ia colocar molho de tomate e mussarela.
Elizabeth fez toda a massagem com todos os bambus que tinha direito e chegou uma hora que eu ria. Não sei bem se de cócegas ou se de me imaginar uma massa sendo aberta. E aí eu vim aqui contar pra vocês que eu aposto que ninguém nunca se sentiu uma massa na vida assim como eu. E fiquei pensando se as massas também sentem cócegas quando a gente as abre com pau de macarrão. E em meio a tantas reflexões tão minhas, eu só conseguia lembrar de uma cena muito clássica da tv. E enquanto Elizabeth, boazinha, quietinha, dava o melhor de si naquele trabalho.. eu pensava que não podia esquecer de mostrar pra vocês como eu me senti naquele momento:
A mulher estava com um bambu muito grande quando te mandou ficar pelada e deitar no futon? Parada tensa, hein!
ResponderExcluirBjo de boa noite.. :D
Ai Rê! Eu sou igualzinha: Tenho MUITA cócegas em massagens. Quando, na aula de teatro, a professora inventa de mandar fazermos massagem um no outro, eu saio MUITO mais tensa, porque me concentro em não rir! É horrível, hahaha. E eu também não consigo desligar a mente, e quando mandam eu não pensar em nada, é aí que eu penso em TUDO. Eu hein. Deve ser problema de fiação no cérebro, ahhahaha.
ResponderExcluirBeeijos!