segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Who says you can't go home? *

ou Sobre o dia mais legal da minha vida - relato completo - Parte 6 de 931

Lembrei. Fato foi que eu fiquei discutindo com o pessoal sobre o posicionamento do Jon no palco. Eu podia jurar que ele ficaria exatamente na nossa frente, onde já tinha um microfone posicionado e várias caixas de som. E teria apostado com a mulherada ao meu redor se eu fosse uma pessoa que gostasse de correr riscos. Teria perdido. As fanáticas loucamente e entendidas de shows e de Bon Jovi tinham razão. Exatamente na nossa frente ficou Richie Sambora, o melhor guitarrista depois de Slash e Joe Perry na minha opinião. “Eu quero um moreno na minha frente, não um loiro!” Gritava uma lá. E foi mesmo. Richie não era dos meus favoritos, até se mostrar extremamente simpático durante todo o show. Que pessoa agradável. Richie tinha um belo fã clube, todo ali ao meu redor, posicionadas exatamente na direção dele de propósito, e sorria e interagia conosco durante todo o show. Tocava suas muitas les pauls pra nós. Jon ficaria ali do ladinho, com seu pedestal branco como as fanáticas bem disseram. Bem perto também mas não exatamente a uma distância satisfatória de acordo com o meu gosto. Eu queria sentar no colo dele se pudesse.

Depois o meu pensamento já mudou para ‘tomara que eu consiga comprar uma camiseta oficial na saída’. É, porque na entrada eu precisava correr desesperadamente, e nem vi onde estava a barraca. Mas a menina do backstage mostrava a que ela tinha comprado, porque eles entraram antes da gente com tempo suficiente pra ela ir lá e comprar uma camiseta ainda, sabe? Me contou onde ficava a barraca, falou quanto era e eu pensei que tomara que desse. Senão também eu compraria depois no site oficial, como fez a Luana. De acordo com o que ela tinha dito não era mais caro tanto assim. Enfim, eu faria o que tivesse que ser feito. Se desse muito bem, senão é porque não era pra ser. Fiquei tranqüila.

Aconteceu também, nesse intervalo de tempo, a distribuição de cartazes feitos em folhas de sulfite (enquanto a menina do meu lado reclamava que era um absurdo ela ter passado o dia anterior inteirinho cortando um coração no EVA amarelo e a segurança mandou ela jogar fora porque “poxa, era EVA, espuminha, levinho, não ia matar ninguém se eu jogasse, e esse pessoal entrou com esse bando de folhas de sulfite???”). Eu já tinha visto no Orkut que a galera tinha combinado de levantar cartazes para o Tico Torres, baterista. Na virada da noite seria aniversário dele e o pessoal combinou de levar um cartaz escrito Happy Birthday. Eu não quis levar nada porque a minha cota de coisas pra levar já estava grande, mas teve alguém lá do fã clube que imprimiu vários cartazes e distribuiu na galera. Peguei um. O combinado era levantar na hora da primeira pausa do show, o suposto fim antes dos bis. Eu não gosto muito de participar das modinhas e combinações, mas sabia que estaria tão empolgada que ia querer participar de tudo. De dancinhas com os braços a coros de músicas e bis. Aliás a galera já chamava a banda, com gritos de ‘Bon Jovi’ a trechos de música. Atrás de mim uma meia dúzia de caras (homem era uma coisa rara nesse público, mas atrás de mim tinha vários – o que foi bom porque eu prefiro mil vezes grito de homem do que de mulher no meu ouvido – que me encoxariam (literalmente) durante o show, mas eu não tava nem aí. Encoxa aí meu filho que eu tou curtindo a minha banda favorita. Aproveita que é só nesse caso que eu sou passiva nessa vida.) brincavam de puxar os coros e eu ria de um deles, que sempre que puxava era só ele que gritava, ninguém ia atrás. Até que, emburrado, falou que também não ia gritar mais porcaria nenhuma. Eu me lembrei que também nunca fui boa de liderar coisas do tipo, primeiro porque sou tímida e odeio chamar a atenção em algum lugar, e segundo porque é mesmo um mico total você gritar e ficar no vácuo, além de que essa coisa de ‘também não brinco mais’ é super a minha cara. Eu ri.

E enquanto estávamos lá controlando nossa grande ansiedade, conversávamos assuntos que para nós eram naquele momento tão importantes quanto uma reunião da ONU, analisando o público em geral, o tanto que o estádio enchia, os fãs e os covers ridículos (eu já falei que pra mim Jon Bon Jovi só tem um, não vem fazer cover na minha frente que eu vou rir da sua cara e mandar pastar), alguns com tatuagens iguais às dele e tudo.. o cara que ficava lááá na pendurado no alto da estrutura do palco nos mandou gritar e pular e eu fiquei pensando que o resto do estádio não devia entender nada. Babybrother confirmou essa informação. Todo mundo pensava que gritávamos porque tinham ligado uma luz aqui e outra ali, mas não. Nós gritávamos porque o cara da iluminação pediu. Era pra começar o show. Aliás, eu queria dizer uma coisa importante: é completamente diferente você ir num show em estádio e ficar na pista premium ou na pista, ou nas cadeiras, ou na arquibancada. E a diferença GRITANTE é que quem fica na pista premium PARTICIPA do show, e quem fica nos outros lugares ASSISTE o show. Desde o início, antes de começar, o pessoal que entra e sai do palco, os câmeras, os roadies, os produtores, pessoal da iluminação, do equipamento... todos interagem com o público da pista premium. Todos conversam, tiram fotos, filmam, pedem pra gritar. E durante o show, Bon Jovi cantou pra nós. Olhou pra nós, apontou pra nós, mandou beijinho pra nós, brincou conosco. Nós participamos de cada coisinha que acontece no palco e eu devo dizer que ter essa experiência no show da minha banda favorita é sensacional. Assistir também é bom, mas participar.. não tem preço. A emoção era tanta que quando dei por mim alguém já dizia ‘ligaram a fumaça!’ ‘o câmera já está posicionado!’ ‘vai começar!’.

De repente a luz apagou.

5 comentários:

  1. ai caramba... quero ver quantas partes isso vai dar, senhora estripadora
    =)

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  2. Ai meu Deus, a hora que a luz apaga é muito emocionante *_*

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  3. meu, esse momento da luz apagar é tipo, hora de se rasgar, minutos que parecem não passar nunca! E realmente, quem fica lá na frentona tem toda uma outra noção.
    Te contei que vou ver o Paul McCartney? Tô morrendo. Lá no Morumbi, pena que não pra ir de Premium. Se eu fosse sozinha até que rolava porque eu pago meia e é de buenas, mas vou com meus tios aí fica pesado.

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  4. Ui, a hora do "a luz apagou" dá um frio na barriga monstro né não! Nossa! Eu fiquei toda arrepiada!
    Beijo

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  5. Fiquei com inveja a hora que você disse "quem não está na pista premium participa do show". :P
    Bjitos!

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